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A AMÉRICA PORTUGUESA E A

PRESENÇA HOLANDESA

Prof.: Nilson Filho


2ª Série C e D E.M
A periodização tradicional divide a
História do Brasil normalmente em
quatro períodos gerais: Pré-
Descobrimento (até 1500), Colônia
(1500 a 1822), Império (1822 a 1889)
e República (de 1889 aos dias
atuais).
O Brasil holandês, também conhecido como Nova
Holanda, era a porção norte da colônia portuguesa
do Brasil, governada pelos holandeses durante a
colonização holandesa das Américas entre 1630 e
1654. As principais cidades da colônia holandesa
da Nova Holanda foram a capital Mauritsstad (hoje
Recife), Frederikstadt (João Pessoa), Nova
Amsterdã (Natal), São Luís (São Luís), São
Cristóvão, Fortaleza (Forte Schoonenborch),
Sirinhaém e Olinda. A América portuguesa e a
presença holandesa.
As invasões holandesas no Brasil ocorreram
quando os holandeses ocuparam territórios no
Nordeste brasileiro no século XVII. Essa invasão
estava diretamente relacionada com as questões
diplomáticas envolvendo Portugal, Espanha e a
própria Holanda naquele período. Os holandeses
procuraram construir sua própria colônia na
América ao se apropriar de uma das principais
praças produtoras de açúcar da América
Portuguesa.
Até 1580, a Holanda tinha um
envolvimento direto com o negócio do
açúcar produzido no Brasil, pois foram
eles que financiaram o desenvolvimento
do negócio aqui e eles também
participavam do refino e da
comercialização do açúcar na Europa.
Para melhor conhecer a Nova Terra, a Coroa
Portuguesa enviou para cá expedições
exploradoras e de reconhecimento que
confirmaram a existência de pau-brasil, árvore
típica da Mata Atlântica. E, ao perceber seu valor
comercial, a coroa logo arrendou a exploração
da valiosa madeira a um grupo de mercadores
que, em troca, se comprometiam a erguer no
litoral do Brasil uma feitoria.
Feitoria
Uma Feitoria é um lugar ou estabelecimento,
que pode ou não ser fortificado, geralmente
situado junto a um porto, e que funcionava
como um entreposto comercial para as
trocas comerciais com os naturais da região
ou com os mercadores que aí se
deslocavam.
Pau Brasil,
geralmente
a altura
mínima é de
06 Metros,
chegando a
uma altura
de 15
Metros.
A exploração do Pau-Brasil intensa gerou muita
riqueza ao reino e caracterizou um período
econômico de nossa história, que estimulou a
adoção do nome “Brasil” ao nosso país.
A princípio, era chamado de ibirapitanga. Isso
porque “ybirá” significa “árvore” e “pintanga”
representa “vermelho”, em tupi-guarani. Para os
colonizadores, a árvore se chamava bersil,
sinônimo de brasa.
A árvore foi o primeiro
recurso natural explorado
pelos portugueses assim
que chegaram por aqui, 
no descobrimento, no
século XVI. A exploração,
que acontecia por meio
do escambo com
indígenas, foi tão
importante que acabou
gerando o nome do nosso
país.
Além de ser comercializado por causa do
corante utilizado para tingir tecidos, o
pau-brasil tinha outras utilidades. A árvore
 podia ser utilizada para construir objetos
variados, como móveis e caixas. Assim, foi
vista como potencial mercadoria de
exportação para a Europa. Rapidamente, a
exploração teve início.
O forte tom
avermelhado
extraído da
resina
presente no
pau-brasil
era utilizado
para tingir
tecidos na
Europa.
Escambo
É um tipo de transação em que um negócio é
fechado sem que haja o envolvimento de
dinheiro, isto é, de cédulas ou moedas. O
escambo funciona mediante a troca de
mercadorias e constituiu uma das principais
formas de comércio utilizado no Brasil no
período em que foi realizada a exploração do
pau-brasil.
Inicialmente, os mercadores portugueses
obtinham o pau-brasil mediante o escambo
com os tupiniquim. Estes forneciam a
madeira, que eles próprios haviam cortado e
transportado por vários quilômetros até o
litoral e, em troca, recebiam dos portugueses
machados, facas, canivetes, espelhos e
outros produtos úteis a eles.
Os franceses também praticavam o escambo do pau-brasil
no litoral do Brasil; seus aliados eram os tupinambás (rivais
dos Tupiniquim).
Por isso, a monarquia portuguesa
encabeçada por D. João III enviou para cá,
em 1530, a expedição de Martim Afonso de
Souza, que combateu os franceses, explorou
o litoral do Brasil até o Rio da Prata, fundou
São Vicente, em 1532 (a primeira vila), e
ergueu o primeiro engenho destinado À
produção de açúcar.
Engenho
Unidade de
produção
colonial
especializada
na elaboração
de derivados da
cana-de-açúcar,
como o próprio
açúcar, o
melado e a
aguardente.
A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL

A administração colonial do Brasil ocorreu


durante um período que se estendeu do ano
de 1530, com a missão de Martim Afonso de
Souza, a 1815, quando o Estado do Brasil se
tornou o Reino de Portugal, Brasil e Algarves.
Grande parte da extensão territorial que o
Brasil hoje possui foi conquistada durante o
período da administração colonial.
Em 1534, houve a tentativa da transplantar o sistema de 
capitanias hereditárias, que, na época, era adotado na
pequena Ilha de Madeira, a sudeste da costa portuguesa.
Assim, o território brasileiro foi dividido em 14 capitanias,
que, por sua vez, dividiam-se entre membros da nobreza de
confiança do rei português D. João III. Porém, o modelo
não obteve muito sucesso, durando apenas 16 anos.
Apenas duas capitanias destacaram-se: a de Pernambuco e
a de São Vicente (hoje São Paulo), onde de fato se iniciou
um processo de colonização.
As Capitanias Hereditárias
As capitanias hereditárias foram a primeira tentativa da
Coroa portuguesa de organizar a ocupação e colonização
do Brasil. implementado pela Coroa Portuguesa no Brasil
em 1534. O território do Brasil, pertencente a Portugal,
foi dividido em faixas de terras e concedidas aos nobres
de confiança do rei D. João III (1502-1557). Essas
poderiam ser passadas de pai pra filho e por isso, foram
chamadas de hereditárias. Basicamente, o território da
América Portuguesa foi dividido em 15 grandes faixas de
terra, que tiveram sua administração entregue a
interessados. A vida das capitanias como única forma de
divisão e administração teve vida curta, uma vez que, em
1548, surgiu o Governo-Geral.
Eram 15 capitanias e 12 donatários, isso porque
alguns deles, como Martin Afonso de Souza e seu
irmão, Pero Lopes de Souza, receberam mais de
uma capitania.
Dois documentos básicos organizavam
juridicamente o sistema de capitanias: a carta de
doação e o foral
O que era a carta de doação e a foral?

Entretanto, a Carta de Doação dava-lhes o


direito de fixar-se na colônia para
administrar sua capitania da melhor forma
que fosse possível. Os deveres do donatário
em relação à Coroa eram atribuídos por
meio da Carta Foral. A terra que era
entregue aos donatários não pertencia a
eles, mas ao rei de Portugal.
Donatários

é o título que, na organização colonial portuguesa, era


dado à pessoa a quem era concedida a donataria de um
determinado território, em que o poder do rei era delegado
nessa pessoa, que, a troco do pagamento de determinadas
imposições, recebia o encargo de administrar esse
território, procurando a sua colonização e o
aproveitamento dos seus recursos.
Em muitos casos as donatarias eram hereditárias,
seguindo a sua transmissão. 
Os donatários eram comerciantes e pessoas
da pequena nobreza de Portugal que tinham
boa relação com a Coroa portuguesa. O
desenvolvimento da capitania era função
exclusiva do donatário, que recebia o direito
de exploração da terra por meio da Carta de
Doação. Os deveres do donatário em relação
à Coroa eram atribuídos por meio da Carta
Foral.
Principais direitos e deveres dos
donatários
Principais Direitos:
Explorar os recursos naturais e minerais da terra.
Exercer o poder politico-administrativo em sua capitania.
Doar sesmarias aos colonos.
Escravizar índios para serem usados como mão de obra.
Cobrar impostos dos moradores e comerciantes que
atuavam na capitania.
Estabelecer engenhos de açúcar.
Deveres:
 
Fazer a proteção do território, principalmente da faixa
litorânea, contra os invasores (holandeses, ingleses e
franceses).
 
Desenvolver a colonização dos territórios.
 
Combater tribos indígenas que dificultavam a colonização
do Brasil.
 
Fundar vilas na colônia.
O que foram as sesmarias?

Sesmaria era um lote de terras distribuído a um


beneficiário, em nome do rei de Portugal, com o objetivo
de cultivar terras virgens

O sistema de sesmarias surgiu em Portugal com a 


Lei das Sesmarias de 1375 (reinado de 
Fernando I de Portugal), criada para combater a crise
 agrícola e econômica que atingia o país e a Europa, e que
a peste negra agravara.
O Governo-Geral
Foi um modelo administrativo implantado pela Coroa de Portugal na
América Portuguesa a partir de 1548. O objetivo do Governo-Geral
era promover a centralização administrativa da Colônia como forma
de torná-la mais lucrativa. Os governos-gerais surgiram após o
sistema de capitanias hereditárias mostrar-se incapaz de levar
adiante a empresa açucareira que se iniciava no território onde
hoje está o Brasil. Sua implantação foi acompanhada de uma ordem
para que uma capital fosse construída para a colônia. Dessa ordem
surgiu a cidade de Salvador, no atual estado da Bahia.
Durante os anos do dois Governos-Gerais: um no Norte e outro no
Sul. Governo-Geral, o Brasil teve três governadores-gerais: Tomé de
Sousa, Duarte da Costa e Mem de Sá. Eles governaram o Brasil
entre 1549 e 1572.
Depois disso, o território foi dividido por
Portugal em dois Governos-Gerais: um no
Norte e outro no Sul.
Os três primeiros governadores-gerais
foram: Tomé de Sousa, Duarte da Costa e
Mem de Sá, os quais governaram o território
entre 1549 e 1572.
Com Tomé de Sousa, vieram os primeiros jesuítas
para o Brasil, responsáveis pela catequização e
pacificação dos indígenas. Um dos grandes feitos
desse período foi a construção de
Salvador(fundada em 1549), e um dos desafios foi
a expulsão dos franceses que estavam
estabelecidos na região da Baía da Guanabara,
atual estado do Rio de Janeiro.
1º Governador - Tomé de Souza (1549) – São Salvador (BA)

Funções – Administrativa e militar


Auxiliares
Capitão-mor = Defesa
(Responsável pela defesa da colônia
contra ataques externos ou
indígenas)
Ouvidor-mor= Justiça
(Sua função era cuidar dos assuntos
judiciais da colônia).
Provedor-mor= Finanças
(Responsável pela arrecadação dos
impostos, pelo controle do
orçamento da Colônia).
O segundo governador do Brasil, veio com a missão de
solidificar o domínio português sobre a Nova Terra,
combater os franceses e catequizar os indignas e/ou
esmagar sua resistência.
Problemas enfrentados por Duarte da Costa

 Conflitos entre colonos e jesuítas (causados


pela escravização dos indígenas.
 Invasão francesa na baia da Guanabara
(RJ-1555-1567) – França Antártica
 Rivalidade entre tribos indígenas =>
aproveitada pelos europeus
3º governador-geral (1558-72)
Mem de Sá

Aproveitou a rivalidade entre tribos e


derrotou a Confederação dos Tamoios
Apoiou os jesuítas no aldeamento e
catequização dos indígenas
Obteve recursos para combater os
franceses no Rio de Janeiro
Fundação da cidade de S . Sebastião
do Rio de Janeiro
Câmaras Municipais
órgão local de administração
Economia no Brasil Colônia

A primeira atividade econômica foi a extração do pau-


brasil
Percebendo que a terra colonial era fértil e o clima
favorável, os portugueses deram início, no século XVI, à
plantação de cana-de-açúcar. Engenhos foram construídos
no litoral nordestino para a produção açucareira. Com o
fracasso na escravização da mão de obra indígena, a
solução veio dos negros africanos. À medida que se
produzia açúcar, maior era o número de escravizados
negros em solo brasileiro. O tráfico negreiro se tornou
uma atividade econômica altamente lucrativa.
Crise do açúcar ocorreu em meados do século
XVII, quando os holandeses foram expulsos de
Pernambuco. Os invasores começaram a plantar
cana-de-açúcar nas Antilhas, sua colônia na
América Central, e logo se tornaram concorrentes
do açúcar brasileiro. Isso fez com que o preço da
produção açucareira feita no Brasil se
desvalorizasse. A Coroa portuguesa decidiu então
investir em expedições para o interior brasileiro,
no intuito de descobrir metais preciosos e fazer a
colônia voltar a dar lucro.
Cana de açúcar
 Experiência anterior em outras Capital elevado
possessões  Empréstimos de comerciantes
 Pessoal especializado para o trabalho Portugueses, holandeses, italianos
 Local – Engenhos - NE  Empréstimos da elite local (Colônia)
 Favorecimentos a amigos
Mão- de-obra escrava. Pq?
Indígenas e a “guerra justa” – têm alma
Doenças contraídas por transmissão dos
europeus Lucros proporcionados pelo tráfico
Plantation

Plantation ou plantação é um tipo de


sistema agrícola baseado em uma
monocultura de exportação mediante a
utilização de latifúndios e mão de obra
escrava
Diversificação da economia

Tabaco XVII
2º colocado: BA,SE,ES,RJ, SP,MG
P/- consumo interno, exportação e tráfico de escravos

Algodão, cacau, anil (Exportação no séc. XVIII MA,PE,CE,PA)

Cachaça (Mercado interno)

Mandioca, milho, feijão (Mercado interno)

Pecuária - Sertão
Interiorização do povoamento
Mercado interno.
Senhores de engenho= nobreza da terra
Sociedade patriarcal

Comerciantes
Comércio com produtos locais e revenda de importados
Comércio interno – bois, mulas, marmelada.
Comércio de africanos – Rio de Janeiro, Recife, Salvador

Trabalhadores assalariados em funções especializadas


(mestre de açúcar, carpinteiros, etc)
Lavradores obrigados (pagavam para usar os equipamentos
dos engenhos.)
Feitor.

Escravizados
Escravos de campo (80%) Fabricação e
beneficiamento do açúcar (10%)
Domésticos e artesãos (10%)
Todos participavam da fabricação do
açúcar

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