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As invasões estrangeiras
Assinado em 1494 por Portugal e Espanha, o Tratado de Tordesilhas
provocou até um comentário irônico do então rei da França, Francisco I,
insatisfeito com a exclusão de outras nações europeias da partilha. Disse ele:
“Gostaria que espanhóis e portugueses mostrassem onde está o testamento
de Adão, que dividiu o mundo entre Portugal e Espanha”.
Mas não foram apenas os franceses que manifestaram seu
descontentamento com o tratado: ingleses e holandeses, que também
davam início ao seu processo de expansão marítimo-comercial, sentiram-se
prejudicados. Na verdade, tal insatisfação tinha sua razão: o domínio sobre
vastos territórios, no contexto mercantilista, garantia riqueza e poder aos
países ibéricos, que exploravam com exclusividade as terras americanas.
Em função disso, franceses, ingleses e holandeses decidiram desrespeitar os
termos do tratado: passaram a contrabandear, a saquear as riquezas
provenientes da América e, até mesmo, a invadir o território, inclusive o
Brasil.
Os franceses no Rio de Janeiro
Os franceses, desde a chegada dos portugueses ao Brasil, realizaram
incursões no litoral, com o objetivo de contrabandear o pau-brasil.
Chegaram, inclusive, a fundar feitorias, que foi o motivo que levou as
autoridades portuguesas a darem início à colonização e à ocupação efetiva
do território colonial, pois temiam perdê-lo para os corsários franceses.
Contudo, não foram razões econômicas que determinaram a ocorrência da
primeira invasão francesa ao Brasil, em 1555. Os franceses que
desembarcaram na região onde hoje se situa o Rio de Janeiro, dispostos a
fundar uma colônia que se chamaria França Antártica, eram, em sua maioria,
protestantes huguenotes, violentamente perseguidos em seu país por
motivos religiosos. A liderança da invasão coube a Nicolas Durand
Villegaignon e foi auxiliada pelo almirante Coligny. A invasão foi apoiada
pelo próprio rei da França, Henrique II.