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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA

Universalizar Direitos em um Contexto de Desigualdade

UNIVERSALIZAR DIREITOS EM UM CONTEXTO DE


DESIGUALDADE – COMBATE ÀS DISCRIMINAÇÕES,
DESIGUALDADES E INJUSTIÇAS
Nesta aula será dado continuidade aos estudos, voltado ao eixo número 3, que trata
sobre os seguintes temas: como universalizar direitos em um contexto de desigualdade,
vulnerabilidade social, diversidade, desigualdade social e discriminação. Esses temas
estão conjugados mesmo que de maneira transversal, o eixo relacionado traz destaques
em relação a essa temática.
Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interde-
pendente, assegurando a cidadania plena.
Existem três princípios que são básicos dentro dos Direitos Humanos:

• Universalidade;
• Indivisibilidade;
• Interdependência dos direitos;

Os princípios da universalidade e indivisibilidade precisam ser destacados, pois serão


contextualizados ao longo das aulas, pois têm sido referenciados desde a aula de Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos. Existe uma reafirmação desses termos também
na Declaração de Viena desses direitos; é possível entender que a interdependência
decorre dessa indivisibilidade, pois se tornam direitos interrelacionados.
Objetivos estratégicos

• Universalização do registro civil de nascimento e ampliação do acesso à documenta-


ção básica.

Esse direito restabelece o direito de participação. O direito a adquirir um nome


envolve alguns documentos históricos, especialmente a Constituição de Weimar, de
1919. Essa Constituição possui uma previsão na Alemanha acerca do direito dos filhos
legítimos e aos filhos ilegítimos, garantindo o registro de nascimento. Essa documen-
tação pode ser considerada um direito fim, porém, também pode ser considerada um
direito meio, pois será através dele que será garantido a efetivação dos demais direitos,
inclusive os sociais.

• Acesso à alimentação adequada por meio de políticas estruturantes.


• Garantia do acesso à terra e à moradia para a população de baixa renda e grupos
sociais vulnerabilizados.

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• Ampliação do acesso universal a sistema de saúde de qualidade.


• Acesso à educação de qualidade e garantia de permanência na escola.
• Garantia do trabalho decente, adequadamente remunerado, exercido em condições
de equidade e segurança.
• Combate e prevenção ao trabalho escravo.
• Promoção do direito à cultura, lazer e esporte como elementos formadores de
cidadania.
• Garantia da participação igualitária e acessível na vida política.

A ideia de participação e acesso de uma forma ou de outra inclui-se nos demais obje-
tivos, pois o grande problema desses cidadãos que se encontram nessa situação de vul-
nerabilidade e desigualdade é o acesso às mesmas possibilidades e oportunidades em
relação a outros grupos.
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Todos esses acessos levam a uma vida mais justa, por isso os objetivos estão elenca-
dos dentro da diretriz 7.

Obs.: não existe hierarquia entre direitos, não existindo direito absoluto e sim todos
relativos, sendo necessário avaliar o caso concreto, baseado na ponderação de
valor qual irá sobressair.

Pensando em uma evolução histórica dos Direitos Humanos, existe uma sequência
que é preciso observar, como:

• Direito do trabalho;
• Educação;
• Saúde.

Em seguida é preciso considerar:

• Moradia;
• Alimentação;
• Acesso à terra;
• Laser;
• Transporte;
• Cultura.

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Esses objetivos são estudados também em outros momentos dos direitos, é possível
observar que as próximas diretrizes serão focadas nos sujeitos de direitos em situação
de vulnerabilidade, que são: crianças, adolescentes, pessoas idosas, pessoas com defi-
ciência, mulheres, indígenas e a população negra.

Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu desenvol-


vimento integral, de forma não discriminatória, assegurando seu direito de opinião e
participação.
Objetivos estratégicos

• Proteger e garantir os direitos de crianças e adolescentes por meio da consolida-


ção das diretrizes nacionais do ECA, da Política Nacional de Promoção, Proteção e
Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Convenção sobre os Direitos
da Criança da ONU.
• Consolidar o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes, com o for-
talecimento do papel dos Conselhos Tutelares e de Direitos.
• Proteger e defender os direitos de crianças e adolescentes com maior vulne-
rabilidade.

Crianças e adolescentes com maior vulnerabilidade podem ser por conta de violência
institucional, aspectos raciais, aspectos de gênero ou aspectos relacionados à pobreza.
É possível perceber que essas interseccionalidades em grupos vulneráveis é uma situa-
ção de hipervulnerabilidade quando comparado até mesmo em relação aos seus pares,
pois pode ocorrer uma combinação de fatores como gênero, raça, sexualidade, aspectos
relacionados a acesso a recursos financeiros.

• Enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.


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Esse tema se relaciona ao eixo 4, que trata sobre o tráfico de pessoas, de maneira
internacional e nacional, e suas principais vítimas são esses grupos de vulneráveis.

• Garantir o atendimento especializado a crianças e adolescentes em sofrimento psí-


quico e dependência química.
• Erradicação do trabalho infantil em todo o território nacional.
• Implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).

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Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais.

• Igualdade e proteção dos direitos das populações negras, historicamente afetadas


pela discriminação e outras formas de intolerância.

A Lei n. 12.288/2010 traz o conceito de população negra onde afirma que a popula-
ção negra é o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas ou pardas de acordo com
o critério disponibilizado pelo IBGE.

• Garantia aos povos indígenas a manutenção e o resgate das condições de reprodu-


ção cultural, assegurando seus modos de vida.
• Garantia dos direitos das mulheres para o estabelecimento das condições necessá-
rias para sua plena cidadania.

Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade.

• Afirmação da diversidade para construção de uma sociedade igualitária.

Sociedade igualitária não é sinônimo de sociedade homogênea, pois a situação atual


é de diversidade em relação à ética racial, ao sexo e à diversidade cultural. São diversida-
des importantes que tornam a sociedade plural, e assim dentro de um mesmo ambiente
se tenha múltiplas visões de vida.

• Proteção e promoção da diversidade das expressões culturais como Direito Humano.


• Valorização da pessoa idosa e promoção de sua participação na sociedade.

Existem uma série de desafios sociopolíticos relacionados à pessoa idosa e a sua


inclusão social. Nesse meio é possível observar o preconceito, etarismo, idadismo em
relação a esses indivíduos, levando-os ao isolamento social.

• Promoção e proteção dos direitos das pessoas com deficiência e garantia da acessi-
bilidade igualitária.
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• Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero.
• Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado.

O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) é objetivo em relação à sua organi-


zação e estrutura, refletindo, assim, em questões de prova, por isso é importante obter
conhecimento dos eixos, diretrizes e as palavras chaves. O eixo 3 trata sobre a vulnera-
bilidade social, tratando a desigualdade de qualquer gênero e espécie.

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COMBATE ÀS DISCRIMINAÇÕES, DESIGUALDADES E


INJUSTIÇAS: DE RENDA, REGIONAL, RACIAL, ETÁRIA E DE
GÊNERO

O quadro acima demonstra um glossário, em relação aos principais conceitos que


esse tema pode trazer de uma forma precisa.

Renda:

• Conceito – Disparidade no acesso e controle sobre recursos econômicos.


• Combate – Políticas de redistribuição de renda, impostos progressivos, programas
de transferência de renda.

Regional:

• Conceito – Diferenças econômicas e sociais entre regiões do país.


• Combate – Políticas públicas para desenvolvimento regional equilibrado, investi-
mentos em infraestrutura e educação.

Racial:
Conceito – Diferenciação ou exclusão baseada na etnia ou cor da pele
Combate – Ações afirmativas, cotas raciais, políticas de igualdade racial, conscienti-
zação sobre racismo.

Etária:
Conceito – Discriminação baseada na idade do indivíduo.
Combate – Programas de qualificação para jovens, leis e políticas de proteção aos
direitos dos idosos.
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Gênero:
Conceito – Desigualdade baseada no sexo ou identidade de gênero.
Combate – Políticas de igualdade de gênero, educação para desconstruir estereóti-
pos, legislação contra violência de gênero.
Qualquer tipo de desigualdade pode ser combatido com educação, ao aprofundar o
estudo é possível perceber que em qualquer tipo de desigualdade o preconceito é algo
que todas têm em comum.
O preconceito é a visão estereotipada sobre o outro, baseada nas relações sociais
que foram construídas e na cultura ao qual o indivíduo foi inserido. Esse estereótipo está
ligado ao que se pensa e não necessariamente ao que se faz. Quando esses pensamentos
preconceituosos começam a ter relações com as práticas, iniciando um comportamento
preconceituoso caracteriza-se a discriminação. Com isso, é possível afirmar que a discri-
minação é uma consequência do preconceito que leva a um acesso desigual de oportu-
nidades, pois impede acesso e liberdades de direitos de um determinado grupo, levando
a uma injustiça social.
Entende-se que toda raiz da desigualdade é o preconceito, por isso é preciso comba-
ter na sua raiz. Algumas políticas públicas criminalizam condutas com base em qualquer
tipo de descriminalização. Ao trabalhar a educação, é possível mudar essa visão estereo-
tipada que envolve o outro, pois envolve a cultura e criando novos conceitos.
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Ao colocar empatia com o outro, não é possível ter comportamentos discrimina-
tórios, diminuindo os casos de desigualdade e injustiça social. Claro que, na prática, o
esquema se torna complexo, pois envolve vários anos de estudos, porém existe um con-
cesso em relação à educação como um fator de luta contra a discriminação e o com-
bate às desigualdades sociais, trazendo uma estrutura totalmente usável em redações
e provas discursivas.
Para que a temática da aula seja multidisciplinar e transversal, é possível nomear os
preconceitos citados, pensando no grupo vulnerabilizado.

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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Thiago Silva Medeiros.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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