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colonial
• Até 1530 a América não tinha sido prioridade para a Coroa de Portugal.
Navegadores castelhanos, ingleses e franceses também extraíam pau-brasil,
ameaçando o domínio pretendido pelos lusitanos. A defesa do extenso litoral
ficara a cargo de expedições guarda-costas, ineficazes para deter o assédio de
conquistadores de outros Estados europeus. Os pequenos povoados e feitorias,
além de estarem à mercê das incursões de estrangeiros e de ataques de povos
indígenas, eram desprovidos de organismos de justiça e de administração. Nas
disputas e conflitos, entre os poucos europeus que se aventuravam a atravessar o
Atlântico, imperava a lei da espada. A economia baseava-se na extração de pau-
brasil e em primeiras experiências de lavoura canavieira, que devem ter sido
iniciadas entre 1516 e 1519, segundo estudos recentes.
• O sistema de capitanias não garantiu aos portugueses o domínio das novas terras. Conflitos com
povos indígenas e certo desinteresse demonstrado por alguns donatários, que sequer vieram conhecer
suas capitanias, provocaram o fracasso da experiência colonizadora. A principal dificuldade estava em
estabelecer uma atividade econômica estável que sustentasse a ocupação e o povoamento. Muitos
donatários também não conseguiram administrar suas capitanias, pois arcavam sozinhos com a
responsabilidade da segurança e da administração, entre outras. A extração de pau-brasil dependia da
disposição do indígena, que, como vimos anteriormente, tinha outras referências de cultura. Por mais
que o trabalho eventual de derrubada das árvores de pau-brasil estivesse integrado à vida dos nativos,
em pouco tempo o recebimento de bugigangas europeias deixou de despertar seu interesse.
• Tal disposição dos religiosos conflitava com os interesses dos colonos laicos. As
disputas tinham de ser resolvidas pelos governadores-gerais e pelas autoridades
legalmente investidas pela Coroa portuguesa. A administração central era,
portanto, fundamental para apaziguar os conflitos e viabilizar o domínio sobre a
América. Todos os governadores tiveram de enfrentar os diversos conflitos e
oscilavam a favor ora dos colonos laicos, ora dos colonos eclesiásticos.