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A expressão “país-continente” advém do fato de que o menor de todos os continentes, a Austrália (alicerce da
Oceania), possui cerca de 7,6 milhões de quilômetros quadrados.
Para termos uma idéia do imenso tamanho de nosso país, podemos lembrar que toda a Europa, a ocidental e a
oriental (excluindo a parte européia da Rússia), possui apenas cerca de 5,2 milhões de km2.
Alguns Estados do Brasil — como Amazonas, Pará, Mato
Grosso e Minas Gerais — possuem cada um, área territorial
superior à de inúmeros países europeus reunidos.
Observando um mapa de densidades demográficas ou
povoamento do Brasil, nota-se que a população se concentra no
litoral, ou melhor, em uma estreita faixa de terra que vai do
oceano Atlântico até cerca de 150 km para o interior. As
cidades mais populosas aí se localizam: São Paulo, Rio de
Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza,
Belém entre outras. As únicas exceções —- grandes áreas
metropolitanas com mais de 1 milhão de habitantes situadas a
mais de 150 km do litoral são Belo Horizonte, Brasília, Goiânia
e Manaus.
A regra geral é a concentração litorânea, principalmente no
Sudeste do país (entre São Paulo e Rio de Janeiro) e próxima do
litoral do Nordeste (Zona da Mata nordestina). A parte
Uti possidetis: tratado que conferia a um Estado o direito de apropriar-se de um novo território com base na
ocupação, na posse efetiva da área, e não em títulos anteriores de propriedade.
Os contornos do território colonial flutuaram ao longo do tempo num processo gradativo, submetido às
estratégias de administração da metrópole. Nos séculos XVI e XVII, a colonização baseou-se no regime de capitanias
hereditárias, instituído em 1543. Os donatários tinham amplos poderes nas suas capitanias, inclusive o de distribuir
sesmarias, de modo a estimular a exploração econômica das terras através da grande lavoura e da criação de gado.
Por outro lado, a expansão comercial européia e o intenso crescimento das cidades e da população estimularam a
busca de novos produtos para incrementar a atividade comercial (ouro, prata, açúcar, tabaco, algodão, certos tipos de
madeira, frutos diversos, etc.) e de novas áreas a serem incorporadas ao raio de ação dos comerciantes europeus. Foi
essa a principal motivação da expansão marítimo-comercial da Europa e da colonização do continente americano.
2 – UNIÃO IBÉRICA
Em 1621, no período da União Ibérica, a América portuguesa foi dividida em Estado do Brasil, com sede em
Salvador, e em Estado do Maranhão, com sede cm São Luis. O novo Estado, subordinado apenas à Coroa, destinava-
se a garantir a defesa do litoral setentrional, sujeito a ataques e ocupação dos franceses. Em 1751, afastadas as
ameaças francesas, a atenção da Coroa concentrou-se na consolidação da soberania sobre a bacia amazônica,
mudando o nome da entidade para Estado do Grão-Pará e transferindo sua sede para Belém.
Após o fim da União Ibérica, a Coroa portuguesa empreendeu esforço de reorganização das suas colônias
americanas. Esse empreendimento visava fortalecer o controle metropolitano sobre as rendas coloniais e garantir a
ocupação estratégica de áreas limítrofes às terras espanholas.
O traço marcante da colonização de todo o continente americano e, por extensão, do Brasil, com exceção apenas
de partes da América do Norte, foi servir para o enriquecimento das metrópoles, ou seja, as nações européias.
De fato, o que alguns historiadores chamam de “sentido” da nossa colonização está nisto: ela foi organizada para
fornecer ao comércio europeu açúcar, tabaco e outros gêneros; mais tarde, ouro e diamantes; depois, algodão e, em
seguida, café. E isso acarretou algumas marcas na economia e na sociedade brasileiras que, em alguns casos,
permanecem até hoje:
Povoamento mais intenso na fachada atlântica (onde se localizam os portos);
Utilização dos melhores solos para a produção de gêneros de exportação e não de alimentos para a
população;
Formação de uma sociedade constituída principalmente por uma minoria de altíssima renda (que
mantém ligações econômicas com o exterior) e uma maioria com baixa renda, que serve como força de
trabalho barata;
Dependência econômica em relação aos centros mundiais do capitalismo.
Assim, a colonização do Brasil teve um caráter de colônia de exploração, e significa que foi inserida na política
mercantilista da época, servindo como uma das condições indispensáveis para que ocorresse a Primeira Revolução
Industrial, de meados do século XVIII até o final do século XIX. Esse acontecimento marcou a passagem do
Capitalismo Comercial, típico da época moderna, em que o comércio era o setor-chave da economia, para o
Capitalismo Industrial.
É importante lembrar que Portugal, na época moderna, tornou-se uma potência de segunda categoria (ele havia
sido uma importante potência mundial no século XV), que procurou manter a integridade territorial de suas colônias,
em especial do Brasil, a partir de alianças com aquela que pouco a pouco se tornou a grande potência internacional do
8 – OS COMPLEXOS REGIONAIS
Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger elaborou uma proposta de divisão do país em grandes complexos
regionais. Essa proposta foi baseada em critérios diferentes daqueles que haviam orientado os técnicos do IBGE na
delimitação das cinco macrorregiões brasileiras. Mais do que características econômicas individuais, os complexos
regionais revelam o resultado da integração econômica promovida pela industrialização no plano espacial. Assim,
abrangem regiões produtivas com características desiguais, mas que foram soldadas pela emergência de um mercado
interno unificado.