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Meritocracia significa que todo indivíduo é capaz de prosperar somente com suas capacidades sem precisar
da ajuda da sociedade, governo ou família.
É um sistema que privilegia as qualidades do indivíduo como a inteligência e a capacidade de trabalho, e não
sua origem familiar ou suas relações pessoas.
O conceito de meritocracia, porém, só pode ser válido quando todos os indivíduos de uma sociedade
possuem exatamente as mesmas condições sociais, econômicas e psicológicas.
Ações Afirmativas são conjunto de ações que visam combater e diminuir as desigualdades historicamente
acumuladas em nossa sociedade, buscando a partir delas, garantir a igualdade de oportunidade a todos bem
como corrigir injustiças provocadas pela discriminação racial, étnica, religiosa ou de gênero.
De maneira geral, essas ações buscam eliminar as desigualdades e segregações a fim de aumentar a
participação de minorias no processo político, no acesso à educação, saúde, emprego, bens materiais, redes
de proteção social, no reconhecimento cultural e principalmente situá-las em condições de igualdade de
oportunidades na sociedade.
A igualdade formal foi reduzida à fórmula “todos são iguais perante a lei” que se preocupava,
fundamentalmente, com o tratamento normativo (ou seja, tratamento pela lei) de forma igualitária, que foi
crucial para a abolição de diversos privilégios.
No entanto, tratar os indivíduos de forma genérica, geral e abstrata tornou-se insuficiente. Ao lado do
direito à igualdade, surge também, como direito fundamental, o direito à diferença e à diversidade.
A partir daí surgiu a ideia da igualdade material que correspondente ao ideal de justiça social pois
reconhece às variadas identidades (sejam elas de gênero, orientação sexual, idade, raça, etnia e demais
critérios) a igualdade de oportunidades.
“(…) A passagem do modelo de igualdade formal para o material deriva da necessidade de oferecer
condições desiguais de acesso àqueles que são tratados historicamente e, portanto, estruturalmente, de
forma desigual, com o propósito de corrigir décadas de falta de oportunidades. Por isso, as ações afirmativas
também serem denominadas de discriminação positiva. ” (CAMPOS, 2003).
Muitas ações afirmativas já foram e ainda são feitas no Brasil. Entre algumas delas podemos citar:
Pensando nisso, a Lei nº 8.213/1991, ao apresentar os benefícios da previdência social, trouxe em seu
artigo 93 a previsão legal de percentuais mínimos a serem preenchidos por pessoas com deficiência nos
quadros das empresas, sendo estes:
“Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois
por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas
portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
No Brasil, o sistema de cotas na política para as mulheres chegou em 1995 com um projeto de Lei proposto
pela Deputada Marta Suplicy, que apoiava a reserva de 30% das vagas dos partidos políticos para a
candidatura de mulheres.
O primeiro projeto de Lei não foi aprovado, no entanto, em 1997, foi aprovada a Lei de Cotas, a qual permitia
uma cota mínima de 30% e máxima de 70% para qualquer um dos sexos no preenchimento das vagas de
candidatura dos partidos políticos. Essa lei, no entanto, apresentava uma grande problemática: não existia
ainda uma obrigatoriedade na candidatura, somente um direito à vaga por um dos sexos.
Esse fato foi modificado com a lei nº 12.034/2019 que acrescentou um caráter obrigatório ao cumprimento da
norma ao reservar o percentual de 30% das vagas para candidatura destinadas a um dos sexos, fazendo com
que a participação das mulheres na política venha crescendo gradualmente nos últimos anos.
O Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), criado pelo Decreto nº 7.234/2008, prevê apoio à
alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, acesso à creche e suporte pedagógico de
acordo com as necessidades pessoais do indivíduo. Tal iniciativa tem como objetivo ampliar as condições de
permanência dos jovens no ensino superior público presencial, para evitar a repetência e a evasão.
As ações afirmativas podem ser compreendidas como uma forma de aliviar a carga de um passado
discriminatório ainda acumulado em nossa sociedade, mas não somente isso. Essas políticas devem acima
de tudo serem entendidas como uma forma de transformação social e criação de novas realidades
onde a igualdade, a equidade e a justiça social estejam presentes possibilitando a participação, a
inclusão e o respeito às diversidades.