Você está na página 1de 31

CULTURA E IDENTIDADE

CONCEITO, APLICAÇÃO
PLURALIDADE E MULTICULTURALISMO
IDENTIDADE, IDENTIDADE SOCIAL
DIFERENÇA ENTRE CULTURA E IDENTIDADE
REALIDADE CULTURAL DO TURISMO LOCAL
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO CEARÁ

Profa. Rosemary Lima


CONCEITO

• Cultura (do latim cultura, cultivar o solo,


cuidar) : Conjunto de crenças, costumes,
valores espirituais e materiais, realizações de
uma época ou de um povo, manifestações
voluntárias que podem ser individuais ou
coletivas pela elaboração artística ou
científica .
CONCEITO

Entender o seu significado é muito


importante, pois é pela cultura e linguagem
que o homem organiza e constrói o seu
mundo. Diferentes grupos têm diferentes
culturas. E muitas culturas diferentes podem
existir num mesmo país.
O QUE É CULTURA?
Noção de cultura como modo de vida: a cultura
corresponde ao modo de vida de um povo ou
nação, constituindo e expressando o seu modo de
sentir, pensar e agir.

Esta concepção parte do princípio de que todos os povos ou


grupos étnicos possuem cultura e de que nenhuma cultura é
superior a outra, colocando em foco as questões da
diversidade cultural e da igualdade de direitos para as
diferentes culturas
O QUE É CULTURA?
O que distingue a espécie humana das outras é o
fato de os seres humanos serem os únicos a
“construir culturas” que possuem um certo
número de características que embora universais
também variam de uma sociedade para outra.
Todas detêm algum equipamento tecnológico ou
simbólico que lhes permite extrair de seu
ambiente natural os meios para sobreviver
através de um sistema de produção e
distribuição.
O QUE É CULTURA?
Todas as sociedades possuem certo tipo de relações de
parentesco e associações não baseadas em laços de
sangue e nenhuma funciona de modo anárquico, mas
mantêm alguma forma de controle social. Todas têm
uma filosofia de vida geralmente configurada por um
sistema religioso. Cantos, danças, expressões gráficas e
plásticas proporcionam vivências estéticas, enquanto a
linguagem funciona como transmissor de idéias. Por
último e não menos relevante, todas as sociedades
possuem um sistema de sanções e valores que confere
significados à vida e garante a coesão e solidariedade
dos membros do grupo.
O conceito de cultura como modo de vida - o modo de
sentir, pensar e agir de uma sociedade ou comunidade -
aplica-se a todas as práticas, materiais e simbólicas, do grupo
ou sociedade em questão:

 os modos de fazer,  os conceitos de


natureza, de
 as práticas corporais, sociedade e de
 as crenças, humanidade,
 os saberes,  as noções de sagrado,
de proibido, de
 os gostos, obrigatório,
 os hábitos e estilos,  as relações
 as artes, econômicas, políticas
 a concepção de e familiares,
mundo,  as religiões,
 as profissões.
Cultura então seria o modo específico de
sentir, pensar e agir de sociedades e
comunidades.
Encontraríamos indicações do modo de sentir, pensar e agir em
todas as práticas sociais:
• nas práticas que têm fim predominante de sobrevivência
material (produção, circulação, troca e consumo de bens e
serviços);
• nas práticas com fim predominante de sobrevivência política
(formas de organização e associação para obter e/ou assegurar
direitos ou o poder);
• nas práticas que têm fim predominante de sobrevivência
simbólica (formas de expressão e/ou representação,
manifestações artísticas, religiosas, filosóficas, folclóricas).
Cultura então seria o modo específico de
sentir, pensar e agir de sociedades e
comunidades.
Encontraríamos indicações do modo de sentir, pensar e agir em
todas as práticas sociais:
• nas práticas que têm fim predominante de sobrevivência
material (produção, circulação, troca e consumo de bens e
serviços);
• nas práticas com fim predominante de sobrevivência política
(formas de organização e associação para obter e/ou assegurar
direitos ou o poder);
• nas práticas que têm fim predominante de sobrevivência
simbólica (formas de expressão e/ou representação,
manifestações artísticas, religiosas, filosóficas, folclóricas).
Cultura e identidade coletiva
Nesta acepção, como modo de vida, ou modo de
sentir, pensar e agir de uma sociedade diante das
situações e desafios da existência e das possibilidades
de superá-los, a cultura também pode ser pensada
como identidade nacional, o que permitiria falar em
cultura brasileira, cultura japonesa, etc, e também em
termos de identidade regional (cultura sulista, cultura
nordestina etc).
• Os direitos culturais fazem parte dos direitos humanos e a
dimensão cultural é indispensável e estratégica para qualquer
projeto de desenvolvimento.
Conforme a Declaração Universal da Diversidade Cultural da
UNESCO, os indivíduos e grupos devem ter garantidas:
• as condições de criar e difundir suas expressões culturais;
•o direito à educação e à formação de qualidade que respeite
sua identidade cultural;
•a possibilidade de participar da vida cultural de sua
preferência e exercer e fruir suas próprias práticas culturais,
desde que respeitados os limites dos direitos humanos.
• O direito à diferença e à construção
individual e coletiva das identidades
através das expressões culturais é elemento
fundamental da promoção de uma cultura
de paz, de modo que devemos reconhecer
e valorizar as nossas diferenças culturais
como fator para a coexistência harmoniosa
das várias formas possíveis de se ser
humano.
PLURALIDADE CULTURAL
• A temática da Pluralidade Cultural diz respeito ao
conhecimento e à valorização de características
étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que
convivem no território nacional, às desigualdades
socioeconômicas e à crítica às relações sociais
discriminatórias e excludentes que permeiam a
sociedade brasileira, a possibilidade de conhecer o
Brasil como um país complexo, multifacetado e
algumas vezes paradoxal.
• Ao tratar este assunto, é importante distinguir
diversidade cultural, a que o tema se refere, de
desigualdade social.
As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao longo das suas
histórias, na construção de suas formas de subsistência, na
organização da vida social e política, nas suas relações com o meio e
com outros grupos, na produção de conhecimentos etc. A diferença
entre culturas é fruto da singularidade desses processos em cada
grupo social.
A desigualdade social é uma diferença de outra natureza: é produzida
na relação de dominação e exploração socioeconômica e política.
Quando se propõe o conhecimento e a valorização da pluralidade
cultural brasileira, não se pretende deixar de lado essa questão.
Ao contrário, principalmente no que se refere à discriminação, é
impossível compreendê-la sem recorrer ao contexto socioeconômico
em que acontece e à estrutura autoritária que marca a sociedade. As
produções culturais não ocorrem “fora” de relações de poder: são
constituídas e marcadas por ele, envolvendo um permanente processo
de reformulação e resistência.
CONCEITO
• Identidade é o conjunto de caracteres
próprios e exclusivos com os quais se podem
diferenciar pessoas, animais, plantas e objetos
inanimados uns dos outros, quer diante do
conjunto das diversidades, quer ante seus
semelhantes.
• Identidade social é a posição da pessoa, em relação à
posição dos demais dentro da sociedade. Ao escolher
uma profissão, religião, estado civil, etc., o individuo
está definindo a sua identidade social.
• As medidas usadas para a atribuição desses valores
são: acúmulo de bens materiais (riqueza), poder e
capacidade u seja a possibilidade de alguém ser mais
eficiente do que o outro, na mesma profissão.
• Assim, a identidade social pode ser ATRIBUIDA e
ADQUIRIDA. É atribuída, quando não se pode fugir
dela. Exemplo: A identidade social do homem branco
que não pode se tornar preto ou do preto que não
pode se fazer branco. Outro exemplo: O Príncipe que é
príncipe, porque o pai é Rei. É adquirida quando é
conseguida pelo esforço próprio, com vontade,
inteligência e talento. Exemplo: O cidadão que
começou como varredor do Banco e depois se tornou
Gerente do Banco.
CULTURA X IDENTIDADE
• A cultura, embora universal na • A identidade é singular em
experiência dos homens, se suas idiossincrasias e se
apresenta em suas
manifesta universalmente.
manifestações regionais com
características únicas, portanto • A identidade é inerente a cada
distintas; ser humano, é estável, e
• A cultura é estável mas também dificilmente apresenta
dinâmica, apresentando mudanças.
mudanças contínuas;
• A identidade norteia nossas
• A cultura configura e determina
o curso de nossas vidas, sem idéias e escolhas e pode
necessariamente refletir nosso muitas vezes ir de encontro à
pensamento consciente. cultura vivenciada;
• A cultura é a manifestação do • A identidade é a manifestação
coletivo.
da individualidade;
REALIDADE CULTURAL DO TURISMO
NO CEARÁ
• DISCUSSÃO TEXTO
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ
Em se tratando do discurso da propaganda
turística oficial, podemos dizer que a ideologia
capitalista que o regula, visa ao lucro e para
tanto, vende o produto Nordeste a partir de
estereótipos e silenciamentos. Em outras
palavras, o Litoral é o grande destaque desse
discurso em detrimento de outros espaços
nordestinos como o Cariri, o Brejo e o Sertão.
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ
A representação da costa brasileira como estereótipo de
paraíso tropical, local ideal para descanso e lazer constrói um
efeito de identidade nacional. Como diz Jorge Benjor, moramos
“num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”
ou ainda como afirma nosso hino nacional, somos “gigantes
pela própria natureza”. Também na literatura, já na Carta de
Pero Vaz de Caminha, este se refere ao Brasil como “ a terra de
muitos bons ares” onde “as águas são muitas e infindas. E em
tal maneira é graciosa (a terra) que querendo aproveitá-la,
tudo dará nela, por causa das águas que tem ”. Esse conjunto
de enunciados vai ser deslocado ao longo do curso da história e
cristalizado na memória coletiva como a terra “em que se
plantando, tudo dá.”1
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ
O turismo foi integrado à política de
desenvolvimento econômico do Ceará no final
dos anos 1980, com a adoção de projetos
prioritários associados a discursos políticos que
o transformam, grosso modo, em poderoso
instrumento de poder argumentativo a serviço
do Estado e capaz de salvar a economia local,
como instrumento capaz de promover a sadia
distribuição de renda e a erradicação da
miséria no Estado.
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ
No primeiro domínio, o da “vocação” turística, a
promoção de campanhas educativas, com vistas a
criar mentalidade turística na população, é
estruturada nos momentos de encontro propiciados
pelo “Pacto de Cooperação”. Nestas campanhas,
apresenta-se o turismo como atividade carente de
colaboração e responsabilidade de todos os
fortalezenses e cearenses. A sociedade, de forma
geral, é convidada a participar desta empreitada,
dado evidenciado nos folders, com slogans como:
“Motorista de táxi trate bem o turista” e “Deixe o
turista com vontade de voltar”.
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ
No segundo domínio, o do turismo como
vetor de crescimento, as diferentes mídias se
armam de referências e exaltações político-
turísticas, estampadas e fazendo alusão às
maravilhas do Ceará nas primeiras páginas de
jornais (Folha de São Paulo, The Economist,
The New Times, Wall Street Journal) e revistas
(Veja e News Week) de circulação nacional e
internacional.
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ
No discurso de posse do governador Tasso Jereissati, no
seu segundo mandato, em 1995. Ao reportar-se ao
governo Ciro Gomes, de mandato anterior, e à sua
própria administração, conclamou:

“O Ceará passou a ser visto no país e no exterior como


um caso de sucesso, em termos de modernização das
finanças e das políticas públicas. Mudou a realidade,
mudou a imagem, mudou a mentalidade.”

(Assembléia Legislativa do Estado do Ceará. Divisão do


Serviço de Taquigrafia e Revisão de Anais).
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ
Conjunto de imagens associadas ao mar e ao
marítimo e fundadas em representações
coletivas, que fazem sonhar os amantes
hodiernos de praia, servem com maestria ao
intento do Governo de mudar o antigo
imaginário cearense, desembocando no
estabelecimento da imagem turística
fortalezense imbuída de uma significação
marítima e tropical, ao contrário da cidade
litorânea-sertaneja, com alma de sertão.
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ
Atitudes administrativo-políticas como a
criação da Secretaria de Turismo do estado e
investimentos direcionados a construção de
uma nova estrutura para acolher a “nova e
real vocação” do estado se avolumam, alguns
exemplos são: a construção da Rodovia
Estruturante , o Aeroporto internacional, o
Centro Cultural Dragão do Mar entre outros
feitos.
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ

O Ceará tão conhecido pelo extenso e belo


litoral, sempre tem sido por isso lembrado,
tanto em campanhas de marketing como na
lembrança dos que aqui vieram. Pouco se
mostra da verdadeira cultura cearense que,
para alguns menos avisados, parece não existir
ou não ter expressividade.
IDENTIDADE TURÍSTICA DO PRODUTO
CEARÁ
Ledo engano: a jangada, o vaqueiro, Iracema, o rico
artesanato: redes, bordados, rendas, esculturas; festas
religiosas: Juazeiro, Canindé, Barbalha; esportes, artes
plásticas: Antonio Bandeira, Vicente Leite, Raimundo
Cela; Humor: Chico Anísio, Tom Cavalcante, Renato
Aragão - o Ceará moleque; Música: Ednardo, Fagner,
Amelinha, Belchior, Humberto Teixeira, Irmãos Aniceto,
Maestros Alberto Nepomuceno e Eleazar de Carvalho;
Literatura: José de Alencar, Adolfo Caminha, Patativa do
Assaré,; além da rica gastronomia são uma pequena
amostra do que o Ceará tem para oferecer.
CONCLUSÃO
De modo geral, pode-se dizer que a cultura
permeia todos os segmentos de turismo, uma
vez que o turista é atraído pelo diferente, pelo
novo, pelo característico, desde que lhe sejam
garantidos conforto e segurança. Já se disse
mesmo que o turismo é um transe cultural.
Qualquer que seja o motivo da viagem, haverá
sempre um elemento cultural a ser
consumido dentre toda a produção associada ao
turismo: a gastronomia, a arte, o artesanato ou
outros produtos locais, as paisagens naturais e
culturais do receptivo, suas festas e celebrações,
a música ao vivo nos bares e a cultura viva
presente nas ruas.
CEARÁ MOLEQUE - “todo
cearense é moleque, gaiato por
natureza”.
CEARÊS PARA AMERICANOS More or less = Marromeno
Straight ahead = No rumo da venta
What the hell is that? = Diabéisso?
Get out of the way = Ó o mei! Sai
Hurry up! = Avia, homi! do mei!
Take it easy! = Se avexe não! That´s cool! = É pai d´égua!
Don´t be stupid! = Deixe de ser jumento! I give up! = Eu peço penico!
Let´s go, fellows! = Rumbora negada! Wait for me! = Perainda!
No thanks! = Carece não! Hey, mister! = Psiu, ei seu Zé!
Very far away! = Lá na carraducarai! Son of a bitch = Fi duma égua
Very good = Danado de bom
Come to me, baby! = Ande, Tonha!
This way = Peralí

Você também pode gostar