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Guerra Dos Mascates: A guerra entre colonos e holandeses em Pernambuco acabou em 1654.

O resultado
do conflito foi desastroso para os fazendeiros, pois as plantações de cana-de-açúcar foram destruídas em
decorrência da guerra. Sem espaço no mercado externo e não tendo condições de responder à
concorrência da produção das Antilhas, os fazendeiros pernambucanos se endividaram. Após dois séculos
sendo a principal atividade econômica do Brasil Colônia, a produção de cana-de-açúcar entrava em crise.
Maurício de Nassau, administrador dos domínios holandeses no Brasil, remodelou a cidade de Recife, ao
contrário da vizinha Olinda. A rivalidade entre recifenses e olindenses estava tanto no campo econômico
quanto no político. Recife não foi atingida pela crise do açúcar, ao contrário de Olinda, que dependia da
produção açucareira para se manter. Com a crise do açúcar inaugurando o século XVIII, os fazendeiros de
Olinda não conseguiam recursos para reerguer suas plantações. A solução foi recorrer aos comerciantes de
Recife e pedir empréstimos para voltar a investir na agricultura. Quem dominava o comércio recifense
eram portugueses, que eram pejorativamente chamados de “mascates”. A situação econômica de Olinda
estava tão complicada que os empréstimos concedidos pelos comerciantes não foram suficientes para
reerguer a cidade após a expulsão dos holandeses. Nesse contexto, a Câmara Municipal da cidade
decretou o aumento de impostos. Essa medida não atingiu apenas os olindenses, mas também Recife. Era
a vez de Recife reagir a essa imposição. Os recifenses conseguiram a elevação à condição de vila, o que lhe
dava autonomia em relação a Olinda. Os fazendeiros olindenses temiam que essa medida motivasse os
comerciantes de Recife a cobrarem os empréstimos concedidos. Assim sendo, era necessário traçar uma
fronteira entre as duas cidades, limitando os domínios de cada uma. A fronteira entre elas foi a causa da
Guerra dos Mascates. Olinda não aceitou a autonomia de Recife e, em 1710, invadiu a cidade vizinha,
desencadeando a Guerra dos Mascates. Essa invasão foi bem-sucedida, e os olindenses conseguiram
dominar a cidade. Porém, a reação militar de Recife, que teve apoio de outras capitanias, conseguiu
desfazer as conquistas dos invasores. No ano seguinte, a Coroa Portuguesa nomeou Félix José de
Mendonça como governador da Capitania de Pernambuco. O novo governador da capitania ficou do lado
dos portugueses comerciantes de Recife, derrotando Olinda. Com o fim da guerra, em 1711, os revoltosos
foram presos e Recife foi elevada à condição de sede administrativa da Capitania de Pernambuco no ano
seguinte. Alguns participantes da Guerra dos Mascates foram anistiados e os fazendeiros tiveram o perdão
das dívidas adquiridas. Essa reconciliação foi feita para evitar outro conflito na região. A Capitania de
Pernambuco se tornou símbolo da luta contra a invasão estrangeira. Os pernambucanos já mostraram isso
quando expulsaram os invasores holandeses. Porém, logo após a Guerra dos Mascates, começou a crescer
na capitania um sentimento antilusitano. O domínio português se tornou um problema para os colonos. O
comércio do Recife, que dava lucros para a capitania, estava nas mãos dos portugueses. Essa guerra
envolvendo Olinda e Recife não foi a primeira e nem a última a acontecer na capitania. O sentimento
antilusitano desencadeado em Pernambuco motivou outras capitanias a questionarem o domínio
português no Brasil. Internamente muita coisa mudou em Pernambuco. No período em que a plantação
de cana-de-açúcar estava no seu apogeu, entre os séculos XVI e XVII, os fazendeiros dominavam a
economia da capitania. Olinda era a principal cidade, enquanto Recife era apenas um povoado vizinho. A
crise do açúcar, logo após a expulsão dos holandeses, expôs os diferentes cenários que as duas cidades
viviam: Olinda estava em crise por conta do enfraquecimento dos latifundiários, enquanto Recife se
desenvolvia tanto pelos benefícios recebidos durante a presença holandesa na região como pelo êxito no
comércio, que era dominado pelos portugueses. Logo após a Guerra dos Mascates, Recife saiu como
grande vitoriosa e sua importância política e econômica foi reconhecida pela Coroa Portuguesa ao se
tornar a sede administrativa da Capitania de Pernambuco.
Incursões Portuguesas: O primeiro lugar que os portugueses chegam no continente africano foi em Ceuta,
no Norte, em 1415. Em princípio estabeleceram comércio com os povos da região. Os interesses
portugueses nesse momento eram principalmente encontrar uma nova rota para as Índias e produtos
rentáveis para o mercado europeu. Em 1460 os portugueses ocuparam as ilhas de Cabo Verde, que
posteriormente foi dividida em duas capitanias entre portugueses, genoveses e castelhanos e até meados

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