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RAÇA, ETNIA E

MULTICULTURALISMO
Empatia
Igualdade
Preconceito, discriminação segregação
Preconceito Discriminação
Os preconceitos se baseiam em Discriminação é uma atitude ou
generalizações superficiais e tratamento diferenciado em relação ao
depreciadoras do outro (em geral outro que pode levar à marginalização ou
portador de características físicas e exclusão.
culturais diferentes e arbitrariamente
consideradas inferiores); a tais Segregação
generalizações a Sociologia denomina
estereótipos. Segregação materializam as ideologias
calcadas em preconceitos que refletem a
hegemonia de um grupo e a subordinação de
outro.
Igualdade racial
Justiça
Preconceito
• Os preconceitos são normalmente difundidos,
enraizados e renovados por meio dos
mecanismos socializadores, e sua reprodução ao
longo da história foi responsável pela
cristalização de profundas desigualdades em
diversas sociedades.
• Às vezes a discriminação é dissimulada, não
ficando claro, nem mesmo para quem a sofre,
que ela de fato existe – o que torna ainda mais
difícil superá-la.
Segregação
Segregar significa separar, isolar social e/ou
espacialmente. Grupos que são alvo de preconceito,
discriminados por não partilharem da cultura STOP!
dominante, costumam ser segregados. • Muitas
vezes a segregação é institucionalizada por meio de
políticas ou leis, que visam manter fora do foco da
sociedade indivíduos ou grupos considerados
indesejáveis. A concentração de moradores pobres
em favelas e periferias é um exemplo da segregação
que ocorre no meio urbano.
Introduction
Raça, racismo e
etnia: aspectos
socioantropológicos
• O racismo pressupõe a existência
Justiça
Não ao de “raças” humanas e se utiliza da
Racismo caracterização biogenética para
explicar fenômenos sociais e
culturais. • Supõe ainda que existam
“raças superiores” e “raças inferiores”,
considerando, portanto, “natural” que
estas sejam subjugadas pelas
primeiras. • O racismo, portanto, é
também uma ideologia.
A medição do crânio é
um exemplo da Teorias raciais e
aplicação da
antropometria. eugênicas
- Surgiram no final do século XIX e início do XX,
tentando comprovar cientificamente a existência de
“raças superiores e inferiores”, recorrendo às ciências
naturais e seus métodos à época (medições de crânio
e nariz, por exemplo). - Os chamados estudos
antropométricos tentavam provar ser possível deduzir
o comportamento e as aptidões de um indivíduo com
base em suas características físicas.
Teorias eugênicas
Teorias eugênicas
•Pressupunham que cada “raça” possuía características
próprias e que a miscigenação entre brancos, amarelos e
negros resultaria na degeneração.
•Havia, entretanto, as que propunham que a miscigenação
poderia ser uma opção de “melhorar” as características de
um povo através da disseminação da genética do homem
branco.
•Algumas políticas públicas se basearam nesses
pressupostos. Um exemplo foi o incentivo à imigração de
trabalhadores alemães e italianos para o Brasil à época da
abolição da escravidão.
AVANTE
Multiculturalismo e ação afirmativa
O multiculturalismo pode ser compreendido como: - Conceito que designa o fato de algumas
sociedades serem formadas por culturas distintas. - Política que visa à coexistência pacífica entre
diferentes grupos étnicos.
- Movimento teórico e político em defesa da pluralidade e da diversidade cultural, reivindicando o
reconhecimento cultural das minorias.
•Entre os que compreendem o multiculturalismo a partir da primeira perspectiva, há um debate no
seguinte sentido:
- Há a visão antropológica que enfatiza a formação de mosaicos culturais totalmente originais, fruto
da convivência entre diferentes matrizes coexistentes numa mesma sociedade.
-Há os que apontam a coexistência sem, no entanto, enfatizar a convergência entre as diferentes
matrizes socioculturais. -Há ainda a visão crítica, que mostra que a convivência não é pacífica, mas
permeada pelas relações de poder e dominação constitutivas da sociedade.
Multiculturalismo e ação afirmativa
•Há os que criticam o multiculturalismo por considerar que, embora reconheça a diversidade cultural,
não propõe a superação da hegemonia dos padrões culturais dominantes.

•A interculturalidade, diversamente, vê no contato entre diferentes culturas a possibilidade da


construção de novos conhecimentos e novas interpretações do mundo.

•Ações afirmativas são ações públicas ou privadas dirigidas à correção de desigualdades sociais,
visando à compensação das desvantagens criadas e reproduzidas socialmente. Exemplo: o sistema
de cotas raciais implementado nos concursos de admissão nas universidades brasileiras.
Estatuto da Igualdade
Racial
V Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir)
O objetivo da Conapir é propor alternativas para a superação das desigualdades étnico-raciais, tanto do ponto de
vista econômico quanto social, político e cultural. A conferência busca ampliar os processos de controle social sobre
as políticas públicas, como o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010).
A lei garante à população negra e aos demais grupos étnico-raciais a efetivação da igualdade de oportunidades, a
defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de
intolerância étnica. A última edição do evento foi realizada em 2018, com o tema "O Brasil na década dos
afrodescendentes: reconhecimento, justiça, desenvolvimento e igualdade de direitos.
E o que é o Estatuto da Igualdade Racial?
Logo em seu 1º artigo, o Estatuto já nos informa do que se trata. Podemos entender que esta lei foi
criada de forma a tentar efetivar a igualdade de condições e acesso a uma parcela cumulativa da
população – pretos e pardos – que historicamente, nenhum período escravocrata e depois dele, passa
por discriminação racial e desigualdades de acesso aos direitos considerados básicos.

Foi pela ideia central de defender os direitos básicos dessa parte da população que o Estatuto surgiu,
com muito valor e importância para aqueles que entendem que as desigualdades de gênero e raça
precisavam ser discutidas e estruturadas no âmbito político e jurídico.

Diante disso, tem como princípio apresentar que é dever do Estado a garantia e o estabelecimento
de políticas públicas para aplicabilidade desses direitos, bem como definir, por meio de seu texto-base,
quais são esses direitos fundamentais.

O objetivo da lei é planejar, garantir e colocar em prática, ações que permitem o desenvolvimento dessa
igualdade, propondo um texto-base, como já mencionado, que pode ser aplicado em prol de políticas
públicas e ações afirmativas.
Art. 9o A população negra tem direito a participar de atividades educacionais, culturais, esportivas e
de lazer adequadas a seus interesses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural de
sua comunidade e da sociedade brasileira. […]

Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, é
obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, observado o
disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
Art. 35. O poder público garantirá a implementação de políticas públicas para assegurar o direito à
moradia adequada da população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas,
degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à dinâmica urbana e promover
melhorias no ambiente e na qualidade de vida.
Uma iniciativa recente, tomada com base no Estatuto, foi o Plano Estadual de Promoção da Igualdade
Racial da Paraíba (PlanePIR). Tal iniciativa comprometeu-se em designar, para a agenda de execução
de políticas públicas desse município, demandas da população negra e de povos originários,
abrangendo algum dos eixos mencionados pelos direitos fundamentais contidos no Estatuto, como,
por exemplo, “do direito à liberdade de consciência e de crença”, reconhecendo e realizando o
cadastramento de Casas de Matriz Africana.
Com tudo, o que vimos, há quem entenda o Estatuto como algo mais simbólico do que prático. Isso
pode ser explicado, com o fato de o próprio contexto da política brasileira e a estruturação social após
a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, ter facilitado certas permanências em relação a
desigualdade étnica.
Junto a isso, temos a democracia racial, que foi muito difundida no Brasil. Esse pensamento foi mais
fortemente difundido na Era Vargas (1930-1945), dizendo que as etnias existentes no brasil tem uma
certa igualdade de tratamento e de acesso, devido a uma natural tolerância étnica, uma vez que o país
já seria pluricultural e miscigenado por natureza, não havendo espaços para existência das
desigualdades com base racial.
Tal ideia de democracia racial, aliada a uma estrutura política com maioria composta por pessoas
brancas, no qual certa parte dessa maioria, não reconhece o racismo como um problema estrutural
em nossa sociedade (e uma considerável parte da sociedade também não vê o racismo dessa forma).
Dentre suas principais inovações, destaca-se a proposta de implantação de sistema de cotas em
vários campos da vida social.
O projeto estabelecia, para os afrodescendentes, cota mínima de 20% de vagas nos concursos
públicos em nível federal, estadual e municipal, nas empresas com mais de 20 empregados, nas
universidades, além de reserva de vagas de 30% para candidaturas a cargos eletivos, a serem
observadas pelos partidos políticos e coligações.3

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