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O SERVIÇO SOCIAL E A DEFESA

DOS DIREITOS HUMANOS E


SOCIAIS EM TEMPOS DE CRISE
16/11/2022
FACAM
DIREITOS HUMANOS
• Conceito em disputa, a partir na noção de “dignidade” e “humanidade”;
• Produto de lutas, podendo ser mais ou menos amplo, a depender da
correlação de forças e da capacidade de incidir nas agendas públicas;
• Embora tenha caráter normativo, está para além das leis, códigos e pactos;
• Na contemporaneidade temos grandes arcabouços institucionais de
defesa e promoção de DH, em contraste com a realidade de negação de
direitos e avanço de pautas conservadoras;
• Caráter não linear ou etapista: em 2022 e 1948 a luta por DH faz frente às
práticas e ideologias de base fascista.
CONCEITOS EM DISPUTA
• Direitos humanos como direito de todos/Compromisso do Estado
com a Proteção Ampliada/Base Ético-Moral: Igualdade e
solidariedade;
x
• Direitos humanos para “humanos direitos”/Ação residual do Estado
na Proteção/Base Ético-Moral: Individual e meritocrática.
CRISE DO CAPITAL E CRISE
SOCIETÁRIA
• Crise sanitária e emergência global x Estado Neoliberal;
• Superlucro x Inflação, Alta dos Alimentos e a fome no mundo;
• Crise Ambiental, destruição na natureza e emergência climática que
impacta sobretudo a população da periferia do capitalismo;
• Crise do emprego e das garantias decorrentes do trabalho formal;
• Padrões básicos de civilidade que sustentaram as democracias
ocidentais por meio de pactos coletivos encontram-se esgarçados;
• Empobrecimento, adoecimento (físico e mental) e violência.
• “Saídas” individualistas, abstratas, ideologizadas e autoritárias.
CRISE SOCIETÁRIA E RESPOSTAS
AUTORITÁRIAS
• Fortalecimento de setores interessados na restauração da ordem social desigual,
escravocrata e patriarcal;
• O conflito tratado como caos e o opositor como inimigo;
• O “diferente” como subversivo e ameaçador;
• Controle social confundido com extermínio: armas, silenciamento e práticas
persecutórias;
• Desconstrução de Narrativas: mudanças na forma de compreender processos
sociais (escravidão, ditadura), baseados em fake news e desinformação que
naturalizam a violência;
• Desqualificação e criminalização de lutas e militantes: vidas vulneráveis e corpos
matáveis.
1 - Quais as atuais condições para
reestabelecer um acordo em torno de uma
pauta ampliada dos direitos humanos?
2 - O que o Serviço Social tem a ver com isso?
O SERVIÇO SOCIAL
• Código de Ética do Assistente Social Resolução CFESS n. 273, de 13 de março de
1993. Princípios Fundamentais:
• Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;
• Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o
respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à
discussão das diferenças;
• Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de
inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual,
idade e condição física.
• Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação
política e da riqueza socialmente produzida;
IGUALDADE E DIVERSIDADE
• Enfrentamento de concepções e práticas abstratas que naturalizam e autorizam na
profissão e na vida social práticas de segregação, ao mesmo tempo em que
autoresponsabilizam e criminalizam os indivíduos “dissidentes”: mulheres, negros,
povos tradicionais, população LGBTQIA+, Pessoas com deficiência... Enquanto o
sistema permanece livre para a produção de vítimas em série;
• Pautas coletivas: embora reconheçam e incluam os indivíduos, estão para além de
experiências pessoais, particulares ou familiares. São garantias humanas e universais;
• Sujeitos periféricos ao capital são atravessados consecutivamente por processos de
exploração (desigualdade) e opressão (humilhação com base na diferença)
• Representatividade/Identidade/Reconhecimento frente aos processos políticos: o
direito de existir e se expressar;
• Redistribuição/Acesso a Riqueza socialmente produzida por meio do acesso a direitos,
bens e serviços necessários a vida digna;
DESAFIOS AO SERVIÇO SOCIAL
• Compreender, interpretar e evidenciar demandas desta fase da crise
socioeconômica e como atinge diferentes segmentos da população;
• Levantar e produzir informações sobre a população usuária dos bens e
serviços: onde e como se manifesta a fome, o adoecimento e a
pauperização;
• Desmistificação do real em tempos de fake News: informar, orientar e
contribuir com o processo pedagógico;
• Identificar e denunciar cortes e retrocessos junto às políticas públicas;
• Propor respostas criativas e eficazes frente ao um contexto de escassez.
DEBATE
• Processos de resistências;
• Novas identidades em luta e novas formas de organização;
• As ruas e as redes. Novas estratégias e ferramentas de luta;
• O caráter antisistêmico das lutas de povos tradicionais: o que
aprendemos com eles e como fortalecer?
• Novos mecanismos de legitimação passam pela comunicação digital.
Como utilizar estas ferramentas, sob o controle do capital, para o
fortalecimento da democracia?
Impactos da Crise sobre o Serviço Social
• Perda de direitos dos profissionais e da população usuária;
• Precarização das instituições e dos bens e serviços sobre os quais
operam as/os profissionais;
• Mudanças no mercado e nas condições de trabalho.

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