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O Império Português

Que povos viviam na América à chegada dos Europeus?

∙ À chegada dos portugueses, o Brasil estava coberto por floresta densa, habitada por
diversos povos nativos da América, os ameríndios, que se dedicavam à caça, à pesca, à
recoleção e, alguns, a uma agricultura rudimentar.
∙ Nos territórios que vieram a ser conquistados pelos Espanhóis, para além de populações
de caçadores-recolectores, também existiam civilizações notáveis.

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∙ “
- Os Astecas, que habitavam a região do atual México – dedicavam-se à agricultura, ao artesanato e
ao comércio, construíram importantes cidades e desenvolveram conhecimentos de matemática e
astronomia.

∙ - Os Incas, que viviam nos Andes – desenvolveram avançadas técnicas de irrigação e praticaram a
agricultura, criação de gado e o artesanato.

∙ - Os Maias, que ocupavam as florestas do Sul do atual México, da Guatemala e das Honduras –
praticavam a agricultura e desenvolveram um complexo sistema de escrita e um calendário próprio,
a partir das suas observações astronómicas, também construíram muitas cidades.

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O império espanhol na
América
O Império Espanhol na América

∙ Os espanhóis iniciaram o seu processo de expansão quase um século depois dos portugueses.
Só após a conquista aos muçulmanos das últimas cidades do Sul, (Granada em 1492) os
espanhóis unificaram o seu território e apostaram claramente na expansão.

∙ Após a chegada de Colombo à América, em 1492, outros navegadores partiram em busca de


riquezas nesse novo continente. Deram então início à conquista e exploração do território, que
se mostrou rico em ouro e sobretudo em prata.

∙ Aquando da chegada dos espanhóis, estes povos ameríndios (Maias, Astecas e Incas) tinham
uma estrutura política organizada, viviam em grandes cidades, tinham conhecimentos de
matemática, de astronomia e de medicina, tinham sociedades complexas, com organização
política e religiosa.

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Contudo, estas civilizações eram tecnicamente
menos desenvolvidas do que as europeias ou
asiáticas. Não usavam instrumentos agrícolas
de metal, arados ou carros, desconheciam os
cavalos e as armas de fogo.

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∙ Os Espanhóis, tal como os portugueses no Brasil, impuseram a sua presença pela força,
organizavam expedições lideradas por conquistadores, que eram soldados, exploradores e
aventureiros, que avançavam na conquista de território procurando sobretudo metais
preciosos.

∙ Entre 1519 e 1521, Fernando (Hernán) Cortez submeteu o Império Asteca, apoderando-se do
atual México. Entre 1531 e 1533, Francisco Pizarro e Diego de Almagro conquistaram o Peru,
pondo fim ao Império Inca. Outros se seguiram que acabaram por conquistar as regiões da
Bolívia e Colômbia. Os conquistadores espanhóis, usaram a sua superioridade militar, os
ataques surpresa, a utilização de armas de fogo e as alianças estabelecidas com algumas
tribos índias rivais para dominar rapidamente os povos locais.

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∙ A colonização teve consequências trágicas: as armas de fogo, os trabalhos forçados em
condições desumanas e as doenças trazidas pelos colonos (varíola, sarampo, entre outras)
dizimaram as populações indígenas, as cidades, os templos e as suas manifestações artísticas
foram irremediavelmente destruídas e as suas crenças religiosas acabaram por ser substituídas
pelo cristianismo.

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∙ Os espanhóis exploraram grandes plantações
de milho, algodão e cacau, mas o seu
principal objetivo era a obtenção de metais
preciosos. Inicialmente, estes foram obtidos
através do saque de valiosos tesouros dos
povos conquistados e, mais tarde, através da
exploração de minas de ouro e de prata.

∙ Terminada a conquista, a administração


destes vastos territórios foi entregue a dois
vice-reis, um na Nova Espanha, cuja capital
era a Cidade do México (a antiga
Tenhchtitlan) e outro no Peru, cuja capital era
Lima.

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Em Espanha, a coroa criou o Conselho das Índias, que detinha o monopólio comercial de todos
os produtos americanos negociados na Casa da Contratação, em Sevilha, de onde eram vendidos
para o resto da Europa.
Assim no século XVI Portugal e Espanha assumiram-se como potências mundiais, devido às
vastas áreas territoriais que dominavam e das quais retiravam então muitas riquezas.

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Momentos importantes do reinado de D. Manuel e inícios de D. João III

Um dos aspetos mais marcantes do reinado de D. Manuel I foi a questão dos judeus. Em 1496,
seguindo o exemplo dos Reis Católicos de Espanha, já que queria casar com outra filha deles, D.
Manuel ordena a expulsão de todos os judeus. Contudo, numa política habilidosa e tendo
consciência de que com a saída destes do país, partiriam também todas as riquezas, importantíssima
fonte de receitas para o reino, decide que os mesmos podem permanecer em Portugal desde que se
convertam à religião católica. Tratou-se de uma falsa cedência, pois simultaneamente ordenou o
batismo dos filhos de todos os judeus, arrancando-os dos braços dos pais e impossibilitou por todas
as formas de poderem abandonar o país, embora alguns tenham conseguido.

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Momentos importantes do reinado de D. Manuel e inícios de D. João III

Em 1506, castiga com grande severidade os responsáveis e participantes na chacina contra os


cristãos novos em Lisboa.
Em 1509, publica o Regimento das casas da Índia e da Mina e recebe uma embaixada da
imperatriz da Abissínia; encarrega Diogo Lopes de Sequeira de saber novas informações sobre
a China e encontrar uma rota para as Molucas.
Em 1516 projeta uma cruzada cristã com o intuito de retomar Jerusalém.
Na corte de D. Manuel a ostentação era nota dominante. Diz-se que quando o rei saía do Paço,
era precedido por um cortejo que trazia à sua frente um rinoceronte, seguido de cinco elefantes
e um cavalo persa.
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Momentos importantes do reinado de D. Manuel e inícios de D. João III

D. Manuel mandou edificar o Mosteiro dos Jerónimos, retomar os trabalhos no Mosteiro de


Alcobaça, e restaurar o Mosteiro da Batalha e de Tomar.
Deixou ao seu filho um imenso império, espalhado pelos quatro cantos do mundo.

D. João III
D. João III sobe ao trono em 1521 ano da morte do seu pai D. Manuel I. Este reinado caracterizou-se
por um avanço considerável nos Descobrimentos; na ação diplomática onde se evidenciam os
contactos com a Santa Sé, e mais tarde com a instauração da Inquisição; num acentuar da política de
cariz absolutista, não deixando, no entanto, de dar grande incentivo ao desenvolvimento da cultura
portuguesa.
Tratou de consolidar as posições portuguesas na Índia. Assegurou o monopólio das especiarias e
estabeleceu contactos com a China e o Japão.
Preferiu abandonar as praças marroquinas de Safim, Azamor, Alcácer Ceguer e Arzila, para que
Portugal aproveita-se o comércio com a Índia e iniciar o aproveitamento das potencialidades do
Brasil.
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D. João III
Em 1534 D. João III implantou no Brasil o sistemas de capitanias, tal como outrora fizeram nas ilhas
atlânticas. Os capitães donatários, que eram os administradores das capitanias, tinham como funções promover
o povoamento, explorar económicamente a sua capitania, cobrar impostos e fazer a justiça.

Entretanto nem tudo correu como esperado, os franceses começaram a atacar os portugueses no Brasil, os
indios começaram a revoltar-se tanto do dominio colonial, como da escravatura, e existiam constantes disputas
territoriais entre os capitães-donatários, o que fez com que o monarca, D. João III, resolve-se unificar a
administração deste território.

Foi criado então em 1549 o governo-geral. Sendo nomeado como governador-geral do Brasil Tomé de Sousa.

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A Exploração do Brasil

Devido às condições climáticas favoráveis, a principal atividade económica desenvolvida no Brasil pelos
portugueses era a cultura da cana de açúcar e a produção do açúcar, feito nos engenhos.
Os engenhos eram como que fábricas onde se produzia o açúcar. Numa primeira fase e como a produção
era enorme, a mão de obra que trabalhava nesses engenhos era indígena, mas os índios não se adaptaram
a esse trabalho, alguns adoeciam, outros fugiam, outros morriam… E então foi necessário encontrar
alguém que os substituísse.
E a única solução encontrada naquele momento foi ir buscar mão de obra a África, obrigando as
populações africanas a irem para o Brasil trabalhar como escravos. Desenvolveu-se então um intenso
tráfico de escravos, da África para a América. Este tráfico de escravos era um comércio de homens e
mulheres considerados não livres e sem direitos.

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O comércio à escala mundial

Nos séculos XV e XVI, a expansão europeia provocou uma grande abertura ao mundo. A primeira viagem de circum
navegação, iniciada por Fernão de Magalhães e concluída por Sebastião Elcano (1519-1522), provou que a Terra não é
plana.

Contudo, foi o comércio à escala mundial, com a criação de uma rede de rotas comerciais oceânicas ligando vários
continentes, que possibilitou o contacto entre povos de todo o mundo.

Esta era da mundialização da economia teve em grande parte ligada com o movimento expansionista ibérico, ao trazer
mercadorias das mais diversas zonas do mundo para a Europa, criando várias rotas.

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A rota da seda

Antes da abertura das grandes rotas intercontinentais marítimas, já existiam rotas que uniam
continentes distintos, a mais conhecida era a Rota da Seda.

Esta era uma rota caravaneira que colocava em comunicação a Ásia, a Europa e a África, e foi
estabelecida no século III. Com os produtos circulavam também ideias.
Esta rota tinha origem em Xian, na China, e estendia-se por 6400 km até ao Mar Mediterrâneo. Daí,
os produtos seguiam por via marítima para a Europa, sendo a seda o mais lucrativo.
A China, produtora de seda desde o Neolítico, deteve o exclusivo da sua produção durante séculos,
tendo começado a ser produzida no Japão apenas por volta do ano 300 e no Império Bizantino por
volta de 552.

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Neste sentido podemos afirmar que se inicia a globalização, ou seja o processo de aproximação
entre as diversas sociedades e nações de todo o mundo no âmbito económico, social, cultural e
político, que foi possível através da mundialização das trocas.

Assim, para facilitar esse comércio intercontinental, criaram-se várias rotas marítimas:

- Rota do Cabo -> Ligava Lisboa a Goa (na Índia), contornando o continente africano pelo cabo
da Boa Esperança. Estabelecida no início do século XVI, levou à decadência da Rota da Seda.
Esta rota foi monopólio português até finais do século XVI, altura em que começou a sofrer a
concorrência de outras potências europeias.

- Rotas do Extremo Oriente -> Unia a Índia a várias zonas do Extremo Oriente, nomeadamente o
Japão, a China e as ilhas da atual Indonésia e Timor, navegando nos oceanos Índico e Pacífico.

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- Rotas Atlânticas -> No caso português ligava Lisboa a África e mais tarde ao Brasil, no
caso dos Espanhóis, unia Sevilha à América Central .

- Rota de Manila - > Esta rota espanhola estendia-se pelo oriente desde Manila (Capital
das Filipinas) a Acapulco, no atual México, através de galeões. Foi criada em 1565 pelos
Espanhóis para desenvolver a economia das sociedades coloniais do México e das
Filipinas. Transportavam-se porcelanas, seda, especiarias e outros produtos de luxo.
Chegados a Acapulco, estes eram transportados por via terrestre até à costa oeste, onde
eram reembarcados com destino a Sevilha e a Cádis, em Espanha.

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Os centros de comércio internacional

∙ Lisboa e Sevilha tornaram-se nos séculos XV e XV, os grandes centros de comércio internacional, sendo pontos
de distribuição nomeadamente de metais preciosos, especiarias e açúcar para toda a Europa. Sendo Lisboa o
centro distribuidor de especiarias e Sevilha o da prata americana. Esta prata começou a ser explorada em larga
escala a partir de 1545, com a descoberta de minas em Potosi, na Bolívia.

∙ Os países ibéricos praticavam, sobretudo uma economia de transporte e uma política de monopólio régio. Para
facilitar a distribuição e a venda destes produtos, os portugueses fundaram uma feitoria em Antuérpia, uma
cidade flamenga (na atual Bélgica) que funcionava como uma extensão à Casa da Índia.

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Os centros de comércio internacional

Devido à sua posição geográfica de Antuérpia distribuíam-se os produtos para a Europa do Norte,
Central e do Sul. Nesta cidade chegavam centenas de mercadores e banqueiros à procura de novos
negócios.

Contudo existiam outras regiões onde o dinamismo comercial europeu fervilhava, como as repúblicas
italianas de Veneza, Génova, Florença e algumas regiões da Alemanha, Inglaterra e França.

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O desenvolvimento da Burguesia Europeia

Por toda a Europa dá-se o crescimento da burguesia, devido à mundialização da economia. No


entanto, em Portugal não existiu esse mesmo desenvolvimento, pois estavam limitados pela política
do monopólio régio.

Na Europa, os grandes lucros do comércio colonial promoveram a acumulação de capital, o que fez
com que existissem grandes companhias comerciais, e que enriquecessem os grandes mercadores e
banqueiros italianos, flamengos e alemães.
Este desenvolvimento e a abundância de metais preciosos levou a um aumento da circulação
monetária.

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Alterações no consumo e nos hábitos dos Europeus

A expansão europeia provocou também muitas mudanças no dia a dia dos europeus. Sobretudo
no que respeita aos costumes e aos hábitos alimentares, derivado a aparecerem na Europa
produtos de outros continentes.

Assim a alimentação dos grupos privilegiados e de alguma burguesia mais rica, adquiriu novos
paladares. Por exemplo, da África veio a malagueta, da Ásia as especiarias (cravinho, noz-
moscada, pimenta, canela) e o chá, da América, o milho, o ananás, o cacau e o tabaco.

Para a América, os europeus levaram algumas novidades também, como a cultura de cereais, a
vinha, a cana-de-açúcar, e alguns animais como a ovelha, o cavalo e o boi.

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Alterações no consumo e nos hábitos dos Europeus

Na Europa começaram a ser cultivados alguns frutos vindos de fora, como o ananás, o
tomate e a banana, e generalizou-se o hábito de consumirem tabaco.

Para além da alimentação, vinham agora de fora, alguns tipos de luxos, que os grupos
privilegiados desejavam muito ter nas suas casas, como mobiliário requintado,
porcelanas, pedras preciosas, vestuário em tecidos luxuosos e de seda e perfumes, tudo
vindo do Oriente. E o ouro e marfim de África.

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