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JUSTIÇA GRATUITA
TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA - IDOSO
II – DOS FATOS
No mês de maio de 2023, o Autor relatou que o empréstimo abaixo vem sendo
descontado de sua conta relativo a benefício do INSS, realizado pela instituição
financeira Banco Pan , Ré da presente ação.
Constatou que se tratava de 05 (cinco) empréstimos consignados feitos em seu
nome, sem o seu consentimento.
O primeiro no valor de R$ 1.649,74 (hum mil seiscentos e quarenta e nove reais
e setenta centavos) parcelado em 84 (oitenta e quatro vezes) cada parcela no valor de
R$ 19,64 (dezenove reais e sessenta e quatro centavos), descontadas mensalmente
de sua conta a partir de janeiro de 2021, conforme demonstrado em tabela:
CONTRATO COMP. 1ª COMP. DATA DA INICÍO DE QTDE DE VALOR DA VALOR
PARCELA ÚLTIMA INCLUSÃO DESCONT PARCELA PARCELA DO
PARCELA O S EMPRÉSTI
MO
622824318 01/2021 12/2027 04/09/2020 01/2021 84 19,64 1.649,74
Assim, resta evidente que o contrato de empréstimo objeto desta lide deve ser
declarado nulo por não preencher os requisitos mínimos de existência e validade do
negócio jurídico (contrato de empréstimo consignado), portanto, violada a regra geral
de formação dos contratos prevista no art. 104 e 107 do Código Civil; in verbis:
Ressalta-se que o Autor figura no presente caso, apesar de contra sua vontade,
como consumidor dos serviços da Ré, inegável é que a relação do Autor com o banco
é consumerista, incidindo a legislação de direito do consumidor, matéria inclusive, já
sumulada pelo STJ (Súmula 297).
Percebe-se que houve uma prestação defeituosa do serviço, com má-fé e falha
na segurança do seu “modo de fornecimento”, não sendo verificados os requisitos
mínimos para a conclusão de um contrato de empréstimo, sendo o principal deles a
vontade do Autor de contratar, visto que a Ré se utilizou de dados do Autor para fazer o
contrato, e alega que o Autor o teria assinado. Porém o Autor assevera: NUNCA
ASSINOU CONTRATO ALGUM COM A EMPRESA RÉ TAMPOUCO AUTORIZOU
TAIS EMPRÉSTIMOS.
3. DO DANO MORAL
Ainda:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem
É notório o dano moral sofrido por aquele que tem todos esses meses
descontados em sua conta bancária valores referentes às parcelas de empréstimos e
produtos que não contratou, privando-o de parte de seus proventos.
A indenização por danos morais deve ser fixada num montante que sirva de
reprimenda pedagógica à requerida e a sociedade, como um todo, de que o nosso
direito não tolera as condutas danosas, negligentes e culposas, impunemente, devendo
a condenação atingir efetivamente, de modo muito significativo, o patrimônio do
causador do dano, contudo sem causar enriquecimento ilícito por parte do autor, para
que assim, o Estado possa demonstrar que o direito existe para ser cumprido.
Conforme lei 8.078/90, o autor possui direito de receber não somente os valores
descontados em seu benefício, como também o dobro do valor.
IV – REQUERIMENTOS E PEDIDOS
.
a) Sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita sendo o requerente pobre
nos termos da lei;
b) Seja deferido o pedido de tutela antecipara para a imediata suspensão dos
descontos bem como seja oficiado o INSS;
c) Seja JULGADA PROCEDENTE OS PEDIDOS para declarar a inexistência de
relação jurídica/obrigacional do autor perante o banco/réu que justificasse os
descontos mensais em sua pensão previdenciária;
d) Seja condenado o banco/réu ao reembolso em dobro dos valores mensais,
corrigido monetariamente, mais juros moratórios de 1% (um por cento), a partir
das respectivas datas dos descontos;
e) Seja condenado o banco/réu ao pagamento a título de indenização por dano
moral no valor de R$7.000,00 (sete mil reais);
f) A inversão do ônus da prova nos termos do art. 6 VII, do CDC, seja o Réu
intimado a exibir as gravações ou documentos que comprovam a contratação;
g) A prioridade da tramitação nos termos do artigo 71 da Lei n° 10,742/2003
(estatuto do idoso);
h) A citação do banco/réu, para, querendo, contestar, sob pena de revelia;
Nestes termos,
Pede deferimento
São José, 15 de junho de 2023.