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9
CONCLUSÕES
• Processo de ACULTURAÇÃO:
cultura em movimento ou troca a
partir da convivência.
• O processo de GLOBALIZAÇÃO
(pessoa, mercadoria e
informação): acentua as trocas.
• CRÍTICAS
Um GRUPO
PARECIDO:
vestimenta, comida,
moradia, problemas,
crenças etc.
Entra em contato
com um GRUPO
DIFERENTE, que
tem práticas que
NÃO ACREDITAVA
SEREM POSSÍVEIS.
REVOLUÇÕES
LIBERAIS
Conjunto de
mutações políticas e
sociais que
importaram uma
restrição do poder
político sobre
a vida dos indivíduos
(direitos civis e
políticos). Uma
esfera negativa, de
não intervenção.
• RELATIVISMO
• Positivo: respeito à diversidade e
reconhecimento da diferença em
sua força;
• Negativo: pode implicar uma
cobertura a práticas excludentes
com relação a indivíduos e
coletividades vítimas de violação.
RESOLUÇÃO DE
LITÍGIOS
CONCLUSÕES
• TRÊS FORMAS DIFERENTES de
resolução de conf litos:
SURGIMENTO DA ESCRITA
DIREITO ARCAICO
Antes do Império
Romano, tivemos
algumas regiões
que elaboraram
codificações
escritas, com
diferentes graus de
especificidade e
ideais de justiça.
Dentre as
conservadas, as
mais antigas são da
mesma região: os
Códigos de
Hamurabi e
Ur-Nammu.
CÓDIGO DE UR-NAMMU
HISTÓRIA
PERÍODO
CARACTERÍSTICAS
CARACTERÍSTICAS
CARACTERÍSTICAS
QUESTIONAMENTOS AO PODER
CENTRALIZADO
CIÊNCIAS E OBJETIVOS
Buscava espelhar a Matemática, Física e Biologia. Para Comte, era importante conhecer a realidade
Propunha estudar a FÍSICA DA SOCIEDADE, que tanto para saber o que acontecerá (previsibilidade),
chegou a chamar sociologia. Metodologia igual ao como para ter condições para atuar sobre a realidade
daquelas ciências: da observação, experimentação, e transformar. Objetivo de conhecer todas as forças
comparação e classificação. Afastar a lente naturais e sociais. Cada indivíduo deveria conhecer
religiosa, mística, afirmando a ciência como a capaz os benefícios da ordem e da disciplina para propiciar
de extrair as leis que regem o fenômeno social. o maior desenvolvimento e bem-estar geral.
LEI DOS 3 ESTADOS
Para Comte, com base em
suas observações, todo o
conhecimento humano
teria passado por três
estágios ou estados
históricos diferentes: havia
um evolucionismo linear.
1º - TEOLÓGICO
Os fatos observados são
explicados pelo
sobrenatural: forças que
comandariam e
explicariam as ações
sociais. O divino como a 2º - METAFÍSICO 3º - POSITIVO
única verdade (politeísta ou A sociedade passaria a pesquisar a Inteiramente baseado na observação
monoteísta). A realidade, separando o conhecimento científica da realidade, diferente dos
imaginação/ficção do reino sobrenatural. Mas, a outros estados. Seria o grau máximo
comandaria a produção do pesquisa se concentraria na abstração de desenvolvimento da humanidade.
conhecimento: exemplo da e argumentação racional: busca pelas Predomínio da observação e extração
mitologia grega. essências, não a partir dos fatos. de leis gerais.
AUGUSTO COMTE
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
• Para ele, não era necessário mudar as instituições
sociais (não à revolução): elas faziam parte da
estática social (parte permanente da sociedade),
como a família, a economia, código moral aceito, a
escola, o trabalho etc.
• Era necessário, sim, a reestruturação intelectual dos
indivíduos (problema está aqui): regeneração das
opiniões e dos costumes (dinâmica social).
• Reforma da sociedade: intelectual, moral e política.
• Critica a Revolução Francesa por ter destruído
valores tradicionais e não ter sido capaz de impor
novos e permanentes. O progresso deriva da ordem.
RELIGIÃO DA HUMANIDADE
• Com base na Igreja Católica, projeta uma doutrina
de fé, com templos, mas não dedicados ao
sobrenatural. Antes de Deus, a humanidade que
seria venerada. Os santos seriam os grandes
cientistas da história (Igreja Positiva do Brasil).
KARL MARX
1. INGLATERRA
• Diferente de Comte, não observava a ruína
revolucionária, mas as mudanças econômicas da
Inglaterra. As condições insalubres e indignas de
vida e trabalho.
• A partir do capitalismo, a sociedade passa a ser
dividida entre duas novas classes: trabalhadora e
burguesa.
2. CONSCIÊNCIA DA EXPLORAÇÃO
• Era importante ter consciência da exploração: o
trabalhador perceber a condição de classe na qual
está inserido. Apenas assim ele poderia lutar,
entender a exploração (mais-valia) e o
funcionamento dos valores da superestrutura.
3. EVOLUCIONISMO
• Existiram diferentes modos de produção históricos.
A variedade decorria da dinâmica antagônica da
organização do trabalho a cada era histórica:
processo de luta contra a exploração.
KARL MARX
5. CONCEITOS
• Trabalho: como atividade humana que transforma a
natureza e que diferencia o ser humano.
• Base e superestrutura: modo de produção que
explica o funcionamento das sociedades. Era a lente
econômica.
• Capitalismo: um dos estágios do MDP, no qual há
uma classe organizando e extraindo o trabalho
como mais-valia da outra, a proletária.
• Materialismo histórico: o conflito de classes é o
motor da história e empurra a organização social
para a mudança: comunismo como final.
6. NEUTRALIDADE CIENTÍFICA
• Não acreditava em qualquer neutralidade. Pois,
como vimos, a superestrutura, a dimensão dos
valores sociais, todos derivavam da base
econômica. Haveria, assim, uma responsabilidade
social em qualquer ciência ou pesquisa: reconhecer
a luta de classes como motor da história.
PONTO DE VISTA
A economia, as relações de
produção e troca, emergem
como condição para pensar a
sociedade e todas as relações
humanas.
VII.MDP COMUNISTA
• BURGUESIA • PROLETARIADO
RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO
SUPERESTRUTURA
A política, o direito, a cultura, a religião etc.:
BASE ECONÔMICA
Modo de produção que a tudo condiciona (social, política e espiritual):
ANTAGONISMO DECORRENTE
PAPEL DO ESTADO
BASE ECONÔMICA
2. SOCIOLOGIA
• Sendo considerado um dos fundadores da
sociologia, sua contribuição ao campo foi de
estruturar a sociologia como ciência, com
método próprio e conduzindo investigações
empíricas sobre aspectos da vida social (Direito,
Suicídio, Moral, Crime, Educação etc.).
3. SOCIEDADE-INDIVÍDUO
• É importante termos em mente que o seu ponto de
vista, a sua lente, confere um enfoque maior à
sociedade do que aos indivíduos. A sociedade
determina o comportamento, condiciona e
molda os indivíduos. Ou seja, buscará os padrões
dos comportamentos individuais: os fatos sociais.
ÉMILE DURKHEIM
4. NEUTRALIDADE
• Diferente de Marx, acreditava na neutralidade
científica. Propunha um distanciamento do
pesquisador com relação ao seu objeto, evitando
o contágio de concepções pessoais (políticas,
ideológicas ou religiosas) no exercício da ciência.
Por isso, junto a Comte, pavimenta o método
sociológico: observação da sociedade e das suas
interações, evitando interferências pessoais.
5. CRÍTICA AO LIBERALISMO
• Colocava-se contra o liberalismo, bem como o
comunismo. O segundo por parecer utópico e
inalcançável. O primeiro por ser um fator gerador
de anomia: estados de perda total do significado
da vida para os indivíduos.
• Anomia era o efeito social da vida individualista,
restrita à produção e ao consumo. Essa vida
dissociada seria uma das explicações possíveis para
o suicídio, ao qual ele dedica uma parte de seus
estudos.
INDIVÍDUO DIVIDIDO
CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA
INDIVIDUAL COLETIVA
• Seriam as vontades íntimas, • Isso que surge não é próprio de
nossas inclinações pessoais. uma consciência individual nem
Nossos desejos, vontades, sonhos. de outra. É uma outra
• Tudo aquilo que nos faz únicos. consciência, agora coletiva.
• Contudo, não dá pra explicar o • Ela é uma expressão da relação de
funcionamento da sociedade diversos indivíduos. Não é uma
apenas por essa consciência. soma, mas uma coisa nova, com
• Quando os indivíduos se reúnem, expressões diversas.
parece que surge algo além. • Essa consciência pode ser
percebida pelos fatos sociais.
FATO SOCIAL
Tal conceito seria o
OBJETO DA
SOCIOLOGIA e a
diferenciaria das
outras ciências
(biologia, psicologia,
matemática etc.).
DEFINIÇÃO
Maneiras de agir, de
pensar, de sentir
compartilhadas por
um grupo de
indivíduos (GERAL) e
que, de certo modo, COERCITIVO, EXTERIOR E GERAL
impõem-se a eles Caráter de constrangimento do fato social: não decorrem da força física e não são
(EXTERIOR), os mandamentos de uma pessoa (existe antes e além dela), mas CRIAÇÕES
constrangem a agir, COLETIVAS. Será a carga social que é compartilhada socialmente, chamado pelo
pensar e sentir de uma autor de REPRESENTAÇÕES COLETIVAS: língua, dinheiro, horário, arquitetura,
determinada maneira papéis sociais etc. Caso o indivíduo não siga o fato, sofrerá uma punição. Mas, na
(COERCITIVO). maior parte das vezes, os indivíduos seguem sem mesmo perceber.
EXEMPLOS
Como exemplos de
fatos sociais, podemos
citar ações mais banais
até aquelas relevantes:
tomar banho, fazer fila
e papéis sociais
(família e trabalho).
GENERALIDADE
A face geral do fato
social decorre dele ser
observado no
comportamento geral
da sociedade. É na
medida em que todos EXTERIORIDADE E COERÇÃO
se comportam de uma As regras, costumes, ritos, tudo condiciona de forma exterior o comportamento
forma, que posso dos indivíduos. Uma pessoa pode até discordar do fato, mas ela precisa obedecer
identificar a existência para poder integrar a sociedade: falar a língua comum, regras de etiqueta,
de um fato social: assuntos comuns em conversas, como se portar em cada lugar.
aquilo que é repetido A coerção deriva do fato de que, caso não sigamos o fato social, teremos
pelos indivíduos. implicações em nossa vida social: do isolamento social até aquele físico (prisão).
SOLIDARIEDADE SOCIAL
DEFINIÇÃO
• Trata da dependência do indivíduo com a
sociedade. Para Durkheim, varia de acordo
com a complexidade da divisão social do
trabalho. Há uma relativa proximidade com a
lente do Marx, mas não é total. Ele divide em
solidariedade mecânica e orgânica.
MECÂNICA
• Quando a divisão ocorre de maneira mais
simples, em parâmetros sexuais ou
geracionais.
• Seu exemplo era aquele das sociedades tribais
(etnocentrismo?). Mas, a ideia dessa
solidariedade é a de que a dependência dos
indivíduos está pautada na força do coletivo: a
consciência individual é mínima ou
inexistente. A vida em sociedade é marcada
pela semelhança extrema.
SOLIDARIEDADE SOCIAL
ORGÂNICA
• Ao invés de semelhanças, com a divisão social
do trabalho mais complexa, as dessemelhanças
passam a crescer (industrialização).
• A divisão social do trabalho gera um paradoxo:
quanto mais especializado o trabalho, mais o
indivíduo se torna dependente dos demais, ao
mesmo tempo em que mais distantes ficam
(diferença no trabalho). Ou seja, ao mesmo
tempo mais autônomo e mais dependente:
funcionalismo que gera um isolamento.
• Há uma transferência do eixo da moralidade da
consciência coletiva (mecânica) para o
indivíduo (individualismo como valor).
• Com o capitalismo, seria necessário uma nova
consciência coletiva (moral), na medida em que
os indivíduos perderam a noção de coletividade
pela semelhança: tal é o papel do Direito.
DIREITO
PAPEL NA SOLIDARIEDADE
• Para Durkheim, o Direito é um mecanismo de
controle social. Seu objetivo é assegurar a
solidariedade.
• Nas sociedades menos complexas, fundadas na
solidariedade mecânica, o direito é
essencialmente repressivo, com coerção direta,
violenta e punitiva (quase um direito penal
geral).
• Já na solidariedade orgânica, o direito se torna
formal. Um mecanismo de coerção baseado em
direitos e deveres escritos. Assume o papel,
então, de consolidar a moral (manter a
consciência coletiva) em sua codificação,
provendo a coesão necessária à sociedade
complexa.
• O direito se torna restitutivo, de reestabelecer
o respeito à lei: sanção tem esse objetivo geral.
MAX WEBER
1. ALEMANHA
• Um país recém unificado (1871).
• Um modelo de Estado baseado na socialdemocracia,
mas que se organizava para impor uma unificação
linguística, cultural e social.
3. OBRAS
• Dentre as principais: Economia e Sociedade; A ética
protestante e o espírito do capitalismo; A objetividade
do conhecimento na ciência política e na ciência social.
MAX WEBER
4. SOCIOLOGIA DA AÇÃO
• Para compreendermos a sociedade precisamos
compreender o significado que as pessoas atribuem
aos seus comportamento quando se direcionam aos
outros.
• A ação de uma pessoa em confronto com a natureza
não é uma ação social. A ação social corresponde
aos comportamentos (ação, omissão, tolerância) do
indivíduo referidos a outro e dotado de significado
subjetivo.
7. NEUTRALIDADE E LIMITES
• Se a sociologia tem como objetivo compreender,
por meio da interpretação, as ações sociais, como
lidar com os valores do pesquisador?
• Também são levados em conta, na medida em que
é por eles que se realiza uma seleção dos objetos e a
construção dos tipos ideais.
• Não negar os valores, mas aprender a lidar com
eles.
AÇÃO SOCIAL
Weber cria tipos ideais
(modelos explicativos)
sobre os significados que os
sujeitos atribuem às suas
condutas em sociedade.
AS Afetiva
Motivada pela emoção.
Desde o cuidado dos pais
com os filhos até a
empolgação com um amor
correspondido.
SER DEVER-SER
• Como são os comportamentos de • A realidade projetada pelas
fato: o que acontece no mundo, as normas.
condutas e os fenômenos em • Aquilo que a norma projeta como
geral. vinculativo para o futuro. O
• Nesse campo, a Sociologia e a comportamento a ser obedecido
Antropologia se debruçam para (constrange com uma sanção).
descrever o funcionamento • Pode ser uma norma moral, uma
concreto da sociedade. jurídica ou mesmo de etiqueta:
• Seriam as condutas concretas, todas se projetam para o futuro.
como as pessoas efetivamente Todas dizem como devemos nos
agem. comportar.
SANÇÃO
DEFINIÇÃO
• Todas as regras que são formuladas para serem
cumpridas, sejam quais forem: religiosas,
morais, jurídicas, de etiqueta etc.
• Não existe regra que não implique uma certa
obediência: um desejo de ser obedecida. É o que
as distinguem de meras expectativas ou
promessas.
• Sanção é, então, todo e qualquer processo de
garantia daquilo que se determina em uma
regra.
• São tão variadas quanto os tipos de regras
possíveis. Por exemplo, a sanção moral envolve:
A. Remorso, arrependimento ou exame de
consciência pesado (sanções de foro
íntimo);
B. Crítica, condenação, opinião contrária etc.
(sanção extrínseca ou externa).
CAMPO DA MORAL
DEFINIÇÃO
• A moral também compreende a dimensão do
DEVER-SER. Também condiciona os nossos
comportamentos a partir de normas.
• Refere-se à realidade, projeta-se sobre os
comportamentos, mas não se reduzem a ela:
aponta para uma direção de dever-ser das
condutas.
• De maneira geral, é uma QUALIDADE A QUE
SE DEVE ALMEJAR E QUE É CONFERIDA às
coisas, aos fatos, aos acontecimentos, aos
sujeitos e às normas.
• Trata-se de uma lente que forjamos ou nos é
importa: percebemos e avaliamos o que
acontece a partir da nossa moral (valores).
• É o que nos PERMITE DIFERENCIAR o que é
bom do que é mau, o positivo do negativo, sendo
sua finalidade REGULAR A CONDUTA DO
HOMEM EM SOCIEDADE e, por fim, facilitar a
CONVIVÊNCIA SOCIAL.
NORMA JURÍDICA
A norma jurídica pode ser
reduzida a um juízo ou
proposição hipotética:
elenca-se um fato (F) ligado
a uma consequência (C).
Dispõe “Se F é, deve ser C”.
Ou seja, toda a regra do
direito possui uma previsão
genérica de um fato
(comportamento enunciado)
e, em caso de sua ocorrência,
uma consequência. Trata-se
da formulação de um
enunciado normativo.
Então, temos um fato-tipo, que é um fato passível de A previsão de uma consequência, que no direito
ocorrer no futuro, que o direito vem a recortar. E, a esse será chamada de sanção, indica um desejo de que
fato, corresponde uma consequência. Atribui-se a esse aquele comportamento ou conduta humana seja
fato um efeito jurídico. Todo fato recortado pelo direito obedecido. Que, diante da sanção prevista, as
é jurídico, mas nem todo acontecimento do mundo é pessoas se vejam obrigadas a seguir os
jurídico. Estudaremos na próxima semana: fatos e atos. comportamentos previstos no direito.
EXEMPLOS
O Código Penal é
repleto dessas normas
jurídicas que
condicionam as
condutas. Os artigos
121 e 129 são assim.
Artigo 121
Homicídio simples
Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis
a vinte anos.
Artigo 129 Um determinado evento acontece no mundo (situação fática) e entra em conflito
com a norma. Exemplo: alguém matou outra pessoa ou ofendeu a sua saúde.
Lesão corporal O papel do operador surge nesse momento: a sanção jurídica é sempre mediada. A
Ofender a integridade relação entre a norma e a situação conflitiva ou a conduta proibida é estabelecida
corporal ou saúde de por um procedimento. Tal procedimento implica realizar a aproximação do caso à
outrem: norma (processo de SUBSUNÇÃO: incluir uma coisa em algo maior, o caso
Pena – detenção, de exposto em uma fato-tipo abstrato e genérico). São processos de ligações e
três meses a um ano. diferenciações (exclusão de ilicitude).
CARACTERÍSTICAS DA NJ
COERCIBILIDADE
• Como vimos, no mundo da moral há uma
dimensão de conduta espontânea, por mais que
haja uma sanção. Espera-se que a pessoa seja
boa, não se força por violência. Logo, a
característica da moral é que ela é incoercível.
• Diferente é o direito: é coercível.
• Entretanto, se o que o distingue é a
coercibilidade, o direito é apenas força? ("Teoria
da coação"). Qual seria a diferença entre o
direito estatal e aquele de um bando armado?
HETERONOMIA
• As normas jurídicas são postas pelo legislador,
juízes etc. Podemos criticá-las, não concordar
com elas na nossa convicção interna, mas somos
obrigados a obedecê-las, pois valem
objetivamente e de forma transpessoal.
• Então, a moral é um campo da autonomia. O
Direito é da ordem da heteronomia.
SANÇÃO JURÍDICA
ESPÉCIE DA SANÇÃO GERAL
• O fenômeno jurídico representa, assim, uma
forma de organização da sanção.
• Passa-se da sanção difusa da sociedade pela
moral para uma sanção previamente
organizada: passagem do mundo ético para o
jurídico.
• A sanção é o gênero do qual a sanção jurídica é a
espécie. O que a caracteriza é a sua
predeterminação e organização.
• O que permite a sanção jurídica é o monopólio
do uso da força pelo Estado (coerção).
• Exemplo: matar alguém é um ato que fere tanto
um mandamento religioso, quanto um moral,
como um dispositivo penal. A diferença está em
que, no plano jurídico, a sociedade se organiza
contra o homicida, através do aparelhamento
policial e do Poder Judiciário. Um órgão
investiga o fato, o outro examina a conduta e
confere o veredito.
HANS KELSEN
TEORIA PURA DO DIREITO
• Foi um importante pilar do movimento do
positivismo jurídico, que foi muito forte entre os
séculos XIX e XX (até a 2ª Guerra Mundial).
• O autor propôs uma forma de estudar o direito
restrita apenas à norma e ao Ordenamento
Jurídico.
• Tal seria o papel da ciência do direito: estudar as
normas (objeto privilegiado) de forma neutra.
• Uma teoria pura destituída do estudo da moral,
da justiça e da política: juízo de validade, não de
valor das normas ou de fato.
• Exemplo: “matar alguém”, o ato em si, não deve
ser julgado pelo cientista. Apenas será avaliado
se integra corretamente o Ordenamento como
uma norma: sua validade.
• Ao estudar a forma da norma, perceberíamos
que a marca da norma era tanto o fato-tipo da
ação, como a sanção pelo seu descumprimento:
a coerção da lei e do direito.
HANS KELSEN
JUSPOSITIVISMO
• Direito positivo: posto pela autoridade/Estado.
• Direito natural: não posto, dado pela natureza e
reconhecido pela razão humana.
• Na separação do direito da moral, Kelsen e os
positivistas conferem um enfoque ao aspecto
formal, extraindo constantes a despeito dos seus
conteúdos possíveis.
• Destaca, assim, o papel fundamental da coerção
(sanção potencial sobre os comportamentos).
• No mundo da moral haverá uma dimensão de
conduta espontânea, por mais que haja uma
sanção.
• O direito, então, além de ser uma norma de
conduta (juízo hipotético: dever-ser), teria como
valor de face a coercitividade (força organizada).
• Assim, o positivismo acaba restringindo o
direito ao produto do Estado, que possui o
monopólio do uso da força (X positivismo ético).
MIGUEL REALE
1º CONTRAPONTO A KELSEN
• Mas será que existem apenas normas
prescritivas e coercitivas relacionadas aos
comportamentos? A sua restrição às normas de
comportamento não davam conta daquelas
normas que eram de organização do próprio
Estado.
• Além disso, a restrição de Kelsen à norma
jurídica posta fazia da ciência do direito uma
análise lógico-formal. Tércio Sampaio Ferraz Jr.
chamava essa área de dogmática analítica, mas
não se restringia a ela.
• Como veremos, não explicava como as normas
surgiam ou o seu funcionamento concreto.
FATO
Acontecimento pode ser social,
cultural etc. Esse fato gera
repercussão na sociedade, gera
valores novos.
VALOR
Cada sociedade possui os seus,
mudando com o tempo,
impactando nas normas.
NORMA
criada pelo Estado, sendo a
mesma para toda sociedade, se
ela muda, o fato também muda.
FATOS E ATOS
JURÍDICOS
FATOS JURÍDICOS
DEFINIÇÃO
• Fato é um evento, um acontecimento,
uma realidade que se manifesta. Não
são todos os fatos que interessam ao
direito. Muitos são irrelevantes.
Quando interessa, a norma atribui
uma consequência.
• O fato jurídico é um fato que é
tutelado pelo direito, capaz de
produzir criação, modificação ou
extinção de relações jurídicas.
• Exemplo: a chuva não interessa ao
direito de uma maneira geral. Mas,
em uma enchente, pode eximir o
inadimplemento de um contrato.
• Podem ser classificados como
naturais e humanos.
FATO J. NATURAL
Os fatos jurídicos naturais
(sentido estrito) ocorrem
quando independem da
vontade humana.
FJ Naturais podem ser
divididos em ordinários
(morte, tempo etc.) e
extraordinário (terremoto,
furacão, enchente etc.).
Exemplo da Chuva:
normalmente, não há
qualquer efeito no mundo
jurídico. É um simples
acontecimento, apenas um
fato. Mas, pode gerar um
prejuízo em uma plantação
já negociada ou gerar o
descumprimento de um
contrato (força maior). Pode
passar a ser um fato
juridicamente qualificado.
ATOS JURÍDICOS
DEFINIÇÃO
• Quando o fato se prende à vontade do homem,
à qual a norma jurídica confere consequências
de direito, tais como as de constituir,
modificar ou extinguir uma “relação jurídica”,
ou mais amplamente, uma “situação jurídica”.
• Os atos podem ser divididos em atos-fatos e
atos voluntários. Atos-fatos são aqueles que
decorrem de um ato voluntário, mas não tem
conexão com o efeito jurídico produzido (o
efeito é o que importa): tesouro achado (art.
1.264, CC/02) ou compra realizada por uma
criança sem os pais.
• Os princípios gerais da teoria dos fatos e atos
jurídicos é comum a todos os domínios do
Direito. A sua disciplina é feita no Código Civil
(Livro III da Parte Geral), por ser a sede
clássica do que chamávamos Direito comum.
CLASSIFICAÇÃO DOS
ATOS JURÍDICOS
Os atos jurídicos voluntários
podem ser classificados em atos
jurídicos lícitos e ilícitos (civis
ou penais).
FORMAÇÃO HISTÓRICA
• Miguel Reale ressalta a evolução no princípio
da igualdade para chegarmos art. 2º do CC/02.
Vimos a sua consolidação ao longo da
Modernidade no Ocidente. Pois, a igualdade
não era ou é total: antes, mulheres,
homossexuais e negros; hoje, tratamos
desiguais de maneira desigual. As ações
afirmativas (cotas) e o fato de que nem todos
podem ocupar os mesmos cargos públicos.
PESSOA FÍSICA
CONCEITO DE PESSOA
• Do conceito de pessoa se extraem outros dois,
quais sejam, o conceito de personalidade
jurídica e o de capacidade civil.
• Em relação à personalidade jurídica, pode dizer
que ela é a capacidade genérica de ser sujeito de
direitos.
• Está prevista em nosso Código Civil (art. 2º),
quando liga a capacidade ao fato de se ser
humano vivo.
FIM DA PERSONALIDADE
• O fim da personalidade jurídica da pessoa
natural ocorre com a morte.
• Contudo, além da morte real, o ordenamento
prevê a morte presumida. A lei admite duas
espécies: os ausentes, que são os de paradeiro
desconhecido; e a morte presumida efetiva, a
qual é declarada como extremamente provável a
morte de quem estava em perigo de vida.
CAPACIDADE CIVIL
CONCEITO
• Já o conceito de capacidade civil está
relacionado à possibilidade de exercício da
personalidade jurídica.
• Uma criança possui personalidade jurídica, mas
ainda não possui maturidade para ser
responsável por esses direitos, motivo pelo qual
não possui capacidade jurídica. O direito
considera, portanto, incapaz.
• No Código Civil de 1916, as mulheres eram
consideradas incapazes.
MAIORIDADE
• A capacidade civil, de uma forma geral, é
adquirida quando a pessoa chega à maioridade,
ou seja, completa 18 anos de idade, ou mesmo
antes, aos 16 anos, nos casos de emancipação:
nesses casos, o adolescente não deixa de ser
menor para o direito de um modo geral, mas
poderá exercer os atos da vida civil.
PESSOA CAPAZ DE DIREITOS
PERSONALIDADE
CAPACIDADE CIVIL
JURÍDICA