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Determinantes: Revisão I /2023

Prof. Fábio Peragene


fabioperagene@souunisuam.com.br
COMPETÊNCIA I E II
1. Cultura.
2. Resolução de litígios.
3. História do Direito.
4. Sociologia jurídica.
5. Normas jurídicas.
6. Fatos e atos jurídicos.
1) CULTURA: Conceitos de aculturação, etnocentrismo, relativismo cultural.
Entender como eles funcionam, como a cultura engloba tudo, elementos
materiais e intangíveis. E que a cultura não pode espelhar a evolução da
natureza (eugenia). Além disso, ver direitos humanos (+ na Competência 4).
2) FORMAS DE RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS: Conceitos de autotutela,
autocomposição e heterocomposição. Entender a subdivisão para dentro da
heterocomposição: direito (jurisdição), mediação, conciliação e arbitragem.
2) HISTÓRIA DO DIREITO: A) Entender as duas primeiras codificações
conservadas que temos: Código de Ur-Nammu e Hamurabi (diferença nas
penas, composição política, ideal de justiça e previsão de comportamentos em
geral); B) Entender a passagem da Idade Média para a Moderna: concentração
da produção do direito (antes difusa pelos feudos e tribos), principais Cartas
que geraram os direitos negativos (não-ação do Estado): direitos de liberdade;
C) diferença da civil law (romanista) e common law (anglo-americana); D)
Cartas ou Constituições sociais, Mexicana de 1917 e Weimar 1919, principais
direitos positivados e diferença que implicaram para os direitos humanos.
4) SOCIOLOGIA JURÍDICA: Entender a paisagem da revolução industrial e as
propostas de cada autor visto:
A) COMTE: medo da revolução, positivismo científico, física da sociedade e lei
dos 3 estados do conhecimento;
B) MARX: crítica ao capitalismo, sociedade dividida, evolucionismo dos
modos de produção, diferença entre infraestrutura e superestrutura – local
do direito nessa divisão –, sem neutralidade científica;
C) DURKHEIM: leitura da sociedade de cima para baixo (parte do fato, da
consciência coletiva), conceito de fato social (seus três elementos: geral,
coercitivo e exterior), crença na neutralidade, importância da
solidariedade (mecânica e orgânica) e crítica ao liberalismo, com papel de
destaque ao direito;
D) WEBER: sociologia da ação (de baixo para cima: parte dos indivíduos para
explicar o todo), com modelos para explicar o sentido das ações sociais,
crença na neutralidade, noção de dominação e burocratização da vida e
desencantamento no mundo moderno.
5) NORMAS JURÍDICAS: A) mundo normativo entre ser e dever-ser, o que é
sanção, diferença entre o campo da moral e o campo jurídico (autonomia X
heteronomia: preferibilidade e obrigação; B) sanção moral X sanção jurídica,
coercível e incoercível), norma jurídica como enunciado normativo (fato-tipo,
comportamento genérico + consequência ou sanção: privativa de liberdade ou
multa – diferente da moral, sanção como remorso, arrependimento etc.); C)
Kelsen, positivismo e jusnaturalismo: a restrição do direito ao formalismo da
norma de conduta (apenas norma de comportamento genérica com
coerção/Estado, não importando o conteúdo e normas de organização); D)
Reale e a sua teoria tridimensional (fato, valor e norma).
6) FATOS E ATOS JURÍDICOS: A) classificação dos fatos jurídicos (nem todo
fato importa para o direito): FJ como capaz de produzir a criação, modificação
e extinção de relações; B) entender a diferença entre fatos da natureza e
humanos (AJ sentido amplo), os AJ sentido estrito, que podem ser divididos
pela licitude e que, nos lícitos, temos o negócio jurídico; C) Pessoa física e
jurídica (ente coletivo), diferença da personalidade e capacidade (nem todos).
CULTURA
Definições de Cultura
Vejamos os CONCEITOS e as diferentes
teorias que tentam explicar o que é.
Tudo aquilo que resulta da Diversidade de maneiras de
criação humana. viver.

Expressão da totalidade da vida Todo o acervo de valores e


social do sujeito, caracterizada hábitos que marcam a condição
pela sua dimensão coletiva, humana. São valores, hábitos,
adquirida em grande parte objetos e comportamentos
inconscientemente e genéricos que dizem respeito a
independente da herança uma sociedade, grupo humano,
biológica. região ou comunidade.
Ideias, artefatos, costumes, de
crenças morais e conhecimento,
Complexo que inclui
adquiridos a partir do convívio
conhecimentos, crenças, arte,
social. Seja uma comunidade
moral, leis, costumes ou qualquer
simples ou complexa, todas
outra capacidade ou hábitos
possuem sua forma de expressar,
adquiridos por uma pessoa como
pensar, agir e sentir, portanto,
membro de uma sociedade.
todas têm sua própria cultura, o
seu modo de vida.

9
CONCLUSÕES

• Está ligada ao CONVÍVIO


SOCIAL HUMANO: formas de
viver que qualificam um grupo
determinado e que são
transmitidas.

• Varia pelo ESPAÇO, com focos


diferentes: do micro ao macro,
Ocidente, América Latina e Brasil.

• Varia pelo TEMPO: Igreja


Católica; Samba e Funk; Rock e
punk.
CONCLUSÕES

• Processo de ACULTURAÇÃO:
cultura em movimento ou troca a
partir da convivência.

• O processo de GLOBALIZAÇÃO
(pessoa, mercadoria e
informação): acentua as trocas.

• CRÍTICAS

a. Imposição cultural: perda da


língua indígena (Tupi, Aruak);
b. Apropriação cultural;
c. Imperialismo: costumes e
hábitos de países mais fortes
economicamente.
CIVIL LAW
• Presente em diferentes países, principalmente na Europa
e antigas colônias: FRA, BRA, POR etc.
• Fruto da influência exercida pelo Direito Romano
Para cada LUGAR,
resgatado durante a Idade Média (Sistema Romanista).
um Direito
• Sua principal fonte é a Lei.
COMMON LAW
• Nasceu na Inglaterra, no século XIII, e se caracteriza pelo
fato de não ter tanto influência do Sistema Romanista.
• Aplicado também em antigas colônias: EUA, AUS etc.
Para cada LUGAR,
• Sua principal fonte é a jurisprudência: conjunto de
um Direito
decisões dos juízes.
CONCLUSÕES
• Direito como ESPONJA: absorve e
projeta a sociedade que se quer ser.

• Direito é CULTURA, mas também


atua sobre ela: caso do Samba e do
Direito dos Animais.

• Direito pode ser visto como uma


forma de RESOLUÇÃO DE
CONFLITOS: determinados valores
são escolhidos para serem
protegidos e se resolve os conf litos
dentro da sociedade com base neles
(Ind. X Ind.; Ind. X Estado).
CHOQUE
CULTURAL

Um GRUPO
PARECIDO:
vestimenta, comida,
moradia, problemas,
crenças etc.

Entra em contato
com um GRUPO
DIFERENTE, que
tem práticas que
NÃO ACREDITAVA
SEREM POSSÍVEIS.

Julga-se um grupo diferente a partir Mede-se apenas pela sua LENTE


POLÍTICA DE
dos seus VALORES: bom ou ruim, apenas, não buscando ENTENDER AS
JULGAMENTO certo ou errado, normal ou anormal. OUTRAS PERSPECTIVAS.
MAL-ENTENDIDO ETNOCENTRISMO
SOCIOLÓGICO
Representa uma forma de sentir, pensar e
No PLANO INTELECTUAL: perceber que adota um determinado
dificuldade de pensar a diferença. grupo (seus valores e modelos) como o
CENTRO. Ele parte de uma relação entre
No PLANO AFETIVO: sentimento EU-OUTRO em que se utiliza os
de estranheza, medo ou hostilidade REFERENCIAIS CULTURAIS da própria
com o diferente. sociedade para avaliar os modos de vida
distintos de sua cultura.
POSIÇÃO NEGATIVA: Reações negativas à diferença,
afastando-se ou depreciando o outro por estereótipos.
POSIÇÃO AGRESSIVA: Preconceito aberto, racial ou
cultural (xenofobia ou intolerância), impondo o seu modo
GRADIENTES DE
de vida e a sua maneira de ver o mundo ao outro,
PRECONCEITOS convocando outras pessoas ao mesmo.
ETNOCÍDIO OU GENOCÍDIO: no primeiro você destrói
a diferença por uma ação sobre as bases culturais, sobre
os laços comunitários que qualificam a sua vida; no
GRADIENTES DE segundo, destrói-se o próprio povo diretamente (caso da
PRECONCEITOS 2ª GM com o judeus e ciganos).
DIREITOS HUMANOS RELATIVISMO

 São resultado de uma CONSTRUÇÃO  Fato da REALIDADE GLOBAL


HISTÓRICA. MULTICULTURALISTA: toda cultura
 Conjunto de garantias que foram tem sua lente, não existindo uma
progressivamente atribuídas a todo ser MORAL UNIVERSAL possível.
humano: CONSENSO INTERNACIONAL  Entendemos a variedade cultural pela
SOBRE CONDIÇÕES MÍNIMAS DE VIDA. perspectiva do RESPEITO,
 Visa a proteger o indivíduo, considerando cada cultura em sua
INDEPENDENTE DO LOCAL em que se SINGULARIDADE: comportamentos,
encontre. crenças, tradições, alimentação etc.
 Tem por objetivo o RESPEITO À SUA  A lente para analisar outras culturas
DIGNIDADE, contra os arbítrios de grupos não pode ser FORJADA FORA DE SUA
que detêm um poder maior (econômico, REALIDADE.
social, político etc.), mesmo o Estado.
O HOMEM COMO OBJETO DOS DIREITOS HUMANOS
Ao ref letirmos sobre os direitos humanos de forma mais detida, podemos
observar que, no fundo, são a CONSOLIDAÇÃO de princípios e direitos pelos
quais DISTINTAS SOCIEDADES, em DIVERSAS ÉPOCAS, lutaram para que
pudessem estar inseridos nos mecanismos normativos que regem suas
respectivas sociedades, no intuito de GARANTIR E AMPLIAR A
CIDADANIA E A DEFESA DA DIGNIDADE HUMANA, sem NENHUMA
DISTINÇÃO de classe, raça, cultura, idade, sexo, orientação sexual, religião
ou nacionalidade. Os direitos humanos são, portanto, direitos que as pessoas
têm PORQUE SÃO SERES HUMANOS. Envolvem a forma como toda e cada
pessoa deve ser tratada, como ser livre, com direito de se expressar, de ser
aceito e acolhido em qualquer lugar com igualdade.
DIREITOS
HUMANOS

REVOLUÇÕES
LIBERAIS
Conjunto de
mutações políticas e
sociais que
importaram uma
restrição do poder
político sobre
a vida dos indivíduos
(direitos civis e
políticos). Uma
esfera negativa, de
não intervenção.

MOBILIZAÇÃO E IDEIAS AS DUAS GUERRAS MUNDIAIS E ATROCIDADES


Podemos dizer como resultado do O desejo de evitar as atrocidades vistas nas Guerras: milhões de
grande arco de mobilizações políticas pessoas mortas, genocídios, fome etc. E, além do holocausto,
transnacionais para o reconhecimento outros genocídios históricos: Polônia, Camboja, Armênia e
de um direito para além das diferenças. mesmo dos povos indígenas da América.
CONCLUSÕES
• UNIVERSALISMO

• Positivo: garantir uma igualdade


de todos, uma proteção frente ao
poder político em qualquer país;
• Negativo: imperialismo cultural,
imposição ou desconsideração do
contexto cultural e histórico de
uma cultura.

• RELATIVISMO
• Positivo: respeito à diversidade e
reconhecimento da diferença em
sua força;
• Negativo: pode implicar uma
cobertura a práticas excludentes
com relação a indivíduos e
coletividades vítimas de violação.
RESOLUÇÃO DE
LITÍGIOS
CONCLUSÕES
• TRÊS FORMAS DIFERENTES de
resolução de conf litos:

• Autotutela: próprio sujeito busca


seu interesse unilateralmente,
com as “próprias mãos”;
• Autocomposição: o conflito é
solucionado pelas partes, com
renúncia ou aceitação de uma das
partes ou transação delas;
• HETEROCOMPOSIÇÃO: quando
o conflito é solucionado pela
intervenção de um 3º exterior ao
conflito.
CONCLUSÕES
• HETEROCOMPOSIÇÃO

• Arbitragem: as partes decidem


por um árbitro que faz a
mediação do conflito;
• Mediação: 3º que facilita acordos,
mas seu papel é reduzido,
dependendo mais das partes a
decisão (pode ocorrer dentro ou
fora do processo judicial);
• Conciliação: papel ativo do 3º,
dirigindo o conflito e propondo
soluções que não estavam
previstas pelas partes;
• JURISDIÇÃO: é o Direito que
conhecemos, o poder-dever
conferido ao Estado para decidir
sobre um caso concreto, em
substituição às partes.
HISTÓRIA DO
DIREITO
SOCIEDADE SEM ESCRITA

 SURGIMENTO DA ESCRITA

• Tábuas Tartaras (Romênia – 5500 a.C.).


• Mesopotâmia (antiga Suméria – 3500
a.C.).

 DIREITO ARCAICO

• Sociedades ágrafas não implicam


ausência de Direito.
• Máxima latina romana: ubi societas, ibi
jus.
• Direito consuetudinário, transmitido
oralmente, com um teor sagrado e/ou
ligado à natureza.
• Dada a sua oralidade, não era tão
complexo como o fenômeno jurídico
Caverna de Chauvet atual.
(~30 mil anos)
PRIMEIRAS
CODIFICAÇÕES

Antes do Império
Romano, tivemos
algumas regiões
que elaboraram
codificações
escritas, com
diferentes graus de
especificidade e
ideais de justiça.

Dentre as
conservadas, as
mais antigas são da
mesma região: os
Códigos de
Hamurabi e
Ur-Nammu.
CÓDIGO DE UR-NAMMU
 HISTÓRIA

• Data: ~2.100 a.C.


• Faz referência à DINASTIA UR, povo sumério,
ao sul da Mesopotâmia.
• Relação com o divino e sagrado: continuidade
do ordenamento cósmico.
• O rei estava conectado ao divino, por isso
transmitia as leis a serem obedecidas, sendo
responsável pela paz e prosperidade.
• Tal Código criou instituições e padronizou
pesos e medidas.
• Seu diferencial era a previsão de PENAS
PECUNIÁRIAS pela transgressão de suas
normas.
• No seu prólogo, fala-se que o Rei Nammu
estabeleceu a equidade, baniu a maldição,
violência e fome.
CÓDIGO DE HAMURABI
 HISTÓRIA

• Data: ~1.770 a.C.


• Criado pelo rei Hamurabi da Mesopotâmia
(Babilônia), para unificar seu povo.
• Na representação em pedra, temos o rei e o
deus Shamash (divindade da justiça): há a
passagem da codificação e da verdade.
• POSSUÍA 282 REGRAS, muitas delas morais e
religiosas. Mas, disciplinava: crimes, relações
patrimoniais, familiares, sucessão, obrigações,
salários e classes profissionais, além de posse
de escravos.
• Fala-se no epílogo do Código que Hamurabi
assegurou a felicidade e obteve a justiça no
país.
CÓDIGO DE HAMURABI
 HISTÓRIA

• "ESCRITA EM PEDRA": a sua codificação em


pedra dava a dimensão de permanência e de
regulação para a posteridade.
• A característica pela qual ficou conhecida era a
sua adoção da LEI DE TALIÃO: do latim,
talionis, que significa idêntico. Ou seja,
retaliação ou pena proporcional ao ato
cometido ("olho por olho..."). Estará presente
em manifestações jurídicas e religiosas
posteriores. Por exemplo, no Antigo
Testamento da Bíblia.
• Possuía um IDEAL DE JUSTIÇA: “[...] para
que o forte não oprima o fraco, para que seja
feita a justiça à viúva e ao órfão, para
proclamar o Direito do país em Babel”.
IDADE MÉDIA

 PERÍODO

• Da queda do Império Romano do


Ocidente (476) até a queda do IR do
Oriente (1453).
• Paisagem jurídica heterogênea:
Direitos germânicos, celta, feudal e
canônico.

 CARACTERÍSTICAS

• Desmembramento do Império Romano:


ofensivas das "hordas invasoras"
(germânica, celta, eslava etc.). Mas, os
“bárbaros” já estavam dentro dos
muros.
• Processo de ruralização crescente:
"empobrecimento", as cidades perdem
pujança. Crescimento da relação servil
e do feudalismo.
IDADE MÉDIA

 CARACTERÍSTICAS

• Papel do cristianismo: Influência


grande no cotidiano das pessoas. De
perseguida, passou a ser
institucionalizada. Ascensão do poder
clerical, em diferentes dinastias. Seu
auge foi entre os séculos X e XIV
(Cruzadas contra o Oriente, de 1096 até
1291).
• Os processos judiciais correspondiam a
um hibridismo do direito de cada povo,
de caráter oral e consuetudinário, com
o direito romano, de características
mais processuais, escrito.
• Hibridismo também das línguas:
germânica e celta (outras) com o latim
(português, francês, alemão etc.).
ABSOLUTISMO JURÍDICO

 CARACTERÍSTICAS

• Centralização ilimitada do poder nas


mãos dos monarcas.
• Os monarcas tinham autonomia para
inferir em assuntos religiosos.
• Instituição de leis e decisões executivas
sob controle monárquico.
• O poder dos monarcas era hereditário.
• O mercantilismo foi o principal sistema
econômico: baseia-se no acúmulo e no
controle de uma balança comercial
favorável.
• Identificação total entre o Direito e a
vontade do Rei: legalidade e
legitimidade advindas da ordem
hierarquicamente superior.
REVOLUÇÕES LIBERAIS

 QUESTIONAMENTOS AO PODER
CENTRALIZADO

 Durante o Século XVIII, o PODER


ABSOLUTO DO REI SERÁ
QUESTIONADO. Exemplos: Escola
do Direito Natural e Iluminismo.
 Combate aos privilégios da nobreza.
 As Revoluções Burguesas:
• Na Inglaterra, a Revolução
Gloriosa e a Industrial;
• Nos Estados Unidos, a Revolução
Americana;
• Na França, a Revolução
Francesa.
REVOLUÇÃO GLORIOSA
 INGLATERRA

• Ocorrida ao longo de 1 ano, entre 1688 a 1689.


• Foi a inserção do país na vanguarda europeia
da defesa dos ideais iluministas. Reafirmou as
grandes conquistas do passado, como as da
Carta Magna, acrescendo outras:
• A submissão do rei perante o Legislativo Inglês
(Supremacia do Parlamento);
• A liberdade de imprensa;
• Estabeleceu direitos individuais;
• Garantias processuais;
• Autonomia do Poder Judiciário;
• Necessária prévia autorização do Parlamento para
sancionar as leis.
• O rei não poderá suspender, deixar de cumprir, ou
dispensar as Leis.
• A cobrança de impostos só será legalizada com o
concurso do Parlamento.
REVOLUÇÃO AMERICANA
 CARACTERÍSTICAS

• Independência dos EUA em 1776.


• Organização política própria, ou seja,
desejavam ser um país independente.
• Em 1787, é criada a primeira Constituição
moderna: tem 7 artigos e, atualmente, 27
emendas (cabem em poucas páginas).
• Disciplina como será a organização política e
jurídica do país, ou seja, é uma Carta que
estabelece um controle sobre o governo.
• A Constituição estabelece que o Poder será
tripartido, ou seja, serão 3 Poderes, harmônicos
e independentes entre si.
• Poder Executivo; Poder Legislativo; Poder
Judiciário.
• Sistema do Check and Balances (Freios e
Contrapesos).
REVOLUÇÃO AMERICANA
 CARACTERÍSTICAS

• A contribuição da Revolução Americana para a


História do Direito, portanto, está no
surgimento do CONSTITUCIONALISMO: a
dimensão de orientação político-social para
toda a nação, o poder do Estado frente aos
indivíduos, bem como o papel do Judiciário
para fazer valer essa Constituição (judicial
review: Doutrina Marshall).
• Determinou que a forma de governo fosse uma
república presidencialista federativa. O poder
estaria dividido em Executivo, Legislativo e
Judiciário.
• Unificou o sistema monetário e de medidas que
seria utilizado.
• Os estados da federação passariam a ter a
obrigação de respeitar os direitos individuais
dos cidadãos.
REVOLUÇÃO AMERICANA
 NOVIDADES CONSTITUCIONAIS

• Estabeleceu o sistema bicameral: Congresso


dos Deputados e Senado.
• Criou a Suprema Corte.
• O Chefe de Estado e do Governo seria eleito
pelos cidadãos livres, através do Colégio
Eleitoral.
• BILL OF RIGHTS foi acrescentado à
Constituição americana em 1791 (10 primeiras
emendas), a fim de garantir alguns direitos
básicos ao cidadão comum. Deste modo estava
garantido o direito de:
• Liberdade de expressão (direito de expor
livremente suas ideias); praticar sua
religião livremente; manter o silêncio
durante uma interpelação policial; portar
armas; liberdade de reunião; peticionar etc.
REVOLUÇÃO FRANCESA
 CARACTERÍSTICAS

• Em 1789, ocorre a queda da Bastilha, que é o


marco simbólico da soberania até então.
• Na França, a revolução tinha outro objetivo:
acabar com os privilégios do rei, da nobreza e
do clero, ou seja, a luta era por IGUALDADE.
• Além do poder real, havia a presença da
nobreza nas instituições jurídicas, como juízes
ou árbitros: logo, a DESCONFIANÇA
REVOLUCIONÁRIA TAMBÉM SE VOLTA
PARA O PODER DO JUIZ.
• Depois, será elaborada um dos principais
documentos jurídicos da história do Direito: a
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM
E DO CIDADÃO, que garante já em seu
primeiro artigo, que todos são iguais perante à
lei: são 17 artigos ao total.
SOCIOLOGIA JURÍDICA
SOCIOLOGIA CLÁSSICA
17 18 18 18
98 18 58 64

AUGUSTO KARL MARX ÉMILE MAX WEBER


COMTE 1818-1883 DURKHEIM 1864-1920
1798-1857 (ALE) 1858-1917 (ALE)
(FRA) (FRA)
AUGUSTO COMTE
4. POSITIVISMO CIENTÍFICO
• Doutrina cientificista que acreditava na ciência
como a única via para o alcance da verdade,
espelhando o momento das grandes descobertas
científicas trazidas pela Revolução Industrial.
• O modelo de ciência verdadeiro seria o das ciências
experimentais, baseado na análise indutiva dos
fenômenos, na preservação da neutralidade
valorativa e na busca do distanciamento do
cientista em face do objeto do conhecimento.

5. PRINCIPAIS ELEMENTOS (LENTES)


a) Física da sociedade.
b) Objetividade científica da pesquisa.
c) Lei dos três estados do conhecimento.
d) Conservação e, depois, transformação.
PONTO DE VISTA
Proposta de analisar a
sociedade como um todo,
sem considerar as escolhas e
comportamentos
individuais. A felicidade e o
bem-estar apenas seriam
alcançados e fortalecidos
com organização e
planejamento baseados na
visão da sociedade como
conjunto.

CIÊNCIAS E OBJETIVOS

Buscava espelhar a Matemática, Física e Biologia. Para Comte, era importante conhecer a realidade
Propunha estudar a FÍSICA DA SOCIEDADE, que tanto para saber o que acontecerá (previsibilidade),
chegou a chamar sociologia. Metodologia igual ao como para ter condições para atuar sobre a realidade
daquelas ciências: da observação, experimentação, e transformar. Objetivo de conhecer todas as forças
comparação e classificação. Afastar a lente naturais e sociais. Cada indivíduo deveria conhecer
religiosa, mística, afirmando a ciência como a capaz os benefícios da ordem e da disciplina para propiciar
de extrair as leis que regem o fenômeno social. o maior desenvolvimento e bem-estar geral.
LEI DOS 3 ESTADOS
Para Comte, com base em
suas observações, todo o
conhecimento humano
teria passado por três
estágios ou estados
históricos diferentes: havia
um evolucionismo linear.

1º - TEOLÓGICO
Os fatos observados são
explicados pelo
sobrenatural: forças que
comandariam e
explicariam as ações
sociais. O divino como a 2º - METAFÍSICO 3º - POSITIVO
única verdade (politeísta ou A sociedade passaria a pesquisar a Inteiramente baseado na observação
monoteísta). A realidade, separando o conhecimento científica da realidade, diferente dos
imaginação/ficção do reino sobrenatural. Mas, a outros estados. Seria o grau máximo
comandaria a produção do pesquisa se concentraria na abstração de desenvolvimento da humanidade.
conhecimento: exemplo da e argumentação racional: busca pelas Predomínio da observação e extração
mitologia grega. essências, não a partir dos fatos. de leis gerais.
AUGUSTO COMTE
 TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
• Para ele, não era necessário mudar as instituições
sociais (não à revolução): elas faziam parte da
estática social (parte permanente da sociedade),
como a família, a economia, código moral aceito, a
escola, o trabalho etc.
• Era necessário, sim, a reestruturação intelectual dos
indivíduos (problema está aqui): regeneração das
opiniões e dos costumes (dinâmica social).
• Reforma da sociedade: intelectual, moral e política.
• Critica a Revolução Francesa por ter destruído
valores tradicionais e não ter sido capaz de impor
novos e permanentes. O progresso deriva da ordem.

 RELIGIÃO DA HUMANIDADE
• Com base na Igreja Católica, projeta uma doutrina
de fé, com templos, mas não dedicados ao
sobrenatural. Antes de Deus, a humanidade que
seria venerada. Os santos seriam os grandes
cientistas da história (Igreja Positiva do Brasil).
KARL MARX
1. INGLATERRA
• Diferente de Comte, não observava a ruína
revolucionária, mas as mudanças econômicas da
Inglaterra. As condições insalubres e indignas de
vida e trabalho.
• A partir do capitalismo, a sociedade passa a ser
dividida entre duas novas classes: trabalhadora e
burguesa.

2. CONSCIÊNCIA DA EXPLORAÇÃO
• Era importante ter consciência da exploração: o
trabalhador perceber a condição de classe na qual
está inserido. Apenas assim ele poderia lutar,
entender a exploração (mais-valia) e o
funcionamento dos valores da superestrutura.

3. EVOLUCIONISMO
• Existiram diferentes modos de produção históricos.
A variedade decorria da dinâmica antagônica da
organização do trabalho a cada era histórica:
processo de luta contra a exploração.
KARL MARX
5. CONCEITOS
• Trabalho: como atividade humana que transforma a
natureza e que diferencia o ser humano.
• Base e superestrutura: modo de produção que
explica o funcionamento das sociedades. Era a lente
econômica.
• Capitalismo: um dos estágios do MDP, no qual há
uma classe organizando e extraindo o trabalho
como mais-valia da outra, a proletária.
• Materialismo histórico: o conflito de classes é o
motor da história e empurra a organização social
para a mudança: comunismo como final.

6. NEUTRALIDADE CIENTÍFICA
• Não acreditava em qualquer neutralidade. Pois,
como vimos, a superestrutura, a dimensão dos
valores sociais, todos derivavam da base
econômica. Haveria, assim, uma responsabilidade
social em qualquer ciência ou pesquisa: reconhecer
a luta de classes como motor da história.
PONTO DE VISTA

A economia, as relações de
produção e troca, emergem
como condição para pensar a
sociedade e todas as relações
humanas.

A relação fundamental para


Marx é entre o homem e a
natureza, e o homem a
transforma e constrói o seu
mundo pelo trabalho.

Pela lente do trabalho, a


história se transforma em
uma sucessão de formas de
produção. Cada época
organizava de forma
diferente a relação de
produção de mercadorias.
MODOS DE PRODUÇÃO (MDP)
I. COMUNISMO PRIMITIVO

Não há propriedade e, assim, classes sociais. Não


há direito para Marx (por não existir classes,
conflito). Não se produzia alimento, mas se
caçava, pescava, colhia etc.
II. MDP ASIÁTICO

Base na propriedade estatal (governante


religioso), com o Estado se apropriando do
excedente dos camponeses. Opondo proprietários
(governante) e camponeses (governados).
III. MDP ANTIGO

Baseado no trabalho escravo, opondo esse ao


proprietário.
MODOS DE PRODUÇÃO (MDP)
IV. MDP FEUDAL

Baseado no trabalho servil, opondo esses aos


senhores.
V. MDP CAPITALISTA

Baseado na propriedade privada dos meios de


produção, com o trabalho assalariado.

VI. MDP SOCIALISTA

Propriedade estatal, com o Direito e a economia a


serviço dos interesses dos trabalhadores.

VII.MDP COMUNISTA

Não havendo propriedade, não há classes e a


necessidade do Direito e da política.
RELAÇÕES DE PROPRIEDADE

• PROPRIETÁRIOS • NÃO PROPRIETÁRIOS

• BURGUESIA • PROLETARIADO

• CLASSE DOMINANTE • CLASSE DOMINADA

RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO
SUPERESTRUTURA
 A política, o direito, a cultura, a religião etc.:

• Estado de Direito (jurídica).


• Democracia liberal (política).
• As mais diferentes instituições (pedagógicas, culturais, artísticas etc.).
• A ideia da liberdade e igualdade, sua dinâmica normativa e de conquista de direitos.

BASE ECONÔMICA
 Modo de produção que a tudo condiciona (social, política e espiritual):

• Os contratos de trabalho, a proteção da propriedade privada, a criminalização dos


movimentos/organização dos trabalhadores.
• É um processo impessoal e sem vontade: todos já estão inseridos.
• Trata-se de um véu ideológico que recobre uma exploração sobre o trabalho e que garante a
sua reprodução. Não impede a ideia de participação (democracia) e de liberdade (contratar e
ser contratado).
LUTA DE CLASSES

 ANTAGONISMO DECORRENTE

• A luta constante entre os exploradores


e os explorados. O motor da história é o
conflito antagônico de classes. No
capitalismo ocorre entre a burguesia, os
proprietários dos meios de produção, e
o proletariado, aqueles que vendem sua
força de trabalho em troca da
subsistência.
 FORÇAS PRODUTIVAS

• É pelo desenvolvimento das forças


produtivas (das lutas por demandas e
novos direitos) que impõem às relações
de produção os seus impasses e forçam
uma mudança: desde as eras
escravocratas. No capitalismo, é do
proletariado pela reapropriação do
trabalho confiscado.
LUTA DE CLASSES

 PAPEL DO ESTADO

• O Estado funciona como um garantidor


do modo de produção capitalista. Uma
máquina de classe. Institucionalizou o
mercado de trabalho, dispôs as classes,
disciplinando a vida social. Para a
revolução, o Estado exerceria um papel
instrumental: abrindo espaço para a
auto-organização dos trabalhadores.
 DEMOCRACIA

• Para Marx, não há democracia dentro


do modo de produção capitalista: não
há igualdade possível política quando
uns são forçados a trabalhar e a
produzir para outros em troca da sua
sobrevivência. A liberdade inicial dos
valores é a liberdade de servir ou
morrer.
SUPERESTRUTURA

Não adianta mudar a superestrutura.

BASE ECONÔMICA

Apenas mudando a base que se pode revolucionar a


superestrutura organizada sobre ela.
ÉMILE DURKHEIM
1. FRANÇA
• Já era a França da segunda metade do século XIX e
início do XX: viveu em grande parte na Terceira
República (1870 a 1940). Era um período de maior
estabilidade, diferente daquele de Comte.

2. SOCIOLOGIA
• Sendo considerado um dos fundadores da
sociologia, sua contribuição ao campo foi de
estruturar a sociologia como ciência, com
método próprio e conduzindo investigações
empíricas sobre aspectos da vida social (Direito,
Suicídio, Moral, Crime, Educação etc.).

3. SOCIEDADE-INDIVÍDUO
• É importante termos em mente que o seu ponto de
vista, a sua lente, confere um enfoque maior à
sociedade do que aos indivíduos. A sociedade
determina o comportamento, condiciona e
molda os indivíduos. Ou seja, buscará os padrões
dos comportamentos individuais: os fatos sociais.
ÉMILE DURKHEIM
4. NEUTRALIDADE
• Diferente de Marx, acreditava na neutralidade
científica. Propunha um distanciamento do
pesquisador com relação ao seu objeto, evitando
o contágio de concepções pessoais (políticas,
ideológicas ou religiosas) no exercício da ciência.
Por isso, junto a Comte, pavimenta o método
sociológico: observação da sociedade e das suas
interações, evitando interferências pessoais.

5. CRÍTICA AO LIBERALISMO
• Colocava-se contra o liberalismo, bem como o
comunismo. O segundo por parecer utópico e
inalcançável. O primeiro por ser um fator gerador
de anomia: estados de perda total do significado
da vida para os indivíduos.
• Anomia era o efeito social da vida individualista,
restrita à produção e ao consumo. Essa vida
dissociada seria uma das explicações possíveis para
o suicídio, ao qual ele dedica uma parte de seus
estudos.
INDIVÍDUO DIVIDIDO

CONSCIÊNCIA CONSCIÊNCIA
INDIVIDUAL COLETIVA
• Seriam as vontades íntimas, • Isso que surge não é próprio de
nossas inclinações pessoais. uma consciência individual nem
Nossos desejos, vontades, sonhos. de outra. É uma outra
• Tudo aquilo que nos faz únicos. consciência, agora coletiva.
• Contudo, não dá pra explicar o • Ela é uma expressão da relação de
funcionamento da sociedade diversos indivíduos. Não é uma
apenas por essa consciência. soma, mas uma coisa nova, com
• Quando os indivíduos se reúnem, expressões diversas.
parece que surge algo além. • Essa consciência pode ser
percebida pelos fatos sociais.
FATO SOCIAL
Tal conceito seria o
OBJETO DA
SOCIOLOGIA e a
diferenciaria das
outras ciências
(biologia, psicologia,
matemática etc.).

DEFINIÇÃO
Maneiras de agir, de
pensar, de sentir
compartilhadas por
um grupo de
indivíduos (GERAL) e
que, de certo modo, COERCITIVO, EXTERIOR E GERAL
impõem-se a eles Caráter de constrangimento do fato social: não decorrem da força física e não são
(EXTERIOR), os mandamentos de uma pessoa (existe antes e além dela), mas CRIAÇÕES
constrangem a agir, COLETIVAS. Será a carga social que é compartilhada socialmente, chamado pelo
pensar e sentir de uma autor de REPRESENTAÇÕES COLETIVAS: língua, dinheiro, horário, arquitetura,
determinada maneira papéis sociais etc. Caso o indivíduo não siga o fato, sofrerá uma punição. Mas, na
(COERCITIVO). maior parte das vezes, os indivíduos seguem sem mesmo perceber.
EXEMPLOS
Como exemplos de
fatos sociais, podemos
citar ações mais banais
até aquelas relevantes:
tomar banho, fazer fila
e papéis sociais
(família e trabalho).

GENERALIDADE
A face geral do fato
social decorre dele ser
observado no
comportamento geral
da sociedade. É na
medida em que todos EXTERIORIDADE E COERÇÃO
se comportam de uma As regras, costumes, ritos, tudo condiciona de forma exterior o comportamento
forma, que posso dos indivíduos. Uma pessoa pode até discordar do fato, mas ela precisa obedecer
identificar a existência para poder integrar a sociedade: falar a língua comum, regras de etiqueta,
de um fato social: assuntos comuns em conversas, como se portar em cada lugar.
aquilo que é repetido A coerção deriva do fato de que, caso não sigamos o fato social, teremos
pelos indivíduos. implicações em nossa vida social: do isolamento social até aquele físico (prisão).
SOLIDARIEDADE SOCIAL
 DEFINIÇÃO
• Trata da dependência do indivíduo com a
sociedade. Para Durkheim, varia de acordo
com a complexidade da divisão social do
trabalho. Há uma relativa proximidade com a
lente do Marx, mas não é total. Ele divide em
solidariedade mecânica e orgânica.

 MECÂNICA
• Quando a divisão ocorre de maneira mais
simples, em parâmetros sexuais ou
geracionais.
• Seu exemplo era aquele das sociedades tribais
(etnocentrismo?). Mas, a ideia dessa
solidariedade é a de que a dependência dos
indivíduos está pautada na força do coletivo: a
consciência individual é mínima ou
inexistente. A vida em sociedade é marcada
pela semelhança extrema.
SOLIDARIEDADE SOCIAL
 ORGÂNICA
• Ao invés de semelhanças, com a divisão social
do trabalho mais complexa, as dessemelhanças
passam a crescer (industrialização).
• A divisão social do trabalho gera um paradoxo:
quanto mais especializado o trabalho, mais o
indivíduo se torna dependente dos demais, ao
mesmo tempo em que mais distantes ficam
(diferença no trabalho). Ou seja, ao mesmo
tempo mais autônomo e mais dependente:
funcionalismo que gera um isolamento.
• Há uma transferência do eixo da moralidade da
consciência coletiva (mecânica) para o
indivíduo (individualismo como valor).
• Com o capitalismo, seria necessário uma nova
consciência coletiva (moral), na medida em que
os indivíduos perderam a noção de coletividade
pela semelhança: tal é o papel do Direito.
DIREITO
 PAPEL NA SOLIDARIEDADE
• Para Durkheim, o Direito é um mecanismo de
controle social. Seu objetivo é assegurar a
solidariedade.
• Nas sociedades menos complexas, fundadas na
solidariedade mecânica, o direito é
essencialmente repressivo, com coerção direta,
violenta e punitiva (quase um direito penal
geral).
• Já na solidariedade orgânica, o direito se torna
formal. Um mecanismo de coerção baseado em
direitos e deveres escritos. Assume o papel,
então, de consolidar a moral (manter a
consciência coletiva) em sua codificação,
provendo a coesão necessária à sociedade
complexa.
• O direito se torna restitutivo, de reestabelecer
o respeito à lei: sanção tem esse objetivo geral.
MAX WEBER
1. ALEMANHA
• Um país recém unificado (1871).
• Um modelo de Estado baseado na socialdemocracia,
mas que se organizava para impor uma unificação
linguística, cultural e social.

2. POSIÇÃO TEÓRICA (LENTE)


• Não apenas criticará o capitalismo, mas se
distanciará de Comte e Marx quanto ao
determinismo histórico.
• Se posicionará de maneira diferente quanto aos
entusiastas do Estado burocrático da época.
• Conforme ficará claro, adotará um ponto de vista
oposto ao de Durkheim: não parte dos fatos sociais
para explicar a conduta, mas do inverso, das ações.

3. OBRAS
• Dentre as principais: Economia e Sociedade; A ética
protestante e o espírito do capitalismo; A objetividade
do conhecimento na ciência política e na ciência social.
MAX WEBER
4. SOCIOLOGIA DA AÇÃO
• Para compreendermos a sociedade precisamos
compreender o significado que as pessoas atribuem
aos seus comportamento quando se direcionam aos
outros.
• A ação de uma pessoa em confronto com a natureza
não é uma ação social. A ação social corresponde
aos comportamentos (ação, omissão, tolerância) do
indivíduo referidos a outro e dotado de significado
subjetivo.

5. AÇÃO E RELAÇÕES SOCIAIS


• As relações sociais são condutas reciprocamente
orientadas em termos de sentidos compartilhados.
• Então, o mundo social será a trama de ações e
relações sociais dotadas de sentido e reciprocidade
(não mais sociedade como totalidade).
• Não partimos do fato da consciência coletiva, mas
da individual para explicarmos a coletiva.
MAX WEBER
6. MÉTODO COMPREENSIVO
• A função do sociólogo é compreender o sentido das
ações sociais. Mas a realidade social é infinita,
complexa e mutável, como dar conta dela?
• Seu método realizará uma abstração, mas o fará
sabendo dos limites: construção de TIPOS
IDEAIS ou modelos.
• Não existem de fato, mas permitem simplificar
para explicar.

7. NEUTRALIDADE E LIMITES
• Se a sociologia tem como objetivo compreender,
por meio da interpretação, as ações sociais, como
lidar com os valores do pesquisador?
• Também são levados em conta, na medida em que
é por eles que se realiza uma seleção dos objetos e a
construção dos tipos ideais.
• Não negar os valores, mas aprender a lidar com
eles.
AÇÃO SOCIAL
Weber cria tipos ideais
(modelos explicativos)
sobre os significados que os
sujeitos atribuem às suas
condutas em sociedade.

AS Afetiva
Motivada pela emoção.
Desde o cuidado dos pais
com os filhos até a
empolgação com um amor
correspondido.

AS Tradicional AS Racional com relação a valores AS Racional com relação a fins


Motivada pela tradição, Ação calculada, motivada com relação Ação racionalizada, calculada,
costumes. Desde o aos valores e crenças. Desde o motivada por interesses, objetivos
comportamento religioso comportamento eleitoral de um específicos. Desde o comportamento
de uma pessoa até dar bom militante convicto até aquele de uma econômico de um empresário até o
dia para pessoas na rua. pessoa que retorna uma carteira estudante que não sai para estudar
Faz-se pela tradição. perdida pela sua criação. para a avaliação continuada.
MAX WEBER
 PODER E DOMINAÇÃO
• Ao invés da luta de classe com base em Marx,
Weber vai organizar sua análise sobre a condição
da obediência a partir do conceito de dominação.
• Importante diferenciar dominação com relação
ao poder. Poder é o exercício da vontade sobre
outros, a sua imposição, independente da
aceitação de quem está sofrendo (força física,
moral etc.).
• A política para Weber é o conjunto de esforços
feitos para participar ou influenciar a divisão do
poder, entre Estados ou para dentro dele. Até na
escola ou na família se pode agir politicamente.
• A dominação é a aceitação e subordinação dos
indivíduos ao poder exercido por alguém.
• Então, a questão é interpretar e analisar as razões
para a aceitação das pessoas, entender os
sentidos que a revestem, pois serão elas que
conferem a legitimidade ao poder.
CARISMÁTICA
Dominação baseada em
características pessoais
e intransferíveis da
figura pessoal de um
líder. Um poder ao qual
alguém se submete pela
sua capacidade de
mobilizar e comandar
as pessoas. Para Weber,
trata-se da forma de
dominação mais
instável, pois pode
facilmente deixar de
existir.
TRADICIONAL LEGAL
Dominação organizada por estruturas culturais Dominação baseada nas leis ou nas convenções da
tradicionais, funcionando como um respeito à sociedade, que estabelecem os critérios da obediência.
tradição. Há uma relação moral implícita que O Estado se enquadraria nessa submissão: exerce o
motiva a obediência. Exemplo: sistema familiar monopólio do uso da força, mas mediante a legalidade
dominante ou a autoridade religiosa. Trata-se de (leis editadas de forma democrática e devido processo
uma forma estável para Weber. legal). Trata-se da forma mais estável para Weber.
NORMA JURÍDICA
MUNDO NORMATIVO

SER DEVER-SER
• Como são os comportamentos de • A realidade projetada pelas
fato: o que acontece no mundo, as normas.
condutas e os fenômenos em • Aquilo que a norma projeta como
geral. vinculativo para o futuro. O
• Nesse campo, a Sociologia e a comportamento a ser obedecido
Antropologia se debruçam para (constrange com uma sanção).
descrever o funcionamento • Pode ser uma norma moral, uma
concreto da sociedade. jurídica ou mesmo de etiqueta:
• Seriam as condutas concretas, todas se projetam para o futuro.
como as pessoas efetivamente Todas dizem como devemos nos
agem. comportar.
SANÇÃO
 DEFINIÇÃO
• Todas as regras que são formuladas para serem
cumpridas, sejam quais forem: religiosas,
morais, jurídicas, de etiqueta etc.
• Não existe regra que não implique uma certa
obediência: um desejo de ser obedecida. É o que
as distinguem de meras expectativas ou
promessas.
• Sanção é, então, todo e qualquer processo de
garantia daquilo que se determina em uma
regra.
• São tão variadas quanto os tipos de regras
possíveis. Por exemplo, a sanção moral envolve:
A. Remorso, arrependimento ou exame de
consciência pesado (sanções de foro
íntimo);
B. Crítica, condenação, opinião contrária etc.
(sanção extrínseca ou externa).
CAMPO DA MORAL
 DEFINIÇÃO
• A moral também compreende a dimensão do
DEVER-SER. Também condiciona os nossos
comportamentos a partir de normas.
• Refere-se à realidade, projeta-se sobre os
comportamentos, mas não se reduzem a ela:
aponta para uma direção de dever-ser das
condutas.
• De maneira geral, é uma QUALIDADE A QUE
SE DEVE ALMEJAR E QUE É CONFERIDA às
coisas, aos fatos, aos acontecimentos, aos
sujeitos e às normas.
• Trata-se de uma lente que forjamos ou nos é
importa: percebemos e avaliamos o que
acontece a partir da nossa moral (valores).
• É o que nos PERMITE DIFERENCIAR o que é
bom do que é mau, o positivo do negativo, sendo
sua finalidade REGULAR A CONDUTA DO
HOMEM EM SOCIEDADE e, por fim, facilitar a
CONVIVÊNCIA SOCIAL.
NORMA JURÍDICA
A norma jurídica pode ser
reduzida a um juízo ou
proposição hipotética:
elenca-se um fato (F) ligado
a uma consequência (C).
Dispõe “Se F é, deve ser C”.
Ou seja, toda a regra do
direito possui uma previsão
genérica de um fato
(comportamento enunciado)
e, em caso de sua ocorrência,
uma consequência. Trata-se
da formulação de um
enunciado normativo.

Então, temos um fato-tipo, que é um fato passível de A previsão de uma consequência, que no direito
ocorrer no futuro, que o direito vem a recortar. E, a esse será chamada de sanção, indica um desejo de que
fato, corresponde uma consequência. Atribui-se a esse aquele comportamento ou conduta humana seja
fato um efeito jurídico. Todo fato recortado pelo direito obedecido. Que, diante da sanção prevista, as
é jurídico, mas nem todo acontecimento do mundo é pessoas se vejam obrigadas a seguir os
jurídico. Estudaremos na próxima semana: fatos e atos. comportamentos previstos no direito.
EXEMPLOS
O Código Penal é
repleto dessas normas
jurídicas que
condicionam as
condutas. Os artigos
121 e 129 são assim.

Artigo 121
Homicídio simples
Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis
a vinte anos.

Artigo 129 Um determinado evento acontece no mundo (situação fática) e entra em conflito
com a norma. Exemplo: alguém matou outra pessoa ou ofendeu a sua saúde.
Lesão corporal O papel do operador surge nesse momento: a sanção jurídica é sempre mediada. A
Ofender a integridade relação entre a norma e a situação conflitiva ou a conduta proibida é estabelecida
corporal ou saúde de por um procedimento. Tal procedimento implica realizar a aproximação do caso à
outrem: norma (processo de SUBSUNÇÃO: incluir uma coisa em algo maior, o caso
Pena – detenção, de exposto em uma fato-tipo abstrato e genérico). São processos de ligações e
três meses a um ano. diferenciações (exclusão de ilicitude).
CARACTERÍSTICAS DA NJ
 COERCIBILIDADE
• Como vimos, no mundo da moral há uma
dimensão de conduta espontânea, por mais que
haja uma sanção. Espera-se que a pessoa seja
boa, não se força por violência. Logo, a
característica da moral é que ela é incoercível.
• Diferente é o direito: é coercível.
• Entretanto, se o que o distingue é a
coercibilidade, o direito é apenas força? ("Teoria
da coação"). Qual seria a diferença entre o
direito estatal e aquele de um bando armado?

 HETERONOMIA
• As normas jurídicas são postas pelo legislador,
juízes etc. Podemos criticá-las, não concordar
com elas na nossa convicção interna, mas somos
obrigados a obedecê-las, pois valem
objetivamente e de forma transpessoal.
• Então, a moral é um campo da autonomia. O
Direito é da ordem da heteronomia.
SANÇÃO JURÍDICA
 ESPÉCIE DA SANÇÃO GERAL
• O fenômeno jurídico representa, assim, uma
forma de organização da sanção.
• Passa-se da sanção difusa da sociedade pela
moral para uma sanção previamente
organizada: passagem do mundo ético para o
jurídico.
• A sanção é o gênero do qual a sanção jurídica é a
espécie. O que a caracteriza é a sua
predeterminação e organização.
• O que permite a sanção jurídica é o monopólio
do uso da força pelo Estado (coerção).
• Exemplo: matar alguém é um ato que fere tanto
um mandamento religioso, quanto um moral,
como um dispositivo penal. A diferença está em
que, no plano jurídico, a sociedade se organiza
contra o homicida, através do aparelhamento
policial e do Poder Judiciário. Um órgão
investiga o fato, o outro examina a conduta e
confere o veredito.
HANS KELSEN
 TEORIA PURA DO DIREITO
• Foi um importante pilar do movimento do
positivismo jurídico, que foi muito forte entre os
séculos XIX e XX (até a 2ª Guerra Mundial).
• O autor propôs uma forma de estudar o direito
restrita apenas à norma e ao Ordenamento
Jurídico.
• Tal seria o papel da ciência do direito: estudar as
normas (objeto privilegiado) de forma neutra.
• Uma teoria pura destituída do estudo da moral,
da justiça e da política: juízo de validade, não de
valor das normas ou de fato.
• Exemplo: “matar alguém”, o ato em si, não deve
ser julgado pelo cientista. Apenas será avaliado
se integra corretamente o Ordenamento como
uma norma: sua validade.
• Ao estudar a forma da norma, perceberíamos
que a marca da norma era tanto o fato-tipo da
ação, como a sanção pelo seu descumprimento:
a coerção da lei e do direito.
HANS KELSEN
 JUSPOSITIVISMO
• Direito positivo: posto pela autoridade/Estado.
• Direito natural: não posto, dado pela natureza e
reconhecido pela razão humana.
• Na separação do direito da moral, Kelsen e os
positivistas conferem um enfoque ao aspecto
formal, extraindo constantes a despeito dos seus
conteúdos possíveis.
• Destaca, assim, o papel fundamental da coerção
(sanção potencial sobre os comportamentos).
• No mundo da moral haverá uma dimensão de
conduta espontânea, por mais que haja uma
sanção.
• O direito, então, além de ser uma norma de
conduta (juízo hipotético: dever-ser), teria como
valor de face a coercitividade (força organizada).
• Assim, o positivismo acaba restringindo o
direito ao produto do Estado, que possui o
monopólio do uso da força (X positivismo ético).
MIGUEL REALE
 1º CONTRAPONTO A KELSEN
• Mas será que existem apenas normas
prescritivas e coercitivas relacionadas aos
comportamentos? A sua restrição às normas de
comportamento não davam conta daquelas
normas que eram de organização do próprio
Estado.
• Além disso, a restrição de Kelsen à norma
jurídica posta fazia da ciência do direito uma
análise lógico-formal. Tércio Sampaio Ferraz Jr.
chamava essa área de dogmática analítica, mas
não se restringia a ela.
• Como veremos, não explicava como as normas
surgiam ou o seu funcionamento concreto.

 2º: PARA ALÉM DA CONCEPÇÃO FORMALISTA


• Kelsen restringia a norma à coerção, tanto para
criar como para fazer obedecer. Entretanto, a
norma de comportamento implicava uma outra
esfera: a bilateralidade atributiva (veremos).
TIPOS DE NORMAS
 NORMAS DE ORGANIZAÇÃO
• As normas de organização são aquelas que
dispõem sobre a organização dos poderes do
Estado, as que estruturam órgãos e distribuem
competências e atribuições.
• Chamadas também de normas secundárias. As
primárias seriam as normas de conduta:
indicam o comportamento desejado pelo direito.

• ARTIGO 18, CF/88: A organização político-


administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, todos
autônomos, nos termos desta Constituição.
• ARTIGO 21, CF/88: Compete à União: I -
manter relações com Estados estrangeiros e
participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz; III -
assegurar a defesa nacional; VII - emitir
moeda; X - manter o serviço postal e o
correio aéreo nacional (...).
FATO
TEORIA TRIDIMENSIONAL
1. FENÔMENO JURÍDICO
• Onde quer que haja um fenômeno jurídico, há,
sempre e necessariamente, um fato subjacente
(fato econômico, geográfico, demográfico, de
ordem técnica etc.), um valor, que confere DIREITO
determinada significação a esse fato, inclinando
ou determinando a ação dos homens no sentido
de atingir ou preservar certa finalidade ou
objetivo; e, finalmente, uma regra ou norma,
que representa a relação ou medida que integra
um daqueles elementos ao outro, o fato ao valor. VALOR NORMA

2. COEXISTÊNCIA 3. CAMPOS DE ESTUDO


• Tais elementos não existem separados • O Direito, enquanto fato, é a realidade concreta,
uns dos outros mas coexistem numa os aspectos sociais e históricos que cercam o
unidade concreta. E, não só exigem mundo jurídico (Sociologia); o Direito, enquanto
reciprocidade, mas atuam como elos de valor, é a busca constante pelos seus
um processo de tal modo que a vida do fundamentos, a ideia de justiça (Filosofia); o
direito resulta na interação dinâmica dos Direito, enquanto norma, é o ordenamento
três elementos que a integram. jurídico, forma de controle social (Ciência).
NOMOGÊNESE
Criação de uma norma: o direito
sempre se atualiza como fato,
valor e norma, integrando uma
classe de fatos a uma ordem de
valores a partir de uma estrutura
lógica formal.

FATO
Acontecimento pode ser social,
cultural etc. Esse fato gera
repercussão na sociedade, gera
valores novos.

VALOR
Cada sociedade possui os seus,
mudando com o tempo,
impactando nas normas.

NORMA
criada pelo Estado, sendo a
mesma para toda sociedade, se
ela muda, o fato também muda.
FATOS E ATOS
JURÍDICOS
FATOS JURÍDICOS
 DEFINIÇÃO
• Fato é um evento, um acontecimento,
uma realidade que se manifesta. Não
são todos os fatos que interessam ao
direito. Muitos são irrelevantes.
Quando interessa, a norma atribui
uma consequência.
• O fato jurídico é um fato que é
tutelado pelo direito, capaz de
produzir criação, modificação ou
extinção de relações jurídicas.
• Exemplo: a chuva não interessa ao
direito de uma maneira geral. Mas,
em uma enchente, pode eximir o
inadimplemento de um contrato.
• Podem ser classificados como
naturais e humanos.
FATO J. NATURAL
Os fatos jurídicos naturais
(sentido estrito) ocorrem
quando independem da
vontade humana.
FJ Naturais podem ser
divididos em ordinários
(morte, tempo etc.) e
extraordinário (terremoto,
furacão, enchente etc.).
Exemplo da Chuva:
normalmente, não há
qualquer efeito no mundo
jurídico. É um simples
acontecimento, apenas um
fato. Mas, pode gerar um
prejuízo em uma plantação
já negociada ou gerar o
descumprimento de um
contrato (força maior). Pode
passar a ser um fato
juridicamente qualificado.
ATOS JURÍDICOS
 DEFINIÇÃO
• Quando o fato se prende à vontade do homem,
à qual a norma jurídica confere consequências
de direito, tais como as de constituir,
modificar ou extinguir uma “relação jurídica”,
ou mais amplamente, uma “situação jurídica”.
• Os atos podem ser divididos em atos-fatos e
atos voluntários. Atos-fatos são aqueles que
decorrem de um ato voluntário, mas não tem
conexão com o efeito jurídico produzido (o
efeito é o que importa): tesouro achado (art.
1.264, CC/02) ou compra realizada por uma
criança sem os pais.
• Os princípios gerais da teoria dos fatos e atos
jurídicos é comum a todos os domínios do
Direito. A sua disciplina é feita no Código Civil
(Livro III da Parte Geral), por ser a sede
clássica do que chamávamos Direito comum.
CLASSIFICAÇÃO DOS
ATOS JURÍDICOS
Os atos jurídicos voluntários
podem ser classificados em atos
jurídicos lícitos e ilícitos (civis
ou penais).

Os lícitos podem ser divididos


em atos jurídicos em sentido
estrito e negócios jurídicos.

Nos AJSE, todos os efeitos do


ato já estão previamente
fixados em lei (reconhecimento
voluntário de paternidade e
fixação de domicílio).

Já os negócios são aqueles em


que alguns efeitos estão
previstos em lei, mas também
são escolhidos por ato
voluntário (ex. compra e venda
de veículo, testamento etc.).
SUJEITO DE DIREITO
 QUEM SÃO?
• As pessoas a quem as regras jurídicas se
destinam são chamadas de sujeitos de direito,
que podem ser tanto uma pessoa natural ou
física quanto uma pessoa jurídica, que é um
ente coletivo.
• São os titulares de direitos subjetivos, sendo
tanto os sujeitos ativos (poder de exigir/titular
do direito), como os sujeitos passivos (dever a
cumprir/titular do dever).

 FORMAÇÃO HISTÓRICA
• Miguel Reale ressalta a evolução no princípio
da igualdade para chegarmos art. 2º do CC/02.
Vimos a sua consolidação ao longo da
Modernidade no Ocidente. Pois, a igualdade
não era ou é total: antes, mulheres,
homossexuais e negros; hoje, tratamos
desiguais de maneira desigual. As ações
afirmativas (cotas) e o fato de que nem todos
podem ocupar os mesmos cargos públicos.
PESSOA FÍSICA
 CONCEITO DE PESSOA
• Do conceito de pessoa se extraem outros dois,
quais sejam, o conceito de personalidade
jurídica e o de capacidade civil.
• Em relação à personalidade jurídica, pode dizer
que ela é a capacidade genérica de ser sujeito de
direitos.
• Está prevista em nosso Código Civil (art. 2º),
quando liga a capacidade ao fato de se ser
humano vivo.

 FIM DA PERSONALIDADE
• O fim da personalidade jurídica da pessoa
natural ocorre com a morte.
• Contudo, além da morte real, o ordenamento
prevê a morte presumida. A lei admite duas
espécies: os ausentes, que são os de paradeiro
desconhecido; e a morte presumida efetiva, a
qual é declarada como extremamente provável a
morte de quem estava em perigo de vida.
CAPACIDADE CIVIL
 CONCEITO
• Já o conceito de capacidade civil está
relacionado à possibilidade de exercício da
personalidade jurídica.
• Uma criança possui personalidade jurídica, mas
ainda não possui maturidade para ser
responsável por esses direitos, motivo pelo qual
não possui capacidade jurídica. O direito
considera, portanto, incapaz.
• No Código Civil de 1916, as mulheres eram
consideradas incapazes.

 MAIORIDADE
• A capacidade civil, de uma forma geral, é
adquirida quando a pessoa chega à maioridade,
ou seja, completa 18 anos de idade, ou mesmo
antes, aos 16 anos, nos casos de emancipação:
nesses casos, o adolescente não deixa de ser
menor para o direito de um modo geral, mas
poderá exercer os atos da vida civil.
PESSOA CAPAZ DE DIREITOS

PERSONALIDADE
CAPACIDADE CIVIL
JURÍDICA

• Para o Direito Civil, o • O conceito de capacidade


conceito de personalidade civil está relacionado à
jurídica está relacionado à possibilidade de exercício da
capacidade genérica de ser personalidade jurídica.
sujeito de direitos: de • Nem todos possuem:
contrair direitos e deveres crianças (guarda ou tutela)
em relações com outros ou pessoas maiores que
sujeitos. tiveram uma interdição
declarada (curatela).

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