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1. Introdução
Quanto às relações entre dois homens, esta conta uma característica diferente,
onde o homem que atua como ativo na relação é tido por valente e ao conseguir tal
proeza tem a admiração e respeito dos demais membros da tribo.
O colonizador português usa a ideia do pecado e da salvação da vida após a
morte para de alguma forma demarcar fronteiras entre o que era tido como natural ser
feito, ou seja, o correto aos olhos da sociedade europeia da época.
A chegada dos portugueses provocou modificações na cultura, nos costumes e
nas práticas indígenas, que para eles eram consideradas, naturais. Este processo de
aculturação foi tomando consistência e a vida dos povos originários foi totalmente
afetada pelas imposições dos colonizadores, que construíram uma falsa imagem de
seres primitivos, agressivos e imorais.
Essa fascinação e espanto pelas multiplas sexualidades dos ditos selvagens
deu abertura à ideia que levou à atroz política de miscigenação, que veio através de
todas as formas de abuso e desrespeito à vida humana. Vale ressaltar que entre os
indígenas os códigos sexuais não tinham em nem um ponto comparação com o
puritanismo ocidental daquela época; podemos assim dizer que os indígenas
conviviam em uma sociedade pansexual, que é a atração sexual ou romântica por
qualquer sexo ou gênero. (TREVISAN, 2018 p.62)
A imagem de devassos foi construída pelo dominador europeu, pelo colossal
contraponto entre a cultura europeia e a cultura indígena da época, pois diferente dos
homens e mulheres do velho mundo os indígenas não carregavam tabus ou pecados
na expressão de sua sexualidade. A vida sexual entre os indígenas era tratada de
forma fluida, como é demonstrado no relato de Carl von Martius que durante sua
breve permanência entre os índios Guaicuru descreve a existência dos chamados
cudinas, homens castrados, que se vestiam de mulheres e se entregavam totalmente a
ocupações femininas como fiar, tecer, fabricar potes e etc.
Em outro relato o pesquisador alemão Avé-Lallement (1859) tenta
demonstrar uma explicação de como era a divisão social entre homens e mulheres na
tribo dos Botocudos.
“Não havia homens e mulheres, mas homens-mulheres e
mulheres-homens, pois a sua própria constituição física não
variava muito de um sexo para o outro”. Ao contrário do sistema
patriarcal-ocidental, responsável pelos padrões de força no
homem e de fragilidade na mulher, segundo a análise do
sociólogo Gilberto Freyre, não distinguia dentro da tribo[...] uma
acentuada diferenciação cultural entre o masculino e
feminino[...] como costuma ocorrer na sociedade europeia.
(TREVISAN, 2018 p.64 apud FREYRE, 1987)
Nesta constante fluidez sexual era normal na cultura indígena da tribo Bororó,
o baito, ou casa dos homens, onde era permitida somente a entrada de homens que
após passarem por provas severas de iniciação tinham a permissão de participar do
mancebos, que nada mais era do que poder se relacionar sexualmente entre si. E
segundo Trevisan (2018 p.68), isso acontecia com toda a naturalidade.
Com a fundação do império um novo código penal foi promulgado pelo então
imperador D. Pedro I, e com isso a sodomia deixou de ser considerada um crime e
perdeu a força de lei, então com isso podemos dizer que a descriminalização da
homossexualidade, ocorreu no ano de 1830. No livro “Viagem ao Norte do Brasil
feita nos anos de 1613 e 1614”, o missionário francês Yves d’Évreux, da Ordem
dos Capuchinhos, narra a execução de um indígena tupinambá que teve sua cintura
amarrada na boca de um canhão instalado no Forte de São Luís do Maranhão.
Quando os franceses e nativos rivais presentes lançaram fogo, metade do corpo caiu
em terra e, o restante, desapareceu no mar. Este relato cruel trata-se do primeiro
registro detalhado de homofobia em território brasileiro, praticado contra um índio
conhecido como Tibira do Maranhão. Tibira, termo tupi utilizado para designar
aqueles que não se encaixavam nos padrões ocidentais de sexualidade, foi perseguido
e torturado sob ordenação de d’Évreux pela prática da “sodomia” e por, segundo ele,
parecer “no exterior mais homem”, mas ser “hermafrodita” e ter “voz de mulher”.
Embora tenha tentado escapar, o índio foi capturado e executado em praça pública. O
trágico destino de Tibira serviu, na época, para que a moralidade religiosa dos
colonizadores europeus fosse imposta aos nativos. A morte espetacularizada, enfim,
demonstrava como deveria ser reprimida qualquer prática que fosse considerada
desviante dos padrões cristãos, patriarcais e heteronormativos da cultura ocidental.
Obs 1: copie todas questões em seu caderno e leve para sala de aula
Obs2: Responda em casa apenas as questões 1 e 2 .
Obs 3 : serão sorteadas pessoas em sala de aula para ler suas respostas
referente as questões 1 e 2.
L = Lésbicas
São mulheres que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, outras
mulheres.
G = Gays
São homens que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, outros
homens.
B = Bissexuais
Diz respeito aos homens e mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelos gêneros
masculino e feminino.
T = Transgênero
Diferentemente das letras anteriores, o T não se refere a uma orientação sexual, mas a
identidades de gênero. Também chamadas de “pessoas trans”, elas podem ser
transgênero (homem ou mulher), travesti (identidade feminina) ou pessoa não-binária,
que se compreende além da divisão “homem e mulher”.
Q = Queer
Pessoas com o gênero ‘Queer’ são aquelas que transitam entre as noções de gênero,
como é o caso das drag queens. A teoria queer defende que a orientação sexual e
identidade de gênero não são resultado da funcionalidade biológica, mas de uma
construção social.
I = Intersexo
A pessoa intersexo está entre o feminino e o masculino. As suas combinações biológicas
e desenvolvimento corporal – cromossomos, genitais, hormônios, etc – não se
enquadram na norma binária (masculino ou feminino).
A = Assexual
Assexuais não sentem atração sexual por outras pessoas, independente do gênero.
Existem diferentes níveis de assexualidade e é comum essas pessoas não verem as
relações sexuais humanas como prioridade.
+
O símbolo de “ mais ” no final da sigla aparece para incluir outras identidades de gênero
e orientações sexuais que não se encaixam no padrão cis-heteronormativo, mas que não
aparecem em destaque antes do símbolo.
Referencia de documentario :