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3055 Lima Santos

Resumo de História – 3º trimestre


• A viagem do descobrimento
No século XV, iniciou-se a expansão marítima europeia e Portugal foi pioneiro nesse processo, conquistando as Índias
antes de todas as outras nações pela rota que contornava o continente africano.

Principais fatores que favoreceram Portugal:

→ Centralização política precoce: Em 1385, após a batalha de Aljubarrota, Portugal consolidou a sua independência
e garantiu a sua estabilidade política na forma de uma monarquia forte e centralizada. Sem conturbações políticas, os
portugueses se dedicaram ao seu desenvolvimento tecnológico e comercial como a criação de novas técnicas de
navegação.

→ Localização geográfica: Por ser o país mais a oeste do continente europeu, era banhado pelo Oceano Atlântico e
tinha fácil acesso a suas correntes marítimas.

O início da expansão marítima se deu em 1415 no reinado de D. João I quando os portugueses tomaram Ceuta,
importante entreposto comercial árabe. Portugal assimilou e desenvolveu diversos instrumentos de orientação e
embarcações como a caravela. Isso os preparava para realizar viagens mais longas pelo Atlântico.

Depois da conquista de Ceuta, os portugueses foram avançando pelo litoral africano e ilhas vizinhas no atlântico
como a ilha da Madeira e Açores fundando feitorias. Em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu contornar o Cabo da Boa
Esperança e em 1498 Vasco da Gama finalmente chegaria às Índias pela primeira vez. Voltando com o navio lotado
de especiarias que trariam lucros exorbitantes para os comerciantes, começou a ser organizada uma segunda
expedição que seria comandada por Pedro Álvares Cabral para estabelecer relações comerciais com os indianos e
partiria em 1500. No meio do caminho em 22 de abril do mesmo ano a expedição chegaria ao Brasil.

Em 1492 Cristóvão Colombo chegou à América e a Espanha, em 1493, recorreu ao papa Alexandre VI para ditar a
Bula Intercoetera, que estabelecia uma linha imaginária de Norte a Sul 100 léguas a oeste de Cabo Verde. A parte
oeste pertencia à Espanha e a leste, a Portugal. Após contínua oposição dos portugueses, em 1494, foi estabelecido o
Tratado de Tordesilhas, que deslocava a linha imaginária para 370 léguas a oeste do ponto inicial. Com isso, Portugal
garantia o controle do corredor atlântico e colocava sob seus domínios as terras que estavam para ser descobertas.
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• Período pré-colonial (1500-1530)


A expedição de Pedro Álvares Cabral se afastou mais que o
habitual da costa africana e acabou chegando à costa
brasileira no local que foi batizado de Porto Seguro. Por
desconhecerem o tamanho do território em que chegaram,
os portugueses denominaram as novas terras de Ilha de
Vera Cruz.

A notícia do descobrimento não despertou muito interesse


da Coroa Portuguesa, visto que naquele momento o que
era mais lucrativo era a venda de especiarias orientais e a
extração de metais preciosos, que não foram encontrados
aqui a primeiro momento. Diante disso o Brasil permaneceu
em segundo plano nos interesses portugueses até 1532.

Nesse período, os portugueses se preocuparam apenas em garantir a sua posse contra invasores, realizar
reconhecimento do território e extrair pau-brasil, que possuía uma tintura cor de brasa de elevado valor na Europa.

Antes de iniciar efetivamente a colonização em 1530, Portugal enviou expedições exploradoras e guarda-costas para
avaliar a potencialidade econômica das novas as terras e reprimir invasores estrangeiros no litoral sem
necessariamente se preocupar com a ocupação do território. Eles ocasionalmente abandonavam degredados na
costa para facilitar a comunicação e obterem informações sobre o lugar quando voltassem.

Expedições exploradoras:

Gaspar de Lemos (1501): Nomeou diversos locais com os nomes do santo do dia enquanto percorria o litoral
brasileiro. Também constatou a existência de pau-brasil.

Gonçalo Coelho (1503): Buscava encontrar novas riquezas e carregar os navios com pau-brasil. Além disso, fundou
várias feitorias, postos de armazenagem de madeira e carregamento de navios.

Expedições guarda-costas:

Cristóvão Jacques (1516 e 1526): Expedições militares que buscavam combater o contrabando estrangeiro
(principalmente francês) de madeira no litoral. Apesar da violência com que os invasores eram tratados, a imensidão
do território dificultava muito a efetividade dessas ações.

A extração de pau-brasil tinha caráter meramente predatório e foi responsável pela devastação de boa parte da
mata-atlântica. Essa extração se dava de duas maneiras:

• Escambo: Foram as primeiras relações econômicas entre portugueses e indígenas. Os índios cortavam a
madeira e levavam até as feitorias. Em troca, recebiam objetos vistosos e atraentes para eles mas de baixo
valor comercial para os europeus como espelhos e ferramentas de ferro.

*Importante salientar que essa troca nunca era realizada entre índio e tripulação das embarcações, e sim entre
índio e feitoria.

• Estanco: Era o monopólio estatal português sobre a extração de pau-brasil. Eventualmente a Coroa fazia
concessões do direito de exploração a particulares mediante pagamento de um quinto do valor da madeira
extraída e da defesa do território contra traficantes. O primeiro arrendamento foi cedido a Fernão de
Noronha no período entre 1502 e 1505. Ele liderava um grupo de comerciantes em Lisboa.

Diante do aumento dos ataques de turcos e indianos a fortalezas portuguesas no oriente junto com vários
naufrágios e ataques corsários a naus portuguesas, o comércio de especiarias com o oriente não era mais tão
lucrativo como no início. Além disso, a presença francesa no litoral brasileiro cresceu tanto que começou a
ameaçar a posse portuguesa. O caso de uma nau francesa abarrotada de toneladas de produtos brasileiros de
todos os tipos, a nau bretoa, serviu para chamar a atenção do rei português para esse problema.
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Isso tudo estimulou o rei D. João III a iniciar uma nova política em relação à colônia, defendendo, ocupando e
explorando economicamente o território através da fixação de colonos à terra.
Para viabilizar tais objetivos, foram organizadas expedições colonizadoras, sendo a primeira chefiada por Martim
Afonso de Souza, que chegou ao Brasil em 1530.
Nomeado capitão-mor, ele veio com 400
homens com amplos poderes para descobrir
novas riquezas, combater estrangeiros,
policiar, administrar e povoar as terras
brasileiras.
Iniciou a distribuição de sesmarias e deu início
à plantação de açúcar. Também construiu o
Engenho do Governador, o primeiro da colônia
e fundou São Vicente, no atual estado de São
Paulo.
Em 1533 retornou para Portugal.

• Capitanias Hereditárias (1534-1548)


Para facilitar a administração, a Coroa portuguesa resolveu doar grandes faixas de terras a fidalgos portugueses,
os capitães-donatários. Eles deveriam desenvolver a capitania utilizando recursos próprios, o que reduzia os
gastos do governo português. Esse sistema já havia sido implantado com sucesso nos arquipélagos da Madeira e
dos Açores.

Principais características:

• 14 capitanias no total.
• Passavam de pai para filho.
• Autonomia dentro da capitania.
• Foral – Detalhes fiscais do sistema, eram as obrigações do donatário.
• Carta de doação – Constavam os poderes político-administrativos cedidos, eram os direitos dos donatários.
• Doação de sesmarias – O donatário podia doar lotes de terra, chamados sesmarias, dentro de suas
capitanias. Elas deveriam ser exploradas em até 5 anos.
• O que deveria ser feito - Colonizar, defender e produzir açúcar.
• Principal atividade econômica: plantio de açúcar.

O sistema acabou fracassando com o tempo e as únicas que realmente deram certo foram São Vicente, ao sul, e
a de Pernambuco, no Norte. Principais fatores que determinaram o a fracasso:

• Falta de recursos e interesse dos donatários.


• Falta de cooperação entre capitanias.
• Inexistência de um órgão regulador.
• Constantes confrontos com indígenas.
• Falta de apoio português.

Além desses fatores, alguns donatários começaram a querer tomar decisões que só cabiam ao Rei como decretar
pena de morte para habitantes das capitanias. Isso representava uma afronta à autoridade real e poderia significar o
surgimento de um desejo de independência. Isso foi um fator determinante para uma intervenção mais direta de
Portugal por meio do Governo Geral.
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• Governo Geral (1548)


Diante do fracasso das capitanias, D. João III resolveu centralizar a administração para melhor coordenar a colônia.
Foi oficializado pelo documento denominado Regimento, que reafirmava o poder da Coroa sobre o dos donatários.
Na prática, centralizava o poder sobre a estrutura administrativa da colônia nas mãos de um homem de confiança do
rei. A principal atividade econômica continuou sendo o plantio de açúcar com uso de mão de obra escrava africana.

• Governadores
Tomé de Souza (1549-1553) – Primeiro governador, responsável por construir a primeira cidade do Brasil,
Salvador, em 1549. A cidade se transformou na primeira capital brasileira.
Duarte da Costa (1553-1558) – Teve uma administração turbulenta, com diversos confrontos com indígenas,
atrito com jesuítas e a fundação da França Antártica no Rio de Janeiro. Diante da ineficiência do combate aos
franceses, o rei de Portugal nomeia Mem de Sá.
Mem de Sá (1558-1572) – Resolveu a maioria dos problemas da gestão anterior. Sua maior preocupação foi a
expulsão dos franceses junto com seu sobrinho Estácio de Sá, no qual foram bem sucedidos.

• Estrutura Administrativa

➔ Governo Geral: coordena e centraliza a administração colonial no Brasil.

Governo Geral → Capitanias Hereditárias → Vereadores

• Ouvidor-mor: responsável pela justiça na colônia.


• Provedor-mor: responsável pela economia na colônia.
• Capitão-mor: responsável pela defesa externa contra invasores.
• Alcaide-mor: responsável pela defesa interna da colônia.

Invasões francesas
• Rio de Janeiro (1555-1567)
➔ Aliança francesa com os tamoios.
➔ Ocupam a Baía do Governador.
➔ Problema religioso interno.
➔ Aliança portuguesa com os temiminós (inimigos dos tamoios).
➔ Vitória portuguesa

• Maranhão (1612)
➔ Fundação de São Luís
➔ Acordo com a Espanha

Após a morte de Mem de Sá em 1572, a administração da colônia foi dividida entre dois governadores gerais, um
para a capital do Norte, em Salvador, e outro para a capital do Sul, no Rio de Janeiro.
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• União Ibérica (1580-1640)


Em 1557, D. João III faleceu e deixou seu neto D. Sebastião de dois
anos de idade como seu sucessor. Até a sua maioridade em 1568,
Portugal ficou sob a administração de regentes. Ele governou a
metrópole e as colônias até 1578, quando se envolveu na batalha de
Alcácer-Quibir no Norte da África e foi morto em combate. Como
não deixou herdeiros diretos, o trono ficou nas mãos de seu tio-avô
cardeal D. Henrique, que tinha idade avançada e morreu dois anos
depois também sem descendentes.

Por causa disso, o único apto a assumir o trono era o rei da Espanha
Filipe II, neto de D. Manuel, o Venturoso. Ele invadiu Portugal com
suas tropas e tomou o trono, inaugurando o período da União
Ibérica.

Pelo Juramento de Tomar, de 1581, assumiu compromisso com


Portugal, garantiu certa autonomia, manteve as colônias unidas e sob a administração portuguesa. Também
respeitou usos e costumes da administração portuguesa.

Na colônia, na prática a única mudança efetiva foi a metrópole que


exerceria o monopólio comercial, a Espanha. Nessa época o ouro das
colônias espanholas era tão lucrativo que eles deixaram as
portuguesas de lado. Além disso, a união entre as duas Coroas, fez
com que as determinações do Tratado de Tordesilhas deixassem de
valer, o que facilitou a exploração do interior do território e
posteriormente daria origem às Entradas e Bandeiras.

A Espanha havia se envolvido em uma série de conflitos na Europa, então automaticamente os inimigos
espanhóis se tornaram inimigos de Portugal e do Brasil, como ingleses, franceses e holandeses. A Holanda até
então era uma grande parceira comercial portuguesa, pois eles possuíam o domínio da técnica do refino do
açúcar e os portugueses tinham as terras produtoras. Com a União, a Holanda começou a ter prejuízos, pois a
Espanha proibiu o comércio com o Brasil e resolveu ela mesma tomar conta dos pontos de produção.

• Política de casamentos → adotada por portugueses para consolidar alianças e que fazia com que
houvessem descendentes da Coroa em outros países.
• Morte de D. Sebastião → sem deixar herdeiros.
• Filipe II → Portugal e todas as suas colônias ficam sob domínio espanhol.
• Embargo Espanhol → Holanda fica proibida de participar do comércio açucareiro.
• Fim do Tratado de Tordesilhas → Expedições indo para o interior em busca de pedras preciosas.
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• Invasões holandesas
A Holanda possuía grande participação no comércio do açúcar, principalmente no que envolve Portugal e Brasil,
pois possuíam 25 refinarias em Amsterdã que transformavam o açúcar brasileiro no produto final para consumo.
Contudo, os holandeses estavam em conflito com espanhóis devido ao seu processo de independência. O
domínio espanhol sobre Portugal e suas colônias em 1580 fez com que automaticamente também se tornassem
inimigos dos holandeses.

Filipe II, rei da Espanha, proibiu o comércio entre a Holanda e suas colônias. Em resposta, os holandeses
fundaram a Companhia das Índias Orientais em 1602, destinados a manterem as relações comerciais com os
domínios ibéricos. Suas ações incluíam saques à região Nordeste do Brasil e tomada de colônias espanholas na
Ásia e na África, que eram importantes para o fornecimento de escravos.

Em 1621, foi fundada a Companhia das Índias Ocidentais, que buscava assumir o controle do comércio de açúcar
no Brasil e ao mesmo tempo tomar posse de domínios ibéricos na costa americana e na costa da África. Em 1624,
patrocinaram a invasão da Salvador, na qual o governador Diogo de Mendonça Furtado foi aprisionado. Em 1625,
uma resistência dos colonos que ficou conhecida como Jornada dos Vassalos, juntamente com o envio de uma
frota espanhola conseguiu expulsá-los. Um fator que contribuiu para a derrota da Holanda foi a falta de
conhecimento a respeito da geografia do território.

Pouco tempo depois, em 1630, os holandeses atacaram novamente o Brasil na maior área produtora de açúcar,
Olinda e Recife.

• Governo holandês em Recife (1630-1654)

Inicialmente, a população de Pernambuco recuou para o interior da capitania e criou núcleos de resistência
que conseguiram conter o avanço inimigo e mantê-los restritos ao litoral utilizando táticas de guerrilha.
Entretanto, a partir de 1632, o apoio de Domingos Fernandes Calabar aos invasores foi fundamental, pois
conhecia o território e graças a ele conseguiram de instalar. Posteriormente, ele foi executado pelos
portugueses.

A área dominada ia do Maranhão ao Sergipe. Maurício de Nassau foi escolhido para governador do Brasil
holandês (período de 1637 até 1644) e buscou desenvolver a região e favorecer os donos de engenhos para
normalizar a produção de açúcar por meio da concessão empréstimos. O domínio das colônias espanholas na
África normalizou e ampliou o fornecimento de escravos.

Dentre seus principais feitos estavam:

• Desenvolvimento do Nordeste
• Obras públicas
• Auge do açúcar
• Estudos sobre a fauna e flora brasileiros
• Vinda de artistas europeus
• Liberdade religiosa que só não se aplicava aos jesuítas
• Criação das Câmaras dos Escabinos – órgãos municipais abertos à participação dos senhores de engenho

Em 1640, Portugal restaura a sua autonomia frente à Espanha com a ascensão de D. João IV ao trono.
Portugal assinou uma trégua de 10 anos com a Holanda em 1641 e assim o domínio holandês foi garantido.

• Insurreição Pernambucana (1645-1654)

Devido a uma série de conflitos na Europa, a Companhia das Índias Ocidentais adotou uma política mais
rigorosa em relação ao Nordeste para aumentar a arrecadação. Tudo isso foi de encontro à gestão de
Maurício de Nassau e ele acabou sendo deposto e mandado de volta para a Holanda. Com a alta dos juros
dos empréstimos, vários senhores de engenho foram à falência e isso fez despertar o sentimento
adormecido de insatisfação quanto ao domínio holandês em Pernambuco.
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O movimento iniciado em 1644 no Maranhão, ainda na administração de Nassau, se espalhou pelo resto do
território. Graças à trégua assinada por Portugal, inicialmente o movimento teve caráter exclusivamente
nativista. Dentre os líderes da luta destacavam-se o negro Henrique Dias, Felipe Camarão e o senhor de
engenho João Fernando Vieira. Utilizando táticas de guerrilha eles conseguiram enfraquecer os holandeses e
posteriormente, recebendo apoio português conseguiram a vitória em 1646 na batalha do Monte das
Tabocas e, em 1648 e 1649 nas batalhas de Guararapes. A batalha definitiva veio após a batalha da Campina
do Taborda.

Com a aliança entre Portugal e Inglaterra, que possuía uma poderosa esquadra, os holandeses foram
obrigados a concordar com a Paz de Haia em 1661 reconhecendo os domínios lusos em troca de uma
indenização de 4 milhões de cruzados.

A expulsão definitiva dos holandeses, porém levou a economia açucareira na colônia à crise, pois os
holandeses levaram todo o conhecimento sobre a produção do açúcar para as suas colônias, com destaque
para as Antilhas, que possuía clima parecido com o do Nordeste brasileiro. Como agora dominavam todas as
etapas da produção e do refino, era muito mais vantajoso para eles o comércio de açúcar. Enquanto isso, a
economia colonial enfrentava sua primeira crise, levando o Nordeste à perda de supremacia econômica no
Brasil.

• Sociedade Colonial
Devido à ausência, a primeiro momento, de ouro, prata e especiarias nas terras brasileiras fez com que a
principal atividade econômica na colônia fosse o plantio de cana-de-açúcar no litoral. O modelo agrícola
aqui desenvolvido seguia o modelo de plantation, cujas principais características eram:

• Monocultura voltada para o exterior (cana-de-açúcar): exportar um só produto garantiria a


cobrança de impostos da Coroa.
• Latifúndio: pequenas propriedades favorecem o plantio de subsistência, que não é lucrativo para a
metrópole.
• Mão de obra escrava (indígena e africana)

Inicialmente, os colonizadores utilizaram a mão de obra


indígena por uma série de fatores:

• Pré-existência da escravidão por guerras entre os


indígenas.
• Ampla disponibilidade desse tipo de mão de obra na
colônia.
• Predominava em áreas periféricas da colonização
como São Vicente.

O que dificultava essa modalidade de exploração era a oposição dos jesuítas, não estarem habituados a esse modo
de trabalho e plantio, epidemias frequentes que matavam índios aos milhares e o fato de, pelo profundo
conhecimento das matas, eles fugirem com muita frequência dos engenhos.

Por outro o lado, a escravização de africanos era mais rentável pois entre outras coisas:

• Havia um mercado pré existente de tráfico desde o século XV.


• Crédito facilitado para a compra.
• Era mais fácil submetê-los a esses tipos de trabalhos porque estes já eram praticados na África.
• O tráfico negreiro era altamente lucrativo tanto para a Coroa quanto para mercadores portugueses.

Era dois os principais grupos étnicos africanos que eram capturados e empregados no Brasil: Bantos e Sudaneses.

A Igreja nessa época era a responsável pela educação das pessoas e das almas. Haviam várias reduções jesuíticas nas
quais indígenas eram educados e ensinados a realizar trabalhos manuais, além de serem catequisados.
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• Expansão colonial e ocupação do interior


A colonização portuguesa se deu predominantemente pelo litoral por causa do plantio de cana-de-açúcar, porém
graças a algumas expedições de reconhecimento, busca de riquezas e desenvolvimento de atividades econômicas
secundárias houve a gradativa ocupação do interior brasileiro.

➔ Norte e Nordeste
• Difícil integração econômica por causa da importância dada à lavoura de exportação.
• Predominância da mão de obra indígena.
• Drogas do sertão (cacau, baunilha, guaraná, salsa, castanha do pará, baunilha, urucum): produtos extraídos
da selva amazônica utilizando mão de obra indígena que eram comercializados na Europa por altos valores.
Ao atraírem a atenção e interesse de estrangeiros, estimularam a preocupação dos portugueses em ocupar a
região Norte para garantirem a exclusividade na extração desses gêneros.
• Pecuária extensiva: atividade complementar e indispensável para a lavoura. O gado era utilizado como força
motriz, meio de transporte, alimentação e como fonte de couro. Conforme as terras de pasto próximas aos
engenhos ficavam escassas, os vaqueiros se moviam cada vez mais para o interior do Nordeste.
• Grande número de missionários jesuítas e franciscanos.

➔ Centro-sul
• Ocupação primária do litoral
• Colonização do interior pelos jesuítas em busca do aldeamento de indígenas em missões
• Fundação de São Paulo (1554): praticava-se a cultura de subsistência, reduzindo à pobreza sua escassa
população
Nos poucos núcleos urbanos paulistas organizavam-se expedições de busca de riquezas no interior chamadas
bandeiras.
Como havia um mercado consumidor de escravos indígenas por causa do controle holandês de pontos
fornecedores de escravos africanos, o que dificultava a sua compra e consequetemente restringia o seu uso a
engenhos de açúcar no Nordeste, grupos paulistas começaram a organizar expedições de captura de
indígenas, ataque a quilombos e procura de metais preciosos.

Entradas: movimentos organizados pelo governo, que procuravam metais preciosos e riquezas. Respeitavam
o Tratado de Tordesilhas.
Bandeiras: movimentos não oficiais, que partiam de São Paulo procurando escravos e metais preciosos. Não
respeitavam o Tratado de Tordesilhas.
Tipos de bandeirismo:
Prospecção – busca de metais preciosos.
Sertanismo de Contrato – bandeirantes que vendiam seus serviços para o governo português, governo-geral
e para os fazendeiros. Destaque para o ataque a quilombos, aldeamentos indígenas e tribos.
Monções – bandeiras fluviais

Muitas bandeiras atacavam missões jesuíticas no Mato Grosso e Rio Grande do Sul pois indígenas habituados
a trabalhos manuais poderiam ser vendidos por um preço maior
Alguns bandeirantes notáveis foram Domingos Jorge Velho, que liderou a expedição que destruiu o Quilombo
dos Palmares; Antônio Rodrigues de Arzão, Antônio Dias Oliveira e Borba Gato, responsáveis pela descoberta
de Ouro em MG.
As bandeiras contribuíram significativamente para povoar e ocupar o interior do Brasil, fundando povoados,
vilas e dando início à exploração mineradora. Sua atuação foi decisiva na consolidação da presença
portuguesa além da linha do Tratado de Tordesilhas, ampliando consideravelmente as fronteiras da colônia.
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• Tratados e limites

O expansionismo português anulou os antigos limites do Tratado de Tordesilhas. Para resolver as constantes
disputas territoriais entre Portugal e Espanha no sul da colônia, em 1750, foi assinado o Tratado de Madrid.
Portugal foi representado por Alexandre de Gusmão, que utilizou o princípio de Uti Possideatis (quem ocupa
de fato, ocupa de direito) para garantir a ampliação do território. Para evitar a descontinuidade do território
no Sul, o território de Sete Povos das Missões foi dado a Portugal e a Espanha ficou com a colônia do
Sacramento.

Os padres espanhóis dos Sete Povos não


concordaram com o tratado e quando os
portugueses tentaram ocupar a região, isso
ocasionou a Guerra Guaranítica de 1753 até 1756.
Tratado de Santo Ildefonso (1777) – Sacramento
e os Sete Povos passam para domínio espanhol.
Portugal se sente prejudicado com o tratado.
O conflito só seria finalmente resolvido com o
Tratado de Badajós, em 1801, que apenas
confirma as fronteiras do Tratado de Madrid.
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• Economia mineradora
No final so século XVII, por causa das bandeiras, foram descobertas jazidas de ouro em MG, GO, MT e BA. Isso
atraiu milhares de estrangeiros para a região. Por causa desse processo, começaram a surgir vilas e cidades,
alterando o caráter rural da colonização.

A mudança do eixo econômico do Nordeste


para o Sudeste fez com que o Rio de Janeiro
fosse a nova capital a partir de 1763.

Para interligar a região da minas ao porto do


Rio de Janeiro, foram construídas estradas.
Elas favoreceram principalmente o comércio
interno e o abastecimento da região
mineradora. O principal meio de transporte
para fazer o trajeto Rio de Janeiro X Minas
Gerais eram as mulas.

A composição da sociedade também mudou


por causa da mineração. Surgiram
trabalhadores livres que não
necessariamente eram donos de terras ou
minas e nem eram escravos, mas
trabalhavam no abastecimento, comércio das
cidades ou serviços, era o surgimento da
classe média no Brasil. Assim, a rigidez da
sociedade açucareira foi sendo substituída
por uma maior flexibilidade e mais
oportunidades de transitar entre as classes
sociais.

No início da mineração, predominava a


extração por meio da faiscação ou
garimpagem, ou seja, a maior parte do ouro
extraído era ouro de superfície, que
demandava poucos recursos. Não era raro
encontrar homens livres e pobres
enriquecendo ao se aventurar utilizando
ferramentas simples na beira dos rios. De
certo modo, quase todos podiam participar
da atividade aurífera, o que fazia com que
fosse muito menos elitista do que a lavoura
açucareira. Posteriormente, após a
consolidação da mineração, era possível
encontrar grandes unidades exploradoras que demandavam mais investimentos para realizar as escavações e
comprar escravos, eram as chamadas lavras.

Nas minas era comum escravos trabalharem por conta própria e serem obrigados a atingirem uma meta de
extração para seus senhores. Alguns deles eram recompensados com a liberdade através da carta de Alforria.
Apesar da presença cada vez maior de negros livres, a maior parte da exploração aurífera feita por escravos.

Com a extração dessas riquezas, a produção artística e cultural nas cidades mineiras, sobretudo nas igrejas, foi
incentivada. Nesse contexto surgiu Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Ele ficou famoso pelas esculturas e
pinturas barrocas feitas principalmente no interior das igrejas de Minas Gerais.
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A administração da metrópole sobre a colônia ficou mais rígida a partir desse momento. Em 1702, foi criada a
Intendência das Minas, órgão presente em cada uma das capitanias onde se extraía ouro, visando controlar de
perto a exploração. Era composta de um guarda-mor e auxiliares diretamente subordinados à Coroa. Era
responsável pela distribuição de lotes para a exploração, chamados de datas, e pela cobrança do quinto, que era
a entrega de 20% de tudo que era extraído em forma de impostos para Portugal. O explorador também deveria
pagar uma quantia de ouro proporcional ao número de escravos que possuísse, era a chamada captação. As
datas também eram distribuídas de acordo com a capacidade de extrair minérios do explorador, medida em
número de escravos.

Apesar de todo o controle da metrópole, ainda havia muito contrabando de ouro na colônia, principalmente em
imagens ocas feitas de madeira de santos (santo do pau oco). Para acabar com isso, a Coroa proibiu a circulação
de ouro em pó e em pepitas. Todo o ouro encontrado deveria ser levado para as Casas de Fundição, criadas em
1720, para ser fundidas e marcadas com o selo real, sendo separado o quinto automaticamente.

O auge da extração do ouro no Brasil durou até 1750, a partir daí a atividade começou a entrar em declínio,
porém a Coroa não queria diminuir a quantidade do metal que chegava à metrópole. Por causa disso, foi
estabelecido em 1750 que cada município deveria arrecadar um mínimo de 100 arrobas anuais de ouro. Para
garantir que essa meta fosse cumprida também foi instituída a derrama, que permitia que soldados portugueses
realizassem a cobrança dos impostos à população invadindo casas e levassem tudo que tivesse valor a fim de
completar as 100 arrobas.

Todas essas medidas de maior controle conseguiram diminuir o contrabando do ouro, mas nunca o extinguiu por
completo.

Em 1729 foram descobertos diamantes na atual cidade de Diamantiana, em MG. Dada a dificuldade de se cobrar
o quinto de diamantes, Portugal expulsou todos os mineiros da região e arrendou a exploração a empresários,
chamados contratadores, que antecipavam parte dos lucros à Coroa e recebiam o direito de explorar os
diamantes com exclusividade. Em 1771, o próprio governo português assumiu a extração, estabelecendo a real
extração.

O período que correspondeu ao apogeu da exploração das minas é compreendido entre 1740 e 1770. Após isso,
houve um declínio na atividade e ela se tornou cada vez menos atraente.

Consequências da mineração

1- Deslocamento do eixo econômico do Norte para o Sul


2- Deslocamento do litoral para o interior brasileiro
3- Surgimento de novas cidades nas regiões mineradoras mais ao interior
4- Surgimento de postos de comércio para abastecer os mineradores
5- Surgimento de uma classe média composta de comerciantes e profissionais liberais
6- Desenvolvimento industrial inglês por causa do Tratado de Methuen
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➔ Tratado de Methuen: foi um acordo comercial estabelecido no dia 27 de dezembro de 1703 entre Portugal e
Inglaterra. Também conhecido como Tratado de Panos e Vinhos, os portugueses se comprometiam a
consumir os tecidos da Inglaterra e os ingleses a consumir os vinhos de Portugal. Provocou o déficit
econômico português

• Reforço do sistema colonial


Após o fim da dominação espanhola, assinatura do Tratado de Methuen e do progressivo esgotamento das
jazidas minerais na colônia, Portugal começava a entrar em uma profunda crise econômica. Isso forçou a
metrópole a ampliar a arrecadação aumentando a carga de impostos e as restrições mercantilistas, reforçando o
pacto colonial.

Na Europa, a partir do século XVIII, surgiu um movimento intelectual que ia na contramão dessas medidas, o
Iluminismo. Essa corrente de pensamento defendida por intelectuais como Voltaire, Montesquiel e Adam Smith
acreditava em um Estado mínimo que defendesse as liberdades individuais para a realização do bem estar dos
povos, além da soberania popular e o governo por meio de uma Constituição. O não cumprimento desses
princípios daria direito à insurreição.

Nesse contexto, destaca-se a administração do primeiro-ministro


marquês de Pombal (1750 – 1777) durante o reinado de D. José I. Ele
buscou reduzir a dependência de Portugal em relação à Inglaterra,
preocupando-se em reequilibrar a balança comercial lusa reforçando
práticas mercantilistas no que se refere ao Brasil. Também teve que
reconstruir a cidade de Lisboa após o terremoto de 1755 que destruiu
a capital em tempos de declínio da extração aurífera.

Suas principais realizações foram:

• Imposição da língua portuguesa em substituição da língua geral (1757)


• Criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755) e da Companhia Geral de
Pernambuco e Paraíba (1759)
• Permissão para produção de manufaturas no Brasil
• Estipulou as fintas em 100 arrobas de ouro
• Expulsão dos jesuítas e confisco de seus bens (1759)
• Abolição da escravidão indígena e a transformação de aldeamentos em vilas
• Ensino laico - professores régios

Após a morte de D. José I em 1777, marquês de Pombal deixou o ministério e seus opositores assumiram oo
governo, anulando boa parte de suas medidas. D. Maria I, dentre outras coisas, determinou:
• Extinção das Cias de Comércio
• Proibição de fábricas e manufaturas de tecidos
• O renascimento agrícola do Brasil (algodão, tabaco e açúcar)
• Criação da Academia Real de Guardas-Marinha (1782)
• Criação da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho (1792)

Acabou afastada por demência em 1792.


Várias dessas medidas deram origem a movimentos de
resistência na colônia que ficaram conhecidas como revoltas
nativistas.
3055 Lima Santos

• Revoltas Nativistas
As revoltas nativistas surgiram no Brasil a partir do século XVII e foram os primeiros movimentos de
contestação ao domínio e aos abusos da metrópole sobre a colônia. Vale ressaltar que esses movimentos
não chegaram a reivindicar a independência nacional, pois tratavam-se de manifestações contra medidas
isoladas e contrárias aos interesses dos colonos de determinadas regiões brasileiras, diferenciando-se das
rebeliões separatistas que aconteceriam posteriormente.

• Revolta de Beckman (1684 – Maranhão)


Associada à falta de mão de obra indígena por causa da oposição dos jesuítas e da criação da Companhia de
Comércio do Maranhão em 1682, que se comprometeria a fornecer determinado número de escravos e
deteria o monopólio do comércio da região por um prazo de 20 anos. Entretanto, a companhia vendia seus
produtos a preços muito elevados e não fornecia o número de escravos pré-estabelecido. Isso levou os
colonos à revolta, no movimento liderado pelos irmãos latifundiários Manuel e Tomás Beckman. Eles
expulsaram aos representantes da companhia e os jesuítas do Maranhão e governaram a província por 1
ano.
A reação da metrópole foi intensa. Manuel Beckman e Jorge Sampaio foram enforcados e Tomás foi preso.

• Guerra dos Emboabas (1707-1709 – São Paulo)


A descoberta de ouro no fim do século XVII por bandeirantes paulistas atraiu o interesse dos portugueses e
gerou disputas sobre o controle das minas. Resultou em combates entre paulistas, liderados por Borba Gato,
e emboabas (apelido dado aos estrangeiros), liderados por Nunes Viana. O mais marcante deles aconteceu
no Capão da Traição, no qual um grupo de 300 paulistas cercados foram mortos após se renderem e
entregarem as armas em um ataque liderado pelos emboabas. Essa batalha foi determinante para a vitória
dos emboabas, que a partir daí puderam exercer o seu domínio.
Depois disso, São Paulo e Minas Gerais foram separados do Rio de Janeiro e os paulistas foram explorar o
ouro de regiões mais distantes como MT e GO, abandonando Minas Gerais.
3055 Lima Santos

• Guerra dos Mascates (1710-1711 – Pernambuco)


Foi o conflito entre a elite açucareira de Olinda (aristocratas) e os comerciantes de Recife (mascates).
Desde a expulsão dos holandeses de Pernambuco, a atividade açucareira estava em decadência e a
aristocracia rural de Olinda estava em dificuldades financeiras. Porém, eles ainda detinham o controle da
política da capitania através da Câmara Municipal, que submetia o povoado de Recife. Por outro lado, este
prosperava por causa do intenso comércio exercido pelos comerciantes portugueses, apelidados de
mascates, e começaram a emprestar dinheiro a juros altos aos olindenses. Assim, Recife se tornou o centro
econômico de PE, enquanto Olinda era o centro político. Em 1709, conquistaram a sua emancipação e
poderiam se tornar também o centro político. Diante disso, os olindenses, se sentindo prejudicados,
invadiram Recife, provocando a guerra. O conflito terminou quando Félix José Machado se tornou
governador de Pernambuco. Ele prendeu os principais envolvidos, manteve a autonomia de Recife, anistiou
todos os revoltosos e transformou Recife na sede administrativa de Pernambuco.

• Revolta de Filipe do Santos ou Revolta de Vila Rica (1720 – Minas Gerais)


Foi um movimento ocorrido em Vila Rica, MG, contra aos crescentes tributos aplicados e pela instalação das
Casas de Fundição.
Mais de 2 mil mineradores se rebelaram e se dirigiram ao governador, o conde de Assumar, para pedir o fim
de alguns tributos sobre o comércio local e a não-instalação das casas de fundição. Enquanto ele não possuía
tropas suficientes para fazer frente à manifestação, prometeu-lhes atender as exigências. Assim que ele
conseguiu mais tropas, ele as lançou contra os revoltosos, realizando prisões e queimando casas.
Filipe dos Santos, um dos líderes mais pobres, foi condenado à morte e esquartejado como exemplo, porque
uma das casas de fundição foi destruída em uma das manifestações. As casas de fundição foram mantidas e
Minas Gerais foi separada de São Paulo para facilitar o controle.

• Guerra Guaranítica (1753-1756)


Envolveu a resistência da saída de indígenas e jesuítas espanhóis dos Sete Povos das Missões por causa do
Tratado de Madrid. A disputa pela região só terminou com a assinatura do Tratado de Badajós em 1801.
• Aclamação de Amador Bueno (1641)
Logo após o fim da união ibérica. Contestavam a proibição da escravização indígena. Consistiu em um levante
armado por um grupo de bandeirantes que se dirigiram ao rico fazendeiro e bandeirante Amador Bueno, que
também era a favor da escravização indígena. Convocaram ele para que liderasse a revolta e se tornasse
governador de São Paulo. Amador Bueno recusou por medo da represália portuguesa e o movimento perdeu
sua sustentação.
3055 Lima Santos

FIM DA MATÉRIA DA 3TP

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• NO FINAL TODOS CHEGAM À PRAIA.

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