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Brasil Colonial

Após a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500

Período Pré – Colonial:

Época que se estendeu por 30 anos após o desembarcar de Cabral em portos baianos
que antecede a colonização oficial brasileira propriamente dita na qual o país
desempenha um papel secundário na economia portuguesa. Por que ?

 No território brasileiro não foram encontrados minérios (em um primeiro


momento), base do mercantilismo, sistema em que o mundo estava inserido
durante aquele período
 Portugal priorizava o comercio de especiarias com o oriente

Ainda assim os portugueses já deram inicio ao processo de exploração as suas terras


sul Americanas, o primeiro produto a ser extraído do território brasileiro e
comercializado na Europa fora o pau brasil, madeira abundante no país. Para tanto
utilizava-se a mão de obra indígena, o sistema de feitorias era encarregado de garantir
que o pau brasil extraído na colônia chegasse e trouxesse o lucro para a coroa
portuguesa. Em troca, os índios recebiam bugigangas, diversos objetos sem grande
valor no cotidiano europeu porem inexistentes na cultura indígena o que justificava a
fascinação dos povos latinos pelos mesmos, era o chamado escambo.

As coisas passam a mudar ainda na década de 1520 quando Brasil passa a ser
invadido por outros povos europeus tais quais os Espanhóis e Franceses. Sendo assim
em 1530, em ordem de proteger suas posses, os portugueses se viram obrigados a
iniciar um processo de ocupação e colonização brasileiro.

Capitanias Hereditárias:

Após saírem bem sucedidos das disputas contra os estrangeiros, expulsando-os do


Brasil, o primeiro modelo administrativo instalado fora o sistema de capitanias
hereditárias no qual ocorreu a divisão do país em sub-regiões comandadas pelos
chamados capitães donatários escolhidos pelo rei, um seleto grupo dos chamados
homens bons, isto é homens ricos, cristãos e grandes latifundiários escravocratas.

O comando destas capitanias eram garantidas ao donatário através de dois


documentos assinados pelo rei a carta de doação & a carta de foral a primeira trata de
empossar os escolhidos pela coroa enquanto o segundo tem como função especificar
os direitos e os deveres de em capitão dentro de seus domínios.
Esse sistema fora adotado como uma forma de descentralizar o poder, diminuindo a
responsabilidade da coroa portuguesa em relação a colônia, uma vez que esta
encontrava-se em dificuldades financeiras, com a divisão de terras cada um dos
donatários seria responsável por suas propriedades e por investir nas mesmas.

Contudo, com a exceção das capitanias de Pernambuco e São Vicente, esse sistema
mostrou-se ineficiente e fracassou devido a falta de recursos e estrutura administrativa
dos donatários e a constantes ataques indígenas.

Governo Geral

Governo unificado que abrangia todo o território brasileiro, adotado após o fim do
sistema de capitanias hereditárias.

Tomé de Souza:

 Funda a primeira cidade e Brasileira, também a primeira capital, Salvador


 Os jesuítas iniciam a catequização indígena, trata-se de um processo de
aculturação resultante da visão eurocêntrica que os portugueses tinham do
mundo.

Duarte da Costa:

 Invasão Francesa
 Atrito entre os colonos e índios

Mem de Sá:

 Fundação da cidade do Rio de Janeiro, que mais tarde tornaria se a capital


 Expulsão dos Franceses

Haviam ainda as câmeras municipais, isto é instituições representantes do poder local


que administravam uma pequena parcela do território, um município, a modelo do que
ocorre na atualidade. As câmeras eram compostas vereadores, necessariamente
intitulados de ‘’homens bons’’ conforme o conceito da época.

Economia Açucareira:

Com o inicio real da colonização brasileira a exportação do açúcar fora a principal


atividade econômica realizada no pais. Isto só fora possível graças ao apoio que a
coroa portuguesa recebeu dos holandeses que além de encarregaram-se do
transporte, da distribuição e do processo de refinamento do açúcar, ainda financiaram
a construção dos engenhos, fazendas onde o açúcar era fabricado.

A produção de açúcar era realizada através do sistema de plantations, baseado em


latifúndios de monocultura sustentados pela mão de obra escrava e destinados ao
mercado externo.
Como produtos que desempenharam um papel secundário na economia brasileira do
século dezesseis temos o tabaco e a pecuária. O primeiro cuja principal função era
sustentar o trafico negreiro, ou seja a compra e venda de escravos negros trazidos da
África. Já a pecuária, realizada principalmente no interior do pais ( enquanto o
açúcar concentrava-se nas zonas litorâneas), destinava-se a ser consumida pela
população local, logo era um produto do mercado interno e tinha como característica
ser extensiva.

Expansão Territorial

Período de exploração ampliação do território brasileiro possibilitado por expedições ao


interior, desconhecido até então, do pais, ocorridas na segunda metade do século
dezesseis e durante o século dezessete

Ai surge a duvida ‘’ Mas e quanto ao tratado de Tordesilhas?’’ De fato o tal acordo que
delimitava as terras portuguesas na américa não fora respeitado durante estas
expedições, mas isto fora possibilitado pelo fato da época da expansão brasileira
coincidir cronologicamente com a chamada união ibérica, quando Portugal e Espanha
tornaram-se um só reino ( devido a falta de um herdeiro ao trono português)

Ao dividirmos as expedições de acordo com suas características, ai teremos:

 Entradas:
Trataram –se do primeiro tipo de expedição realizada no Brasil. Possuíam
caráter oficial uma vez que eram financiadas e organizadas pela metrópole
portuguesa e tinham como objetivo central era a busca por metais preciosos.
Contudo o empreendimento fracassou, as entradas tiveram seu alcance
limitado e não foram encontrados os tais metais.

 Bandeiras:
Para entendermos o movimento das bandeiras é necessário lembrar que a
produção do açúcar se concentrava no nordeste brasileiro, que portanto os
lucros eram todos dos fazendeiros donos de engenho locais, enquanto as
demais regiões brasileiras encontravam-se em dificuldades, particularmente as
terras que hoje correspondem ao sudeste brasileiro ( São Paulo em especial)
Dai temos as bandeiras como um empreendimento de caráter particular onde a
iniciativa fora tomada por parte dos paulistas médios que justavam dinheiro
durante todo o ano para patrocinar as expedições
As bandeiras foram muito melhor sucedidas e podem ser classificadas de
acordo com seus objetivos

1) No bandeirantismo apresador: O principal objetivo dos bandeirantes era


capturar e aprisionar índios para mais tarde vende-los como escravos, fato
que gerou atrito entre os clérigos jesuíticas e os bandeirantes paulistas
uma vez que as missões tinham a evangelização indígena como principal
ponto.

2) No bandeirantismo de prospecção: O foco era a busca de metais preciosos


em especial ouro e prata, desta vez a tentativa funcionara, fora
descoberto muito destas riquezas em especial em Minas Gerais, assim
nomeada justamente pela abundancia das joias em seu interior

3) No bandeirantismo ou sertaneio de contrato : os bandeirantes eram


contratados e financiados pelos grandes latifundiários locais, senhores de
engenho para que lhes prestassem serviços, tais quais conter revoltas
indígenas, recuperar escravos fugitivos, atacassem quilombos, entre
outros.

 Monções: expedições realizadas pelos bandeirantes por vias fluviais, que


navegavam rumo ao oeste atraídos pelo comercio interno desenvolvido no
sertão. O nome se deve ao tipo de barco ‘’monções’’ usando pelos bandeirantes
e anteriormente pelos jesuítas

Nova Configuração territorial:

Graças ao bandeirantismo, o interior brasileiro fora finalmente explorado e passou a


incorporar a configuração do ´ país sob o comando de Portugal. Isto, entretanto,
gerou conflitos no momento em que a União Ibérica chegou ao fim, a Espanha passou
a reivindicar a posse das localidades que anteriormente lhes pertenciam segundo o
que fora estipulado pelo tratado de Tordesilhas. Para solucionar este empasse foram
firmados diversos tratados ao longo de todo século dezoito, afim de realizar a partilha
destes territórios

 Trados de Utrecht (1713 e 1715): Dois tratados assinados na cidade


Holandesa. O primeiro estabelecendo o Rio Oiapoque como fronteira entre a
Guiana Francesa e o Brasil, já o segundo, abordando a questão Portugal x
Espanha, devolvendo a colônia de sacramento ( parte do atual Uruguai) para a
coroa portuguesa, uma vez que a localidade havia sido invadida por Espanhóis

 Tratado de Madrid ( 1750) : Fundamentado pelo principo de Uti possidetis , ‘’ a


terra pertence a quem ocupa’’ o que gerou uma troca de territórios entre
portugueses e espanhóis, na qual a Espanha recuperaria as colônias de
Sacramento e em troca, cederia a Portugal a região dos Sete povos das
Missões.
 Tratado de Ildefonso ( 1777) : Ocorreu após a ocupação espanhola da ilha de
Santa Catarina, o que desrespeitava o conceito de uti possidetis estabelecido
anteriormente. Ficou definido assim, que a ilha seria devolvida a Portugal que
em contrapartida devolveria os sete povos das missões

 Tratado de Badajoz ( 1801): Solucionou definitivamente a divisão territorial,


deixando à Portugal o domínio dos sete povos das missões enquanto a
Colônia de Sacramente tornou-se de uma vez por todas propriedade da
Espanha .

Guerra Guaranítica:

Tratou-se do confronto entre a população indígena guaranis e soldados espanhóis e


portugueses no território dos sete povos das missões, desencadeado pelas imposições
do tratado de Madrid.

O conflito se instalou quando os indígenas revoltaram-se com a determinação de que


seriam obrigados a deixar o local, após 6 anos de conflito, os guaranis foram
violentamente massacrado pelas forças europeias e o território dos sete povos das
missões fora entregue a Portugal como havia sido acordado entre as duas metrópoles

Crise do sistema colonial:

# Contexto:

 Difusão dos ideais iluministas


 Revolução Francesa
 Independência Americana
 Revolução Industrial

Inconfidência Mineira:

A cobrança de impostos feita pela coroa portuguesa em cima do ouro descoberto na


região das Minas gerais vinha se tornando abusiva, era o chamando ‘’ quinto’’( isto
significava que vinte por cento dos lucros iria a metrópole) aliada as restrições
determinadas no pacto colonial e a falta de autonomia do pais causaram certa
indignação nos mineradores locais, que saiam prejudicados com a situação

Nesse contexto surgira a revolta conhecida como inconfidência mineira, um movimento


elitista, encabeçado por membros da nova classe emergente, muitas vezes ligados ao
setor militar, influenciados pelos ideais iluministas, especificamente pelas teses de
Montesquieu e Voltaire. Tinham como principal inspiração o exemplo da
independência americana.

A idealização do movimento não contara com a participação popular, ainda assim seus
organizadores acreditavam que no momento em que a revolução começasse a
população os acompanharia na luta, algo que não ocorreu, inclusive por que grande
parte do povo não conhecia quais os ideais ou objetivos pelos quais os inconfidentes
lutavam. Objetivos esses que não são claros, ainda nos dias de hoje, sabemos apenas
que concretamente os revoltosos lutavam pelo surgimento de uma republica de minas
gerais e pela criação de uma universidade em território nacional.

A revolta fora reprimida pelo governo colonial, contudo, o único condenado a morte
fora Tiradentes, o único de origem humilde dentre os idealizadores da inconfidência, os
demais lideres entraram em acordo com a coroa portuguesa, tendo suas dividas
perdoadas e sendo apenas exilados.

Conjuração Baiana:

Eclodiu na Bahia, teve caráter popular, uma vez que muitos de seus lideres eram de
origem humilde e contou com a participação feminina, também influenciados pelo
iluminismo, mais especificamente Rousseau ( que tinha uma visão mais critica a
respeito das elites) , pela revolução francesa e seus ideais ‘’ igualdade, verdade,
fraternidade’’

As metas perseguidas pelos conjurados eram mais abrangentes e ousadas ao


comparadas com as da inconfidência mineira, entre as principais propostas do
movimento estavam a independência da nação, o fim do regime escravocrata e a
reforma agraria

O desfecho deste caso também não se assemelhou em nada com o que fora visto no
episódio da inconfidência mineira, a coroa desta vez não demonstrou piedade e
reprimira a revolta com violência condenando todos seus adeptos a morte.

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