CIÊNCIA CONTEMPORÂNEA
elementos que mantêm as
Refere-se às áreas de pesquisa e
descobertas que ocorrem nos tempos
atuais. É um campo diversificado e em
constante evolução, abrangendo uma
ampla gama de disciplinas e tópicos:
1. Inteligência artificial (IA);
2. Genética;
3. Energia renováveis;
4. Neurociência;
5. Nanotecnologia.
Ela também tem trazido avanços
significativos em relação aos métodos
epistemológicos, ou seja, aos processos
pelos quais o conhecimento científico é
obtido, validado e comunicado:
1. Abordagens interdisciplinares;
2. Uso de tecnologia avançada;
3. Foco na ética e
responsabilidade;
4. Participação pública e
colaboração.
TERMO “RAÇA”
Do ponto de vista biológico, a
utilização desse termo para grupos
culturais humanos é inadequada, uma
vez que raças indicam diferenças
genéticas expressivas e, entre seres
humanos, apesar de diferenças
fenotípicas, ou seja, de aparência, não
existem diferenças genéticas
significativas.
Historicamente, foi um conceito
desenvolvido para classificar e
hierarquizar diferentes grupos
humanos com base em noções de
superioridade e inferioridade. Todavia,
na atualidade, foi comprovado a
inexistência dessa relação entre “raça”
e superioridade/inferioridade.
AÇÕES AFIRMATIVAS
● Definição → Trata-se de um
modelo/plano de ação para
promoção da equidade social,
de gênero, étnica ou racial.
Sendo elaborada e
implementada para diluir os
desigualdades.
- Surgiu pela primeira vez
em 1960, nos EUA, em
pleno contexto racista.
● Agentes criadores → Estado (por
meio de secretarias especiais),
ONGs e movimentos sociais.
● Agentes efetores → Iniciativa
privada, empresas, institutos.
● Agentes implementadores →
Municípios, estados e União.
AÇÃO AFIRMATIVA PARA A IGUALDADE
RACIAL
Feito pela Secretaria Nacional de
Políticas de Promoção da Igualdade
Racial do Ministério dos Direitos
Humanos (SEPPIR), tendo como
objetivos:
1. Combater o racismo e
preconceito;
2. Promover a igualdade social;
3. Igualdade de oportunidades.
OBS: STF determinou que as ações
afirmativas para a igualdade racial são
constitucionais e necessárias para a
igualdade social e para o
estabelecimento de uma sociedade
justa e democrática.
QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DAS COTAS
RACIAIS?
1. Oferecer uma porcentagem do
número total de vagas
especialmente para candidatos
afrodescendentes;
2. Reparação histórica dos danos
causados pela escravidão e
após esse período (sem
estruturação);
3. Promoção do equilíbrio
socioeconômico (reverter a
marginalização).
 Com elas, o povo negro pode estar
em posição de poder e liderança tanto
quanto os brancos, nas mais diversas
áreas da sociedade.
Permitem, ainda, que os brancos
sejam chamados à responsabilidade
para a construção de uma sociedade
igualitária, ao reconhecer sua situação
privilegiada e o histórico de opressão
de luta de quem foi escravizado e de
seus descendentes.
→ Uma AF se ancora numa abordagem
global, mas pode se direcionar para
grupos mais específicos, a fim de
atendê-los de acordo com suas
necessidades.
SENSO COMUM x CIÊNCIA
● Senso comum → Sempre
subjetivo, fragmentário,
particular e de linguagem
ambígua.
● Ciência → Objetivo, rigoroso, de
aspecto universal.
ÉTICA E MORAL
Geralmente, costumamos empregar
os dois termos como sendo sinônimos,
porém, convencionou-se diferenciar
ética de moral, atribuindo à MORAL um
caráter mais prático e rígido. Por outro
lado, à ÉTICA caberia estudar a
aplicação das normas.
Ou seja, configura-se MORAL como
aquilo que pertence às regras,
estabelecido em forma de leis ou
incorporado como costume na
sociedade através da história e cultura,
ou seja, nós vamos “aprendendo” com o
tempo.
Ao passo, a ÉTICA constitui a forma
pela qual nos relacionamos com essas
regras a partir dos vínculos
estabelecidos com a sociedade em
geral. Assim, uma decisão moral, muitas
vezes, é fundamentada em valores
pessoais que não permitem o respeito
à escolha dos outros.
TIPOS E ESTRUTURAS DE VALORES
● Valor → É a dignidade de uma
coisa, e esta dignidade provoca
a estima, nos levando a
valorização, assim, podendo ser
subjetiva e objetiva.
Os valores são agrupados em três
grupos:
1. Econômicos (preservação da
vida, saúde, prazer);
2. Culturais (cultivo mental);
3. Espirituais (aperfeiçoamento do
espírito).
DESIGUALDADE SIMBÓLICA POR
PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
RACIAL
A desigualdade simbólica por
preconceito e discriminação racial
refere-se a disparidades e injustiças
que ocorrem em termos de
representação, visibilidade e valor
atribuídos às pessoas com base em
sua raça ou etnia. Essa forma de
desigualdade se manifesta nas
estruturas sociais variadas,
perpetuando estereótipos, hierarquias
e marginalização.
EX: Representação inadequada ou
limitada de pessoas racializadas na
mídia, símbolos culturais, linguagens e
interações diárias.
Essas formas de desigualdade
simbólicas têm consequências
profundas na vida das pessoas
racializadas.
→ PROUNI, FIES e Estatuto da
Igualdade Racial são elementos que
auxiliam grupos minoritários a terem
oportunidades educacionais,
segurança social e financeira,
auxiliando, portanto, na promoção da
equidade social.
CONFLITOS DE INTERESSE
ÉTNICO-RACIAIS
São confrontos e tensões que
surgem entre diferentes grupos devido
a diferenças culturais, históricas,
sociais e econômicas. Esses conflitos
podem envolver questões como poder,
privilégio, acesso a recursos e justiça
social. Esses conflitos são
frequentemente impulsionados por
desigualdades estruturais,
discriminação sistêmica e
marginalização. A história de opressão,
colonialismo, escravidão, segregação e
outras formas de dominação têm um
papel significativo na criação e
perpetuação desses conflitos.
EX: Luta pela igualdade racial e pelo
fim do racismo institucionalizado,
disputas territoriais e questões
imigratórias.
Historicamente, os conflitos étnicos
separatistas, ou seja, conflitos em que
grupos culturais buscam construir o
próprio Estado baseando-se nessa
cultura, derivam-se da disputa
territorial.
TEORIA DE PIAGET SOBRE
DESENVOLVIMENTO MORAL
O desenvolvimento do raciocínio e da
consciência moral foi estudado,
primeiramente, por Piaget, em 1930 e,
depois, retomado em 1960 por Kohlberg.
Piaget verificou que, em conjunto,
vamos aprendendo as regras morais.
→ É importante salientar que ele
considerou, em seus estudos, as teses
de Durkheim e Fauconnet, assim como
Baldwin.
Para Piaget, o conjunto de nossos
deveres está ligado à estrutura da
sociedade e que o sentimento de
obrigação está vinculado à coação
exercida pela sociedade sobre os
indivíduos.
Além disso, questiona a ideia de que
exista um só tipo de regras e um só tipo
de autoridade que leve à obediência
dessas regras.
OBS: Piaget fez seu estudo com base
na relação pais x filhos (dominador x
dominado).
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DA
CONSCIÊNCIA MORAL DE KOHLBERG
Para ele, o raciocínio moral evolui até
a adolescência e início da juventude,
não se finalizando na infância, como
Piaget acreditava. Kohlberg, ao analisar
os estudos de Piaget, percebeu que
classe, cultura, idade e sexo são fatores
que condicional o desenvolvimento do
raciocínio moral.
Salienta o fato de a idade ter se
destacado no favorecimento do
desenvolvimento da consciência de
reciprocidade lógica, porém,
interessa-lhe definir com precisão as
dimensões do desenvolvimento
evolutivo da moralidade, em
decorrência de sua hipótese de que as
dimensões cognitivas do raciocínio
moral definem o desenvolvimento
evolutivo da moralidade.
Também considera que todas as
crianças em seu desenvolvimento
seguem a mesma sequência de
estágios de desenvolvimento
sociomoral.
Em sua teoria sobre a moral, ele
propôs três níveis de desenvolvimento
moral:
1. Pré-convencional;
2. Convencional;
3. Pós-convencional.
OBS: Em uma revisão posterior, ele
adiciona um estágio intermediário.
1º ESTÁGIO (Pré-convencional) →
Apresenta dois estágios:
● Castigo e obediência à
moralidade heterônoma: A
pessoa, nesse estágio, não
considera os interesses dos
outros e nem sabe que suas
opiniões podem ser distintas.
Também não é capaz de avaliar
as consequências de seus atos.
● Intuito e troca individual
instrumental ao individualismo
→ O certo consiste em atender
às próprias expectativas e as
 dos outros, tendo o certo como
algo relativo.
2º ESTÁGIO (Convencional) → Comporta
dois estágios:
● O correto seria atender às
expectativas da sociedade
(expectativas interpessoais
mútuas, relações e
conformidade interpessoais);
● Tem como certo cumprir o
próprio dever na sociedade
mantendo a ordem social,
apoiando o bem-estar social. É
cumprir o que se comprometeu
a cumprir (manutenção do
sistema social e da consciência).
Adicional: Na versão de 1981, foi
introduzido um nível intermediário,
considerando que a consciência de
bem ou mal é relativa e arbitrária,
assim como as ideias de dever e do que
é moralmente correto. Ou seja, o
indivíduo coloca-se fora de sua própria
sociedade e se considera como aquele
que toma as decisões sem um
compromisso com a sociedade. Pode
mesmo assumir ou escolher obrigações
que já foram definidas por algumas
sociedades particulares, mas não o faz
com base em qualquer princípio.
3º ESTÁGIO (Pós-convencional) → As
decisões morais se originam dos
direitos, valores ou princípios que são
ou poderiam ser aceitos por todos os
indivíduos que compõe ou acreditam
em uma sociedade que tem o objetivo
de adotar práticas benéficas para
todos.
PLURALIDADE ÉTNICO-RACIAL
Refere-se à diversidade de grupos
étnicos e raciais presentes em uma
sociedade, Ela reconhece e valoriza a
existência de múltiplas origens étnicas
e raciais, bem como a coexistência de
diferentes culturas, tradições e
identidades dentro de uma
comunidade.
Ela é um conceito fundamental para a
compreensão da complexidade das
sociedades contemporâneas. Ela
destaca que não existe uma única
etnia ou raça dominante, mas sim, uma
mistura de diferentes grupos que
contribuem para a formação da
identidade coletiva de uma nação.
SOBRE ALTERIDADE COMO FORMA
DE ACEITAÇÃO AO DIFERENTE E AO
OUTRO
● O termo “alteridade” deriva do
latim e diz respeito ao encontro
e respeito para com o diferente,
É potencializado no encontro
dos europeus com povos
colonizados.
ETNIA e RAÇA
● As teorias sobre as diferentes
raças humanas surgiram
inicialmente no final do século
XVIII e início do século XIX, tendo
como autor principal Joseph
Arthur de Gobineau, o “pai do
racismo moderno”.
Joseph, um diplomata francês,
desenvolveu no livro “Ensaio sobre a
desigualdade das raças humanas”, sua
teoria racial. Ele argumentava que a
raça branca ariana era superior a
todas as outras raças e que a mistura
racial levaria à degeneração e
decadência das civilizações. Gobineau
defendia a ideia de que as raças eram
desiguais em termos de inteligência,
capacidade criativa e moralidade, e
que a miscigenação levaria à
degeneração racial.
Posteriormente, novas teorias
racistas surgiram ao longo da história,
tendo ideias que foram utilizadas para
justificar acontecimentos terríveis.
FORMAÇÃO RELIGIOSA DO POVO
BRASILEIRO
Desde o período da colonização, o
Brasil recebeu influências religiosas de
diversas origens, incluindo o
catolicismo trazido pelos colonizadores
portugueses, as religiões indígenas, as
religiões africanas trazidas pelos
escravos e, posteriormente, outras
religiões que foram sendo introduzidas
por imigrantes de diferentes partes do
mundo (SINCRETISMO RELIGIOSO).
O catolicismo desempenhou um
papel dominante na formação religiosa
do Brasil desde o período colonial. A
Igreja Católica foi a religião oficial do
país durante séculos, e sua influência
era amplamente presente em várias
esferas da sociedade. No entanto,
mesmo com o catolicismo sendo
predominante, há uma diversidade de
práticas e devoções populares que se
desenvolveram, muitas vezes
incorporando elementos da cultura
indígena e africana.
Além do catolicismo, as religiões
afro-brasileiras também tiveram uma
influência significativa na formação
religiosa do país. Durante o período da
escravidão, milhões de africanos foram
trazidos para o Brasil e trouxeram
consigo suas crenças, rituais e
divindades. Assim, surgiram religiões
como o Candomblé, a Umbanda e
outras expressões religiosas
afro-brasileiras, que combinaram
elementos das religiões africanas com
influências indígenas e católicas.
Com o passar do tempo, o Brasil
também recebeu imigrantes de várias
partes do mundo, trazendo consigo
suas próprias tradições religiosas.
Assim, surgiram comunidades
judaicas, islâmicas, espíritas,
protestantes, entre outras. Essas
religiões trouxeram novas perspectivas
e práticas religiosas para o país,
ampliando ainda mais a diversidade
religiosa.
Atualmente, o Brasil é conhecido por
sua pluralidade religiosa. Embora o
catolicismo ainda seja a maior religião
do país em termos de número de
seguidores, a proporção de católicos
vem diminuindo, enquanto outras
religiões, como o protestantismo, têm
ganhado mais adeptos. Além disso, as
religiões afro-brasileiras continuam a
exercer uma influência cultural e
espiritual significativa, especialmente
nas regiões onde elas são mais fortes.
TIPOS DE LITERATURA E SEUS
AUTORES SOBRE ETNIA E RAÇA NO
BRASIL
Gilberto Freyre foi um importante
autor brasileiro que abordou a questão
da etnia e raça no Brasil. Ele é
conhecido principalmente por seu livro
"Casa-Grande & Senzala", publicado em
1933, que se tornou uma obra seminal
sobre a formação da sociedade
brasileira.
Em "Casa-Grande & Senzala", Freyre
propôs a tese da democracia racial no
Brasil, argumentando que a
miscigenação entre brancos, negros e
indígenas teria criado uma sociedade
mais harmoniosa e igualitária em
termos raciais em comparação a
outros países com histórias coloniais
semelhantes. Ele destacou a influência
cultural africana e indígena na
formação da identidade brasileira, bem
como a suposta tolerância racial e a
interação pacífica entre os diferentes
grupos étnicos.
No entanto, é importante mencionar
que a tese da democracia racial
proposta por Freyre foi bastante
contestada e criticada ao longo dos
anos. Muitos argumentam que essa
visão romantizada não leva em conta
as profundas desigualdades raciais
presentes na sociedade brasileira, bem
como as persistentes formas de
discriminação e racismo estrutural.
Além de Gilberto Freyre, outros
autores brasileiros abordaram a
questão de etnia e raça de maneiras
diversas e críticas. Alguns exemplos
notáveis incluem:
● Florestan Fernandes: Sociólogo
e autor de obras como "A
integração do negro na
sociedade de classes" e "O negro
no mundo dos brancos",
Fernandes realizou estudos
fundamentais sobre a estrutura
social brasileira, revelando as
desigualdades raciais e
 criticando a ideia de
democracia racial.
● Abdias do Nascimento:
Intelectual, artista e ativista
negro, Nascimento escreveu
obras como "O genocídio do
negro brasileiro" e
"Quilombismo", nas quais
denunciou o racismo estrutural,
reivindicou a valorização da
cultura afro-brasileira e
defendeu a luta pelos direitos
da população negra.
● Beatriz Nascimento:
Historiadora e ativista, escreveu
sobre a história e a cultura
afro-brasileira, destacando a
resistência negra, as religiões
afro-brasileiras e a importância
da memória histórica.
FATOR BIOLÓGICO x FATOR SOCIAL
NA CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE
RAÇA
● ETNIA → Refere-se a traços
físicos, territoriais e culturais
comuns, sendo uma construção
social e cultural.
● Raça → Termo equivocado,
construído sob tensões
socioculturais entre vários
grupos étnicos distintos.
RACISMO MASCARADO NO BRASIL
O Brasil possui uma história
complexa de racismo que abrange
diferentes tipos e manifestações. Esses
tipos de racismo refletem as
desigualdades e os preconceitos
existentes na sociedade brasileira.
● Racismo Institucional: Refere-se
a práticas e políticas
discriminatórias presentes em
instituições públicas e privadas,
como o sistema de justiça
criminal, a educação, o mercado
de trabalho, os serviços de
saúde, entre outros. O racismo
institucional se manifesta por
meio de disparidades na
distribuição de recursos,
oportunidades e tratamento
diferenciado com base na raça.
● Racismo Estrutural: Diz respeito
às desigualdades enraizadas
nas estruturas sociais,
econômicas e políticas do país.
O racismo estrutural permeia
todas as esferas da sociedade e
resulta em disparidades
socioeconômicas persistentes
entre os diferentes grupos
raciais, afetando o acesso a
emprego, moradia, educação,
saúde e outros aspectos da vida
cotidiana.
● Racismo Interpessoal: É o tipo
mais comum de racismo e
ocorre nas interações
cotidianas entre indivíduos.
Envolve atitudes, preconceitos e
discriminação direcionados a
pessoas com base em sua raça
ou etnia. Pode se manifestar
como insultos, estereótipos,
exclusão social, discriminação
no trabalho e em outros
contextos sociais.
● Racismo Cultural: Refere-se à
desvalorização e marginalização
de práticas culturais e religiosas
de determinados grupos raciais.
O racismo cultural envolve o
menosprezo, ridicularização ou
a negação da riqueza cultural e
da contribuição histórica desses
grupos.
● Racismo Ambiental: Relaciona-se
à desigualdade na distribuição
de impactos ambientais
negativos, como a poluição, o
desmatamento e o acesso a
recursos naturais. Grupos
raciais minoritários,
especialmente aqueles que
vivem em áreas urbanas
marginalizadas, geralmente
enfrentam maiores níveis de
 exposição a esses riscos
ambientais.
● Racismo simbólico: Opera por
meio de símbolos, imagens,
estereótipos e representações
culturais. Ao contrário do
racismo explícito, que se
manifesta por meio de atos
discriminatórios claros e diretos,
o racismo simbólico é mais sutil
e subjacente, muitas vezes
sendo internalizado e
reproduzido de forma
inconsciente. Esse tipo de
racismo se manifesta através de
práticas culturais, linguagem,
mídia e representações
artísticas que reforçam
estereótipos negativos e
hierarquias raciais. Pode ocorrer
na forma de piadas,
comentários aparentemente
inofensivos, imagens
estereotipadas e narrativas que
perpetuam noções
preconceituosas sobre grupos
raciais específicos.
BOURDIEU e STRAUSS
Pierre Bourdieu, sociólogo francês,
desenvolveu o conceito de poder
simbólico como uma forma de poder
que opera por meio de símbolos, signos
e representações culturais. De acordo
com Bourdieu, o poder simbólico está
presente nas práticas cotidianas e nas
estruturas sociais, moldando as
percepções, os valores e os
comportamentos das pessoas de
maneira implícita e inconsciente.
No contexto do racismo, Bourdieu
argumentou que o poder simbólico
desempenha um papel central na
manutenção das desigualdades raciais.
Ele destacou como os sistemas
simbólicos, como a linguagem, a
educação, as instituições culturais e os
meios de comunicação, contribuem
para a reprodução das hierarquias
raciais e a legitimação das
desigualdades.
Bourdieu afirmava que o poder
simbólico é eficaz porque é
internalizado e aceito como natural
pelas pessoas. As representações
simbólicas, os discursos e os
estereótipos negativos em relação a
grupos raciais marginalizados são
produzidos e legitimados por meio de
práticas sociais cotidianas, moldando
as atitudes e comportamentos das
pessoas.
Outro autor relevante nesse contexto
é o filósofo e antropólogo Claude
Lévi-Strauss. Em sua obra "Raça e
História", Lévi-Strauss abordou as
construções simbólicas e culturais da
noção de raça. Ele argumentava que as
categorias raciais são construções
sociais e culturais que variam ao longo
do tempo e do espaço, dependendo
das representações e das relações de
poder estabelecidas por determinada
sociedade.
Lévi-Strauss criticou a ideia de raça
como uma categoria biológica e inata,
enfatizando sua dimensão cultural e
histórica. Ele argumentava que as
categorias raciais são utilizadas para
criar fronteiras simbólicas entre grupos
e legitimar a dominação de um grupo
sobre outro.
SIGLAS IMPORTANTES
● PPI: Povos e Comunidades
Tradicionais - Refere-se a grupos
étnicos que possuem uma
ligação ancestral com
determinados territórios e que
mantêm práticas culturais e
modos de vida específicos. Isso
inclui, por exemplo, povos
indígenas, quilombolas, povos
ciganos, entre outros.
● NEAB: Núcleo de Estudos
Afro-Brasileiros - São grupos ou
departamentos presentes em
instituições de ensino que se
dedicam ao estudo e à
promoção da cultura
afro-brasileira, da história, da
literatura, das artes e das
questões raciais.
 Mais recentemente, a implementação
PERCEP: “Pesquisa de Características de políticas de ação afirmativa e a
Étnico-Raciais da população”. valorização do conceito de auto
identificação racial têm desempenhado
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e um papel significativo na discussão
Estatística Anísio Teixeira. PNAD sobre raça e cor no Brasil. O Instituto
significa: “Pesquisa Nacional por Brasileiro de Geografia e Estatística
Amostra de Domicílio” (IBGE) utiliza um sistema de
classificação de cor em suas pesquisas,
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE COR que inclui categorias como "branco",
"preto", "pardo" (uma categoria
É um reflexo da história do país, abrangente que engloba diversas
marcada pela colonização, escravidão misturas raciais) e outras.
e miscigenação. Ao longo dos séculos,
o Brasil desenvolveu um sistema
complexo de classificação da cor da
pele, baseado em características
fenotípicas e na ascendência racial. É
importante ressaltar que esse sistema
é social e culturalmente construído e
não possui fundamentação biológica.
Historicamente, o Brasil adotou um
sistema de classificação racial que
dividia a população em categorias
distintas. Durante o período colonial,
existiam classificações baseadas
principalmente na ascendência e no
status socioeconômico. Essas
categorias incluíam "branco", "negro",
"mulato" (pessoa de ascendência
branca e negra) e outras
denominações que variavam
regionalmente.
Com o passar do tempo, esse sistema
evoluiu e se tornou mais complexo
devido à mistura de diferentes grupos
étnicos. No final do século XIX, o
pensador brasileiro Joaquim Nabuco
propôs um sistema de classificação
que incluía uma ampla variedade de
categorias, como "moreno claro",
"moreno escuro", "caboclo" (descendente
de indígenas e brancos) e "cafuzo"
(descendente de negros e indígenas).
No entanto, é importante destacar
que o sistema de classificação da cor
no Brasil sempre foi fluido e sujeito a
mudanças ao longo do tempo. A
autodeclaração é um elemento
importante nesse sistema, pois permite
que as pessoas se identifiquem de
acordo com sua percepção pessoal de
sua cor ou identidade racial.