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Neste período não houve a colonização do Brasil, pois os portugueses não se fixaram
na terra. Após os primeiros contatos com os indígenas, muito bem relatados na
carta de Caminha, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil da Mata
Atlântica.
A Fase do pau-brasil (Fase pré-
colonial 1500-1530)
O pau-brasil tinha um grande valor no mercado europeu, pois sua seiva, de cor
avermelhada, era muito utilizada para tingir tecidos.
Para executar esta exploração, os portugueses utilizaram o escambo, ou seja,
deram espelhos, apitos, chocalhos e outras bugigangas aos nativos em troca do
trabalho (corte do pau-brasil e carregamento até as caravelas).
Os ataques
Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que
tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas (acordo entre Portugal e Espanha
que dividiu as terras recém descobertas em 1494).
Os corsários ou piratas também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil,
provocando pavor no rei de Portugal.
O medo da coroa portuguesa era perder o território brasileiro para um outro país.
Para tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as
Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.
Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias no
litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas.
O povoamento
- Guerra dos Emboabas: os bandeirantes queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que
encontraram. Entraram em choque com os paulistas que estavam explorando o ouro das minas.
- Revolta de Filipe dos Santos: ocorrida em Vila Rica, representou a insatisfação dos donos de minas de
ouro com a cobrança do quinto e das Casas de Fundição. O líder Filipe dos Santos foi preso e
condenado a morte pela coroa portuguesa.
- Guerra dos Mascates - ocorrida entre 1710 e 1711 na capitania de Pernambuco, foi uma rebelião
nativista pela disputa de poder político entre as cidades de Olinda e Recife. O conflito ocorreu,
principalmente, entre a aristocracia açucareira de Olinda e os mascates (comerciantes portugueses)
de Recife.
- Inconfidência Mineira (1789): liderada por Tiradentes , os inconfidentes mineiros queriam a
libertação do Brasil de Portugal. O movimento foi descoberto pelo rei de Portugal e os líderes
condenados.
Jesuítas
No período da colonização do Brasil, uma “ordem” de cunho religioso cumpriu papel
de grande relevância para a chamada organização social da colônia: a Companhia
de Jesus – os jesuítas- assim que eram popularmente conhecidos.
Liderados pelo Manoel de Nóbrega, os jesuítas chegaram por aqui por volta do ano
de 1549 juntamente com Tomé de Souza – primeiro governador geral que havia sido
mandado pelo país de Portugal.
Jesuítas
A primeira demanda que ficou a cargo deles – os jesuítas –
assim que chegaram ao Brasil era a de catequizar e de
evangelizar com o objetivo de fazer os indígenas daquele
local se tornar cristãos.
Já na Europa, a principal tarefa dos jesuítas era impedir o
aumento dos protestantes.
Mas a partir daí precisariam resolver um impasse: para que
fosse possível realizar a catequização, era preciso que os
índios soubessem falar a língua portuguesa, pois precisariam
fazer a leitura das passagens bíblicas e os ensinamentos da
religião católica.
Jesuítas
Além de repassar os ensinamentos católicos para os indígenas, os jesuítas também
davam estas aulas para filhos dos colonos e também para os senhores do engenho.
Mais adiante, os “professores” fundaram colégios ao redor do país.
O colégio mais conhecido, Colégio de São Paulo, deu origem ao município de São
Paulo de Piratininga, onde se localiza hoje a cidade de mesmo nome – que é
atualmente a maior cidade da América Latina.
Os jesuítas
O lado obscuro desta época era a educação que por muitas vezes era muito rígida.
Nos casos em que alguma norma era descumprida, os indígenas recebiam punições
dos jesuítas, e estes castigos costumavam ser físicos.
Entre os mais utilizados, estava a prática de bater nas mãos dos alunos com algum
instrumento.
Na região das Missões – que fica localizada na região sul do Brasil – jesuítas
moravam em algumas vezes com dezenas e até milhares de índios, foi então que
sentiram a necessidade de em determinados momentos pararem com as punições
físicas.
Os jesuítas
Os Jesuítas também tinham o objetivo de
mudar os hábitos dos índios.
O que eles queriam era que os indígenas
vivessem conforme a cultura da Europa, e
principalmente: que incorporassem o ritmo
e a disciplina dos europeus no que dissesse
respeito ao trabalho. Este processo gerou o
nome de “aculturação”.
Os jesuítas: conflitos
Nas décadas iniciais do processo de colonização, havia uma grande dificuldade para
conseguir a mão de obra dos escravos africanos, o que acabou servindo de pretexto
para que muitos colonos buscassem esta força de trabalho nos índios.
Em um primeiro momento os jesuítas resistiram a esta ideia, uma vez que toda esta
transformação (a transformação dos índios virarem escravos) poderia dificultar
muito os ensinamentos sobre a religião.
Os jesuítas: conflitos
Não só uma área protegida por colonos eram as missões. A região
também contribuiu para que os jesuítas passassem a enriquecer com a
exploração dos índios. Passou a haver uma forte comercialização na
região das missões, o que resultou em um acúmulo de fortunas por
parte dos jesuítas.
Conquistaram também a posse de grandes extensões de propriedades
de terras e de engenhos. Porém, na segunda metade daquele século
(século XVIII) a permanência dos jesuítas aqui amargou um golpe.
O renomado Marquês de Pombal – que era ministro – tomou a decisão
de expulsar os jesuítas do país pelo motivo de que eles haviam
conquistado uma grande independência econômica e política
utilizando-se da catequese.
A decisão pela expulsão por parte do ministro da época se deu em
decorrência das Guerras Guaraníticas, na qual os padres da região das
missões, localizada no sul do Brasil armaram os indígenas e foram
contra a soberania portuguesa, culminando em uma guerra bastante
sangrenta.
Os jesuítas: colaborações
Apesar da guerra, a semente religiosa trazida pelos jesuítas ainda encontra-se em
diversos lugares na sociedade atual, como por exemplo:
Escolas tradicionais espalhadas por todo o território nacional;
Instituições de curso superior presentes no Brasil; que até hoje são administradas por
gestores que fazem parte da Igreja Católica
Outro ponto importante a ser considerado, é a de que a comercialização dos bens dos
jesuítas resultou em muitas rendas para a corte portuguesa, fazendo com que ficasse
evidente que a influência espiritual por parte dos jesuítas havia sido transformada
também em um grande potencial econômico.
Os bandeirantes
Os bandeirantes eram os sertanistas da época do Brasil Colônia.
A partir do século XVI, eles exploravam os sertões do país à procura de riquezas
(principalmente a prata, que poderia ser encontrada em abundância em toda a
América Espanhola), índios para escravizar e extermínio de quilombos.
Expansão territorial: bandeiras e
bandeirantes
Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do
território brasileiro além do Tratado de Tordesilhas.
Os bandeirantes penetram no território brasileiro, procurando
índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes.
Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras minas de
ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
A importância dos bandeirantes
Os bandeirantes saiam de São Vicente e São Paulo e adentravam o interior do país,
indo por estradas perigosas, florestas e seguindo o caminho dos rios (o Tietê foi um
dos mais usados naquela época, sendo uma das principais vias para chegar ao
interior de São Paulo).
Essas explorações que eles faziam frequentemente ficaram conhecidas como
Bandeiras ou Entradas.
•Entradas: tratava-se das expedições que eram organizadas pelo próprio governo, as oficiais.
•Bandeiras: ao contrário da anterior, essas expedições eram organizadas e financiadas por particulares, como
os senhores de engenho, comerciantes, proprietários de minas, entre outros.
Os bandeirantes
O objetivo principal dessas expedições era procurar por minérios preciosos e
capturar indígenas.
Entretanto, esses homens ganharam notoriedade na história por conquistarem uma
grande parte do Brasil.
Alguns deles chegaram ainda mais longe, fora do território nacional, em países
como Uruguai e Bolívia.
Os bandeirantes
A partir do século XVII, os portugueses passaram a se Alguns dos bandeirantes que ganharam
interessar apenas pela busca de pedras preciosas destaque nessa ocasião:
e ouro, deixando as demais atividades em segundo Bartolomeu Bueno da Veiga;
plano. Antonio Pedroso;
Nicolau Barreto;
Foi aí que os bandeirantes Manuel Borda Gato e
Francisco Bueno;
Fernão Dias Pais desbravaram o estado de Minas
Antonio Raposo Tavares;
Gerais em busca por essas riquezas.
Jerônimo Leitão.
Pouco tempo depois, outros bandeirantes
ultrapassaram a linha do Tratado de Tordesilhas e
encontraram ainda mais ouro.
Muitos homens aventuravam-se a seguir os
bandeirantes em suas buscas, permanecendo nos
estados do Mato Grosso e Goiás, e daí foram sendo
formadas as primeiras cidades daquela região.
Os bandeirantes: conclusão
Diante dos fatos, podemos concluir que os
bandeirantes foram muito mais do que simples
exploradores e caçadores de riquezas.
Eles foram um dos principais responsáveis pela
expansão de todo o território brasileiro,
ultrapassando as barreiras do Tratado de
Tordesilhas.
Entretanto,eles também contribuíram com o
regime de escravidão que era mantido na época
do Brasil Colônia, agindo com violência contra
escravos foragidos e capturando indígenas para
trabalharem nesse regime de escravidão.
Jesuítas vs Bandeirantes
Durante toda essa trajetória o povo jesuíta, através da sua missão evangelizadora,
encampou grande parte dos indígenas que, através da prestação de trabalho de
manutenção, tinham em troca educação religiosa.
Ao longo dos anos, certas regiões católicas vieram a fazer parte da economia interna,
desde que houvesse ajuda no desenvolvimento agropecuário ou outras funções
relacionadas ao extrativismo. Assim, passaram a exercer uma dupla funcionalidade:
econômica e religiosa.
Em contraponto a boa situação vivida dentro da colônia, fora dela, os donos das terras
litorâneas tinhas dificuldade em aumentar os seus lucros pela falta de mão de obra, já
que o valor para adquiri-los era elevado e nem sempre eles acatavam a demanda local.
Então, é aí que entram os bandeirantes.
Jesuítas vs Bandeirantes
Com a missão de vender o povo indígena, supririam a falta de escravos e ainda
lucrariam, e muito, com o negócio. No entanto, nem tudo saiu como o planejado.
Em função do risco de vida eminente e de alguns resistirem ao serviço, os
bandeirantes se viram obrigados a atacar os jesuítas com a finalidade de angariar
mão de obra de qualidade, já que os índios eram acostumados a uma rotina árdua
diária.
Dessa forma, a rivalidade entre jesuítas x bandeirantes assinalou uma das mais
implacáveis disputas que perdurou do século XVII ao XVIII.
De vez em quando, um dos lados apelava para a Coroa Portuguesa na tentativa de
resolver essa já cansativa e rotineira discussão. Se de um lado tinha os
colonizadores, que faziam crítica à falta de apoio do comando colonial, pelo outro
estavam os jesuítas, os quais recorriam à autoridade da Igreja, em união com o
Estado, a fim de apontarem os mais desprezíveis abusos dos bandeirantes.
Os tropeiros
O trabalho dos tropeiros foi de fundamental importância neste período, pois eram eles os responsáveis pelo
abastecimento de animais de carga, alimentos (carne seca, principalmente) e outros mantimentos que não
eram produzidos nas regiões mineradoras.
Os percursos podiam durar várias semanas e envolvendo regiões do Sul, Sudeste e Cento-Oeste do Brasil.
Essa atividade existiu desde o século 17 até início do século 20.
A partir do século 18, pequenos povoados começaram a surgir ao longo do trajeto das tropas, principalmente
no Sul e Sudeste, onde os tropeiros paravam para trocar mercadorias e o gado podia pastar.
O comércio nesses povoados desenvolvia-se naturalmente para atender as tropas, ao mesmo tempo em que
os tropeiros levavam e traziam mercadorias para esses povoados. Os tropeiros prestaram, assim, importante
contribuição ao desenvolvimento das regiões por onde passaram e foram responsáveis pela integração
econômica e cultural entre muitas regiões longínquas do Brasil Colônia, com o aparecimento de vilas,
freguesias e cidades.
Os tropeiros
Em direção a Minas Gerais, o transporte era feito no lombo de animais devido aos acidentes geográficos da região, o que,
conseqüentemente, dificultava o transporte.
O tropeiro iniciava-se na profissão por volta dos 10 anos, acompanhando o pai, que era o negociante (compra e venda de
animais) e o condutor da tropa.
Usava chapelão de feltro preto, cinza ou marrom, de abas viradas, camisa de cor similar ao chapéu de pano forte, capa
e/ou manta com uma abertura no centro, jogada sobre o ombro, botas de couro flexível que chegavam até o meio da
coxa para proteção nos terrenos alagados, nas matas em dias de chuva.
A alimentação dos tropeiros era constituída basicamente por toucinho, feijão, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e
coité (um molho de vinagre com fruto cáustico espremido).
Nos pousos, comiam feijão quase sem molho com pedaços de carne de sol e toucinho (feijão tropeiro), que era servido
com farofa e couve picada. Já as bebidas alcoólicas só eram permitidas em ocasiões especiais: nos dias muitos frios
tomavam um pouco de cachaça para evitar constipação e como remédio para picada de insetos.
Os tropeiros
O cavalo do tropeiro levava uma sela apetrechada com uma
sacola, para guardar sua capa e ferramentas do uso diário.
O resto da tropa era composta por muares (burros ou
mulas), que formavam a fila de cargueiros à sua
retaguarda.
Esses animais eram responsáveis por carregar a
“malotagem” composta pelos apetrechos e arreios
necessários de cada animal no acondicionamento da carga
e pela bruaca (bolsões de couro que eram colocados sobre
a cangalha e serviam para guardar comida e mercadoria).
Os tropeiros