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→ Centralização política precoce: Em 1385, após a batalha de Aljubarrota, Portugal consolidou a sua independência
e garantiu a sua estabilidade política na forma de uma monarquia forte e centralizada. Sem conturbações políticas, os
portugueses se dedicaram ao seu desenvolvimento tecnológico e comercial como a criação de novas técnicas de
navegação.
→ Localização geográfica: Por ser o país mais a oeste do continente europeu, era banhado pelo Oceano Atlântico e
tinha fácil acesso a suas correntes marítimas.
O início da expansão marítima se deu em 1415 no reinado de D. João I quando os portugueses tomaram Ceuta,
importante entreposto comercial árabe. Portugal assimilou e desenvolveu diversos instrumentos de orientação e
embarcações como a caravela. Isso os preparava para realizar viagens mais longas pelo Atlântico.
Depois da conquista de Ceuta, os portugueses foram avançando pelo litoral africano e ilhas vizinhas no atlântico
como a ilha da Madeira e Açores fundando feitorias. Em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu contornar o Cabo da Boa
Esperança e em 1498 Vasco da Gama finalmente chegaria às Índias pela primeira vez. Voltando com o navio lotado
de especiarias que trariam lucros exorbitantes para os comerciantes, começou a ser organizada uma segunda
expedição que seria comandada por Pedro Álvares Cabral para estabelecer relações comerciais com os indianos e
partiria em 1500. No meio do caminho em 22 de abril do mesmo ano a expedição chegaria ao Brasil.
Em 1492 Cristóvão Colombo chegou à América e a Espanha, em 1493, recorreu ao papa Alexandre VI para ditar a
Bula Intercoetera, que estabelecia uma linha imaginária de Norte a Sul 100 léguas a oeste de Cabo Verde. A parte
oeste pertencia à Espanha e a leste, a Portugal. Após contínua oposição dos portugueses, em 1494, foi estabelecido o
Tratado de Tordesilhas, que deslocava a linha imaginária para 370 léguas a oeste do ponto inicial. Com isso, Portugal
garantia o controle do corredor atlântico e colocava sob seus domínios as terras que estavam para ser descobertas.
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Nesse período, os portugueses se preocuparam apenas em garantir a sua posse contra invasores, realizar
reconhecimento do território e extrair pau-brasil, que possuía uma tintura cor de brasa de elevado valor na Europa.
Antes de iniciar efetivamente a colonização em 1530, Portugal enviou expedições exploradoras e guarda-costas para
avaliar a potencialidade econômica das novas as terras e reprimir invasores estrangeiros no litoral sem
necessariamente se preocupar com a ocupação do território. Eles ocasionalmente abandonavam degredados na
costa para facilitar a comunicação e obterem informações sobre o lugar quando voltassem.
Expedições exploradoras:
Gaspar de Lemos (1501): Nomeou diversos locais com os nomes do santo do dia enquanto percorria o litoral
brasileiro. Também constatou a existência de pau-brasil.
Gonçalo Coelho (1503): Buscava encontrar novas riquezas e carregar os navios com pau-brasil. Além disso, fundou
várias feitorias, postos de armazenagem de madeira e carregamento de navios.
Expedições guarda-costas:
Cristóvão Jacques (1516 e 1526): Expedições militares que buscavam combater o contrabando estrangeiro
(principalmente francês) de madeira no litoral. Apesar da violência com que os invasores eram tratados, a imensidão
do território dificultava muito a efetividade dessas ações.
A extração de pau-brasil tinha caráter meramente predatório e foi responsável pela devastação de boa parte da
mata-atlântica. Essa extração se dava de duas maneiras:
• Escambo: Foram as primeiras relações econômicas entre portugueses e indígenas. Os índios cortavam a
madeira e levavam até as feitorias. Em troca, recebiam objetos vistosos e atraentes para eles mas de baixo
valor comercial para os europeus como espelhos e ferramentas de ferro.
*Importante salientar que essa troca nunca era realizada entre índio e tripulação das embarcações, e sim entre
índio e feitoria.
• Estanco: Era o monopólio estatal português sobre a extração de pau-brasil. Eventualmente a Coroa fazia
concessões do direito de exploração a particulares mediante pagamento de um quinto do valor da madeira
extraída e da defesa do território contra traficantes. O primeiro arrendamento foi cedido a Fernão de
Noronha no período entre 1502 e 1505. Ele liderava um grupo de comerciantes em Lisboa.
Diante do aumento dos ataques de turcos e indianos a fortalezas portuguesas no oriente junto com vários
naufrágios e ataques corsários a naus portuguesas, o comércio de especiarias com o oriente não era mais tão
lucrativo como no início. Além disso, a presença francesa no litoral brasileiro cresceu tanto que começou a
ameaçar a posse portuguesa. O caso de uma nau francesa abarrotada de toneladas de produtos brasileiros de
todos os tipos, a nau bretoa, serviu para chamar a atenção do rei português para esse problema.
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Isso tudo estimulou o rei D. João III a iniciar uma nova política em relação à colônia, defendendo, ocupando e
explorando economicamente o território através da fixação de colonos à terra.
Para viabilizar tais objetivos, foram organizadas expedições colonizadoras, sendo a primeira chefiada por Martim
Afonso de Souza, que chegou ao Brasil em 1530.
Nomeado capitão-mor, ele veio com 400
homens com amplos poderes para descobrir
novas riquezas, combater estrangeiros,
policiar, administrar e povoar as terras
brasileiras.
Iniciou a distribuição de sesmarias e deu início
à plantação de açúcar. Também construiu o
Engenho do Governador, o primeiro da colônia
e fundou São Vicente, no atual estado de São
Paulo.
Em 1533 retornou para Portugal.
Principais características:
• 14 capitanias no total.
• Passavam de pai para filho.
• Autonomia dentro da capitania.
• Foral – Detalhes fiscais do sistema, eram as obrigações do donatário.
• Carta de doação – Constavam os poderes político-administrativos cedidos, eram os direitos dos donatários.
• Doação de sesmarias – O donatário podia doar lotes de terra, chamados sesmarias, dentro de suas
capitanias. Elas deveriam ser exploradas em até 5 anos.
• O que deveria ser feito - Colonizar, defender e produzir açúcar.
• Principal atividade econômica: plantio de açúcar.
O sistema acabou fracassando com o tempo e as únicas que realmente deram certo foram São Vicente, ao sul, e
a de Pernambuco, no Norte. Principais fatores que determinaram o a fracasso:
Além desses fatores, alguns donatários começaram a querer tomar decisões que só cabiam ao Rei como decretar
pena de morte para habitantes das capitanias. Isso representava uma afronta à autoridade real e poderia significar o
surgimento de um desejo de independência. Isso foi um fator determinante para uma intervenção mais direta de
Portugal por meio do Governo Geral.
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• Governadores
Tomé de Souza (1549-1553) – Primeiro governador, responsável por construir a primeira cidade do Brasil,
Salvador, em 1549. A cidade se transformou na primeira capital brasileira.
Duarte da Costa (1553-1558) – Teve uma administração turbulenta, com diversos confrontos com indígenas,
atrito com jesuítas e a fundação da França Antártica no Rio de Janeiro. Diante da ineficiência do combate aos
franceses, o rei de Portugal nomeia Mem de Sá.
Mem de Sá (1558-1572) – Resolveu a maioria dos problemas da gestão anterior. Sua maior preocupação foi a
expulsão dos franceses junto com seu sobrinho Estácio de Sá, no qual foram bem sucedidos.
• Estrutura Administrativa
Invasões francesas
• Rio de Janeiro (1555-1567)
➔ Aliança francesa com os tamoios.
➔ Ocupam a Baía do Governador.
➔ Problema religioso interno.
➔ Aliança portuguesa com os temiminós (inimigos dos tamoios).
➔ Vitória portuguesa
• Maranhão (1612)
➔ Fundação de São Luís
➔ Acordo com a Espanha
Após a morte de Mem de Sá em 1572, a administração da colônia foi dividida entre dois governadores gerais, um
para a capital do Norte, em Salvador, e outro para a capital do Sul, no Rio de Janeiro.
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Por causa disso, o único apto a assumir o trono era o rei da Espanha
Filipe II, neto de D. Manuel, o Venturoso. Ele invadiu Portugal com
suas tropas e tomou o trono, inaugurando o período da União
Ibérica.
A Espanha havia se envolvido em uma série de conflitos na Europa, então automaticamente os inimigos
espanhóis se tornaram inimigos de Portugal e do Brasil, como ingleses, franceses e holandeses. A Holanda até
então era uma grande parceira comercial portuguesa, pois eles possuíam o domínio da técnica do refino do
açúcar e os portugueses tinham as terras produtoras. Com a União, a Holanda começou a ter prejuízos, pois a
Espanha proibiu o comércio com o Brasil e resolveu ela mesma tomar conta dos pontos de produção.
• Política de casamentos → adotada por portugueses para consolidar alianças e que fazia com que
houvessem descendentes da Coroa em outros países.
• Morte de D. Sebastião → sem deixar herdeiros.
• Filipe II → Portugal e todas as suas colônias ficam sob domínio espanhol.
• Embargo Espanhol → Holanda fica proibida de participar do comércio açucareiro.
• Fim do Tratado de Tordesilhas → Expedições indo para o interior em busca de pedras preciosas.
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• Invasões holandesas
A Holanda possuía grande participação no comércio do açúcar, principalmente no que envolve Portugal e Brasil,
pois possuíam 25 refinarias em Amsterdã que transformavam o açúcar brasileiro no produto final para consumo.
Contudo, os holandeses estavam em conflito com espanhóis devido ao seu processo de independência. O
domínio espanhol sobre Portugal e suas colônias em 1580 fez com que automaticamente também se tornassem
inimigos dos holandeses.
Filipe II, rei da Espanha, proibiu o comércio entre a Holanda e suas colônias. Em resposta, os holandeses
fundaram a Companhia das Índias Orientais em 1602, destinados a manterem as relações comerciais com os
domínios ibéricos. Suas ações incluíam saques à região Nordeste do Brasil e tomada de colônias espanholas na
Ásia e na África, que eram importantes para o fornecimento de escravos.
Em 1621, foi fundada a Companhia das Índias Ocidentais, que buscava assumir o controle do comércio de açúcar
no Brasil e ao mesmo tempo tomar posse de domínios ibéricos na costa americana e na costa da África. Em 1624,
patrocinaram a invasão da Salvador, na qual o governador Diogo de Mendonça Furtado foi aprisionado. Em 1625,
uma resistência dos colonos que ficou conhecida como Jornada dos Vassalos, juntamente com o envio de uma
frota espanhola conseguiu expulsá-los. Um fator que contribuiu para a derrota da Holanda foi a falta de
conhecimento a respeito da geografia do território.
Pouco tempo depois, em 1630, os holandeses atacaram novamente o Brasil na maior área produtora de açúcar,
Olinda e Recife.
Inicialmente, a população de Pernambuco recuou para o interior da capitania e criou núcleos de resistência
que conseguiram conter o avanço inimigo e mantê-los restritos ao litoral utilizando táticas de guerrilha.
Entretanto, a partir de 1632, o apoio de Domingos Fernandes Calabar aos invasores foi fundamental, pois
conhecia o território e graças a ele conseguiram de instalar. Posteriormente, ele foi executado pelos
portugueses.
A área dominada ia do Maranhão ao Sergipe. Maurício de Nassau foi escolhido para governador do Brasil
holandês (período de 1637 até 1644) e buscou desenvolver a região e favorecer os donos de engenhos para
normalizar a produção de açúcar por meio da concessão empréstimos. O domínio das colônias espanholas na
África normalizou e ampliou o fornecimento de escravos.
• Desenvolvimento do Nordeste
• Obras públicas
• Auge do açúcar
• Estudos sobre a fauna e flora brasileiros
• Vinda de artistas europeus
• Liberdade religiosa que só não se aplicava aos jesuítas
• Criação das Câmaras dos Escabinos – órgãos municipais abertos à participação dos senhores de engenho
Em 1640, Portugal restaura a sua autonomia frente à Espanha com a ascensão de D. João IV ao trono.
Portugal assinou uma trégua de 10 anos com a Holanda em 1641 e assim o domínio holandês foi garantido.
Devido a uma série de conflitos na Europa, a Companhia das Índias Ocidentais adotou uma política mais
rigorosa em relação ao Nordeste para aumentar a arrecadação. Tudo isso foi de encontro à gestão de
Maurício de Nassau e ele acabou sendo deposto e mandado de volta para a Holanda. Com a alta dos juros
dos empréstimos, vários senhores de engenho foram à falência e isso fez despertar o sentimento
adormecido de insatisfação quanto ao domínio holandês em Pernambuco.
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O movimento iniciado em 1644 no Maranhão, ainda na administração de Nassau, se espalhou pelo resto do
território. Graças à trégua assinada por Portugal, inicialmente o movimento teve caráter exclusivamente
nativista. Dentre os líderes da luta destacavam-se o negro Henrique Dias, Felipe Camarão e o senhor de
engenho João Fernando Vieira. Utilizando táticas de guerrilha eles conseguiram enfraquecer os holandeses e
posteriormente, recebendo apoio português conseguiram a vitória em 1646 na batalha do Monte das
Tabocas e, em 1648 e 1649 nas batalhas de Guararapes. A batalha definitiva veio após a batalha da Campina
do Taborda.
Com a aliança entre Portugal e Inglaterra, que possuía uma poderosa esquadra, os holandeses foram
obrigados a concordar com a Paz de Haia em 1661 reconhecendo os domínios lusos em troca de uma
indenização de 4 milhões de cruzados.
A expulsão definitiva dos holandeses, porém levou a economia açucareira na colônia à crise, pois os
holandeses levaram todo o conhecimento sobre a produção do açúcar para as suas colônias, com destaque
para as Antilhas, que possuía clima parecido com o do Nordeste brasileiro. Como agora dominavam todas as
etapas da produção e do refino, era muito mais vantajoso para eles o comércio de açúcar. Enquanto isso, a
economia colonial enfrentava sua primeira crise, levando o Nordeste à perda de supremacia econômica no
Brasil.
• Sociedade Colonial
Devido à ausência, a primeiro momento, de ouro, prata e especiarias nas terras brasileiras fez com que a
principal atividade econômica na colônia fosse o plantio de cana-de-açúcar no litoral. O modelo agrícola
aqui desenvolvido seguia o modelo de plantation, cujas principais características eram:
O que dificultava essa modalidade de exploração era a oposição dos jesuítas, não estarem habituados a esse modo
de trabalho e plantio, epidemias frequentes que matavam índios aos milhares e o fato de, pelo profundo
conhecimento das matas, eles fugirem com muita frequência dos engenhos.
Por outro o lado, a escravização de africanos era mais rentável pois entre outras coisas:
Era dois os principais grupos étnicos africanos que eram capturados e empregados no Brasil: Bantos e Sudaneses.
A Igreja nessa época era a responsável pela educação das pessoas e das almas. Haviam várias reduções jesuíticas nas
quais indígenas eram educados e ensinados a realizar trabalhos manuais, além de serem catequisados.
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➔ Norte e Nordeste
• Difícil integração econômica por causa da importância dada à lavoura de exportação.
• Predominância da mão de obra indígena.
• Drogas do sertão (cacau, baunilha, guaraná, salsa, castanha do pará, baunilha, urucum): produtos extraídos
da selva amazônica utilizando mão de obra indígena que eram comercializados na Europa por altos valores.
Ao atraírem a atenção e interesse de estrangeiros, estimularam a preocupação dos portugueses em ocupar a
região Norte para garantirem a exclusividade na extração desses gêneros.
• Pecuária extensiva: atividade complementar e indispensável para a lavoura. O gado era utilizado como força
motriz, meio de transporte, alimentação e como fonte de couro. Conforme as terras de pasto próximas aos
engenhos ficavam escassas, os vaqueiros se moviam cada vez mais para o interior do Nordeste.
• Grande número de missionários jesuítas e franciscanos.
➔ Centro-sul
• Ocupação primária do litoral
• Colonização do interior pelos jesuítas em busca do aldeamento de indígenas em missões
• Fundação de São Paulo (1554): praticava-se a cultura de subsistência, reduzindo à pobreza sua escassa
população
Nos poucos núcleos urbanos paulistas organizavam-se expedições de busca de riquezas no interior chamadas
bandeiras.
Como havia um mercado consumidor de escravos indígenas por causa do controle holandês de pontos
fornecedores de escravos africanos, o que dificultava a sua compra e consequetemente restringia o seu uso a
engenhos de açúcar no Nordeste, grupos paulistas começaram a organizar expedições de captura de
indígenas, ataque a quilombos e procura de metais preciosos.
Entradas: movimentos organizados pelo governo, que procuravam metais preciosos e riquezas. Respeitavam
o Tratado de Tordesilhas.
Bandeiras: movimentos não oficiais, que partiam de São Paulo procurando escravos e metais preciosos. Não
respeitavam o Tratado de Tordesilhas.
Tipos de bandeirismo:
Prospecção – busca de metais preciosos.
Sertanismo de Contrato – bandeirantes que vendiam seus serviços para o governo português, governo-geral
e para os fazendeiros. Destaque para o ataque a quilombos, aldeamentos indígenas e tribos.
Monções – bandeiras fluviais
Muitas bandeiras atacavam missões jesuíticas no Mato Grosso e Rio Grande do Sul pois indígenas habituados
a trabalhos manuais poderiam ser vendidos por um preço maior
Alguns bandeirantes notáveis foram Domingos Jorge Velho, que liderou a expedição que destruiu o Quilombo
dos Palmares; Antônio Rodrigues de Arzão, Antônio Dias Oliveira e Borba Gato, responsáveis pela descoberta
de Ouro em MG.
As bandeiras contribuíram significativamente para povoar e ocupar o interior do Brasil, fundando povoados,
vilas e dando início à exploração mineradora. Sua atuação foi decisiva na consolidação da presença
portuguesa além da linha do Tratado de Tordesilhas, ampliando consideravelmente as fronteiras da colônia.
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• Tratados e limites
O expansionismo português anulou os antigos limites do Tratado de Tordesilhas. Para resolver as constantes
disputas territoriais entre Portugal e Espanha no sul da colônia, em 1750, foi assinado o Tratado de Madrid.
Portugal foi representado por Alexandre de Gusmão, que utilizou o princípio de Uti Possideatis (quem ocupa
de fato, ocupa de direito) para garantir a ampliação do território. Para evitar a descontinuidade do território
no Sul, o território de Sete Povos das Missões foi dado a Portugal e a Espanha ficou com a colônia do
Sacramento.
• Economia mineradora
No final so século XVII, por causa das bandeiras, foram descobertas jazidas de ouro em MG, GO, MT e BA. Isso
atraiu milhares de estrangeiros para a região. Por causa desse processo, começaram a surgir vilas e cidades,
alterando o caráter rural da colonização.
Nas minas era comum escravos trabalharem por conta própria e serem obrigados a atingirem uma meta de
extração para seus senhores. Alguns deles eram recompensados com a liberdade através da carta de Alforria.
Apesar da presença cada vez maior de negros livres, a maior parte da exploração aurífera feita por escravos.
Com a extração dessas riquezas, a produção artística e cultural nas cidades mineiras, sobretudo nas igrejas, foi
incentivada. Nesse contexto surgiu Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Ele ficou famoso pelas esculturas e
pinturas barrocas feitas principalmente no interior das igrejas de Minas Gerais.
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A administração da metrópole sobre a colônia ficou mais rígida a partir desse momento. Em 1702, foi criada a
Intendência das Minas, órgão presente em cada uma das capitanias onde se extraía ouro, visando controlar de
perto a exploração. Era composta de um guarda-mor e auxiliares diretamente subordinados à Coroa. Era
responsável pela distribuição de lotes para a exploração, chamados de datas, e pela cobrança do quinto, que era
a entrega de 20% de tudo que era extraído em forma de impostos para Portugal. O explorador também deveria
pagar uma quantia de ouro proporcional ao número de escravos que possuísse, era a chamada captação. As
datas também eram distribuídas de acordo com a capacidade de extrair minérios do explorador, medida em
número de escravos.
Apesar de todo o controle da metrópole, ainda havia muito contrabando de ouro na colônia, principalmente em
imagens ocas feitas de madeira de santos (santo do pau oco). Para acabar com isso, a Coroa proibiu a circulação
de ouro em pó e em pepitas. Todo o ouro encontrado deveria ser levado para as Casas de Fundição, criadas em
1720, para ser fundidas e marcadas com o selo real, sendo separado o quinto automaticamente.
O auge da extração do ouro no Brasil durou até 1750, a partir daí a atividade começou a entrar em declínio,
porém a Coroa não queria diminuir a quantidade do metal que chegava à metrópole. Por causa disso, foi
estabelecido em 1750 que cada município deveria arrecadar um mínimo de 100 arrobas anuais de ouro. Para
garantir que essa meta fosse cumprida também foi instituída a derrama, que permitia que soldados portugueses
realizassem a cobrança dos impostos à população invadindo casas e levassem tudo que tivesse valor a fim de
completar as 100 arrobas.
Todas essas medidas de maior controle conseguiram diminuir o contrabando do ouro, mas nunca o extinguiu por
completo.
Em 1729 foram descobertos diamantes na atual cidade de Diamantiana, em MG. Dada a dificuldade de se cobrar
o quinto de diamantes, Portugal expulsou todos os mineiros da região e arrendou a exploração a empresários,
chamados contratadores, que antecipavam parte dos lucros à Coroa e recebiam o direito de explorar os
diamantes com exclusividade. Em 1771, o próprio governo português assumiu a extração, estabelecendo a real
extração.
O período que correspondeu ao apogeu da exploração das minas é compreendido entre 1740 e 1770. Após isso,
houve um declínio na atividade e ela se tornou cada vez menos atraente.
Consequências da mineração
➔ Tratado de Methuen: foi um acordo comercial estabelecido no dia 27 de dezembro de 1703 entre Portugal e
Inglaterra. Também conhecido como Tratado de Panos e Vinhos, os portugueses se comprometiam a
consumir os tecidos da Inglaterra e os ingleses a consumir os vinhos de Portugal. Provocou o déficit
econômico português
Na Europa, a partir do século XVIII, surgiu um movimento intelectual que ia na contramão dessas medidas, o
Iluminismo. Essa corrente de pensamento defendida por intelectuais como Voltaire, Montesquiel e Adam Smith
acreditava em um Estado mínimo que defendesse as liberdades individuais para a realização do bem estar dos
povos, além da soberania popular e o governo por meio de uma Constituição. O não cumprimento desses
princípios daria direito à insurreição.
Após a morte de D. José I em 1777, marquês de Pombal deixou o ministério e seus opositores assumiram oo
governo, anulando boa parte de suas medidas. D. Maria I, dentre outras coisas, determinou:
• Extinção das Cias de Comércio
• Proibição de fábricas e manufaturas de tecidos
• O renascimento agrícola do Brasil (algodão, tabaco e açúcar)
• Criação da Academia Real de Guardas-Marinha (1782)
• Criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho (1792)
• Revoltas Nativistas
As revoltas nativistas surgiram no Brasil a partir do século XVII e foram os primeiros movimentos de
contestação ao domínio e aos abusos da metrópole sobre a colônia. Vale ressaltar que esses movimentos
não chegaram a reivindicar a independência nacional, pois tratavam-se de manifestações contra medidas
isoladas e contrárias aos interesses dos colonos de determinadas regiões brasileiras, diferenciando-se das
rebeliões separatistas que aconteceriam posteriormente.