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 What is the meaning of a “Discovery”? 3min


 What is the difference between “Discovery” and “arrival”? 3min
 What is a Colony? Can you name some colonies? 3min
Brasil Colonial
Anteriormente...
 O surgimento de Portugal se deu no contexto da Guerra de Reconquista. Das diversas
casas nobres que tomaram parte nessa luta, uma delas foi a de Borgonha, que fundou
o condado Portucalense.
 Em 1139, esse condado foi declarado emancipado de Castela sob o nome de Portugal.
Os reis desta dinastia incentivaram a colonização interna do país, estimulando a
libertação dos servos, transformando-os em trabalhadores assalariados, ou em
pequenos proprietários.
 As atividades comerciais também foram estimuladas. No reinado de Afonso IV (1325-
1357) a pesca foi estimulada, e se transformou no setor mais dinâmico da economia
propiciando o desenvolvimento dos centros urbanos do litoral, onde surgiu uma
poderosa burguesia.
Anteriormente...
 Além disso, a casa de Borgonha limitou o poder da nobreza, com a Lei de Sesmarias
e incorporou novas terras aos domínios do rei.
 Assim, no final do século XIV, só as propriedades da Igreja podiam se equiparar as da
realeza. Dessa forma, Portugal se afirmava, antes da Espanha e de outras nações,
como um dos primeiros Estados europeus a efetuar a centralização
administrativa e a unificação nacional.
 Logo, a região ganharia importância comercial, por ser entreposto marítimo entre
as duas principais regiões mercantis da Europa: as cidades do Norte da Itália e a
região de Flandres (atual Holanda, Bélgica e parte do Norte da França).
A Revolução de Avis (1385)
 O reino de Castela, no entanto, considerava Portugal como um condado vassalo.
 Uma disputa pelo trono português, colocou em luta dois grupos antagônicos: de um
lado a grande nobreza portuguesa (almejando mais poder), que defendia a união
com Castela, de outro, a burguesia mercantil, a pequena nobreza, a população
urbana e do campo que defendiam que a Coroa fosse entregue a Dom João, mestre
da ordem militar de Avis, irmão ilegítimo do rei.
 A luta foi decidida com a ajuda do dinheiro dos burgueses ricos de Lisboa e do
Porto, tornando Dom João rei de Portugal.
 Essa resolução deu a Portugal a consolidação de sua independência e pôs fim ao
feudalismo no país.
Expansão Marítima
 Com o incentivo da coroa, Portugal passou a ser a primeira nação moderna a
expandir seus limites por meio das grandes navegações.
 A expansão marítima teve início em 1415 com a tomada de Ceuta (cidade
muçulmana no Norte da África) e atendia aos interesses da nobreza e da burguesia.
 Em seguida, Portugal parte em direção às ilhas atlânticas e ao continente africano,
em busca de riquezas, em especial, de metais preciosos.
Tratado das Alcáçovas (Paz de
Alcáçovas)
 Este tratado foi o primeiro do gênero, que regulamentava a posse de terras
ainda não descobertas.
 Refletia os anseios de Portugal, interessado em garantir direitos sobre
a costa da Mina e o Golfo da Guiné, e no prosseguimento da sua exploração
da costa africana, na premissa de que por aquela via se conseguiria a
esperada passagem para as Índias.
Cláusulas principais:
 Põe fim às hostilidades da Guerra de Sucessão de Castela (1475-1479).
Afonso V renuncia ao trono de Castela e, em troca, os Reis Católicos
renunciam ao trono português.
 Reparte os territórios do Atlântico entre os dois países. Portugal mantém o
controle sobre suas possessões da Guiné, a Costa da
Mina, Madeira, Açores, Ilha das Flores e Cabo Verde. Castela tem
reconhecida sua soberania sobre as Canárias.
 É reconhecida a exclusividade de Portugal sobre a conquista do Reino de
Fez.
Bula Inter cætera
 A bula Inter cætera, expressão latina que em língua
portuguesa significa "entre outros (trabalhos)", foi a
primeira bula do Papa Alexandre VI, editada em 4 de maio
de 1493.
 Pelos seus termos, o chamado "novo mundo" seria dividido
entre Portugal e Espanha, através de um meridiano situado
a 100 léguas a oeste do arquipélago do Cabo Verde: o que
estivesse a oeste do meridiano seria espanhol, e o que
estivesse a leste, português.
 Este arranjo assegurava as terras descobertas no ano
anterior por Cristóvão Colombo à Espanha e, a Portugal a
costa africana que vinha sendo explorada com vistas ao
descobrimento de um caminho marítimo para a Índia.
 Os termos da bula desagradaram à Coroa Portuguesa. Para
solucionar esse impasse, foi negociado o Tratado de
Tordesilhas (1494), que estabeleceu um novo meridiano a
370 léguas das ilhas de Cabo Verde.
Tratado de Tordesilhas
 O segundo país europeu a se expandir para o Atlântico foi a Espanha (unificada em
1469). Esse país viria a “descobrir” a América em 1492.
 Com a entrada dos espanhóis no ciclo das grandes navegações, criou-se um conflito
diplomático entre Espanha e Portugal pela posse das terras conquistadas e a
conquistar.
 A questão foi resolvida com o Tratado de Tordesilhas, de 1494, que estabelecia uma
linha imaginária passando, a 370 léguas a Oeste das ilhas de Cabo Verde, dividindo o
Novo Mundo em duas partes, uma para Portugal, outra para a Espanha.
 As terras ao leste desse meridiano seriam de Portugal; as restantes pertenciam à
Espanha.
O comércio indiano
 Desde o início, Portugal conheceu grande sucesso na expansão
marítima. Encontrou minas de ouro e prata na África,
desenvolvendo ali um importante comércio.
 Ainda, em 1498, descobriu o Caminho para as Índias, região
onde viriam a se localizar os principais entrepostos comerciais
portugueses no ultramar.
 Esse foi o período de maior prosperidade na história de
Portugal. Como exemplo disso, de 1500 a 1520, chegou por ano
a Portugal, cerca de 200 kg de ouro africano, e, até 1530, esse
país teve o monopólio sobre a exploração do ouro africano e
sobre o comércio indiano.
A colonização
 A expressão "descobrimento" do Brasil está carregada de eurocentrismo (valorização
da cultura europeia em detrimento das outras), pois desconsidera a existência dos
índios em nosso país antes da chegada dos portugueses.
 Portanto, optamos pelo termo "chegada" dos portugueses ao Brasil. Esta ocorreu em
22 de abril de 1500, data que inaugura a fase pré-colonial.

 Neste período não houve a colonização do Brasil, pois os portugueses não se fixaram
na terra. Após os primeiros contatos com os indígenas, muito bem relatados na
carta de Caminha, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil da Mata
Atlântica.
A Fase do pau-brasil (Fase pré-
colonial 1500-1530)
 O pau-brasil tinha um grande valor no mercado europeu, pois sua seiva, de cor
avermelhada, era muito utilizada para tingir tecidos.
 Para executar esta exploração, os portugueses utilizaram o escambo, ou seja,
deram espelhos, apitos, chocalhos e outras bugigangas aos nativos em troca do
trabalho (corte do pau-brasil e carregamento até as caravelas).
Os ataques
 Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que
tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha
que dividiu as terras recém descobertas em 1494).
 Os corsários ou piratas também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil,
provocando pavor no rei de Portugal.
 O medo da coroa portuguesa era perder o território brasileiro para um outro país.
 Para tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as
Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.
 Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias no
litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas.
O povoamento

 No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a primeira expedição com objetivos de


colonização.
 Esta foi comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o
território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no
Brasil.
A fase do açúcar (séculos XVI e
XVII )
 O açúcar era um produto de muita aceitação na Europa e alcançava um grande
valor.
 Após as experiências positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se
adaptou bem ao clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala.
 Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o
povoamento do Brasil.
 A mão-obra-obra escrava, de origem africana, foi utilizada nesta fase.
Administração Colonial:
Capitanias
 Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em Capitanias
Hereditárias.
 O território foi dividido em faixas de terras que foram doadas aos donatários. Estes
podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar,
proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar.
 No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em função da grande
distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas.
 As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram
resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários.
Quinhão=divisão ou
recebimento de algo
que foi parcelado
Governo-Geral
 Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capitanias Hereditárias, a coroa
portuguesa estabeleceu no Brasil o Governo-Geral. Era uma forma de centralizar e
ter mais controle da colônia.
 O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão de
combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o
território e procurar jazidas de ouro e prata.
 Também existiam as Câmaras Municipais que eram órgãos políticos compostos pelos
"homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos
das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase.
 A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais
desenvolvida e rica do país.
A economia colonial
 A base da economia colonial era o engenho de açúcar. O senhor de engenho era um
fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra
africana escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado
europeu. Além do açúcar destacou-se também a produção de tabaco e algodão.
 As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas
produtoras de um único produto, utilizando mão-de-obra escrava e visando o
comércio exterior.
 O Pacto Colonial imposto por Portugal estabelecia que o Brasil só podia fazer
comércio com a metrópole.
A sociedade Colonial
 A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No
topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de
engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e
funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem
africana.
 Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder
social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam
apenas cuidar do lar e dos filhos.
 A casa-grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam,
além da família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a
miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).
Invasão holandesa no Brasil
 De todo o período holandês destaca-se o governo de Maurício de Nassau em Nova Holanda (atual
Recife) entre 1637-1644.
 Algumas medidas de destaque da sua administração foram a aliança com a elite açucareira
nordestina, fornecendo crédito aos fazendeiros e a concessão de liberdade religiosa na colônia,
em lugar da obrigatoriedade de professar o credo católico, imposto pelo governo português.
 Além do interesse no domínio da produção açucareira, Nassau trouxe consigo uma equipe
composta por pintores, arquitetos, escritores, naturistas, médicos, astrólogos, e outros
profissionais envolvidos nos projetos das missões artísticas e científicas, as primeiras vindas ao
Brasil.
 Durante seu governo, a cidade do Recife sofreu uma verdadeira reformulação urbana com a
construção, dentre outras obras, de jardins, lagos artificiais e um palácio para sua acomodação.
A saída dos holandeses
 Mesmo com o fim da União Ibérica, os holandeses se recusaram a sair do Nordeste.
 Portugal e Holanda entraram em guerra e a luta contra os holandeses no Nordeste brasileiro foi
iniciada pelos próprios senhores de engenho da região.
 A luta se arrastaria por cerca de dez anos. As batalhas mais importantes foram as de Guararapes
(1648 e 1649) e a de Campina do Taborda (1654).
 Mas a expulsão definitiva dos holandeses teve início em junho de 1645, em Pernambuco, através da
eclosão de uma insurreição popular liderada pelo paraibano André Vidal de Negreiros, pelo senhor de
engenho João Fernandes Vieira, pelo índio Felipe Camarão e pelo negro Henrique Dias. A chamada
Insurreição Pernambucana chegou ao fim em 1654, tendo libertado o Nordeste brasileiro do
domínio holandês.
 Porém, a expulsão dos holandeses do território brasileiro teria um impacto negativo sobre a
economia colonial.
 Durante o período em que estiveram no Nordeste, os holandeses tomaram conhecimento de todo o
ciclo da produção do açúcar e conseguiram aprimorar os aspectos técnicos e organizacionais do
empreendimento.
 Quando foram expulsos do Brasil, instalaram-se nas Antilhas organizando nesse local uma próspera
indústria açucareira.
O Ciclo do Ouro: século XVIII
 Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de
organizar sua extração.
 Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por
uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto. O quinto nada mais era do
que um imposto cobrado pela coroa portuguesa e correspondia a 20% de todo ouro
encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição.
 A descoberta de ouro e o início da exploração da minas nas regiões auríferas (Minas
Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocou uma verdadeira "corrida do ouro" para estas
regiões. Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões do país
partiram em busca do sonho de ficar rico da noite para o dia.
Desenvolvimento urbano nas
cidades mineiras
 Cidades começaram a surgir e o desenvolvimento urbano e cultural aumentou muito
nestas regiões. Foi neste contexto que apareceu um dos mais importantes artistas
plásticos do Brasil: Aleijadinho.
 Vários empregos surgiram nestas regiões, diversificando o mercado de trabalho na
região aurífera. Igrejas foram erguidas em cidades como Vila Rica (atual Ouro
Preto), Diamantina e Mariana.
 Para acompanhar o desenvolvimento da região sudeste, a capital do país foi
transferida de Salvador para o Rio de Janeiro.
Revoltas Coloniais e Conflitos
 Em função da exploração exagerada da metrópole ocorreram várias revoltas e conflitos neste período:

 - Guerra dos Emboabas: os bandeirantes queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que
encontraram. Entraram em choque com os paulistas que estavam explorando o ouro das minas.
 - Revolta de Filipe dos Santos: ocorrida em Vila Rica, representou a insatisfação dos donos de minas de
ouro com a cobrança do quinto e das Casas de Fundição. O líder Filipe dos Santos foi preso e
condenado a morte pela coroa portuguesa.
 - Guerra dos Mascates - ocorrida entre 1710 e 1711 na capitania de Pernambuco, foi uma rebelião
nativista pela disputa de poder político entre as cidades de Olinda e Recife. O conflito ocorreu,
principalmente, entre a aristocracia açucareira de Olinda e os mascates (comerciantes portugueses)
de Recife.
 - Inconfidência Mineira (1789): liderada por Tiradentes , os inconfidentes mineiros queriam a
libertação do Brasil de Portugal. O movimento foi descoberto pelo rei de Portugal e os líderes
condenados.
Jesuítas
 No período da colonização do Brasil, uma “ordem” de cunho religioso cumpriu papel
de grande relevância para a chamada organização social da colônia: a Companhia
de Jesus – os jesuítas- assim que eram popularmente conhecidos.
 Liderados pelo Manoel de Nóbrega, os jesuítas chegaram por aqui por volta do ano
de 1549 juntamente com Tomé de Souza – primeiro governador geral que havia sido
mandado pelo país de Portugal.
Jesuítas
 A primeira demanda que ficou a cargo deles – os jesuítas –
assim que chegaram ao Brasil era a de catequizar e de
evangelizar com o objetivo de fazer os indígenas daquele
local se tornar cristãos.
 Já na Europa, a principal tarefa dos jesuítas era impedir o
aumento dos protestantes.
 Mas a partir daí precisariam resolver um impasse: para que
fosse possível realizar a catequização, era preciso que os
índios soubessem falar a língua portuguesa, pois precisariam
fazer a leitura das passagens bíblicas e os ensinamentos da
religião católica.
Jesuítas
 Além de repassar os ensinamentos católicos para os indígenas, os jesuítas também
davam estas aulas para filhos dos colonos e também para os senhores do engenho.
Mais adiante, os “professores” fundaram colégios ao redor do país.
 O colégio mais conhecido, Colégio de São Paulo, deu origem ao município de São
Paulo de Piratininga, onde se localiza hoje a cidade de mesmo nome – que é
atualmente a maior cidade da América Latina.
Os jesuítas
 O lado obscuro desta época era a educação que por muitas vezes era muito rígida.
Nos casos em que alguma norma era descumprida, os indígenas recebiam punições
dos jesuítas, e estes castigos costumavam ser físicos.
 Entre os mais utilizados, estava a prática de bater nas mãos dos alunos com algum
instrumento.
 Na região das Missões – que fica localizada na região sul do Brasil – jesuítas
moravam em algumas vezes com dezenas e até milhares de índios, foi então que
sentiram a necessidade de em determinados momentos pararem com as punições
físicas.
Os jesuítas
 Os Jesuítas também tinham o objetivo de
mudar os hábitos dos índios.
 O que eles queriam era que os indígenas
vivessem conforme a cultura da Europa, e
principalmente: que incorporassem o ritmo
e a disciplina dos europeus no que dissesse
respeito ao trabalho. Este processo gerou o
nome de “aculturação”.
Os jesuítas: conflitos
 Nas décadas iniciais do processo de colonização, havia uma grande dificuldade para
conseguir a mão de obra dos escravos africanos, o que acabou servindo de pretexto
para que muitos colonos buscassem esta força de trabalho nos índios.
 Em um primeiro momento os jesuítas resistiram a esta ideia, uma vez que toda esta
transformação (a transformação dos índios virarem escravos) poderia dificultar
muito os ensinamentos sobre a religião.
Os jesuítas: conflitos
 Não só uma área protegida por colonos eram as missões. A região
também contribuiu para que os jesuítas passassem a enriquecer com a
exploração dos índios. Passou a haver uma forte comercialização na
região das missões, o que resultou em um acúmulo de fortunas por
parte dos jesuítas.
 Conquistaram também a posse de grandes extensões de propriedades
de terras e de engenhos. Porém, na segunda metade daquele século
(século XVIII) a permanência dos jesuítas aqui amargou um golpe.
 O renomado Marquês de Pombal – que era ministro – tomou a decisão
de expulsar os jesuítas do país pelo motivo de que eles haviam
conquistado uma grande independência econômica e política
utilizando-se da catequese.
 A decisão pela expulsão por parte do ministro da época se deu em
decorrência das Guerras Guaraníticas, na qual os padres da região das
missões, localizada no sul do Brasil armaram os indígenas e foram
contra a soberania portuguesa, culminando em uma guerra bastante
sangrenta.
Os jesuítas: colaborações
 Apesar da guerra, a semente religiosa trazida pelos jesuítas ainda encontra-se em
diversos lugares na sociedade atual, como por exemplo:
 Escolas tradicionais espalhadas por todo o território nacional;
 Instituições de curso superior presentes no Brasil; que até hoje são administradas por
gestores que fazem parte da Igreja Católica
 Outro ponto importante a ser considerado, é a de que a comercialização dos bens dos
jesuítas resultou em muitas rendas para a corte portuguesa, fazendo com que ficasse
evidente que a influência espiritual por parte dos jesuítas havia sido transformada
também em um grande potencial econômico.
Os bandeirantes
 Os bandeirantes eram os sertanistas da época do Brasil Colônia.
 A partir do século XVI, eles exploravam os sertões do país à procura de riquezas
(principalmente a prata, que poderia ser encontrada em abundância em toda a
América Espanhola), índios para escravizar e extermínio de quilombos.
Expansão territorial: bandeiras e
bandeirantes
 Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do
território brasileiro além do Tratado de Tordesilhas.
 Os bandeirantes penetram no território brasileiro, procurando
índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes.
 Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras minas de
ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
A importância dos bandeirantes
 Os bandeirantes saiam de São Vicente e São Paulo e adentravam o interior do país,
indo por estradas perigosas, florestas e seguindo o caminho dos rios (o Tietê foi um
dos mais usados naquela época, sendo uma das principais vias para chegar ao
interior de São Paulo).
 Essas explorações que eles faziam frequentemente ficaram conhecidas como
Bandeiras ou Entradas.

•Entradas: tratava-se das expedições que eram organizadas pelo próprio governo, as oficiais.
•Bandeiras: ao contrário da anterior, essas expedições eram organizadas e financiadas por particulares, como
os senhores de engenho, comerciantes, proprietários de minas, entre outros.
Os bandeirantes
 O objetivo principal dessas expedições era procurar por minérios preciosos e
capturar indígenas.
 Entretanto, esses homens ganharam notoriedade na história por conquistarem uma
grande parte do Brasil.
 Alguns deles chegaram ainda mais longe, fora do território nacional, em países
como Uruguai e Bolívia.
Os bandeirantes
 A partir do século XVII, os portugueses passaram a se Alguns dos bandeirantes que ganharam
interessar apenas pela busca de pedras preciosas destaque nessa ocasião:
e ouro, deixando as demais atividades em segundo Bartolomeu Bueno da Veiga;
plano. Antonio Pedroso;
Nicolau Barreto;
 Foi aí que os bandeirantes Manuel Borda Gato e
Francisco Bueno;
Fernão Dias Pais desbravaram o estado de Minas
Antonio Raposo Tavares;
Gerais em busca por essas riquezas.
Jerônimo Leitão.
 Pouco tempo depois, outros bandeirantes
ultrapassaram a linha do Tratado de Tordesilhas e
encontraram ainda mais ouro.
 Muitos homens aventuravam-se a seguir os
bandeirantes em suas buscas, permanecendo nos
estados do Mato Grosso e Goiás, e daí foram sendo
formadas as primeiras cidades daquela região.
Os bandeirantes: conclusão
 Diante dos fatos, podemos concluir que os
bandeirantes foram muito mais do que simples
exploradores e caçadores de riquezas.
 Eles foram um dos principais responsáveis pela
expansão de todo o território brasileiro,
ultrapassando as barreiras do Tratado de
Tordesilhas.
 Entretanto,eles também contribuíram com o
regime de escravidão que era mantido na época
do Brasil Colônia, agindo com violência contra
escravos foragidos e capturando indígenas para
trabalharem nesse regime de escravidão.
Jesuítas vs Bandeirantes
 Durante toda essa trajetória o povo jesuíta, através da sua missão evangelizadora,
encampou grande parte dos indígenas que, através da prestação de trabalho de
manutenção, tinham em troca educação religiosa.
 Ao longo dos anos, certas regiões católicas vieram a fazer parte da economia interna,
desde que houvesse ajuda no desenvolvimento agropecuário ou outras funções
relacionadas ao extrativismo. Assim, passaram a exercer uma dupla funcionalidade:
econômica e religiosa.
 Em contraponto a boa situação vivida dentro da colônia, fora dela, os donos das terras
litorâneas tinhas dificuldade em aumentar os seus lucros pela falta de mão de obra, já
que o valor para adquiri-los era elevado e nem sempre eles acatavam a demanda local.
Então, é aí que entram os bandeirantes.
Jesuítas vs Bandeirantes
 Com a missão de vender o povo indígena, supririam a falta de escravos e ainda
lucrariam, e muito, com o negócio. No entanto, nem tudo saiu como o planejado.
Em função do risco de vida eminente e de alguns resistirem ao serviço, os
bandeirantes se viram obrigados a atacar os jesuítas com a finalidade de angariar
mão de obra de qualidade, já que os índios eram acostumados a uma rotina árdua
diária.
 Dessa forma, a rivalidade entre jesuítas x bandeirantes assinalou uma das mais
implacáveis disputas que perdurou do século XVII ao XVIII.
 De vez em quando, um dos lados apelava para a Coroa Portuguesa na tentativa de
resolver essa já cansativa e rotineira discussão. Se de um lado tinha os
colonizadores, que faziam crítica à falta de apoio do comando colonial, pelo outro
estavam os jesuítas, os quais recorriam à autoridade da Igreja, em união com o
Estado, a fim de apontarem os mais desprezíveis abusos dos bandeirantes.
Os tropeiros
 O trabalho dos tropeiros foi de fundamental importância neste período, pois eram eles os responsáveis pelo
abastecimento de animais de carga, alimentos (carne seca, principalmente) e outros mantimentos que não
eram produzidos nas regiões mineradoras.
 Os percursos podiam durar várias semanas e envolvendo regiões do Sul, Sudeste e Cento-Oeste do Brasil.
Essa atividade existiu desde o século 17 até início do século 20.
 A partir do século 18, pequenos povoados começaram a surgir ao longo do trajeto das tropas, principalmente
no Sul e Sudeste, onde os tropeiros paravam para trocar mercadorias e o gado podia pastar.
 O comércio nesses povoados desenvolvia-se naturalmente para atender as tropas, ao mesmo tempo em que
os tropeiros levavam e traziam mercadorias para esses povoados. Os tropeiros prestaram, assim, importante
contribuição ao desenvolvimento das regiões por onde passaram e foram responsáveis pela integração
econômica e cultural entre muitas regiões longínquas do Brasil Colônia, com o aparecimento de vilas,
freguesias e cidades.
Os tropeiros
 Em direção a Minas Gerais, o transporte era feito no lombo de animais devido aos acidentes geográficos da região, o que,
conseqüentemente, dificultava o transporte.
 O tropeiro iniciava-se na profissão por volta dos 10 anos, acompanhando o pai, que era o negociante (compra e venda de
animais) e o condutor da tropa.
 Usava chapelão de feltro preto, cinza ou marrom, de abas viradas, camisa de cor similar ao chapéu de pano forte, capa
e/ou manta com uma abertura no centro, jogada sobre o ombro, botas de couro flexível que chegavam até o meio da
coxa para proteção nos terrenos alagados, nas matas em dias de chuva.
 A alimentação dos tropeiros era constituída basicamente por toucinho, feijão, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e
coité (um molho de vinagre com fruto cáustico espremido).
 Nos pousos, comiam feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho (feijão tropeiro), que era servido
com farofa e couve picada. Já as bebidas alcoólicas só eram permitidas em ocasiões especiais: nos dias muitos frios
tomavam um pouco de cachaça para evitar constipação e como remédio para picada de insetos.
Os tropeiros
 O cavalo do tropeiro levava uma sela apetrechada com uma
sacola, para guardar sua capa e ferramentas do uso diário.
 O resto da tropa era composta por muares (burros ou
mulas), que formavam a fila de cargueiros à sua
retaguarda.
 Esses animais eram responsáveis por carregar a
“malotagem” composta pelos apetrechos e arreios
necessários de cada animal no acondicionamento da carga
e pela bruaca (bolsões de couro que eram colocados sobre
a cangalha e serviam para guardar comida e mercadoria).
Os tropeiros

 Em torno dessa atividade primitiva nasceram e viveram com


largueza várias profissões e indústrias organizadas, como a de
"rancheiro", proprietários de "rancho" ou alojamento em que
pousavam as tropas.
 Geralmente não era retribuída a hospedagem, cobrando o seu
proprietário apenas o milho e o pasto consumidos pelos
animais, porque os tropeiros conduziam cozinhas próprias.
 A profissão de ferrador também foi criada pelas necessidades
desse fenômeno econômico-social, consistindo ela em pregar
as ferraduras nos animais das tropas e acumulando
geralmente a profissão de aveitar ou veterinário.
Os tropeiros
 O tropeiro deveria ser capaz de resolver inúmeros problemas durante a viagem.
 As longas jornadas exigiam que ele fosse médico, soldado, artesão, caçador,
pescador, cozinheiro, veterinário, negociante, mensageiro e agricultor.
 Tantos ofícios exigiam um arsenal variado de instrumentos e ferramentas.
Os tropeiros
 1. Freme: espécie de canivete-suíço dos
tropeiros. Suas lâminas e pontas eram usadas
principalmente para "sangrar" cavalos e burros.
 2. Puxavante: instrumento de ferro usado para
aparar o casco do animal antes de receber a
ferradura. O tipo mais antigo tinha este formato
de foice; os mais recentes são semelhantes a pás.
 3. Pito: instrumento de ferro usado para apertar o
focinho do burro. Usado no animal a ser ferrado,
especialmente se fosse bravo ou inquieta.
 4. Holofote: lanterna do tropeiro, composta de
um gomo de taquara ou bambu, cheio de
querosene e com uma torcida de pano velho de
algodão.
 5. Ciculateira: cafeteira. Também era conhecida
como chocolateira ou ainda esculateira.
 6. Relho: chicote para animais usado ainda hoje
LÍNGUAGEM DO TROPEIRO
 O Estado de Minas Gerais, ainda Enervar: armar com taquaras o couro arreios.
guarda vestígios da influência dos para mantê-lo bem esticado.
 Ralado: animal que manca. Sem
tropeiros, não só nas ruínas, na
culinária e nas fazendas, mas também
 Jacá: grande cesto sem tampa, ferradura, gasta o casco e fere o
na linguagem do homem do campo: medindo cerca de meio metro de talão.
diâmetro e 70 centímetros de altura.
Poderia ser trançado com taquaras ou Rendidura: hérnia nos animais de

 Ancorote: barril pequeno, usado para
transporte de aguardente. Também couro de tatu. carga.
conhecido como corote.
Goitar: lutar entre amigos, empurrar Suador: almofada de paina ou palha,


 Apear: descer da montaria, e segurar de brincadeira. colocada de baixo da cangalha para
não ferir o lombo do animal.
 Arranchar: pousar, descansar no Guampa: copo ou vasilha para
 Tralha: bagagem que acompanha o
rancho. líquidos feita de chifre.
viajante, conjunto de peças de
 Arreio: peça principal do arreamento Manta: prejuízo nos negócios. Passar montaria.
de montar, que corresponde à que em uma manta é prejudicar o outro em
 Tranca-fio: correias de couro torcido
geral se chama sela. uma barganha.
usadas para unir os jacás e evitar que
 Bruaca: bolsa de couro cru usada para Picaço: Cor rara nos burros: balancem na viagem
transporte de comida e mercadorias. avermelhado com cabeça e pernas
 Zangar: estragar a carga de carne de
brancas.
 Cangalha: conjunto de peças de porco por falta de sal ou atraso na
madeira e couro, colocadas sobre o Pisadura: Ferida no lombo dos viagem.
burro para a acomodação da carga. animais de sela causada pelo roçar de
As reformas pombalinas e as
conjurações coloniais
 A partir de 1750, a colonização na América portuguesa entra em decadência.
 As arrecadações com a mineração baixam, levando a monarquia a adotar duríssimas
medidas. Medidas estas que não ficaram sem repostas.
 Passa-se a forjar a independência em relação a Portugal.
A época pombalina
 Durante o governo de D. José I (1750-1777), em 1755, o Marquês de Pombal foi nomeado
Primeiro-ministro de Portugal, neste mesmo ano, um terremoto devastador destruiu Lisboa.
 Diante de tal situação, Pombal organizou as forças de auxílio e planejou a reconstrução da
cidade, angariando com isso amplos poderes, a partir de 1756, seu poder era quase absoluto.
 Dessa forma, Pombal realizou um programa político de acordo com os princípios do
Iluminismo, se enquadrando no modelo de absolutismo ilustrado então vigente em alguns
países europeus.
 Visando a modernização do Império português, o Primeiro-ministro promoveu uma série de
reformas no Reino e nas colônias. Dentre outras medidas, Pombal reorganizou o sistema
educacional; elaborou um novo código penal; introduziu novos colonos nos domínios coloniais
portugueses e fundou a Companhia das Índias Orientais; reorganizou o Exército; fortaleceu a
Marinha portuguesa; desenvolveu a agricultura; o comércio e as finanças com base nos
princípios do mercantilismo.
 Contudo, suas reformas suscitaram grande oposição, em particular dos Jesuítas e da
aristocracia portuguesa.
As reformas pombalinas
 A colônia tinha como meta produzir riquezas (ouro, diamante e outros produtos).
 Para administrar estas riquezas, criou Companhia Geral de Comércio do Grão-
Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba.
 Institução da “derrama”, com a finalidade de obrigar os mineradores a pagarem os
impostos atrasados (a derrama era uma taxa per capita, em quilos de ouro, que a
colônia era obrigada a enviar para a metrópole, independente da real produção de
ouro).
 O Diretório dos Índios, legislação cuja função era gerir os antigos aldeamentos e
tornar os índios livres e, ao mesmo tempo, vassalos do rei, essa lei também
incentivou a miscigenação (casamentos entre colonos e índios).
 Acusando os membros da Companhia de Jesus de conspirarem contra o Estado, o
Marquês de Pombal ordenou a expulsão dos Jesuítas de todo império português,
decretando assim a emancipação dos ameríndios e transferindo para a Coroa
portuguesa o governo das Missões.

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