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•Evolução do trabalho;

•Mercado de trabalho no Brasil;


•Globalização, terceirização,
quarterização;
•Reestruturação produtiva;
.

Profa. Rosemary Lima


O trabalho é uma das formas do homem atuar sobre o mundo e que
o faz de várias formas, mas com certeza o faz devido à bagagem que
traz de sua herança cultural e sua ideologia acerca das relações sociais.
“O trabalho – que é a ação transformadora do homem sobre a natureza
– modifica também a maneira de pensar, agir e sentir, de modo que
nunca permanecemos os mesmos ao fim de uma atividade, qualquer que
ela seja. É nesse sentido que dizemos que, pelo trabalho, o homem se
autoproduz, ao mesmo tempo em que produz sua própria cultura”.
(ARANHA, 1996)
Partindo da antiguidade Grega e Romana o homem adaptava a natureza a si
e a isso denominamos trabalho. Como naquele período não havia classes
ele era educado na lida com a terra, principal meio de produção e o que
chamamos de “comunismo primitivo”, e uma geração ensinava a outra. É nesse
contexto que surge a propriedade privada e as classes sociais.
Com a vida urbana apontamos o surgimento de uma nova classe social, a
burguesia, derivada da palavra burgo (Cidade), e que nada mais era do
que, pessoas que desenvolviam atividades artesanais, fortalecendo as
corporações de ofício aliadas com a acumulação de capital através do
comércio de suas produções. Falamos aqui do deslocamento do eixo de
produção da agricultura para o campo, o capitalismo ou o modo de produção
moderno
A época moderna tem como base a indústria e o comércio. Com isso
temos a mecanização das formas de agricultura e a estratificação e
hereditariedade, nobreza e a servidão passavam de pai para filho. As
relações deixam de ser naturais e passam a ser social. A sociedade
capitalista substitui o termo comunidade e lança a idéia de sociedade
e o rompimento com a estratificação de classes. Os modos de produção
dominam os modos naturais e estes é que vão determinar a
execução e a organização do trabalho.
É importante salientar que o trabalho como conhecemos hoje nunca
esteve tão orientado para o resultado como nos últimos tempos e o lucro
que se obtém através dele e da força de trabalho
A partir do século XVIII tivemos algumas revoluções científicas a primeira teve
como berço a Inglaterra com vínculo na industrialização em substituição a
produção artesanal, além disso, a utilização do ferro, pela máquina a vapor,
surgimento do trabalhado assalariado e do proletariado e do saber global pelo
trabalhador. A segunda no século XIX tem como características principais o
surgimento do aço, da energia elétrica, do petróleo, da indústria química dos
meios de transporte e de comunicação. Este período foi marcado pela
produção em massa e linhas de montagem, pela divisão técnica do trabalho
e surgimento das escolas industriais e profissionalizantes e a terceira revolução
acontece na segunda metade do século XX com a robótica, informática,
aperfeiçoamento de transportes e das comunicações, transformação da
ciência e da tecnologia em matérias primas por excelência e na gestão e
organização do trabalho mais flexível e integrado globalmente.
Chegamos assim à chamada “Era dos Serviços”. em nossa era
atual, o mais promissor não é transformar a matéria-prima em
produto manufaturado, mas produzir e prestar serviços referentes à
constituição de idéias , planejamento , consultoria, pesquisa,
metodologia de trabalho, entre outros. Até o setor de produção de
produto manufatura é cerceada por diversos serviços. Os serviços
ao contrário da agricultura e da indústria exige cada vez mais
especialização e conhecimentos. Assim, passamos a ter um trabalho
mais intelectualizado, exigindo mais disciplina e preparação.
A EVOLUCÃO DO TRABALHO
ERA AGRÍCOLA ERA INDUSTRIAL ERA DO CONHECIMENTO
(19.200 anos) (225 anos) (?)
O trabalho exerce uma capacidade transformadora. O trabalho é
mais antigo que o emprego, o trabalho existe desde o momento
em que o homem começou a transformar a natureza e o
ambiente ao seu redor. Por outro lado, o emprego é algo recente
na História da Humanidade. O emprego é um conceito que surgiu
por volta da Revolução Industrial e é uma atividade que permite
remuneração, mas não permite usar uma ideia, pois deve-se
obedecer as ordens. Muitas pessoas tem um trabalho, mas não
tem um emprego, e vice-versa.
Nos anos 90, as maiores taxas de desemprego foram
registradas em algumas regiões metropolitanas. Essa
foi, diga-se de passagem a pior década para o
desemprego nos últimos cem anos. A situação
melhorou um pouco no início de 2000, porém com as
crises externas e os “apagões” a taxa de desemprego
voltou a subir.
Somente a indústria de transformação fez
desaparecer 1,4 milhão de postos de trabalho,
embora uma parte disso tenha migrado para o setor
terciário.
Hoje a situação do Brasil não é tão boa quanto a dos
Estados Unidos, mas é menos grave do que em outras
regiões no que diz respeito ao emprego. A situação
provocada pela abertura econômica e pela modernização
da indústria ganhou contornos mais preocupantes depois
que a crise na Ásia obrigou o governo a tomar medidas de
esfriamento da economia. O Brasil, cuja bolsa de valores
era a primeira em crescimento no mundo, que tinha
indústrias como a automobilística e a de eletroeletrônicos
expandindo-se a ritmo chinês, de um momento para outro
caiu para um patamar zero de crescimento, com menos
contratações e mais demissões.
Independente disso os analistas vêem o país como um
território que será reconstruído. Haverá necessidade de
mão-de-obra para recuperar estradas, expandir redes de
energia elétrica, construir casas, porque falta tudo no
Brasil, até mesmo redes de esgoto e sistemas de
transporte ferroviário decentes, para não falar em
construção de aeroportos, portos, redes de metrô. Há
setores em que a atividade econômica apenas começou,
caso da telefonia celular ou da exploração, refino e
transporte de petróleo, liberados pela lei que aboliu o
monopólio da Petrobrás. Existe também o campo vasto e
desperdiçado do turismo e das atividades de
entretenimento.
De acordo com um estudo da Bain & Company,
consultoria empresarial americana com escritório em
São Paulo, o emprego em atividades de
entretenimento pode crescer 70% nos próximos dez
anos, se as coisas se ajustarem e não tivermos mais
sustos “de surpresa”. A própria modernização
industrial, que está demitindo, é capaz de gerar
empregos indiretos mais tarde, pois produzirá renda e
consumo. “As tecnologias que economizam mão-de-
obra provocam demissão onde ocorrem, mas podem
criar oportunidades de trabalho em outras áreas em
diferentes modalidades”, diz o economista José
Pastore, um dos maiores especialistas em emprego e
trabalho do país.
MERCADO DE TRABALHO NO
BRASIL DE HOJE:

UMA DUALIDADE: Desemprego & Falta de Talentos

 Mercado limitado pela baixa qualificação da


população

 UM EQUÍVOCO: Exigência demais para


necessidade de menos
As novas exigências mordem de um lado. As máquinas e os
programas de computador mordem do outro. No chão da
fábrica, o operário viu a instalação do tear a jato, quinze vezes
mais veloz do que a sua velha máquina. No dia seguinte
recebeu o chamado do departamento de pessoal. A fábrica ficou
melhor, mas ele procura uma colocação que parece cada vez
mais rara. No escritório, o gerente do almoxarifado perdeu o
lugar para um software que trabalha melhor e mais rápido. Uma
loja funciona hoje com metade dos caixas se estiver equipada
com leitores de código de barras.
O Brasil mergulhou de cabeça nessa nova era a da
internacionalização ou globalização da economia como foi dito
anteriormente, muito rapidamente e ainda está com a pele
ardendo. O mergulho foi assustador. Se ele já não perdeu o
emprego para um código de barras, está ameaçado por
exigências desconhecidas.
Querem que fale inglês fluente, pois o manual, o
cliente ou o fornecedor é estrangeiro. Esperam, ou
melhor, exigem que saiba lidar com computador, seja
criativo, flexível, inquieto. Isso quando não perguntam
ao candidato a uma vaga se ele, por acaso, teve a
interessante experiência de viver alguns anos no
exterior. O mundo do trabalho sofre impactos de todos
os lados. O país entrou em regime de privatização em
1991, com a venda da Usiminas. Conforme dizia o
governo, não dava mais para carregar empresas
deficitárias nem havia dinheiro para modernizá-las.
Cerca de 50.000 pessoas perderam o emprego no
processo de privatização das sete maiores estatais.
Dez anos atrás havia 1 milhão de bancários. Sobraram
470.000
Ocorreu também a pancada da abertura comercial. De um
momento para o outro, as importações subiram de 20 bilhões de
dólares ao ano para um volume três vezes maior. Os produtos
importados modificaram a economia de dois modos. Forçaram as
empresas brasileiras a baixar seus preços (e seus custos) e
devastaram setores sem capacidade de concorrência. As fábricas
de calçados do Rio Grande do Sul empregavam 91.000 pessoas
em 1993. Sob o impacto das importações, só restam 60.000
ocupados. Há seis anos, a indústria têxtil empregava 2,1 milhões
de trabalhadores. Estarrecedor: pelas contas de hoje, 1,3 milhão
de operários do pano foram para a rua nesse período. O que mais
sacrifica o emprego é a competição. De tudo o que se importa,
cerca de 70% são novas máquinas, matérias-primas e
componentes. A indústria brasileira passa por uma ducha de
renovação como nunca se viu. Teve de se modificar para não
desaparecer diante de produtos estrangeiros que surgiram no
horizonte com preço muito mais baixo. E, muitas vezes, qualidade
melhor.
O trabalhador brasileiro por sua vez, não se encontra
preparado para isto. Segundo o IBGE, 36 milhões de
brasileiros em idade de trabalhar têm só o ensino
fundamental completo ou nem isso. Essa população
equivale a quase a metade de toda a força de trabalho
do país e coloca para a sociedade um enorme
problema. Para garantir a sobrevivência, muitos deles
ainda conseguem emprego na economia informal com
algum êxito. Para os outros, o horizonte é desolador.
Isso porque as empresas, com a modernização, já não
precisam tanto de força física, que é o que eles têm a
oferecer se não forem educados.
E o desafio, para o país, é evitar que continue
crescendo a população de subtrabalhadores. O
problema atual, criado pela economia remodelada, é
justamente a geração de empregos. As vagas estão
reaparecendo, como demonstram as contas da Fiesp,
do Dieese, e a análise do Ipea. A questão é que uma
massa enorme de desempregados não está apta a
ocupá-las. Para quem só completou o 1º grau está
difícil achar trabalho de qualidade apenas razoável.
Isso fica evidente quando se investiga o interior dos
índices de desemprego. Cerca de 90% dos que estão
de braços cruzados não completaram o 1º grau. Para
os que têm universidade, a dificuldade é muito menor.
Apenas 3% dos desempregados têm formação
universitária. E mesmo esses enfrentam desafios.
O AVANÇO DO TRABALHO
Deixando de ser físico para ser intangível;

Mais tecnológico e intelectualizado;

 Menos dependente de hierarquias;

 Exigência de alto grau de preparação/educação;

 Mais doentio;

 Dominado pela classe criativa;

Cada vez mais focado em SERVIÇOS e altamente


dependente do CONHECIMENTO.
GLOBALIZAÇÃO, TERCEIRIZAÇÃO,
QUARTEIRIZAÇÃO;
As mudanças sempre estiveram presentes ao longo da
história da humanidade, mas nunca aconteceram tão
rapidamente e com tanta intensidade como na época atual.
Novas tecnologias encurtaram significativamente as
distâncias. Novos recursos, como a internet, aproximaram as
pessoas. Os meios de comunicação de massa estão fazendo
com que as diferenças culturais fiquem cada vez menores e
experimentamos uma integração econômica entre os países
jamais vista. É a globalização.
Mais do que simplesmente um fenômeno surgido nos nossos
dias, a globalização, como a vemos hoje, é o resultado de
um longo processo que, talvez, tenha se iniciado com o
próprio advento das primeiras sociedades humanas.
GLOBALIZAÇÃO, TERCEIRIZAÇÃO,
QUARTEIRIZAÇÃO;

Sempre houve interações entre as pessoas e o comércio é


praticado há muito tempo, mas nunca nas dimensões atuais.
Hoje é extremamente comum produtos de empresas
sediadas em determinado país serem fabricados em outro,
com matérias primas de um terceiro para serem vendidos
praticamente no mundo inteiro. As organizações têm uma
necessidade crescente de pensar suas estratégias a nível
global. As barreiras econômicas, uma a uma, vão caindo e
expondo mercados locais à concorrência de gigantes
transnacionais. Os hábitos de consumo de povos muito
diferentes estão ficando mais parecidos.
GLOBALIZAÇÃO, TERCEIRIZAÇÃO,
QUARTEIRIZAÇÃO;
A globalização relaciona-se com fenômenos de
terceirização, de quarteirização, de utilização de fontes
externas para a produção.
Terceirização (Outsourcing): Terceirizar significa
passar adiante (para terceiros e pagando) a
responsabilidade pela execução de determinada
atividade ou conjunto de atividades. No meio
empresarial, a aplicabilidade do conceito é extensa, uma
vez que empresas entenderam que outras empresas
especializadas na prestação de determinados serviços
poderiam assumir o controle por tarefas não essenciais
ao próprio negócio. Isso permite à organização se
concentrar em sua área fim.” (Araújo, 2001, p. 89).
GLOBALIZAÇÃO, TERCEIRIZAÇÃO,
QUARTEIRIZAÇÃO;

Para Dias (1998), quarteirização:


“É a evolução do processo de terceirização, em que
o gerenciamento dos terceiros passa para uma
quarta empresa. Trata-se do gerenciamento por
parte de uma empresa quarteirizadora, de todas as
atividades, serviços e fornecimentos de uma
empresa e que podem ser terceirizados,
empregando para isto, além de sua própria equipe e
banco de dados, parceiros especializados que
atuam em cada um dos setores”.
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA
Fenômeno ligado à globalização, onde as empresas para
obterem maior competitividade a nível global se
reestruturam.
A reestruturação produtiva se caracteriza por dois
elementos:
Inovação tecnológica: hoje de base microeletrônica
(chips). Exemplos: computador, máquinas de controle
numérico computadorizado, robôs, CAD-CAM (de
Computer Aided Design e Computer Aided Manufacturing
- Desenho e produção industrial com auxílio de
computadores, etc....
Inovação organizacional: terceirização, just-in-time,
kanban, ilhas de produção, trabalho em equipe,
condomínio ou pólo industrial, CCQ (círculo de controle
de qualidade), qualidade total, etc.
EXEMPLOS DE
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA

• Criação de condomínio de
fornecedores
• Fornecedores em módulo na planta
da indústria
• Terceirização da produção
ORIGEM DA REESTRUTURAÇÃO
PRODUTIVA
A reestruturação produtiva veio com a chamada
"Terceira Revolução Industrial" que tem como
paradigma o modelo Toyotista, desenvolvido no
Japão na empresa Toyota de 1950 a 1970.
•Afirma-se como oposição ao modelo de produção
Fordista-Taylorista.
•Começa a se desenvolver no Ocidente a partir da
década de 70.
CARREIRA E PROFISSÃO – A
evolução da carreira
profissional
 Responsabilidade de cada um

 Empresas limitam-se a ter uma estrutura de


cargos e salários

 Plano de vida deve vir primeiro que plano de


carreira
 Especialistas generalistas

 Múltiplas carreiras
 Trabalhando em qualquer parte

 Desprendida de cargos

 Abertura para outros vínculos


(Autônomo,liberal,empresário,etc)
CARREIRA – Fatores
importantes
 IDENTIDADE (Fazer o que gosta)
 SIGNIFICADO DO CLIENTE (Capacidade de
agregar valor)
 FOCO e ESPECIALIZAÇÃO (Ser bom em algo)
 FORMAÇÃO CONTINUA (MBAs ajudam)
 NETWORKING (Indispensável)
 DOMÍNIO DE OUTRA LINGUA (Inglês é
fundamental)
 VIAJAR (Ande à toa, não fique à toa)
PERFIL DO AUXILIAR
ADMINISTRATIVO

O auxiliar administrativo é um trabalhador que


auxilia nas mais variadas funções e serviços de
uma empresa privada ou pública. Presta suporte
nas administrações em geral, seja em empresas,
escritórios de contabilidade ou hospitais. O
funcionamento de uma empresa depende direta ou
indiretamente do que chamamos de rotinas
administrativas, que são desempenhadas por este
profissional.
Quais as tarefas mais demandadas para o auxiliar
administrativo?

É responsável por arquivar documentos, fazer


fotocópias, coletar assinaturas em documentos,
rever processos e conferir dados em documentos
ou notas fiscais. Pode ser o responsável pela
compra de materiais. Também pode ter controle
sobre o caixa da empresa (geralmente em
pequenos valores).
CONCLUINDO...
• Não é difícil chegar à conclusão de que o cenário é de
inovação e a tendência é de mais e mais inovações, e
cabe a nós nos prepararmos e estarmos atentos e
extremamente ligados a tudo e a todo hora. Sendo assim
caminhamos para uma outra direção, para uma economia
baseada no capital intelectual, em que as pessoas é que
vão fazer a diferença do negócio. São elas que poderão
gerar novos empregos, criando novas empresas. Dinheiro
real será feito pelas empresas que investirem nas
pessoas, em educação, em alta tecnologia. Quem não se
adaptar estará fora do jogo.
BIBLIOGRAFIA

• DE MASI, D. O Futuro do Trabalho, 3º edição, Brasília DF , Ed.


UnB 2000
•www.ibge.gov.br
•www.ipea.gov.br
•www.josepastore.com.br
•www.istoe.com.br
•www.vocesa.com.br , 08/2000www.veja.com.br , 11/02/98,
21/07/99, 21/06/2000, 05/04/2000
•http://www.geocities.com/des2000x/ , Desemprego.

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