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JOHN RAWLS
O liberalismo político, de acordo com o filósofo americano John Rawls, é uma filosofia política que
se baseia no princípio da igualdade de direitos e liberdades individuais. Esta filosofia política é
caracterizada pela busca da conciliação entre a igualdade e a liberdade em uma sociedade democrática.
Rawls defende que a igualdade de oportunidades é um valor fundamental no liberalismo político e
que ela deve ser assegurada por instituições democráticas, que garantam a proteção dos direitos
individuais dos cidadãos. Essas instituições devem buscar o equilíbrio entre a liberdade dos indivíduos e a
igualdade de condições, para que todos possam ter as mesmas oportunidades de alcançar seus objetivos
pessoais.
Além disso, o liberalismo político de Rawls é baseado na ideia de que deve haver uma justa
distribuição dos bens sociais, de forma que a desigualdade econômica não seja excessiva e que aqueles
que estão em desvantagem possam receber apoio do Estado. Essa distribuição justa deve ser assegurada
por um sistema de justiça social eficiente, que se preocupa não somente com os direitos individuais, mas
também com o bem-estar coletivo.
Rawls propõe ainda que a justiça social seja garantida por meio da chamada "justiça como
equidade", que é uma visão da justiça baseada em princípios como o da "lei da igualdade" e o da
"diferença aceitável". A primeira diz respeito à ideia de que todos os cidadãos devem ter os mesmos
direitos e liberdades básicos, enquanto a segunda se preocupa em garantir que as desigualdades sociais
sejam equilibradas e justas, de forma a beneficiar a sociedade como um todo.
Para Rawls, o liberalismo político é uma filosofia política que busca a justiça social por meio da
proteção dos direitos individuais e da distribuição equitativa dos bens sociais. Essa filosofia política é
defendida em oposição a outras visões políticas, como o comunismo e o conservadorismo, que valorizam
mais a igualdade econômica ou a tradição e a ordem social, respectivamente.
Em resumo, o liberalismo político de Rawls é uma filosofia política que busca a justiça social por
meio da proteção dos direitos individuais e da distribuição equitativa dos bens sociais, buscando alcançar
um equilíbrio entre a liberdade e a igualdade em uma sociedade democrática.
AMARTYA SEN
O Capítulo 11 do livro A ideia de Justiça, de Amartya Sen, trata do conceito de vidas, liberdades e
capacidades como base para a discussão sobre a justiça. Segundo o autor, a justiça deve ser entendida
como a promoção das condições que permitam que as pessoas tenham a oportunidade de levar vidas que
considerem valiosas e significativas. E para que isso seja possível, é preciso que sejam garantidas as
liberdades fundamentais para a realização dessas vidas.
Sen argumenta que a noção de liberdade é essencial para a compreensão da justiça. As liberdades
fundamentais são aquelas que permitem que as pessoas tenham autonomia em suas escolhas e ações,
possibilitando que desenvolvam suas capacidades e busquem seus objetivos. Mas o autor ressalta que a
mera existência dessas liberdades não é suficiente para garantir justiça. É preciso que as pessoas também
tenham as capacidades necessárias para aproveitar essas liberdades e buscar seus objetivos.
Sen enfatiza que as capacidades são as reais capacidades que as pessoas têm de fazer algo, e não
apenas suas competências ou habilidades. Elas podem ser diretamente relacionadas às liberdades
fundamentais, por exemplo, a capacidade de ler e escrever está relacionada com a liberdade de expressão
e a capacidade de decidir sobre sua vida está relacionada com a liberdade de escolha. Mas elas não se
limitam a isso, incluindo também aspectos como saúde, nutrição, moradia, educação, lazer, entre outras.
O autor destaca que a promoção das capacidades é um objetivo principal da justiça, pois é a partir
delas que as pessoas podem buscar suas realizações e objetivos. E para que isso seja possível, é preciso
levar em consideração as diferentes necessidades e circunstâncias de cada pessoa, considerando as
desigualdades sociais e econômicas existentes.
O Capítulo 12 do livro, por sua vez, trata das interações entre as capacidades e os recursos. Sen
argumenta que a distribuição de recursos pode afetar significativamente a capacidade das pessoas de
realizarem suas vidas e alcançarem seus objetivos. Os recursos são geralmente definidos como bens e
insumos materiais, como dinheiro, propriedades, alimentos e medicamentos. No entanto, Sen ressalta que
esses recursos não são suficientes para garantir a promoção das capacidades.
O autor afirma que é preciso considerar tanto os recursos quanto as capacidades das pessoas e sua
interação mútua. Por exemplo, os recursos podem influenciar a capacidade de uma pessoa de desenvolver
uma habilidade ou competência, como o acesso a uma boa educação. Por outro lado, as capacidades
desenvolvidas também podem afetar a capacidade de uma pessoa de acessar recursos, como um emprego
bem remunerado.
Sen argumenta que a justiça deve buscar promover a distribuição justa de recursos e também a
promoção das capacidades das pessoas. É preciso considerar as diferentes necessidades e circunstâncias
de cada pessoa, buscando reduzir as desigualdades existentes e garantir que todos tenham a oportunidade
de levar vidas valiosas e significativas.
Em suma, os capítulos 11 e 12 de A ideia de Justiça destacam a importância das liberdades
fundamentais, das capacidades e dos recursos na promoção da justiça. Segundo Amartya Sen, a justiça
deve buscar promover a distribuição justa de recursos e também a promoção das capacidades das pessoas,
tendo em vista as diferentes necessidades e circunstâncias de cada indivíduo. Em outras palavras, todos
devem ter as condições necessárias para buscar suas realizações e objetivos, sem discriminação ou
desigualdades sociais e econômicas.
FLÁVIA PIOVESAN
CHRISTOPHE DEJOURS
O livro "A Banalização da Injustiça Social", de Christophe Dejours, analisa a relação entre o
sofrimento psíquico e o trabalho, mostrando como a exploração de indivíduos pode ser considerada
banalizada.
CONCLUSÃO
Em conclusão, o transtorno do espectro autista é uma condição complexa e variada que afeta não
apenas a pessoa diagnosticada, mas também sua família e comunidade. Analisando a perspectiva de
equidade social de Flávia Piovesan, John Rawls, Amartya Sen e Christophe Dejours no Brasil, é possível
perceber que o acesso a diagnóstico, tratamentos e inclusão social ainda é limitado para as pessoas com
TEA.
A abordagem de Piovesan sobre a igualdade de oportunidades no acesso a serviços de saúde e
educação é fundamental na garantia de direitos das pessoas com TEA. No entanto, a realidade no Brasil é
que muitas famílias enfrentam dificuldades para acessar esses serviços devido à falta de investimento e
falta de informação. Rawls reforça a necessidade de garantir a igualdade de oportunidades para todos os
indivíduos, independentemente de suas diferenças. Nesse sentido, a criação de políticas públicas que
visem à inclusão de pessoas com TEA nas escolas regulares é uma medida essencial para garantir a
equidade social.
Em relação à perspectiva de Amartya Sen, destaca-se a importância de considerar a capacidade das
pessoas com TEA de terem voz e exercerem sua cidadania de forma plena. Isso requer ações que
busquem explorar as habilidades e potencialidades dessas pessoas, bem como o acesso a recursos que
lhes permitam participar da vida social. Por fim, a perspectiva de Christophe Dejours destaca a
importância do trabalho no processo de inclusão social. A inclusão de pessoas com TEA no mercado de
trabalho não só é benéfica para o indivíduo, mas também para a sociedade como um todo.
Em resumo, a equidade social para pessoas com transtorno do espectro autista no Brasil requer
ações que visem à igualdade de oportunidades, garantia de direitos, fortalecimento da cidadania e
inclusão social. É necessário que o tema seja tratado com a seriedade e prioridade que merece, e que a
sociedade como um todo compreenda que a diversidade é uma riqueza e que todos têm o direito de
participar plenamente da vida social. Assim, é possível se alcançar uma sociedade verdadeiramente justa
e solidária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E DOCUMENTAIS CONSULTADAS
Capítulo 1 - Como tolerar o intolerável?; Capítulo 2 - O trabalho entre o sofrimento e o prazer; Capítulo 3
- O sofrimento negado; Capítulo 4 - A mentira instituída. In. DEJOURS, Christophe. A banalização da
injustiça social. Tradução Luiz Alberto Monjardim. 7 ed. Editora FGV, 2019.
Capítulo 11 - Vidas, liberdades e Capacidades; e Capítulo 12 - Capacidades e recursos. In. SEN, Amartya.
A ideia de Justiça. Tradução de Denise Bottmann e Ricardo Doninelli Mendes. São Paulo: Companhia
das Letras, 2011. pp. 259-301
O Liberalismo Político: Ideias Fundamentais. In. RAWLS, John. O Liberalismo Político. Tradução:
Álvaro de Vita. São Paulo: Martins Fontes, 2011. pp. 3-55.