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História

Colonização da América Espanhola

Aluno: Luiz Gustavo C. Martins


2º ano
Professor: Maria Tereza de Faria Aquino Rodrigues Almeida

Lorena, 16 de março de 2022


Índice

I. Introdução

i. Expansão ultramarina espanhola

ii. Navegações tardias

II. A Conquista e a colonização espanhola

III. Conclusão
I. Introdução
i. Expansão ultramarina espanhola

Em 1492 d.C., a Espanha viu-se livre do


domínio árabe com a queda de Granada, criando, por
fim, sua identidade de estado-nação com a instituição
da monarquia espanhola e, só então, com um século
de atraso em relação aos portugueses, começaram a
participar das chamadas Grandes Navegações. Para
tanto, em agosto deste mesmo ano, após falhas
tentativas de patrocínio da coroa portuguesa, o então
pouco conhecido navegador genovês, Cristóvão
Colombo, busca o apoio dos reis católicos, Isabel de Castela e Fernando de Aragão e obtêm-o,
partindo de Palos em um nau e duas caravelas em direção ao oeste.

Deste modo, 61 dias após partir da Espanha, Colombo havia chegado a um novo
continente, mas não sabia disso, acreditando ter atingido as Índias. Após isso, retornaria mais
quatro vezes às novas terras até o ano de 1504, tendo completado a descoberta das atuais
Antilhas, Panamá e América do Sul. No ano de sua última expedição, Américo Vespúcio
navega até tais terras e afirma que o genovês havia
encontrado um novo continente, sendo isto confirmado em
1513, por Nunes Balboa, que nomeia o local de América, em
homenagem ao cartógrafo que o havia enunciado pela
primeira vez. Por fim, entre 1519 e 1522, Fernão de
Magalhães e Sebastião del Cano executam a primeira
circunavegação, comprovando que o planeta é esférico.

ii. Navegações tardias

Em 1494, o papa Alexandre VI mediou a assinatura do


Tratado de Tordesilhas, ratificando-o com uma bula papal que
dividia as novas terras entre Portugal e Espanha, uma vez que
os outros países europeus, como a França, Inglaterra e Holanda,
por razões específicas, não foram incluídos.

A França só vem a desempenhar um papel significativo


nas explorações marítimas após o fim da guerra dos Cem Anos
(1337-1453) e o encerramento dos conflitos entre Luís XI e os
senhores feudais, consolidando, em 1520, uma monarquia
com o caráter estado-nação. Para tanto, sob Francisco I,
que contestava a legitimidade do Tratado de tordesilhas,
os franceses começam a explorar o novo continente,
tendo, inclusive saqueado grandes quantidades de
Pau-Brasil em saques à costa da colônia portuguesa, bem
como tentaram estabelecerem-se no Rio de Janeiro
(França Antártica) e no Maranhão (França Equatorial),
porém sem êxito. Por fim, lançaram apenas os
fundamentos de um império colonial na América do
Norte, tomando posse do atual Canadá e Louisiana.

A Inglaterra também foi retardada pela guerra dos Cem Anos bem
como a guerra das Duas Rosas (1455-1485), tendo, após estes conflitos, feito
como a França e tentado buscar uma passagem para as Índias através da
América do Norte. Ao longo do reinado de Elizabeth I, a virgem
(1558-1603), a pirataria contra os espanhóis foi incentivada pela rainha,
tendo o mais famoso corsário sido Francis Drake, condecorado pela monarca
e realizador da segunda circunavegação.

Já a Holanda, um centro bancário e comercial fortíssimo da baixa idade média,


promoveu incursões ao nordeste brasileiro, Guiana e algumas Ilhas Caribenhas em busca de
terras férteis para o plantio de sua principal matéria-prima, a cana de açúcar, bem como à
América do Norte, tendo fundado Nova Amsterdã, atualmente conhecida como Nova Iorque.
Além disso, os holandeses possuíam um forte mercado de escravos.
II. A conquista e colonização espanhola

Diferentemente dos portugueses, que


fundaram seu império colonial sob interesses
mercantis, criando entrepostos e desmantelando os
monopólios árabes e italianos sob os produtos
orientais, os espanhóis fundaram suas colônias sob o
pretexto da exploração e do povoamento. Para tanto,
no ano de 1519, estes iniciam a ocupação do
continente americano e, invadindo o México sob a
liderança do fidalgo Hernán Cortés destruíram e saquearam o império Asteca com 600
homens montados utilizando armas de fogo no ano de 1520, matando o imperador
Montezuma e matando os prisioneiros de guerra bem como civis, havendo relatos sobre a
crueldade dos atacantes, que cortavam os úteros de mulheres grávidas apenas para observarem
o feto pendurado sob o cordão umbilical e gozarem de tal.

Já em 1532, a civilização Inca, localizada


no atual Peru, foi saqueada e destruída sob a
liderança de Francisco Pizarro e Diogo
Almagro, fundando, sob as ruínas deste império,
a cidade de Lima, em 1535. Já em 1545, com a
exploração do Alto Peru, atualmente conhecido
como Bolívia, foram descobertas as minas de
prata de Potosí, consideradas as maiores do
mundo. Tal riqueza atraiu diversos exploradores
que fizeram com que os indígenas
compulsoriamente extraíssem os metais,
gerando quantias magnânimas de recursos monetários à metrópole.

O antropólogo Darcy Ribeiro cita, em sua


obra “As Américas e a civilização” que, na década
de 1540, o bispo Bartolomeu de las Casas
denunciava as atrocidades de seu povo: “Os
espanhóis, esquecendo sua condição de seres
humanos, tratavam essas criaturas inocentes (os
índios) com uma crueldade digna dos lobos, dos
tigres e dos leões. Faz 42 anos que
incansavelmente os perseguem, os oprimem, e os destroem com todos os meios já inventados
pela maldade humana, e por outros que estes tiranos conseguiram imaginar. Assim, na ilha de
Hispaniola (atual São Domingos), onde outrora viviam 3 milhões de índios, hoje mal
sobrevivem 200!”.
III. Conclusão

Tal exploração de
matérias-primas e metais neste
novo continente fez com que o
eixo econômico europeu saísse
do mar Mediterrâneo e se
deslocasse para o oceano
Atlântico, tomando proporções
nunca antes vistas, tendo
desmantelado todo o monopólio
das cidades-estado italianas,
como Gênova, Veneza e Pisa,
abrangendo, agora, locais como
Lisboa, Sevilha, Bordeaux, Liverpool, Bristol, Amsterdã, Antuérpia, dentre outros. Cenário
este que, junto da massificação das especiarias e do afluxo abissal de metais preciosos para o
velho continente, que, segundo estudos, partiu de um equivalente a 200 milhões de dólares no
séc. XV, para 1 bilhão no séc. XVI - a chamada acumulação primitiva de capital -,
contribuíram imprescindivelmente para a ascensão do capitalismo.

Estes diversos fatores resultam em mudanças significativas na sociedade e economia


deste período, sendo denominado como Revolução Comercial (séc. XV-XVII), que antecede,
fundamentalmente, o advento das Revoluções Industriais que partem da segunda metade do
séc. XVIII.
Bibliografia

Império Espanhol – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Edwards, John (2000). The Spain of the Catholic Monarchs, 1474–1520. Nova Iorque:
Blackwell. ISBN 978-0-631-16165-3
Mello, Leonel et al. (1999). História moderna e contemporânea. Editora Scipione

Burbank, Jane; Cooper, Frederick (2010). Empires in World History: Power and the Politics
of Difference. [S.l.]: Princeton University Press. pp. 120–121. ISBN 978-0-691-12708-8

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