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O que é meritocracia?

Meritocracia significa que todo indivíduo é capaz de prosperar somente com suas capacidades sem precisar
da ajuda da sociedade, governo ou família.

É um sistema que privilegia as qualidades do indivíduo como a inteligência e a capacidade de trabalho, e não
sua origem familiar ou suas relações pessoas.

O conceito de meritocracia, porém, só pode ser válido quando todos os indivíduos de uma sociedade
possuem exatamente as mesmas condições sociais, econômicas e psicológicas.

O que seria melhor: Igualdade ou equidade?

A igualdade é baseada no princípio da


universalidade, ou seja, que todos devem ser
regidos pelas mesmas regras e devem ter os
mesmos direitos e deveres.
A equidade, por outro lado, reconhece que não
somos todos iguais e que é preciso ajustar esse
“desequilíbrio”.
O que são Ações Afirmativas?

Ações Afirmativas são conjunto de ações que visam combater e diminuir as desigualdades historicamente
acumuladas em nossa sociedade, buscando a partir delas, garantir a igualdade de oportunidade a todos bem
como corrigir injustiças provocadas pela discriminação racial, étnica, religiosa ou de gênero.

De maneira geral, essas ações buscam eliminar as desigualdades e segregações a fim de aumentar a
participação de minorias no processo político, no acesso à educação, saúde, emprego, bens materiais, redes
de proteção social, no reconhecimento cultural e principalmente situá-las em condições de igualdade de
oportunidades na sociedade.

O que é igualdade formal e igualdade material?

A igualdade formal foi reduzida à fórmula “todos são iguais perante a lei” que se preocupava,
fundamentalmente, com o tratamento normativo (ou seja, tratamento pela lei) de forma igualitária, que foi
crucial para a abolição de diversos privilégios.

No entanto, tratar os indivíduos de forma genérica, geral e abstrata tornou-se insuficiente. Ao lado do
direito à igualdade, surge também, como direito fundamental, o direito à diferença e à diversidade.

A partir daí surgiu a ideia da igualdade material que correspondente ao ideal de justiça social pois
reconhece às variadas identidades (sejam elas de gênero, orientação sexual, idade, raça, etnia e demais
critérios) a igualdade de oportunidades.

“(…) A passagem do modelo de igualdade formal para o material deriva da necessidade de oferecer
condições desiguais de acesso àqueles que são tratados historicamente e, portanto, estruturalmente, de
forma desigual, com o propósito de corrigir décadas de falta de oportunidades. Por isso, as ações afirmativas
também serem denominadas de discriminação positiva. ” (CAMPOS, 2003).

As ações afirmativas no Brasil

Muitas ações afirmativas já foram e ainda são feitas no Brasil. Entre algumas delas podemos citar:

Acesso à educação por meio de cotas


A Lei nº 12.711/2012, regulamentada pelo Decreto nº 7.824/2012, garantiu que até 2016, no mínimo, 50% das
vagas das universidades públicas brasileiras deveriam ser reservadas para alunos cotistas que tenham
cursado o ensino médio integralmente em escolas públicas, das quais 50% (25% do total) destinam-se aos de
baixa renda (renda per capita igual ou inferior a 1,25 salário mínimo) e os 50% restantes destinados a negros,
pardos e indígenas, distribuídas proporcionalmente de acordo com o percentual populacional da unidade
federativa identificado no último censo.

Inclusão social de pessoas portadoras de deficiência ao mercado de trabalho


As dificuldades encontradas para a inserção e manutenção da pessoa com deficiência na sociedade são as
mais diversas e o Estado representa a peça fundamental para inserção dessas pessoas no seio social.

Pensando nisso, a Lei nº 8.213/1991, ao apresentar os benefícios da previdência social, trouxe em seu
artigo 93 a previsão legal de percentuais mínimos a serem preenchidos por pessoas com deficiência nos
quadros das empresas, sendo estes:

“Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois
por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas
portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

I – até 200 empregados .................................................................................... 2%;


II – de 201 a 500................................................................................................ 3%;
III – de 501 a 1.000............................................................................................4%;
IV – de 1.001 em diante .................................................................................. 5%.”

De maneira simples, esses percentuais asseguram à pessoa portadora de necessidades especiais a


possibilidade de reversão de um quadro de exclusão e mais oportunidades de se inserir no mercado de
trabalho bem como na sociedade.

Determinação de cotas mínimas de participação na política


A política de cotas no Legislativo por critério de gênero é uma ação afirmativa de empoderamento feminino,
através de uma discriminação positiva, que foi adotada em vários países do mundo.

No Brasil, o sistema de cotas na política para as mulheres chegou em 1995 com um projeto de Lei proposto
pela Deputada Marta Suplicy, que apoiava a reserva de 30% das vagas dos partidos políticos para a
candidatura de mulheres.

O primeiro projeto de Lei não foi aprovado, no entanto, em 1997, foi aprovada a Lei de Cotas, a qual permitia
uma cota mínima de 30% e máxima de 70% para qualquer um dos sexos no preenchimento das vagas de
candidatura dos partidos políticos. Essa lei, no entanto, apresentava uma grande problemática: não existia
ainda uma obrigatoriedade na candidatura, somente um direito à vaga por um dos sexos.

Esse fato foi modificado com a lei nº 12.034/2019 que acrescentou um caráter obrigatório ao cumprimento da
norma ao reservar o percentual de 30% das vagas para candidatura destinadas a um dos sexos, fazendo com
que a participação das mulheres na política venha crescendo gradualmente nos últimos anos.

Concessão de bolsas de estudo e auxílio estudantil


O Programa Universidade para Todos (PROUNI) criado pela Lei nº 11.096/2005, concede bolsas de estudo
integrais ou parciais em cursos de graduação em instituições de ensino superior privadas. Estudantes que
concluíram o ensino médio na rede pública ou em rede particular como bolsistas integrais, com renda familiar
per capita máxima de três salários mínimos, podem se candidatar e serão selecionados pelas notas obtidas
no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), valorizando os estudantes com melhores desempenhos
acadêmicos.

O Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), criado pelo Decreto nº 7.234/2008, prevê apoio à
alimentação, transporte, saúde, inclusão digital, cultura, esporte, acesso à creche e suporte pedagógico de
acordo com as necessidades pessoais do indivíduo. Tal iniciativa tem como objetivo ampliar as condições de
permanência dos jovens no ensino superior público presencial, para evitar a repetência e a evasão.

As ações afirmativas podem ser compreendidas como uma forma de aliviar a carga de um passado
discriminatório ainda acumulado em nossa sociedade, mas não somente isso. Essas políticas devem acima
de tudo serem entendidas como uma forma de transformação social e criação de novas realidades
onde a igualdade, a equidade e a justiça social estejam presentes possibilitando a participação, a
inclusão e o respeito às diversidades.

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