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vol.2
Profº: Anderson G. Vitorello.
5. Gilberto Freyre
1. Contexto
3
A tese central do livro é que o Brasil é uma democracia racial,
isto é, o Brasil é o país do encontro de três raças que se
misturaram cultural e geneticamente. Para demonstrar como
essas três vertentes se cruzam, Freyre dividiu seu livro em três
momentos principais: a descrição dos brancos portugueses, dos
indígenas da américa e dos negros africanos.
3. Os Portugueses
4. Os Indígenas
5. Os africanos
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de bicho e de mal-assombrado. Da mulata que nos tirou o
primeiro bicho-de-pé de uma coceira tão boa. Da que nos iniciou
no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da cama-de-vento, a
primeira sensação completa de homem. Do moleque que foi o
nosso primeiro companheiro de brinquedo. Freyre, G. Casa
Grande & Senzala
Do mesmo modo, a presença negra na vida sexual do patriarca FIGURE 1: AMA DE LEITE DO
causou uma tendência no comportamento sexual brasileiro que MENINO EUGEN KELLER (1874)
será futuramente tematizado quando falarmos do feminismo
negro no Brasil. A mulher negra foi durante séculos tratada como
objeto sexual, ser hipersexualizado e sem voz. Isso criou
dicotomias observáveis nos costumes do brasileiro em tratar a
família como um lugar sem realização sexual e a vida com as
amantes como o verdadeiro lugar de realização da
masculinidade. Isso, no entanto, formou o que chamamos de
vilania masculina – o homem é ser dividido, onde o amar é sem
sexo e o sexo é sem amar.
6. A Democracia Racial
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6. Sérgio Buarque
de Holanda
1. Contexto
10
A tentativa de implantação da cultura europeia em extenso
território, dotado de condições naturais, se não adversas,
largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da
sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em
consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de
convívio, nossas instituições, nossas ideias, e timbrando em
manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e
hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. [...] o
certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça
parece participar de um sistema de evolução próprio de outro
clima e de outra paisagem. - Holanda, S.B. Raízes do Brasil.
1. A tese da modernidade
2. O Fidalgo
3. O Aventureiro
4. A Herança Rural
5. O Semeador
Por fim, uma das características que o autor elenca como sendo
também efeito dos tipos ideais que aqui aportaram é observável
na ocupação do espaço. Segundo Holanda, o espaço brasileiro
não foi ocupado de modo racional e planejado. Não houve aqui
14
uma burocracia capaz de sistematizar e organizar atividades
econômicas, militares e de povoamento. A profunda liberdade,
organicidade e naturalidade são as marcas da ocupação do
espaço. Jogos de alianças com tribos nativas, atividades
econômicas que brotavam ao acaso, movimentos migratórios
sazonais que cruzavam o continente traficando gado e escravos.
Além disso, missões jesuíticas penetravam os territórios além do
Tratado de Tordesilhas. Tudo isso foi a marca de um espaço que
se ocupou aos moldes de uma semeadura – alguns lugares
brotando em vida, outros permanecendo virgens.
6. O Homem Cordial
16
7. Raymundo Faoro
1. Contexto
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poder de estado para manter a sua influência política e para o
controle de bens e riquezas. Desse modo, Faoro também
atribuiu ao Brasil um projeto moderno fracassado, mas com uma
análise um tanto diferenciada das formas de poder.
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Um outro fenômeno importante que será tratado por Raymundo
Faoro e que ganhará notoriedade é o coronelismo.
4. Coronelismo e Personalismo
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Para Caio Prado, a chave da compreensão do Brasil atual
passava pelo entendimento do papel do Brasil Colônia na
estruturação do capitalismo moderno. O Brasil entra na
economia capitalista ocupando uma posição de país exportador
que deveria fornecer tabaco, açúcar, algumas drogas do sertão
e que, mais tarde, passou a fornecer ouro e diamante, para por
fim, fornecer café para o comércio europeu.
3. Comparações e Analogias
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27
9. Florestan
Fernandes
1. Contexto
30
obstante, o que é uma democracia racial? A ausência de tensões
abertas e de conflitos permanentes é, em si mesma, índice de
“boa” organização das relações raciais? Doutro lado, o que é
mais importante para o “negro” e o “mestiço”: uma consideração
ambígua e disfarçada ou uma condição real de ser humano
econômica, social e culturalmente igual aos brancos?”
Fernandes, F. O Negro no Mundo dos Brancos.
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10. Sociologia do
Brasil Atual
1. Contexto
2. Roberto Da Matta
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culturais e sociais do Brasil com a sociedade americana e a
indiana.
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“Não se trata de discutir uma história de três raças, seis regiões
ou duas classes sociais que se digladiam pelo poder, mas de
entrar nas razões sociais do dilema que coloca uma sociedade
às voltas consigo mesma. Porque, como veremos em detalhe
mais adiante, temos no Brasil carnavais e hierarquias,
igualdades e aristocracias, com a cordialidade do encontro cheio
de sorrisos cedendo lugar, no momento seguinte, à terrível
violência dos antipáticos “sabe com quem está falando?” e
também temos samba, cachaça, praia e futebol, mas de permeio
com a democracia relativa e “capitalismo à brasileira”, um
sistema onde só os trabalhadores correm riscos, embora, como
se sabe, não tenham lucro algum. - DaMatta, R. Carnavais,
malandros e heróis
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Mas no Brasil, a comparação por contrastes revela uma dupla
possibilidade. E mostra que o sistema é dual: de um lado, existe
o conjunto de relações pessoais estruturais, sem as quais
ninguém pode existir como ser humano completo; de outro, há
um sistema legal, moderno, individualista (ou melhor: fundado
no indivíduo), modelado e inspirado na ideologia liberal e
burguesa. [...] Em comparação com o mundo indiano e
americano, o mundo brasileiro é possível de ser abandonado,
mas esse abandono tem um custo. Dado que entrar para o
mundo brasileiro significa passar a pertencer a um sistema de
relações intersubjetivas onde posições demarcadas tem de
obedecer e mandar, aos que desejam não pertencer a esse
mundo um outro sistema lhes aguarda. Esse mundo é o mundo
frio e calculado da lei. Como diz o ditado “Aos inimigos a lei; aos
amigos, tudo!” - DaMatta, R. Carnavais, malandros e heróis
O "Você sabe com quem está falando?" não parece ser uma
expressão nova, mas velha, tradicional, entre nós. Na medida
em que as marcas de posição e hierarquização tradicional, como
a bengala, as roupas de linho branco, o anel de grau e a caneta-
tinteiro no bolso de fora do paletó se dissolvem, incrementa-se
imediatamente o uso da expressão separadora de posições
sociais para que o igualitarismo formal e legal, mas cambaleante
na prática social, possa ficar submetido a outras formas de
hierarquização social. - DaMatta, R. Carnavais, malandros e
heróis
2.5. O Carnaval
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O carnaval mobiliza o povo. É a festa do povo para o povo. Nela
a sensualidade reprimida, a totalidade de gestos proibidos e o
anonimato do cotidiano são superados dando espaço para
aqueles que são esquecidos pelas instituições. É o momento em
que a suspensão da realidade aterradora favorece, por meio de
uma catarse, a possibilidade de continuidade do Brasil como um
país.
3. Jessé Souza
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promove o atraso de modo voluntário. Jessé acredita que a
herança cultural não é uma razão suficiente para promover o
atraso brasileiro. Além deles há uma classe média que vive no
tensionamento entre a cultura da elite e as condições de trabalho
da ralé.
Continua no VOL.03
REFERÊNCIA:
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