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1. OBSERVE com atenção a charge a seguir: 4. OBSERVE com atenção a charge a seguir:
(A) Eram grandes faixas de terras que partiam do litoral até o centro 6. Sobre as Câmaras Municipais no Brasil Colônia é correto afirmar
da América portuguesa. que
(B) Era uma forma de governo onde a Igreja controlava no lugar do rei,
influenciando na sociedade como um todo. (A) eram muito democráticas, pois nelas poderiam atuar qualquer pes-
(C) A criação das sesmarias tinha o intuito de incentivar o cultivo das soa.
terras das capitanias hereditárias. (B) a primeira Câmara Municipal foi fundada por Pedro Álvares Cabral
(D) As sesmarias serviam para abrigar negros escravizados que fu- em 1500.
giam das fazendas de cana-de-açúcar no Nordeste. (C) eram apenas instituições que reproduziam as ordens do rei de Por-
tugal.
(D) somente os chamados “homens bons” podiam atuar nelas.
O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII, durante a Idade Média, mas foi principalmente
a partir das Cruzadas, entre os séculos XI e XIII, que a sua procura foi aumentando. Nessa época passou a ser importado do Or iente Médio e
produzido em pequena escala no sul da península Itálica, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, a ponto d e porções de
açúcar serem, muitas vezes, deixadas como herança em testamentos ou dadas como presente a reis e nobres. Com isso, você pode imaginar
como esse produto gerou enormes lucros para Portugal.
Quando os portugueses chegaram ao território que depois seria chamado de Brasil, encontraram vastas extensões de terra próprias para a
agricultura. A decisão de plantar cana-de-açúcar não se deu por acaso. Havia boas razões para essa escolha, como: a) o solo, o clima do
litoral nordestino e a existência de floresta para obtenção de madeira (lenha) favoreciam o cultivo e o beneficiamento da cana; b) os colonos
portugueses tinham experiência no plantio e na produção dele nas ilhas atlânticas da Madeira e de Cabo Verde; c) o açúcar alcançava
bons preços na Europa, gerando recursos para a monarquia portuguesa.
Inicialmente, os capitais investidos nos primeiros engenhos foram emprestados por holandeses, italianos e portugueses. Mas, algum tempo
depois, os senhores de engenho já produziam açúcar com capitais próprios.
Em terras brasileiras, o açúcar foi produzido nos engenhos, construídos em lotes de terra cedidos a colonos. Inicialmente, engenho era o
nome que se dava ao equipamento usado na fabricação do açúcar. Com o tempo, passou a significar um conjunto que incluía as ma tas, o
canavial, a casa de engenho (onde se produzia o açúcar), a roça (onde se plantavam os alimentos), a casa-grande (habitação do senhor de
engenho), a senzala (moradia dos escravizados), a capela (onde se realizavam batizados, missas etc.) e a moradia dos trabalhadores livres.
Observe com atenção a representação artística de um engenho abaixo:
A produção açucareira, voltada para exportação, era feita em fazendas monocultoras que utilizavam a mão de obra de pessoas escravi-
zadas. Chamamos de monocultora o sistema em que se produz apenas um tipo de produto, com o objetivo de exportá-lo, e não para consumo
do mercado interno.
Apesar de existirem trabalhadores livres, o trabalho nos engenhos estava baseado na mão-de-obra escravizada. No início da colonização,
durante o século XVI, a maioria dos escravizados que trabalhavam nos engenhos era indígena. Mas, no século seguinte, os africanos escra-
vizados tornaram-se mais numerosos. A opção pelos africanos ocorreu por conta da diminuição da população indígena nas áreas próximas a
região canavieira, resultante das fugas, mas, principalmente, pelo alto número de mortes, em decorrência de doenças, maus-tratos e pelas
guerras promovidas pelos portugueses. Além disso, existiam também os interesses econômicos em torno do tráfico de africanos q ue rendiam
altos lucros aos envolvidos, incluindo a própria Coroa portuguesa, que cobrava tributos sobre a atividade.
Nos engenhos, os escravizados eram obrigados a trabalhar cerca de 12 a 14 horas por dia. Eles acordavam com um toque de sino, lavavam-
se e rezavam rapidamente. Depois, recebiam as ordens do dia. Sempre havia muito trabalho a fazer: limpar o terreno, coleta r lenha, pescar,
plantar, colher, transportar, cuidar dos canaviais e de tudo o que havia na propriedade, como estradas, construções e animais.
Cada escravizado tinha que cultivar uma área determinada. No tempo da colheita, tinham de cortar certa quantidade de cana -de-açúcar e
amarrar tudo em feixes. Os homens trabalhavam, sobretudo, nas tarefas ligadas à cana-de-açúcar. As mulheres, em geral, cuidavam do roçado
de subsistência (pequena plantação destinada ao consumo da família), dos animais, dos afazeres da casa-grande e cumpriam, até mesmo, o
papel de amas de leite.
Os rendimentos obtidos com a produção açucareira fizeram com que os domínios portugueses na América adquirissem importância funda-
mental para a Coroa portuguesa, uma vez que, já no final do século XVI, as rendas obtidas com o açúcar superavam aquelas do comércio de
produtos e especiarias orientais. Isso, no entanto, não significa que a América fosse apenas um “grande canavial”. Apesar do açúcar ser o
principal produto, a economia colonial contava com uma agricultura diversificada, com a produção de, por exemplo, tabaco, algodão, além de
gêneros alimentícios e atividades como a pecuária. Essas atividades destinavam-se à produção tanto para o mercado externo como também
para o consumo interno.
EXERCÍCIOS: A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA – ECONOMIA E SOCIEDADE DO AÇÚCAR
1. Desde o início do processo de colonização do Brasil, no século XVI, os holandeses estiveram envolvidos com a produção açucare ira. Os
holandeses financiaram a montagem de engenhos, forneceram equipamentos e fizeram o transporte do açúcar para a Europa, onde era
comercializado. Com o início da União Ibérica (1580-1640), período em que houve a unificação das Coroas espanhola e portuguesa a partir
da crise sucessória do trono português, houve o rompimento dos acordos comerciais entre Portugal e Holanda, levando os holandeses a
invadir e a ocupar a região Nordeste, onde assumiram o controle da produção canavieira. O conde João Maurício de Nassau foi n omeado
para governar os domínios holandeses no Brasil colonial e cuidar dos negócios do açúcar. Em 1637, Nassau desembarcou em Recife tra-
zendo em sua comitiva cientistas, homens de letras e os pintores Albert Eckhout e Frans Post. Durante os sete anos que perman eceu no
Brasil, Frans Post pintou paisagens, vistas de portos, fortificações e engenhos tendo o cuidado em reproduzir detalhes da topografia, fauna
e flora. A seguir, temos uma pintura realizada por esse artista holandês. OBSERVE a imagem, LEIA a legenda e RESPONDA às questões.
a) Qual construção foi representada? Qual produto era obtido nesse local?
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c) É possível identificar alguma cena que deixe evidente a desigualdade na sociedade colonial da América portuguesa? Qual?
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a) Qual foi o maior preço do açúcar registrado entre os anos de 1550 e 1625? _____________________________________________________
c) Quantos anos se passaram entre o menor e o maior registro de preço apresentado nesse gráfico? __________________________________
d) No Brasil, o início do plantio de mudas de cana-de-açúcar e a construção dos primeiros engenhos ocorreram em 1532. Quantos anos se
passaram desde que as primeiras mudas de cana foram plantadas no território até o açúcar atingir seu preço mais alto? _________________
A escravidão é uma instituição muito antiga na história da humanidade, tendo sido praticada de diferentes formas por diversos povos em
várias partes do mundo. A característica básica da escravidão reside no fato de que uma pessoa, o senhor, exerce o domínio sobre outra, a
pessoa escravizada. Além disso, em geral, a escravidão também pode ser caracterizada pela: a) ausência de liberdade; ou seja, a pessoa
escravizada não podia decidir sobre sua vida; b) obediência que devia ao seu senhor, ficando sujeito à punição, inclusive física, caso o desobe-
decesse; c) condição de ser considerado um bem que, portanto, podia ser comprado ou vendido.
Na Antiguidade, muitas sociedades, como as dos gregos e dos romanos, escravizavam pessoas estrangeiras, geralmente prisioneiros de
guerra. Nessa época, a diferença de etnia ou de cor de pele não era determinante para a distinção entre pessoas que podiam ou não ser
escravizadas.
Durante a Idade Média, na Europa, a escravidão ocorria em menor Principais rotas do tráfico negreiro entre África e Brasil
escala. A maior parte do trabalho era exercida por servos que tinham (séculos XVI – XIX)
uma relação de fidelidade com o senhor feudal e trabalhavam em suas
terras em troca de proteção.
A partir do século XVI, o mercantilismo incentivou as nações euro-
peias a buscar riquezas nas colônias, aumentando a necessidade de
mão de obra nesses territórios. Assim, elevou-se consideravelmente a
procura por escravizados, tornando a escravização uma atividade alta-
mente lucrativa.
O tipo de escravidão que envolve o tráfico de pessoas escravizadas
da África é denominado escravidão moderna. Nesse período, entre os
séculos XV e XIX, traficantes europeus e chefes africanos foram os prin-
cipais agentes do tráfico de escravizados. Estima-se que mais de 12,5
milhões de africanos escravizados foram trazidos para a América.
Desse total, cerca de 4,8 milhões vieram ao Brasil. O tráfico de pessoas
escravizadas movimentou a economia colonial até a metade do século
XIX. No Brasil, por aproximadamente trezentos anos, o trabalho escra-
vizado de africanos e de seus descendentes formou a base da econo-
mia colonial. Observe com atenção o mapa ao lado, que representa as
principais rotas de tráficos de escravizados.
E como os africanos escravizados chegavam ao Brasil? Acompanhe a seguir a trajetória dessas pessoas até o Brasil:
1. Os chamados pombeiros capturavam pessoas no in- 2. Nas feitorias, as pessoas escravizadas eram ven-
terior da África e as levavam até as feitorias, onde fica- didas e embarcadas nos chamados navios negrei-
vam aprisionadas. ros. As viagens eram feitas em condições insalubres
Fonte da imagem: Sem título, de A. Neuville. Gravura, séc. XIX.
e levavam meses. Muitos escravizados morriam du-
rante o trajeto.
Fonte da imagem: Negros no fundo do porão, de Johann Moritz
Rugendas. Litografia, 51,3 cm x 35,5 cm, 1835.
3. Ao chegarem à Colônia, os escravizados 4. Nos mercados, os escravizados eram exibidos aos com-
eram desembarcados e conduzidos até a al- pradores. Os preços variavam de acordo com a idade, o
fândega. Depois de registrá-los, os trafican- tipo físico, o sexo e outros fatores. Muitas famílias eram
tes pagavam os impostos e os levavam aos separadas nesse momento.
mercados para serem vendidos. Fonte da imagem: Mercado de escravos do Valongo, de Jean-Baptiste
Fonte da imagem: Desembarque, de Johann Moritz Debret. Litogravura, 17,5 cm x 25,5 cm, 1835.
Rugendas. Litografia, 23,3 cm x 33 cm, 1835.
Após serem vendidos, os africanos escravizados eram submetidos a um regime de trabalho exaustivo e desumano, trabalhando de sol a
sol, muitas vezes mal alimentados, vestindo trapos, dormindo no chão das senzalas e constantemente vigiados. Os que trabalhavam na casa-
grande, residência dos senhores de engenho, eram tratados melhor, com roupas e comidas. Alguns ainda trabalhavam nas cidades, em diversos
ofícios. Caso errassem ou resistissem, o que os esperava eram castigos físicos com altas doses de dor e sadismo. No caso das mulheres, ainda
eram exploradas sexualmente.
Os africanos escravizados eram proibidos de professar sua fé ou de realizar suas festas e rituais, tendo que fazer isso às escondidas. Afinal,
a maioria das pessoas escravizadas vinham da África já batizadas, muitas das vezes forçadas, na religião católica. Como forma de resistir à
imposição do cristianismo, o culto às divindades africanas se misturou ao culto dos santos católicos. Assim, os africanos mantinham suas crenças
tradicionais adaptando-se às condições sociais e culturais locais. Essa mistura entre as religiosidades africanas e os valores cristãos deu origem
às chamadas religiões afro-brasileiras, como foi o caso do candomblé, que se baseia em mitos da religiosidade iorubá sobre como os orixás
transformaram-se em divindades. No Brasil, os orixás mais cultuados são Iemanjá, Xangô, Iansã, Oxum, Ogum e Exu. Essas divindades se
assemelham às pessoas comuns, pois têm sentimentos diversos, como o amor, a caridade, a tristeza e a raiva.
Com o passar do tempo, os africanos escravizados não ficaram passivos e passaram a elaborar formas variadas de resistência, como a
sabotagem, o suicídio, a rebelião, a fuga e a formação de quilombos – aldeias formadas em locais de difícil acesso por comunidades de escra-
vizados fugidos. O maior e mais famoso quilombo foi o de Palmares, criado em fins do século XVI em terras do atual estado de Alagoas e onde
atuou, durante alguns anos, Zumbi, líder quilombola que se tornou símbolo da resistência africana no Brasil.
Uma família brasileira do século XIX sendo ser- Pintura de Jean-Baptiste Debret retratando um es- Uma das formas de resistência dos escravizados eram
vida por escravizados, pintados por Jean-Bap- cravizado sendo castigado por meio do uso de as revoltas nos engenhos e fazendas onde trabalha-
tiste Debret, c. 1830. açoite. vam, que visavam à liberdade ou um tratamento digno.
1. OBSERVE as imagens e LEIA suas legendas. Elas são representações de alguns aspectos da vida dos escravizados no Brasil. Em seguida,
FAÇA as atividades propostas.
Barbeiros ambulantes, gravura de Jean-Baptiste Sapataria, gravura de Jean-Baptiste Debret, século XIX. O colar de ferro para castigo dos fugitivos, gravura
Debret, 1826. Os escravizados retratados na A gravura representa a loja de um sapateiro português de Jean-Baptiste Debret, século XIX. A cena repre-
gravura eram barbeiros ambulantes. Atendiam castigando seu escravizado com o uso de uma palma- senta seis figuras negras, sendo duas delas mulhe-
as pessoas na rua, principalmente gente pobre tória, enquanto, ao fundo, a ama-de-leite observa o res, comercializando na rua. As três figuras centrais
ou outros escravizados. Na gravura, vemos dois ocorrido. Os outros negros são diaristas com os quais o têm no pescoço o colar de ferro. Ao fundo, temos um
deles trabalhando. Seus fregueses também são sapateiro age do mesmo modo quando necessário. menino negro escravizado, que tem o tabuleiro à sua
escravizados. Um corta o cabelo e o outro faz a cabeça amarrado ao pé direito. Sobre o uso do colar
barba. de ferro, Debret afirmou que este era “aplicado ao
negro que tem o vício de fugir”.
a) ESCOLHA uma das imagens e DESCREVA o aspecto que mais chamou sua atenção. O que ela permite afirmar a respeito das condições
que os africanos escravizados enfrentaram no Brasil?
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b) No Brasil atual, ainda existem formas de trabalho semelhantes à escravidão. PESQUISE sobre essa realidade e DISCUTA com os colegas
como é possível acabar com essa forma de exploração.
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