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Racismo é um
preconceito, e não
um conceito.
Origem moderna do racismo
• A origem moderna do racismo remonta aos
desdobramentos históricos da expansão marítima
europeia dos séculos XV e XVI, quando se
intensificaram as relações entre europeus e
populações da África, da Ásia e da América.
• Nos contatos com povos culturalmente diversos,
• reforçou-se a perspectiva eurocêntrica,
isto é, os europeus estimavam que somente os
valores de sua civilização eram verdadeiramente
humanos e definiam seus interesses como
modelo para toda a humanidade.
A discriminação étnico-racial no século XX e na atualidade
• Nos Estados Unidos com a eliminação formal da
escravidão, posteriormente à Guerra de Secessão (1861-1865),
criaram-se, nas unidades federativas do sul do país, medidas
legais de segregação racial, isto é, de separação oficial e
hierarquizada entre brancos e negros. Essas leis discriminatórias
excluíam socialmente os afrodescendentes, mantendo-os à
margem dos direitos civis, sociais e políticos de cidadania.
• Na África do Sul, o sistema de discriminação étnico- racial
vigente no século XX recebe o nome de APARTHEID,
concentrando os poderes econômico e político entre os brancos,
descendentes dos colonizadores europeus, e marginalizando
socialmente a população negra.
• Na Alemanha a discriminação étnico-racial como política de
Estado atinge seu ponto mais sistemático e extremo sob o
governo Adolf Hitler (1889-1945), ou melhor, sob o poder nazista
na Alemanha (1933-1945). O TOTALITARISMO nazista
mistura XENOFOBIA e ideal de pureza de uma suposta raça
ariana em nome da formação de uma grande pátria alemã.
O APARTHEID era codificado em
lei, mas imposto por meio da violência
e da brutalidade. O Partido Nacional,
que formalizou o apartheid após a
chegada ao poder, em 1948, aproveitou
os órgãos responsáveis pelo
cumprimento da lei e pela segurança
para reprimir toda a resistência ao
regime. Os grupos de oposição foram
declarados ilegais, e os dissidentes
políticos detidos sem julgamento e,
muitas vezes, torturados.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto
Alegre: Artmed, 2005. p. 204.
Racismo no BRASIL
• Na sociedade brasileira, o preconceito racial permeia múltiplas
dimensões das relações sociais, exprimindo-se na linguagem,
na desigualdade de oportunidades educacionais e profissionais
para brancos e negros, nos obstáculos socioeconômicos à
ascensão social da população negra, enfim, nas maiores
dificuldades enfrentadas pelos afro-brasileiros,
comparativamente aos brancos, para exercer, de fato, seus
direitos de cidadania.
Estratificações
Sociais: Definição e
Contexto
• Estratificações sociais são camadas ou
grupos dentro da sociedade com
diferentes níveis de poder, status ou
recursos.
• Resultam de diversas formas de
desigualdade e discriminação ao longo
do tempo.
• Contexto das estratificações sociais:
• Influências culturais, históricas,
econômicas e políticas.
• Impacto direto no acesso a
oportunidades e direitos.
A estratificação social
• A estratificação social é um conceito-
chave nas ciências sociais que refere-
se à divisão da sociedade em
diferentes camadas ou grupos,
baseando-se em critérios como
riqueza, poder, prestígio, ou status.
Em outras palavras, é a hierarquia
social que se estabelece em função da
desigualdade de acesso a recursos
econômicos, culturais, políticos e
sociais.
Definição e Características da Estratificação Social
CASTAS
• Definição: Um sistema fechado de estratificação social em que o status é atribuído ao nascimento, sem mobilidade entre os
diferentes níveis.
• Exemplos:
• Índia: Sistema de castas ainda influente, mesmo após a abolição formal. Pessoas nascidas em castas inferiores têm
acesso limitado a oportunidades educacionais e de emprego.
• Nepal: O sistema de castas também é parte da estrutura social, com rigidez na mobilidade entre diferentes níveis.
ESTAMENTOS
• Definição: Um sistema de estratificação em que a sociedade é dividida em grupos (estamentos), como a nobreza, o clero e o
povo. Geralmente, há restrições de mobilidade entre estamentos.
• Exemplos:
• Europa Medieval: A sociedade era dividida em nobres, clérigos e camponeses, com pouca ou nenhuma mobilidade
entre os estamentos.
• Japão Feudal: A sociedade era organizada em estamentos como samurais, camponeses, artesãos e comerciantes, com
Estratificação Social: Sociedade de Classes
Exemplos:
Discriminação de Classe: Preconceito baseado na classe
Estereótipos: Generalizações negativas sobre pessoas de classes
socioeconômica de uma pessoa. Indivíduos de classes baixas enfrentam
inferiores, como preguiça ou falta de educação.
maior discriminação em diversas esferas da sociedade.
Discriminação
Exemplos:
• Discriminação Econômica: Acesso
desigual a empregos, educação e
outros recursos para pessoas de
Definição: Ações ou políticas que classes mais baixas.
resultam em tratamento desigual ou • Discriminação Racial e de Gênero:
injusto a pessoas ou grupos com Esses tipos de discriminação também
podem ter relação com classes
base em preconceitos. sociais, pois certos grupos raciais e
mulheres estão mais propensos a
ocupar posições de classe inferior.
• Interseccionalidade: Preconceito e
discriminação podem se sobrepor com outras
formas de opressão, como raça e gênero. Isso
pode aumentar a desigualdade social.
Relação entre • Estratificação Social e Preconceito: A
estratificação social cria barreiras para a
Classes mobilidade e reforça preconceitos. As pessoas
Sociais, em posições de classe inferior enfrentam mais
Preconceito e discriminação.
• Políticas de Ação Afirmativa: Tentativas de
Discriminação corrigir a desigualdade causada pelo preconceito
e discriminação por meio de políticas públicas,
como cotas para minorias em instituições de
ensino e no serviço público.
A desigualdade social é uma questão
complexa.
Ações afirmativas
como ferramenta As ações afirmativas surgem como
de igualdade resposta a essa desigualdade.
Criadas para compensar a falta de oportunidades para grupos marginalizados, como negros e
mulheres.
Formas de ação afirmativa no Brasil: cotas raciais e sociais para universidades, cotas para
concursos públicos, cotas para pessoas com deficiência, cotas para mulheres no Legislativo.
Ações Afirmativas: Críticas e Defesa
Defensores veem ações afirmativas como necessárias para alcançar igualdade substantiva
e corrigir discriminação histórica.
Cotas em Concursos Públicos: Desde 2014, concursos para cargos na administração pública federal devem
reservar 20% das vagas para negros, se houver pelo menos três vagas. Além disso, desde 1990, 20% das vagas
devem ser destinadas a pessoas com deficiência.
Cotas para Mulheres no Poder Legislativo: A lei de 1997 exige que pelo menos 30% dos candidatos
apresentados pelos partidos ao Poder Legislativo sejam mulheres, buscando aumentar a representatividade
feminina na política.
Cotas para Pessoas com Deficiência em Empresas Privadas: Estabelecida em 1991, esta lei exige que empresas
com mais de 100 funcionários destinem de 2% a 5% de suas vagas para pessoas com deficiência, promovendo
sua inclusão no mercado de trabalho.
Justificativas para Ações
Afirmativas
• As ações afirmativas no Brasil são fundamentadas no princípio da compensação histórica. Elas são
entendidas como um meio para corrigir injustiças decorrentes de um passado discriminatório e
garantir uma sociedade mais plural e justa. Embora sejam temporárias, elas servem para acelerar a
igualdade e assegurar um ambiente social mais equitativo.
• Críticas e Debates sobre Ações Afirmativas
• Apesar de sua justificativa baseada na busca por igualdade, as ações afirmativas também enfrentam
críticas. Alguns argumentam que elas criam desigualdades ao oferecer privilégios específicos para
certos grupos, o que poderia gerar conflitos sociais. Ainda assim, a aceitação das ações afirmativas
no Brasil, tanto pela legislação quanto pelo Supremo Tribunal Federal, reflete uma tentativa de
corrigir desigualdades históricas e promover uma sociedade mais justa e inclusiva.
Conclusão
• A estratificação social é um fenômeno complexo que se manifesta de diferentes maneiras ao
redor do mundo. Os sistemas de castas, estamentos e classes sociais representam diferentes
formas de organização social, cada um com suas particularidades e consequências para a
mobilidade social.
• O preconceito e a discriminação estão intrinsecamente ligados à estratificação social. Eles
surgem de estereótipos e crenças infundadas, levando a desigualdades persistentes entre as
diferentes classes sociais. Pessoas de classes mais baixas enfrentam desafios significativos
para acessar oportunidades educacionais, econômicas e sociais devido ao preconceito e à
discriminação.
• Por fim, o combate à desigualdade social exige uma abordagem interseccional e inclusiva.
As políticas de ação afirmativa podem ajudar a reduzir as disparidades, mas mudanças
culturais são necessárias para abordar preconceitos profundamente enraizados. A construção
de uma sociedade mais justa e equitativa começa com a compreensão das causas subjacentes
à estratificação social e com a disposição de desafiar os sistemas que perpetuam a
discriminação e o preconceito.