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BRASIL: DA FORMAÇÃO À LIDERANÇA

LEONIDAS MEDEIROS JR.

RESUMO: As muitas "aventuras" vividas por aqueles que vieram para a recém
descoberta Terra de Vera Cruz, desde sempre foram definindo nosso país e suas
dimensões, o que por diversas vezes misturava os espaços territoriais, hoje definidos.
Apontar um ordenamento clássico tornou-se impossível, melhor definir esta
consolidação de limites, como uma metamorfose continental. A interessante formação
do polígono hoje denominado Brasil, teve diversos autores que apareceram conforme
citação cronológica que é apresentada. Pôde-se observar, portanto, o quão custoso foi o
conceito de criação da América Latina e, ainda, a suave hegemonia brasileira, neste
vasto aglomerado de terras, a fim de acertar seus limites, fronteiras e divisões.
Contextualizando o período, o texto busca sensibilizar o leitor das tendências de
liderança brasileira na América do Sul e das dificuldades de se tratar a segurança de um
território que já nasceu com características próprias e desafiadoras, no estabelecimento
de um conceito de defesa, correlacionado a um sutil conceito geopolítico. A negociação
buscando romper fronteiras, com fundação de comissões e de alguns mecanismos de
desenvolvimento e acordos internacionais, na tentativa de integrar o continente, através
de acordos, comunidades e tratados regionais, demonstra, ainda que de forma
subliminar, as capacidades nacionais de se desenvolver uma indústria de defesa em
nosso continente.

Palavras-chave: liderança brasileira; governança de fronteira; segurança internacional.

BRASILIA
NOVEMBRO 2022
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Introdução

O Brasil é o maior país da América do Sul, com um território de 8.515.767


km2, que se estende por cerca de 47% da porção centro-oriental do continente sul-
americano. Possui 23.086 km de fronteiras, conforme a tabela abaixo, sendo 16.885,7
km de limite terrestre com nove países: Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru,
Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, e com o Departamento Ultramarino Francês
da Guiana, e banhado a leste pelo Oceano Atlântico perfazendo 7.367 km de fronteira
marítima. (Fonte: IBGE, Diretoria de Geociências, Departamento de Cartografia 2013).

Possuindo fronteira com essas nações, 11 Unidades da Federação estão


envolvidas, com uma faixa de fronteira de 150 km de largura (definida pela Lei no
6.634/1979), onde encontram-se 588 municípios e 27% do território nacional.

A América do Sul tem uma história comum de colonização, divididas pelo foco
dos conquistadores. Enquanto os espanhóis buscaram se instalar no Prata, no Caribe e
nos Andes, os portugueses optaram pelo litoral atlântico, a fim de praticar o
extrativismo e plantação, ambos disputando uma área de 17 819 100 km2 (+ 12% da
superfície da terra), que hoje representa algo em torno de 6% da população mundial.

O texto de Bandeira (2009, p.103) escrito para apresentação no Seminário


sobre Integração da América do Sul, promovido pela FUNAG-IPRI, no dia 23 de julho
de 2009, no salão nobre da biblioteca do Palácio Itamaraty, sobre “A integração da
América do Sul como espaço geopolítico” foi muito eficiente e nos apresenta um
resumo cronológico muito adequado, contendo a sequência de acontecimentos
históricos no assunto da geopolítica e política exterior do Brasil e a América do Sul, que
será o orientador desta referência do artigo.

Desde que a América começou a ser ocupada pelas nações ibéricas, no


primeiro movimento de apropriação pelos europeus, iniciou-se a divisão político-
administrativa do Brasil. Os reis católicos de Aragão e Castela e o rei de Portugal com a
divisão que fizeram entre si pela conquista dos territórios descobertos e dos que viriam a
descobrir, assinaram em 1494, o tratado na cidade de Tordesilhas, denominado
Capitulação da partição do mar Oceano, popularmente conhecido como Tratado de
Tordesilhas. Segundo este tratado as “novas terras” localizadas a leste de um meridiano
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traçado a partir das ilhas de Cabo Verde 370 léguas a oeste, pertenceriam à Portugal, já
as terras localizadas a oeste deste meridiano pertenceriam à Espanha (VIANNA, 1948).

Entretanto, diversas dificuldades surgiram para a correta aplicação do


acordado: a indefinição no texto do tratado de qual das ilhas do arquipélago de Cabo
Verde seria usada como partida para a contagem das léguas, a impossibilidade técnica
da determinação exata da longitude, a grande dificuldade em determinar a hora em alto-
mar, além do que, não havia um consenso em relação ao tamanho da Terra, o que
influenciava no tamanho da légua, já que essa medida era formada a partir de uma
fração do grau do meridiano terrestre. Essas dificuldades permitiram o avanço efetivo
por parte dos portugueses em direção ao interior do continente, ampliando seus
domínios na América através do processo de posse efetiva, assentado pelo direito
natural de soberania sobre as terras efetivamente ocupadas.

As Capitanias Hereditárias, primeira divisão interna do Brasil em 14 fatias, a


partir da doação entre os anos de 1534 a 1536, somadas à primeira capitania que Dom
Manuel doou ao armador Fernão de Noronha, desde 1504. Acrescentava-se a isso o
direito de conceder sesmarias em suas capitanias.

Os que chegaram para ocupar a América portuguesa se organizaram em torno


de núcleos de povoamento, denominados de Arraiais. Esses núcleos evoluíam
economicamente, ganhavam aportes populacionais e assumiam gerência própria,
passando à categoria de Freguesias (paróquias). Passava então a ter uma área
delimitada, cartório e um padre residindo permanentemente na igreja, daí era elevada à
categoria de Vila, onde se criava uma câmara municipal. Para ir à categoria de Cidade
quase nenhuma mudança era preciso, podendo ainda, conforme seu tamanho
populacional, abarcar uma comarca.

As vilas do Brasil eram como “ilhas de povoamento”, dado seu isolamento.


Suas áreas interiores eram desconhecidas e habitadas por indígenas que resistiam à
ocupação. Era clara a dificuldade do governo-geral em administrar o território
brasileiro. O poder Central não conseguia dar assistência, em tempo hábil, a todas as
regiões da colônia, sendo dividido em duas sedes: uma na Bahia e outra no Rio de
Janeiro (1572 a 1577). Em 1578, voltou-se o governo-geral para a Bahia, para
novamente, de 1608 a 1612, voltar a divisão na Bahia e no Rio de Janeiro.
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Em 1612 o Maranhão foi invadido pelos franceses (criada a França Equinocial)


e expulsos em 1615, no entanto, ficou patente a dificuldade de intervenção do governo-
geral nas capitanias do norte, pois a navegação da costa Leste-Oeste era muito difícil, de
modo que a Região Norte do Brasil tinha comunicação marítima mais fácil com Lisboa
do que com Salvador. Em decorrência desses fatores, em 1621 a América portuguesa foi
dividida em dois estados: Estado do Maranhão e Grão-Pará, que abarcavam as
capitanias localizadas ao norte do cabo de São Roque até a Amazônia; e o Estado do
Brasil, abrangendo as capitanias ao sul do Rio Grande do Norte (JANCSÓ, 1994).

Paralelamente à nova divisão administrativa do território em seu conjunto, as


bandeiras que partiram de São Paulo propiciaram a ocupação de áreas no interior do
Brasil, remodelando sua divisão interna. A descoberta de minas de ouro atraiu migrantes
e forasteiros para a região que ficou conhecida como “das minas gerais”. Surgiram,
então, muitos conflitos entre os paulistas que descobriram as minas e os estrangeiros
que posteriormente ocuparam a região. Esses conflitos ficaram conhecidos como Guerra
dos Emboabas. Para dar fim a essas disputas territoriais, foi criada, em 1709, a
Capitania de São Paulo e Minas e, em 1711, ocorreu a elevação da vila de São Paulo à
categoria de cidade (HOLANDA, 1960).

No contexto dos conflitos de 1708-1709, os paulistas procuraram novas áreas


de exploração de metais preciosos e acabaram descobrindo novos veios auríferos em
Cuiabá e Goiás, ampliando sua área de influência. Dessa forma, até 1720 a Capitania de
São Paulo abrangia praticamente todo o território sul da América portuguesa
(PEREGALLI, 1950).

Em 1720, Dom João V emancipou a Capitania de Minas Gerais e Seguindo-se


a ela, foi criada a Capitania de Goiás, em 1744, e a Capitania de Mato Grosso, em 1748.
Para estabelecer a ocupação portuguesa na região do rio da Prata, em 1680, foi fundada
a Colônia do Santíssimo Sacramento, localizada na margem esquerda daquele rio. Foi
bastante tumultuado o percurso da ocupação portuguesa na região do Prata. Tomada
pelos espanhóis no mesmo ano de sua fundação, a colônia foi devolvida aos portugueses
após acordo entre as Coroas de Portugal e de Espanha. Esta cidadela foi sitiada por
quatro vezes nos períodos de 1704-1705, 1735-1737, 1763 e 1772-1777. Além disso,
foram ocupadas três vezes, em 1705-1715, 1763 e, finalmente, a partir de 1777, quando
passou aos domínios espanhóis pelo Tratado de Santo Ildefonso (HOLANDA, 1960).
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Em 1737, a região de Santa Catarina foi elevada à categoria de capitania e, em


1760, foi criada a Capitania do Rio Grande de São Pedro sob a jurisdição do Rio de
Janeiro. Esta situação perdurou até 1807, quando foi criada a Capitania-geral de São
Pedro do Rio Grande do Sul, já com seu território definido após a incorporação das
Missões Orientais do Uruguai (VIANNA, 1948).

Em 1750, Portugal e Espanha tentaram acabar com as disputas territoriais


celebrando, na cidade de Madri, um acordo de fronteiras denominado Tratado de limites
das conquistas entre os muito altos e poderosos senhores D. João V, rei de Portugal, e
D. Fernando VI, rei de Espanha, também conhecido, simplesmente, como Tratado de
Madri (VIANNA, 1948).

Na tentativa de fazer valer o tratado, com a delimitação das fronteiras ao norte,


houve uma maior integração da região do rio Preto e foi criada, em 1755, a Capitania de
São José do Javari, posteriormente denominada Capitania do Rio Negro, atual Estado do
Amazonas (HOLANDA, 1960).

Delimitado com a assinatura dos Tratados de Madri (1750) e Santo Ildefonso


(1777), os princípios do primeiro serviram de base para o acordo de limites do segundo,
o qual tratava da separação das terras espanholas das portuguesas na América. O
Tratado de Madri partiu de dois princípios: o uti possidetis, cada nação conservaria as
terras que já tivessem efetivamente ocupado; e o outro era o de coincidir os limites com
acidentes geográficos mais notáveis. Portugal entregaria à Espanha a Colônia do
Santíssimo Sacramento e em troca receberia a região ocupada pelos Sete Povos das
Missões do Uruguai. Porém, o acordo não foi cumprido e anulado pelo Tratado do
Pardo em 1760. No Tratado de Santo Ildefonso, em 1777, os portugueses perderam
definitivamente a Colônia do Santíssimo Sacramento, não foram compensados com a
região dos Sete Povos das Missões, mas obtiveram de volta a Capitania de Santa
Catarina, invadida pelos espanhóis. Em 1801, novo conflito deflagrado trouxe para os
domínios portugueses a região dos Sete Povos das Missões, que foi definitivamente
incorporado ao território do Rio Grande do Sul. Ainda, uma mudança importante, em
1763, para a definição territorial do Brasil foi a transferência da capital para a cidade do
Rio de Janeiro. Isso ocorreu no mesmo ano em que o Brasil foi elevado à categoria de
Vice-Reinado.

Na administração do Marquês de Pombal, as donatárias foram extintas e


revertidas ao controle da Coroa, por compra ou confisco, em um ritmo acelerado.
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Segundo Holanda (1960, p. 44) “Cametá, Ilha de Joanes (Marajó), Caeté, Cumá,
Itamaracá, Itaparica, Ilhéus, Paraíba do Sul e São Vicente foram adquiridas entre 1752 e
1754”. Em 1772 foi extinto o Estado do Grão-Pará e Maranhão, separando-se Maranhão
e Piauí do Pará. Por outro lado, uniram-se Pará e Rio Negro para formar o Estado do
Grão-Pará e São José do Rio Negro, com capital em Belém e diretamente subordinado à
Lisboa (JANCSÓ, 1994). Antes da Proclamação da Independência, ainda na época de
Dom João VI, ocorreram algumas mudanças na configuração do território brasileiro.
Foram elas: a separação da Capitania do Piauí da Capitania do Maranhão, em 1811; a
transferência da região do Triângulo Mineiro de Goiás para Minas Gerais, em 1816; a
criação da Capitania de Alagoas, em 1817, desmembrada da Capitania de Pernambuco;
a separação da Capitania de Sergipe da Capitania da Bahia, em 1820; e a transferência
da Comarca do Rio São Francisco para a Bahia, em 1827 (ESCOBAR, [entre 1936 e
1946]).

Com a declaração da Independência do Brasil, em 1822, as antigas capitanias


reais foram transformadas em províncias do Império do Brasil, assumindo basicamente
os mesmos contornos daquelas. À época de seu nascimento, o Império do Brasil contava
com 18 províncias: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Norte, São Pedro do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Durante
todo o período Imperial, a divisão administrativa do Brasil mudou apenas com a criação
da Província do Amazonas, em 1850, desmembrada da Província do Pará e também
com a elevação da Comarca de Curitiba à Província Independente, em 1853, com o
nome de Província do Paraná (ESCOBAR, [entre 1936 e 1946]).

Com a Proclamação da República em 1889, as antigas províncias brasileiras


passaram à categoria de estados, mantendo as mesmas fronteiras. O Império do Brasil
passou a denominar-se Estados Unidos do Brasil, seguindo o modelo americano de
governo (ANDRADE; ANDRADE, 2003). Segundo Chagas (2006 apud SALDANHA,
2001, p. 339) “o federalismo foi introduzido no Brasil juntamente com a República [...]
através do Decreto nº 1 de 15 de novembro de 1889, que previa que as províncias do
Brasil estariam reunidas pelo laço da federação, constituídas a partir dali em Estados
Unidos do Brasil”. A federação brasileira nasceu, então, com 20 estados mais o Distrito
Federal. Desde o ano de 1834, através do Ato Adicional nº 12, a cidade do Rio de
Janeiro havia sido desligada da província de mesmo nome e passado a abrigar a Corte,
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sob a forma de município neutro. A administração da província passou para a cidade de


Niterói. Com a Proclamação da República, o município neutro foi transformado na
pessoa jurídica do Distrito Federal, capital do Brasil (CASTANHA, 2006).

Ademais, para que o Brasil tivesse a conformação territorial que é conhecida


atualmente, algumas mudanças ocorreram no decorrer do Século XX. Uma delas foi a
anexação do território do atual Estado do Acre ao Brasil, em 1903, através do Tratado
de Petrópolis. Conforme este tratado, o Brasil ficava com o Território do Acre
“mediante uma indenização de dois milhões de libras esterlinas e a construção da
estrada de ferro Madeira-Mamoré, com o intuito de dar escoamento, pelo Amazonas,
aos produtos bolivianos” (ESCOBAR, [entre 1936 e 1946], p. 155). Nascido como
Território Federal, essa nova área foi incorporada ao Brasil como uma unidade político-
administrativa não vinculada a nenhum estado já existente na federação, sem autonomia
e gerida diretamente pelo poder Central e, no ano de 1962, foi elevado à condição de
estado federado.

Ainda na década de 1940, no contexto da Segunda Guerra Mundial e com a


necessidade crescente de exploração da borracha na Amazônia, durante a presidência de
Getúlio Vargas, houve a intervenção federal em alguns estados por conta da necessidade
da segurança das fronteiras, em regiões remotas, onde o poder público estadual
encontrava dificuldades em administrar. Dessa forma, criaram-se cinco Territórios
Federais, a partir do desmembramento dos Estados do Amazonas e Pará: Rio Branco,
Guaporé, Ponta Porã, Iguassú e Amapá. Desses, os que foram extintos em 1946: Ponta
Porã e Iguassú e Amapá; Rondônia (antigo Território de Guaporé); e de Roraima
(antigo Território do Rio Branco), tornaram-se estados posteriormente e foram
contemplados na Constituição Federal de 1988.

Outros dois estados ainda foram fundados. Em 1977, foi sancionada a lei que
criou Mato Grosso do Sul, desmembrando o estado do Mato Grosso e, em 1988, foi
criado o Estado do Tocantins desmembrado do Estado de Goiás.

Concepções sobre a América do Sul

Conhecer a História do conceito “América do Sul” e “América Latina” é muito


mais do que só saber sobre a sua consolidação. É também buscar entender, dentro da
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visão global (à época) e do contexto histórico, as suas particularidades, os aspectos


comuns que envolveram os processos de independência política, de formação estatal e
de emergência das nações ibero americanas no contexto de crise do Antigo Sistema
Colonial.

A influência sentida pelas opiniões formadas de filósofos, cientistas, geógrafos,


historiadores, escritores e autoridades da época, refletiu e projetou a adoção do nome e
influenciou em algumas decisões políticas.

O próprio nome “América” só nasceu em 1507, por influência do geógrafo


alemão Martin Waldseemüller, que em uma homenagem a Américo Vespúcio, publicou
a Introdução à Cosmografia, contendo um mapa no qual sugeria que o Novo Mundo se
chamasse “América”. E, apesar de ter-se consolidado o nome, não servia aos interesses
da elite colonial espanhola, pois a noção de “americano” não era partilhada até o
processo de independência da América espanhola, fins do século XVIII e início do
século XIX.

Com a publicação do livro O Espelho de Próspero: cultura e ideias nas


Américas, um estudo comparativo sobre a Anglo e a Ibero-América, o escritor Richard
Morse, historiador americano, causou grande debate acadêmico, no qual apresentou
uma observação diferenciada da América Latina, dentro do pensamento alemão dos
séculos XVIII e XIX elementos que debatem com a elaboração de Morse.

George Hegel, notável filósofo da história, referiu-se a América como parte da


história do futuro, salientando o contraste entre as Américas do Sul e do Norte, que
compreendia o Brasil e os países de língua espanhola, argumentando sobre a
possibilidade de superação da história europeia, na concepção de história universal
como a extensão, o sair da sociedade europeia para além de seus limites naturais.

(...) Esta parte do mundo [a América], ao entrar em contato conosco [a


Europa], em parte já deixara de ser e em parte ainda não está pronta. Por
conseguinte, a América é o país do futuro. Em tempos futuros se mostrará
sua importância histórica, talvez na luta entre a América do Norte com a
América do Sul. É um país de nostalgia para todos os que estão entediados do
museu histórico da velha Europa. (...). América deve ficar separada do solo
em que, até hoje, se desenvolveu a história universal. O que até agora
acontece aqui não é mais que o eco do velho mundo e o reflexo de alheia vida
(...). (HEGEL, 1995, p. 183).
Moniz Bandeira afirma que o escritor francês Michel Chevalier, na introdução
ao livro Lettres sur l'Amérique du Nord, publicado em 1837, foi quem pronunciou pela
primeira vez, o termo América Latina, numa observação semelhante à de Hegel, ao
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comparar a América do Sul com a Europa meridional, católica e latina, e a América do


Norte, que pertencia a uma população protestante e anglo-saxônica. Entretanto, segundo
Manuel Cambeses Júnior, “não existe consenso com relação ao termo América Latina.
Para alguns autores como Arturo Ardao, em sua obra Genesis de la Idea y el Nombre de
América e Ignácio Hernando de Larramendi em seu livro Utopia de La Nueva América,
correspondeu ao colombiano José Maria Torres Caicedo utilizar pela primeira vez este
conceito, no Século XIX. De acordo com Leopoldo Zea, em seu trabalho Latinoamérica
Tercer Mundo, foi o acadêmico francês L.M. Tisserand quem batizou esse termo, em
um artigo publicado na revista La Revue des Races Latines, em 1861. Para Fernando
Del Paso, em seu livro Noticias del Império, a noção de América Latina foi originária
de Michel Chevalier, ideólogo da teoria pan-latina de Napoleão III. Finalmente, o
escritor chileno Miguel Rojas Mix afirma que foi seu compatriota Francisco Bilbao o
primeiro a utilizar a expressão América Latina, em uma conferência realizada em Paris,
no ano de 1856”.

Ainda segundo Cambeses, numa análise mais detalhada, percebe-se que foi
Francisco Bilbao quem primeiro utilizou este conceito, sendo retomado por Torres
Caicedo, figura de grande influência nos meios diplomáticos e culturais ibero-
americanos de Paris, que o difundiria. De acordo com a proposição formulada por
ambos, o termo abarcava o conjunto de países colonizados por Espanha, Portugal e
França na América Meridional.

José Maria Torres Caicedo (1830 - 1889) lançou bases para a formação de uma
liga latino-americana. Residindo em Paris (1856) fez diversas referências a América
Espanhola e a América do Sul enfatizando um apelo ao final do seu poema pela unidade
dos povos sul contra a América do Norte. O poema “Las dos Américas” foi publicado
em fevereiro 1857 no jornal El Correo de Ultramar e posteriormente, publicou (1861 e
1865) dois títulos, em Paris, “Bases para formação de uma Liga latino-americana” e
“União latino-americana, pensamento de Bolívar para formar uma liga americana, sua
origem e desenvolvimento”.

Napoleão III se propôs a construir um império latino em oposição a Grã-


Bretanha, mas seu regime veio abaixo como resultado do enfrentamento com a Prússia,
em 1870. A denominação América Latina sobreviveu a estes problemas e terminou
sendo adotado como novo símbolo de identidade regional. O fim da era de Napoleão III
coincidiu como o surgimento do movimento positivista na América do Sul, que
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procurava romper com as matrizes culturais e políticas, identificadas com a anarquia e a


barbárie, para assegurar as noções de ordem e progresso. Foi uma ocasião em que os
intelectuais buscavam recriar a América Ibérica sobre novas bases, fascinados pelo
exemplo dos Estados Unidos e pelas ideias que circulavam em Paris e Londres. O
conceito de América Latina que se parecia com as matrizes civilizatórias ocidentais,
circunvalando a Portugal e Espanha foi bem recebido.

Não se pode esquecer que desde o momento em que se definiram as


independências em países dessas plagas, os sonhos da modernização inclinaram-se em
contraposição à herança ibérica, determinando uma corrente de pensamento nessa
região. Entretanto, de uma forma geral, pode-se afirmar que os interessados nas
repúblicas hispano-americanas eram algumas potências europeias e os Estados Unidos.
Este despontava no século XIX como uma potência regional, que após criar a Doutrina
Monroe, em 1823: “A América para os americanos”, apresentava suas reais intenções
imperialistas em relação aos países do continente.

Francisco Bilbao expôs suas reflexões sobre a unidade latino-americana, em


Bruxelas em 1856, organizando o “Movimento social dos povos da América
Meridional” e um discurso para um pequeno grupo de pessoas em Paris. O discurso sob
o título “Iniciativa da América: Ideia de um congresso das Repúblicas” foi publicado
em um panfleto, posteriormente. Estando de volta a Buenos Aires a partir de 1857,
cinco anos depois anunciou que a América estava em perigo, descrita no livro “A
América em perigo”, 1862, e publica mais duas obras: “Emancipação do espírito na
América” (1863), e “O evangelho Americano” (1864).

As propostas de Bilbao e Caicedo caíram como anel no dedo das ambições


imperialistas que a Corte de Napoleão III mantinha com respeito a esta parte do mundo.
Efetivamente, muito além da conquista do México, a França napoleônica aspirava em
transformar países como Guatemala, Equador e Paraguai em monarquias dependentes
da Corte das Tullerias. É importante destacar que, nesta época, as grandes capitais
europeias buscavam projetar seus impérios por todo o planeta. Se bem que a Ibero-
América havia se apresentado, até esse momento, como uma região vedada aos instintos
imperialistas europeus, graças à Doutrina Monroe, o caos em que se achava mergulhado
os Estados Unidos (EUA), devido à guerra civil, haviam aberto as portas da região.
(CAMBESES, 2015)
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William H. Seward secretário de Estado do presidente Abraham Lincoln,


convidou o Brasil para intervir no México, juntamente com os EUA, mas D.Pedro II
não tinha interesse na questão. O Imperador considerava o México fora de sua região de
preocupação e jamais quis promover qualquer interferência nos países daquela área,
considerada pertencente à órbita de influência dos EUA. Durante o século XIX, o Brasil
(BRA) resguardava a América do Sul como sua esfera de influência e dentro dela, o
interesse restringia-se a Bacia do Prata – Uruguai (URU), Argentina (ARG), Paraguai
(PAR) e Bolívia (BOL), por conta do abastecimento de Mato Grosso, Goiás e parte de
São Paulo, dependentes da navegação fluvial.

Numa sequência cronológica de fatos e atos, poder-se-á observar a atuação


dinâmica das autoridades brasileiras. José Maria da Silva Paranhos, Barão do Rio
Branco (1903 - 1912), quando Ministro das Relações Exteriores, consolidou as
fronteiras do Brasil dentro da América do Sul.

Para uma boa compreensão, é importante destacar as análises historiográficas


de Jurandir Malerba em seu livro “A História na América Latina: ensaio de crítica
historiográfica”. Segundo o autor, na sociedade contemporânea pós-moderna – pautada
na fragmentação identitária, na análise do micro e do surgimento de novos sujeitos
históricos – não é tão relevante elaborar uma análise histórica da América Latina
pautada em teorias totalizantes, que tratam o continente como sendo homogêneo, e em
meta narrativas, elaborando projeções para o futuro.

Já Oswaldo Aranha, no tratado de 21 Nov 41, estabeleceu de forma progressiva


um regime para chegar a uma união Aduaneira aberta a adesão aos países limítrofes.
Após o tratado de 41, o conceito da América Latina começou a ganhar força e em 1950,
Juan D. Perón, tenta negociar ARG/ BRA/ CHI/ acordo ABC – União aduaneira.

Juscelino Kubitschek, em 1958 lança a operação Pan-Americana. Defendeu os


princípios de não intervenção e auto determinação dos povos (1960). Com a
intensificação do desenvolvimento industrial o Brasil voltou-se para os países de
Amazônia (Bolívia, Peru, Equador, Venezuela, Colômbia, Suriname e Guiana) – Um
mercado equivalente a 61% de população brasileira.

Em 1967 Castelo Branco propôs a formação de uma União Aduaneira – setores


siderúrgico petroquímicos e agrícola para 5 anos – aberto a outros países. As economias
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do Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia em 23 ABR 1969, assinam o tratado


de Bacia do Prata.

A América Latina para o Brasil resumia-se na América do Sul. João Augusto


de Araújo Castro embaixador do Brasil (71/75) firmava que o Brasil queria cooperar
com todos os países de América do Sul, mas não ser confundido. Segundo Henry
Kissinger, Político norte-americano de origem alemã, o Brasil via o seu relacionamento
com os Estados Unidos como similar a dois pilares gêmeos, cabendo-lhe organizar a
América Latina, enquanto cabia aos Estados Unidos a mesma tarefa, na América do
Norte, conceito twim pillars.

O historiador Fernand Braudel é utilizado também na análise de Héctor Bruit:


Braudel não toca explicitamente no assunto de se o continente merece ser chamado de
latino, mas desenvolve a tese óbvia de que existem várias Américas Latinas, não apenas
determinadas pelos contrastes geográficos, mas também pelos contrastes políticos,
culturais e econômicos. (BRUIT, 2000 p. 10).

O termo América Latina ganha maior notoriedade após a Segunda Guerra


Mundial com a fundação da Comissão Econômica Para América Latina - CEPAL. Este
conceito, no entanto, é associado ao subdesenvolvimento e a América Latina vira
sinônimo de “instabilidade política crônica, estrutura produtiva atrasada e em certos
casos arcaica, dependência total ao capital norte-americano, estrutura fundiária
reorganizada pelo capital monopolista, acentuado crescimento demográfico.” (BRUIT,
2000 p. 11)

Malerba (2009) nos coloca sobre o quadro historiográfico do período anterior


aos anos 1960, onde neste período “prevalecia em termos quantitativos um tipo de
história que se poderia chamar de ‘tradicional’, não profissional, produzida por
intelectuais autodidatas com as mais diversas formações[...]” (MALERBA, 2009 p.17).

Tentativas de integração, acordos e tratados.

Num Discurso pronunciado na Escuela Nacional de Guerra em 11 de


novembro de 1953, o presidente Juan Domingo Perón já havia assinalado, em 1953, que
o processo de integração regional só poderia ser promovido a partir da união da
Argentina, Brasil e Chile (Pacto ABC), países que constituíam a “unidad econômica
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más extraordinaria del mundo entero (sic), todo para el futuro”, dada disponibilidade
de recursos que possuíam. Segundo acentuou, era “indudable que, realizada esta unión,
caerán en su órbita los demás países sudamericanos, que no seá favorecidos ni por la
formación de un nuevo agrupamiento y probablemente no podrán realizar en manera
alguna, separados o juntos, sino pequeñas unidades” (PERÓN, 1973, pp. 77-89).

Em 1986 Raul Afonsin e José Sarney unificaram em Mercado comum – 29


NOV 1988 tratado de integração, cooperação e desenvolvimento. Espaço econômico
comum – MERCOSUL. O Tratado de Assunção em 26 MAR 91 criou o Mercado
comum do Sul. MERCOSUL não era pra formar uma simples área de livre comercio,
mas constituir o núcleo de um futuro mercado comum – Base de um estado
supranacional.

Começou em 1993 com Celso Amorim a negociação para celebrar série de


acordos com estados da CAN (Comunidade Andina de Nações) e criar em dez anos a
ALCSA (Área de Livre Comércio da América do Sul), o que desenvolveu e ampliou a
iniciativa Amazônica que o Brasil lançou em 1992.

No final de 1994, foi proposta a formação da Área de Livre Comércio das


Américas (ALCA) – ampliação de NAFTA (North American Free Trade Agreement).

A relação entre MERCOSUL e ALCA tinha pontos de divergências entre


Brasil e Estados Unidos (EUA) por envolver profundas contradições nas quais
interesses econômicos, políticos e estratégicos se entrelaçavam. A ALCA não caminha
aos interesses do Brasil, pois representava riscos para indústria brasileira.

Na reunião de cúpula dos Chefes de Estado da América do Sul em Brasília


31/08 e 01/09/2000, Fernando Henrique Cardoso (FHC) buscou discutir a integração
regional com foco nas interconexões energéticas e viária. “Reafirmação de FHC, de
identidade própria da América do Sul como região” – ressaltou a vocação de América
do Sul, visto que a identidade própria preocupava EUA.

Proposta do Brasil – implementar a integração da América do Sul formando a


ALCSA em 93, o que não se limitou aos aspectos comerciais – integração de
infraestrutura Regional da região, rompendo obstáculos fronteirais, formando espaço
ampliado por meio de obras e articulações nas áreas de transportes, energia e
comunicações.
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Na 2ª Reunião de Presidentes Sul Americano, em Guayaquil, Equador 26 e 27


JUL 02, foi aprovado consenso de Guayaquil sobre Integração, Segurança e
Infraestrutura para o desenvolvimento, visando construir um futuro de convivência
fecunda e pacífica, de permanente cooperação – declarando a América do Sul como
Zona de Paz e Cooperação.

Na Guerra entre Equador e Peru, o Brasil exerceu a liderança no Processo de


Paz (MOMEP 1995), na região do Rio Cenepa. E logo após o Brasil interveio na crise
política no Paraguai (ABR /96). A ruptura da democracia seria intolerável no Mercosul
e em termos do grupo do Rio. O compromisso com a Democracia – Chamada “Cláusula
Democrática” estava explícito no Tratado de Assunção.

Brasil e Argentina desde a Declaração de Iguaçu (NOV/85) reiteram adesão


aos princípios democráticos como fundamento de cooperação e integração bilaterais e
com os demais países da América do Sul.

Foro de Consulta e Concentração Política do Mercosul (FCCP) deu grande


ênfase a “Cláusula Democrática” - adoção do protocolo de Ushuaia pelo Mercosul +
Bolívia + Chile. Em 1996 os presidentes BRA, ARG, URU, PAR assinaram uma
declaração assumindo o compromisso de se consultar e aplicar medidas preventivas, no
espaço normativo do bloco, em caso de ruptura ou ameaça desta na ordem democrática
nos estados.

O Governo Lula robusteceu relação com a Venezuela e aprofundou os vínculos


com Argentina. Integração na América do Sul era prioridade nº 1. Lula firmou com
Chavéz 10 acordos de cooperação e investimentos, sendo de 20 a 27 + exercícios
conjuntos militares em Defesa e Vigilância da Amazônia.

O projeto de formação de uma Comunidade Sul-Americana de Nações, criada


finalmente na Terceira Reunião dos Presidentes Sul Americanos (08 DEZ 04) em Cuzco
(Peru), quando foi assinada a Declaração de Cuzco, onde os 12 países estariam: no
MERCOSUL (BRA, ARG, URU, PAR), comunidade Andina (VEN, COL, PER, EQU e
BOL), Chile, Suriname e Guiana. Foi anunciada a Rodovia Interoceânica que o Brasil e
o Peru estavam a implementar.

O Brasil, ao encorajar na reunião de Cuzco, o lançamento da Comunidade Sul-


Americana de Nações, depois denominada União de Nações Sul-americanas
(UNASUL), teve um objetivo estratégico, visando a tornar não propriamente a si
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próprio, mas o conjunto dos países do subcontinente, uma potência mundial, não só
econômica como também política.

A América do Sul, com seu território, é o dobro do território americano e, em


tais circunstâncias, a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), com um PIB da
ordem US$ 3,031 trilhões, poderia representar um espaço econômico e político
autônomo, opondo-se ao esforço dos Estados Unidos, no sentido de promover a
integração subordinada da América do Sul ao seu próprio espaço econômico, através da
Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e/ou dos tratados de livre comércio com
alguns países da região.

Considerações finais

As dimensões continentais do Brasil impressionam e mais ainda quando


percebemos sua influência em todos os pontos do cotidiano de nossa América. Há uma
notável diferença da colonização espanhola e portuguesa, com suas consequências
circunstanciais e administrativas. Mas a clara capacidade histórica das condições que o
Brasil possui para liderar a região, com reconhecimento dos vizinhos continentais e
estados internacionais, se consolida com o histórico apresentado, bastando ao país
acreditar em sua competência nata. O caminho da autonomia e a exigência de
adequação dos componentes estratégicos, nos estimula a uma última reflexão sobre o
entorno regional, onde a América do Sul dá passos na direção de uma política regional
de cooperação, baseada na transparência e na consolidação da confiança entre os países.
Se as políticas de defesa nacionais forem coerentes com a direção da política regional,
pautariam suas formulações pela economia de meios estratégicos no plano regional,
conduzidas à constatação de que “onde se coopera não se dissuade”.
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