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Quinhentos anos atrás, o território que hoje é o Brasil era muito diferente
Ocupação do território em diversos aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais.
O atual território brasileiro é resultado de séculos de conquistas, expansões e diferentes tratados. Em 22 de abril de 1500, a frota de Pedro Álvares Cabral chegou
a Porto Seguro, no atual estado da Bahia, e marcou o início da colonização portuguesa em terras americanas. Os cerca de 4 milhões de indígenas, distribuídos
entre mais de mil povos diferentes, que habitavam o que hoje é o Brasil, foram submetidos aos interesses da dominação lusitana. Iniciou-se uma nova etapa da
história do Império Português. Estima-se que atualmente haja no território brasileiro aproximadamente 896 mil indígenas, divididos em cerca de 240 diferentes
povos.
Expansão do território
Os portugueses e seus descendentes ampliaram o território dominado, ultrapassando a linha do Tratado de Tordesilhas. Os jesuítas também tiveram papel
fundamental no processo de interiorização do povoamento do século XVI ao XVIII. A partir da catequização de indígenas, as missões jesuíticas contribuíram para a
fundação de vilas e para a ocupação de novas terras. Os bandeirantes, em grupos que partiam de São Paulo nos séculos XVII e XVIII, foram decisivos para a
expansão portuguesa na América. Eles adentravam o território em busca de minerais preciosos, como o ouro, e para a captura de indígenas, com o intuito de
escravizá-los. A exploração econômica foi outro fator de grande importância para os colonizadores, as novas atividades econômicas implicavam na busca de mais
terras e, por consequência, promoviam a expansão da ocupação.
A expansão da ocupação está fortemente relacionada com as atividades econômicas desenvolvidas em diferentes épocas. Além disso, ao
longo dos séculos XIX e XX, vários tratados definiram os limites do atual território brasileiro. Como mencionado, no século XVI, desenvolveu-
se a exploração do pau-brasil e o cultivo da cana-de-açúcar no litoral nordestino. A partir do século XVII, a expansão do povoamento
acompanhou a produção de cana-de-açúcar em áreas do Sudeste. A pecuária levou o povoamento em direção ao interior do território, e a
busca pelas drogas do sertão — guaraná, urucum, cravo, canela, salsa, entre outras — possibilitou o início da ocupação da Amazônia pelos
portugueses. A expansão da pecuária pelo território e a exploração de ouro e de diamantes foram as principais atividades que favoreceram o
domínio das terras a oeste e no sul, já no século XVIII. No ano de 1750, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Madri, delimitando
fronteiras semelhantes às que vigoram atualmente. Esse tratado levou em conta o princípio da posse de terras, de modo que as terras
ocupadas por Portugal passaram a lhe pertencer oficialmente. Na segunda metade do século XIX, o Brasil independente fortaleceu-se com a
economia cafeeira, cuja expansão tomou o Oeste Paulista e configurou uma nova relação com o território ao centralizar o poder econômico
no Sudeste. Na Amazônia, houve avanço da ocupação territorial devido à produção da borracha, que, embora tenha tido um curto período
de duração, impulsionou o crescimento de cidades como Manaus e deixou legados da riqueza produzida, a exemplo do Teatro Amazonas,
inaugurado em 1896. O atual estado do Acre foi o último território continental anexado ao Brasil, em 1903, pelo Tratado de Petrópolis. O
diplomata Barão do Rio Branco negociou sua compra da Bolívia após conflitos naquele território em decorrência da presença de seringueiros
brasileiros.