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No que diz respeito a trajetória histórica, por um lado, o império colonial espanhol
estava centralizado em Lima, sede do Vice-Reinado do Peru, na região sul-americana. Este era o
principal porto de saída das riquezas minerais descobertas na serra. As minas de Potosí, no Alto
Peru (atual Bolívia), descobertas em 1545, com suas enormes reservas de prata apenas
contribuiu ainda mais para a fixação da população europeia nas montanhas. A chegada dos
Espanhóis no Planalto de Bogotá, distantes centenas de quilômetros tanto do Pacífico quanto
do Atlantico, com suas terras férteis, clima fresco e ouro também atraíram os europeus às
alturas. Por outro lado, durante mais de dois séculos em vão Portugueses percorreram os
sertões para achar um “outro Peru”, o que não ocorreria até a descoberta de ouro nas Minas
Gerais, Mato Grosso e Goiás. Os espanhóis, então, por acharem riquezas minerais no Vice-
Reinado do Peru não se furtam adentrar território além dos Andes de maneira significativa,
razão esta pela qual os Portugueses vieram a ocupar tanto a região amazônica quanto interior
do que hoje é o Brasil.
No que tange a região amazônica, ainda convém ressaltar razões de geografia fluvial.
Desde o começo do processo de colonização, os portugueses se apossaram das melhores
portas de entrada da planície. Pelo Sul, as trilhas dos bandeirantes e as rotas das monções que
conduzia ao rio Cuiabá ao Guaporé após um breve percurso terrestre. Pelo Norte, a ocupação
da foz do Amazonas. As vantagens geográficas portuguesas eram inversamente proporcionais
aos dos Espanhóis, sendo extremamente difícil o deslocamento para Amazônia a partir da
costa do Pacífico e dos centros urbanos das regiões andinas.
No Cento-Oeste, por estarem mais perto, houve alguma resistência à ocupação
Portuguesa. No atual Paraguai, ocorreram choques entre frentes bandeirantes e as missões.
Ainda assim, resta o questionamento do porquê os espanhóis não terem reforçado
militarmente determinadas regiões, como a zona de Cuiabá, ao conheceram a penetração luso-
brasileira. Apesar de ser possível falar na dificuldade de calcular longitudes á época, faltou
decisão aos espanhóis de não fazer valer a força no momento em que eram mais poderosos.
No contexto do século XVIII, já era um reino enfraquecido por crises e guerras e com a noção
de que não possuíam as condições devidas de povoar o centro do continente.
Já no Sul, o cenário é bastante distinto por se tratar de uma área bem menor e muito
mais importante: Colônia do Santíssimo Sacramento. Sua história se vincula à de Buenos Aires,
a única possessão espanhola do lado atlântico da América do Sul. Foi justamente em torno do
Prata que se deram os conflitos mais importantes. A política de ocupação do atual sul do Brasil
esteve no centro das tentativas portuguesas de estender as fronteiras brasileiras antes da
fundação de Colônia, como o estabelecimento de Laguna em 1676 enquanto núcleo irradiador.
Posteriormente, houve a fundação, em 1737, da colônia militar Jesus, Maria e José (Rio
Grande). Ao nunca terem ocupado efetivamente a região do Uruguai, no entanto, os esforços
não foram o bastante para impedir as ocupações espanholas e o cerco de 1735. Nesta região,
os espanhóis não cederiam e não faltavam motivos dado o risco de contrabando da prata
andina. Muito embora os portugueses houvessem se fixado em Rio Grande, por volta de
meados do século XVIII já não existiam esperanças entre lusitanas de fazer do Rio da Prata a
divisa sul do Brasil. Os espanhóis dominavam maior parte das regiões intermediárias com suas
bases de expansão em Montevidéu e Maldonado. Colônia do Sacramento estava isolada e
dificilmente poderia se tornar uma ponta de lança da ocupação portuguesa
O único que conheceu efetiva prosperidade foi região do Maranhão dado a cuidadosa
atenção oferecida pelo governo português nos tempos do Marques de Pombal cujas criação de
uma companhia de comércio buscou financiar o desenvolvimento da região. A modificação do
mercado mundial de produtos tropicais ocasionada pelas guerras de independência dos EUA e
revolução industrial inglesa. O algodão era um produto tropical que crescia em intensidade
devido a demanda da crescente indústria têxtil inglesa. Em paralelo, o arroz também outro
produto visado por ser consumido principalmente no sul da Europa. A produção maranhense
encontrou condições adequada para se desenvolver e se capitalizar adequadamente. Com
exceção do núcleo maranhense, todo o resto da economia colonial atravessou uma etapa de
sérias restrições nas ultimas décadas do século
Ainda assim, um conjunto de fatores externos no começo do século XIX oferece a
colônia uma circunstancial prosperidade. Se juntou aos reflexos da guerra de independência
dos EUA sob a região maranhense os impactos da revolução francesa sobre as possessões
coloniais francesas – sobretudo com o colapso da economia açucareira nas Antilhas Francesas
proporcionado pela revolução haitiana. Além disso, somou-se as consequências das guerras
napoleônicas para a desarticulação do império colonial espanhol devido ao bloqueio e contra
bloqueio no continente Europeu. O valor das exportações de açúcar mais que duplicou no
período e a procura pelo algodão ao qual se dedicou a produção do nordeste, seguindo a
região do Maranhão. Todos os produtos da colônia se beneficiaram de elevações temporária
de preço. Uma prosperidade que, no entanto, era precária e dependente de condições
anormais do mercado mundial de produtos tropicais.