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Tratado de Tordesilhas

"Durante o século XV, Portugal e Espanha foram os dois reinos europeus a investir
nas grandes navegações e nas buscas por outras rotas que chegassem até as
Índias, onde eram comercializadas especiarias. Os portugueses encontraram um
novo caminho ao navegar pelo litoral africano. Já os espanhóis, ao tentarem
encontrar nova rota, se depararam com um novo continente.

Não tardou para que os dois reinos disputassem a soberania sobre as novas terras.
Portugal também desejava ter o domínio de parte da América. Para evitar que
portugueses e espanhóis entrassem em guerra, o Papa Alexandre VI interveio e
assinou a Bula Inter Coetera, que estabelecia uma linha imaginária, inicialmente, a
100 léguas das ilhas de Cabo Verde, dividindo as conquistas entre os reinos
ibéricos.

O rei português Dom João II não aceitou as regras da bula papal e pediu sua
reformulação. Esse questionamento de Portugal leva muitos historiadores a levantar
hipóteses de que já se sabia da existência de outras terras na América, ao sul.
Assim, a bula foi refeita, e o meridiano do tratado foi recalculado para 370 léguas a
partir de Cabo Verde. Dessa forma, Portugal ficou com as terras onde hoje se
encontra o Brasil."

Falar sobre os desdobramentos da expansão ultramarina = feitorias x colônias


Período Pré-Colonial (1500-1530)

Inicialmente, os portugueses não tiveram grande interesse nas possibilidades que o


Brasil oferecia naquele momento. Isso porque o grande interesse dos portugueses
era a obtenção do ouro e esse metal precioso não seria fácil de achar, pois era
preciso explorar a terra.

Naquele momento, o comércio com as Índias era mais lucrativo e, por isso,
tornou-se a prioridade portuguesa. Nos anos seguintes, os portugueses realizaram
uma série de expedições de exploração no litoral para identificar detalhes do litoral
brasileiro.

Economicamente, o único proveito que os portugueses tiraram das terras


brasileiras, durante o Período Pré-Colonial, foi por meio de três feitorias instaladas
em Cabo Frio, Porto Seguro e em Igarassu. Essas feitorias serviram como ponto de
armazenamento da primeira atividade econômica praticada no Brasil: a exploração
do pau-brasil.

Os portugueses viram no pau-brasil, uma oportunidade para explorar a madeira


para produção de objetos diversos e para extrair uma resina da madeira que
permitia a produção de um corante utilizado no tingimento de tecidos.

O trabalho de extração da madeira da mata era todo realizado pelos indígenas. Eles
extraíam a madeira e levavam as toras para os portugueses, que os pagavam com
facas, machados, espelhos e outros objetos.

Como mencionado, as toras ficavam guardadas nas feitorias, e a primeira grande


exportação do pau-brasil aconteceu em 1511, quando cerca de 5 mil toras foram
levadas a Portugal. As feitorias tinham estruturas de madeira, que serviam como
fortificação para proteger os portugueses de ataques de indígenas hostis ou de
estrangeiros, como os franceses.

A exploração do pau-brasil, como sabemos, deu nome ao nosso país. A exploração


do pau-brasil foi tão intensa que a árvore quase desapareceu do litoral brasileiro.

Período Colonial

A existência das feitorias e a exploração do pau-brasil não garantiram uma real


ocupação do território brasileiro e, a partir da década de 1530, Portugal sentiu a
necessidade de reforçar a presença de habitantes portugueses na América.

Os fatores que justificam isso são principalmente, o declínio do comércio de


especiarias nas Índias e as constantes invasões de franceses no território português
(segundo o território definido pelo Tratado de Tordesilhas). Assim, para tornar o
Brasil lucrativo e para não perder as terras para os franceses, a exploração e
ocupação da terra começaram a ser incentivadas.

O sistema de capitanias foi implantado em 1534 e, a partir dele, o território da


América Portuguesa foi dividido em 15 faixas de terra, que seriam entregues para
particulares investirem, com fundos próprios, no desenvolvimento e na ocupação de
sua capitania. Esses particulares ficaram conhecidos como capitães donatários.

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