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As colonizações:

espanhóis e
portugueses nas
Américas
Prof. Júnior Galdino
Os interesses dos espanhóis nas
Américas
• Traçar rotas alternativas para se chegar às
Índias;
• Adquirir especiarias e outras mercadorias
luxuosas diretamente na fonte;
• Expandir a fé cristã;
• Estabelecer novas áreas de influência e
ampliar o poder político dos reinos.
Os interesses dos portugueses nas
Américas
• Interessado no comércio de especiarias do
continente asiático;
• Os portugueses não encontraram vestígios de
ouro e outros metais preciosos;
• A primeira atividade econômica desenvolvida
na América pelos portugueses foi a extração
do pau-brasil;
• Para administrar essa atividade, proteger a
Colônia de ataques e invasões promovidas
por outros povos europeus, o governo
português ergueu feitorias.
A administração colonial da América espanhola
• A Coroa espanhola tinha o objetivo de iniciar a colonização das terras americanas
de forma rápida e sem grandes custos.
• Concedeu aos adelantados o direito de ocupação, exploração econômica e controle
político e jurídico dos territórios coloniais.
• Em 1503, a Coroa criou a Casa de Contratação, com sede na cidade de Sevilha.
• Estabeleceu um sistema de porto único, para garantir o exclusivo metropolitano.
• Em 1524, a Coroa espanhola criou o Conselho das Índias, órgão que, em nome do
rei, ficava encarregado de tomar importantes decisões relacionadas às colônias,
como a nomeação de funcionários, a criação e a aplicação de leis.
• Com o objetivo de consolidar o domínio e a exploração dos territórios
conquistados, o governo espanhol dividiu suas possessões na América em quatro
vice-reinos. Eram eles: Vice-Reino da Nova Espanha, criado em 1535, o Vice-
Reino do Peru, em 1543, o Vice-Reino de Nova Granada, em 1717, e o Vice-Reino
do Rio da Prata, em 1776.
• Foram fundadas as chamadas capitanias gerais. Estas eram governadas por
comandantes militares denominados capitães gerais
A sociedade colonial da América espanhola
• Entre as pessoas que vieram para as colônias espanholas estabelecidas nas Américas, havia
comerciantes, funcionários, camponeses e artesãos.
• Ao longo dos anos, os espanhóis acabaram implantando em suas colônias americanas um sistema social
hierarquizado e estratificado.
• Na América espanhola, os grupos sociais estavam divididos em cinco grupos: Chapetones, criollos,
Mestizos, indígenas e escravizados.
• Chapetones, ou peninsulares: categoria composta pelos espanhóis. Dominavam toda a alta
administração pública, militar e religiosa da colônia.
• Criollos: descendentes de espanhóis nascidos na América.
• Mestizos: descendentes da união de espanhóis e indígenas. Eram considerados livres, mas obrigados a
prestar serviços aos chapetones e aos criollos.
• Indígenas: povos nativos da América, constituíam a maioria da população local. Em geral, não
possuíam propriedades e exerciam trabalho compulsório na agricultura, nas minas, na construção e no
reparo de obras públicas.
• Escravizados: africanos e seus descendentes. Constituíam minoria no início da colonização espanhola
nas Américas. Em sua maioria, estavam concentrados nas ilhas do Caribe e no Vice-Reino de Nova
Granada.
Sistemas de trabalho e exploração nas colônias espanholas
• A utilização da mão de obra africana escravizada foi aplicada de maneira pontual na
América espanhola.
• Em menor número, esses trabalhadores atuavam na extração de metais preciosos nas
regiões dos atuais México, Peru e Bolívia.
• Sua participação se deu de maneira mais expressiva nas colônias espanholas
estabelecidas no Caribe e no norte da América do Sul, nos territórios que hoje
compreendem a Colômbia e a Venezuela.
• A escravização de indígenas ocorreu com maior intensidade no início da colonização
das ilhas caribenhas, sendo proibida em 1542, devido à pressão exercida pela Igreja
Católica, que tinha a intenção de catequizar e converter os indígenas à fé cristã.
• As populações indígenas foram a principal força de trabalho empregada pelos
espanhóis na maioria das colônias estabelecidas nas Américas.
• A Coroa concedia aos colonos a exploração da mão de obra indígena através da
encomienda.
• De acordo com esse sistema, os colonos tinham o "direito" de cobrar impostos dos
povos indígenas que viviam nas terras concedidas a eles pela Coroa.
• Além da encomienda, os espanhóis adaptaram alguns impostos cobrados nos antigos
impérios indígenas, como a mita, um tipo de trabalho rotativo e compulsório.
• Um sétimo da população de cada província deveria, de tempos em tempos, dirigir-se a
Potosí para prestar serviços nas minas de prata por um período que variava de 6
meses a 1 ano.
• Para muitos(as) historiadores(as), a mita é reconhecida como o mais cruel regime de
recrutamento forçado aplicado pelos espanhóis nas Américas.
As atividades econ. desenvolvidas na América
• A extração de ouro e prata foi a principal espanhola
• A presença espanhola no Novo Mundo foi marcada pela constante busca por metais preciosos.
atividade econômica desenvolvida pelos espanhóis na
colônia.
• Para não arcar com os custos da exploração, a Coroa concedia aos nobres espanhóis o direito de
extração dos metais encontrados nas minas.
• Em troca, estes investiam na construção da infraestrutura necessária para a exploração dos minérios e,
também, pagavam tributos à Coroa, referentes à quantidade de metais extraídos.
• Na segunda metade do século XVI,os espanhóis descobriram a existência de Potosí, uma montanha
localizada no Vice-Reino do Peru, atual território da Bolívia, onde havia abundância de minas de
prata.
• A prata de Potosí transformou a Espanha no reino mais rico e poderoso de toda a Europa.
• Além da exploração do ouro e da prata, outras atividades econômicas se desenvolveram na América
espanhola. Nesse sentido, destacaram-se a agricultura e a pecuária.
• A produção tinha como foco os mercados interno e externo.
• Para o abastecimento interno, eram produzidos, principalmente, milho, cacau e batata. Já o anil, o
tabaco, o algodão e, principalmente, a cana-de-açúcar eram produzidos para suprir as necessidades
do mercado europeu.
• Na pecuária, destacava-se a criação de bois, cavalos, ovelhas, lhamas e alpacas.
A administração colonial da América
• Os territórios dominados por Portugal na América eram imensos.
portuguesa
• O rei português Dom João III decidiu implementar um sistema que ficou
conhecido como capitanias hereditárias.
• Através da carta de doação, cada capitania foi concedida a militares e
membros da pequena nobreza portuguesa.
• Chamados de capitães-donatários.
• As capitanias deveriam ser mantidas com recursos próprios, deveriam
promover a colonização do território.
• As capitanias eram hereditárias, mas não poderiam ser vendidas.
• Cada capitão-donatário tinha direito a uma sesmaria, isto é, a uma grande
faixa de terra na capitania.
• Diante de todas as dificuldades, grande parte dos capitães-donatários
abandonaram a proposta de colonizar as capitanias.
• Apenas duas capitanias prosperaram: Pernambuco, governada por Duarte
Coelho, e São Vicente, chefiada por Martim Afonso de Sousa.
• Em 1548, a Coroa portuguesa desenvolveu uma nova forma de
administração, o Governo Geral.
• O objetivo era centralizar o controle sobre os territórios coloniais.
• Para garantir um controle ainda mais expressivo, foram criadas as câmaras
municipais.
O papel da religião no processo de colonização
• No século XV, a Igreja Católica era a mais poderosa instituição do mundo.
• Na época das Grandes Navegações, as viagens marítimas eram organizadas
tanto do ponto de vista comercial e econômico quanto dos princípios
religiosos.
• Os colonos europeus e os missionários, alimentavam uma visão pejorativa
das populações nativas. Esses povos eram considerados inferiores, menos
desenvolvidos que as civilizações europeias.
• Eram julgados como selvagens por possuírem costumes diferentes dos seus,
como a prática da antropofagia e a poligamia e por não utilizarem
vestimentas.
• A aliança entre a Igreja o governo de Portugal e o da Espanha se
mantiveram durante todo o processo de colonização.
• Quando as caravelas partiam da Europa rumo à América, a população a
bordo era composta por futuros colonos e também por padres e outros
membros da Igreja.
• O governo espanhol autorizou diversas ordens religiosas, como a dos
franciscanos, dos dominicanos, dos agostinianos, dos mercedários e dos
jesuítas, a se instalarem em seus domínios coloniais.
O papel da religião no processo de colonização
• A primeira ordem religiosa que desembarcou na América espanhola foi a dos
franciscanos.
• Já na américa portuguesa, foram os jesuítas, em 1549.
• Os principais objetivos das ordens eram: converter os povos indígenas à religião
católica, torná-los pacíficos em relação à colonização e modificar os hábitos e
costumes dos nativos.
• Os jesuítas construíram um colégio onde hoje se localiza a cidade de Salvador, Bahia,
e iniciaram as atividades com o objetivo de promover a formação dos padres.
• Já os franciscanos, promoveram o primeiro reassentamento dos indígenas na colônia
do México.
• Para promover uma catequização efetiva dos nativos, em um primeiro momento, os
missionários europeus buscaram aprender sobre os costumes e as crenças dos
indígenas.
• Chegaram até a criar uma nova língua, o nheengatu. variante do tupi, do português e
do espanhol.
• A catequização se dava, também, por meio da violência.
• Os jesuítas criaram as missões ou reduções, grandes aldeamentos onde os indígenas
passariam a viver, seguindo uma rotina de estudos, trabalho e orações definida por
eles.
• As reduções chegavam a reunir cerca de 3 mil indígenas de diferentes aldeias.
• Pessoas que se embriagassem ou praticassem "atos de feitiçaria" eram castigadas.
O papel da religião no processo de colonização
• Muitos nativos expressavam a fé cristã publicamente, enquanto mantinham diversas práticas de
suas religiões tradicionais em seus espaços privados ou menos controlados.
• Nos ambientes domésticos, era comum os nativos erguerem altares para as imagens cristãs e, ao
lado delas, colocarem artefatos que remetiam às crenças tradicionais.
• Em alguns espaços de trabalho, era comum a entoação de orações, cantos e sacrifícios para solicitar
boas colheitas aos deuses e às forças da natureza.

Projeto de construção da redução jesuítica de São João Batista,


estabelecido na região de fronteira entre Brasil, Bolívia, Paraguai e
Argentina. Datação e dimensões não localizadas. Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (DF), Brasil.

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