Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
I. DA JUSTIÇA GRATUITA
2
III. DO DESINTERESSE DA AUDIÊNCIA CONCILIATÓRIA (art. 331,
§ 4º, I CPC):
3
Ocorre que, após o prazo de 18 meses de descontos, ao invés de
findar o contrato, as parcelas continuam sendo descontadas do
benefício da Autora.
4
Dessa forma, por não ter autorizado o desconto, tampouco
recebeu/desbloqueou/utilizou cartão que justificasse o débito! Logo, o
Banco Réu NÃO DEVERIA estar descontando do consumidor valores a
título de Empréstimo sobre a RMC e de Reserva de Margem de Crédito
(RMC).
5
e cinco centavos) para arcar com dívidas alimentares, remédios e
moradia.
6
(comum) e cartão de crédito RMC, sob o prisma de verificar as reais
condições praticadas pela instituição financeira.
7
Diante disso, ora Excelência, a parte autora não quer de modo
algum levar vantagem contra o Banco Réu, porém não pode ser lesada
somente pela magnitude de atuação da instituição financeira. A
intenção do Autor não é se eximir de suas obrigações, mas, e está
cabalmente DEMONSTRADO e COMPROVADO com o CÁLCULO
PERICIAL, que os princípios de lealdade e de boa-fé não foram
observados pelo Banco-Réu, pois não resta dúvidas que a intenção do
autor não era a contratação de um cartão de crédito consignado, mas
sim de um empréstimo consignado tradicional (comum) a ser pago em
parcelas fixas e determinadas.
8
possibilidade de propositura da demanda no domicílio do Autor
porquanto reconhecidamente hipossuficiente.
2
O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.
3
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: (...) VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
9
Assim, o princípio da força obrigatória contratual (pacta sunt
servanda) deve ceder e se coadunar com a sistemática do Código de
Defesa do Consumidor.
10
serventia para o consumidor (STJ, Resp 586.316, Rel. Min. Herman
Benjamin, 2ª T., DJ 19/03/2009).
11
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;”.
12
oferta do crédito e o esclarecimento do consumidor no momento da
contratação, senão vejamos:
13
Não se olvide que as maiores “vítimas” desta modalidade
contratual são aposentados, pessoas idosas, muitas vezes analfabetos,
ou seja, HIPERVULNERÁVEIS, que já recebem uma parca renda e, em
busca de crédito, acreditam na promessa “milagrosa” da concessão de
um crédito a longo prazo, com parcelas reduzidas, mas desconhecem as
reais condições de contratação.
I - (VETADO);
14
sobre as consequências genéricas e específicas do
inadimplemento;
15
DEVER DE INFORMAÇÃO. CONTRATAÇÃO QUE COLOCA O
CONSUMIDOR EM DESVANTAGEM EXAGERADA.
INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 39, IV, V, E 51, IV E § 1º, DO
CDC. NULIDADE DO CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO
DIANTE DA IMPOSSIBILIDADE DE INTEGRAÇÃO. RETORNO
DAS PARTES AO STATUS QUO ANTE. DEVER DO
CONSUMIDOR DE DEVOLVER OU COMPENSAR OS VALORES
RECEBIDOS PELO CONTRATO NULIFICADO, CORRIGIDOS
MONETARIAMENTE. DEVOLUÇÃO SIMPLES DO INDÉBITO
POR PARTE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, CORRIGIDOS
MONETARIAMENTE E ACRESCIDO DE JUROS DE MORA.
POSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO. DANOS MORAIS
DECORRENTES DA CONDUTA DO BANCO. VERIFICAÇÃO.
ATITUDE ALTAMENTE REPROVÁVEL DA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA. OFERTA DE CONTRATO EXTREMAMENTE
DESVANTAJOSO, EM DETRIMENTO DE CONTRATO
SOLICITADO PELO CONSUMIDOR. QUANTUM FIXADO
ABAIXO DA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO BIFÁSICO UTILIZADO
POR ESTA CÂMARA. DECISÃO MANTIDA.APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDA E NÃO PROVIDA. (TJPR - 13ª C.Cível - 0007401-
30.2018.8.16.0024 - Almirante Tamandaré - Rel.:
DESEMBARGADORA ROSANA ANDRIGUETTO DE CARVALHO
- J. 19.06.2020)
16
advocatícios em grau recursal, com fulcro no art. 85, §11, do
CPC. PRIMEIRO APELO CONHECIDO E DESPROVIDO.
SEGUNDO APELO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE.
SENTENÇA REFORMADA. (TJGO, PROCESSO CÍVEL E DO
TRABALHO -> Recursos -> Apelação Cível, 0315926-
75.2016.8.09.0093,Minha Relatoria, 5ª Câmara Cível, julgado
em 10/05/2021, DJe de 10/05/2021)
[…]
6. A restituição em dobro do indébito (parágrafo único do
artigo 42 do CDC) independe da natureza do elemento
volitivo do fornecedor que cobrou valor indevido,
revelando-se cabível quando a cobrança indevida
consubstanciar conduta contrária à boa-fé objetiva.
Precedentes STJ. 7. Como o cartão de crédito não foi utilizado
pela consumidora para compras, demonstrando que ela
realmente fechou o negócio imaginando ter contraído
empréstimo pessoal, o dano moral deve ser fixado, in casu, no
valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), devendo incidir juros de
mora de 1% ao mês a contar da citação e correção monetária
pelo INPC a partir do arbitramento (Súmula 362/STJ). 8.
Relegado exclusivamente à ré, ora primeira apelante, a
responsabilidade pelo pagamento dos honorários advocatícios
fixados à ocasião da sentença. 9. APELAÇÕES CÍVEIS
CONHECIDAS. 1ª APELAÇÃO DESPROVIDA. 2ª APELAÇÃO
PROVIDA.(TJGO, PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO ->
Recursos -> Apelação Cível 5284290-82.2020.8.09.0087, Rel.
Des(a). GUILHERME GUTEMBERG ISAC PINTO, 5ª Câmara
Cível, julgado em 27/04/2021, DJe de 27/04/2021)
17
cabalmente demonstrada, ante as peculiaridades do
julgamento em concreto.
18
norma do art. 6º da LICC foi alçada a patamar constitucional,
de modo que sua violação não pode ser discutida em sede de
recurso especial. Precedentes. - Tratando-se de ação
condenatória, os honorários advocatícios têm de ser fixados
conforme os parâmetros estabelecidos no art. 20, §3º do CPC.
Merece reforma, portanto, a decisão que os estabelece em valor
fixo. Precedentes. Recursos especiais da autora e do réu
conhecidos e parcialmente providos.”
19
categoria do tomador (pessoas físicas e jurídicas) e com a modalidade de
empréstimo realizada (hot money, desconto de duplicatas, desconto de
notas promissórias, capital de giro, conta garantida, financiamento
imobiliário, aquisição de bens, 'vendor', cheque especial, crédito
pessoal, entre outros).
20
de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da
mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o
devedor.
21
mais controvertidas em instância especial. Os ministros aprovaram
tese4 que visa pacificar a interpretação do parágrafo único do artigo 42
do Código de Defesa do Consumidor.
22
Também dispõe o § único, do art. 42, do CDC:
Art. 42 (...)
23
Com o máximo respeito, Excelência, ser idoso não é
sinônimo de ser tolo, e em nenhum momento aferimos tratamento
discriminatório indevido, apenas enfatizamos que, pelo uso do bom
senso, a pessoa idosa, na sua grande maioria, possui pouco ou
nenhum esclarecimento ou discernimento sobre esse tipo de
operação financeira. De modo igual, até mesmo algumas pessoas bem
instruídas e jovens não possui total conhecimento sobre as
funcionalidades do sistema bancário e seus produtos/serviços.
e) ALTERAÇÃO CONTRATUAL
24
Nesse sentido, observe-se que, aparentemente para o
consumidor, o empréstimo consignado e o saque em cartão de crédito
consignado em nada se diferem, visto que o aposentado busca a
instituição financeira, assina um contrato com autorização de desconto
no benefício previdenciário e recebe o numerário em sua conta corrente.
5
Apelação Cível n° 0011730-94.2017.8.16.0194 15ª Vara Cível de Curitiba Apelante(s): IRACEMA DOS SANTOS
ONORATO Apelado(s): BANCO OLE BONSUCESSO CONSIGNADO S.A. Relator: Desembargadora Rosana
Andriguetto de Carvalho – data do julgamento: 28 de agosto de 2020
25
amortização real, sem considerar qualquer correção de valores,
conclui-se que o consumidor adimpliria o valor do saque –
R$1.299,18 (mil duzentos e noventa e nove reais e dezoito
centavos) – em mais de 1.000 parcelas, ou seja, em cerca de
91 anos, bem como pagaria, no total, R$ 59.674,20 (cinquenta
e nove mil seiscentos e setenta e quatro reais e vinte centavos).
Agora, suponha que o consumidor obtivesse o numerário
mutuado da forma como pretendia – empréstimo
consignado –, utilizando-se as mesmas variáveis, ou seja, o
empréstimo de R$1.299,18 (mil duzentos e noventa e nove
reais e dezoito centavos), a uma taxa mensal de 3,06% (três
vírgula zero seis por cento) ao mês, com parcelas de R$54,20
(cinquenta e quatro reais e vinte centavos), conclui-se que o
consumidor adimpliria o valor mutuado em cerca de 44
parcelas, ou seja, em menos de 4 anos, bem como pagaria,
no total, R$ 2.384,80 (dois mil trezentos e oitenta e quatro
reais e oitenta centavos)
COLAR ETAPA DO CÁLCULO PERICIAL
Questiona-se: apresentados, da forma como feita acima, ambas
as formas de contratação ao consumidor – saque por meio do
cartão de crédito consignado ou empréstimo consignado –
quem em sã consciência optaria por pagar 1.000 parcelas a
mais, por 87 anos a mais e um valor R$ 57.289,40
(cinquenta e sete mil duzentos e oitenta e nove reais e quarenta
centavos) mais caro que a outra forma de contratação?” Por
óbvio, não há qualquer vantagem ao consumidor. A
contrário, do seu ponto de vista, só há desvantagens em
optar pelo saque em cartão de crédito consignado em
detrimento do empréstimo consignado, ainda mais porque
em ambos os casos receberia o mesmo valor mutuado”.
(grifo nosso)
Nos termos do que dispõe o artigo 51, § 2º, do CDC, "a nulidade
de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto
26
quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer
ônus excessivo a qualquer das partes".
f) DO DANO MORAL
27
realização do negócio jurídico, na taxa de juros pactuada e na falta de
interrupção do desconto, mesmo o contrato estando quitado.
Fonte: https://migalhas.uol.com.br/quentes/329401/aposentada-que-
contratou-emprestimo-consignado-mas-sofreu-desconto-de-cartao-sera-
indenizada
28
A notícia acima, informa sobre abertura de processos
administrativos instaurados pelo Departamento de Proteção e Defesa do
Consumidor (DPDC) contra Instituições Financeiras, quanto as
contratações de empréstimos realizadas via telefone, todavia também
enfatiza:
Fonte: https://extra.globo.com/economia/bancos-serao-investigados-
por-se-aproveitar-da-vulnerabilidade-de-idosos-para-oferecer-
consignado-23818748.html
29
As reportagens acima são apenas uma pequena demonstração
em meio há milhares de reclamações realizadas por consumidores e
órgãos de proteção que repudiam o engano, a má-fé e a ilegalidade
cometida por alguns Bancos referente à contratação de
empréstimos consignados, RESSALTA-SE NO CASO EM QUESTÃO, o
cartão de crédito RMC.
30
Assim sendo, para que haja ato ilícito, necessária se faz a
conjugação dos seguintes fatores: a existência de uma ação; a
violação da ordem jurídica; a imputabilidade; a penetração na
esfera de outrem. Desse modo, deve haver um comportamento
do agente, positivo (ação) ou negativo (omissão), que,
desrespeitando a ordem jurídica, cause prejuízo a outrem, pela
ofensa à bem ou a direito deste. Esse comportamento (comissivo
ou omissivo) deve ser imputável à consciência do agente, por
dolo (intenção) ou por culpa (negligência, imprudência,
imperícia), contrariando, seja um dever geral do ordenamento
jurídico (delito civil), seja uma obrigação em concreto (inexecução
da obrigação ou de contrato). [...] Deve, pois, o agente recompor o
patrimônio (moral ou econômico) do lesado, ressarcindo-lhe os
prejuízos acarretados, à causa do seu próprio, desde que
represente a subjetividade do ilícito. Bittar, Carlos Alberto . A
Responsabilidade Civil - Doutrina e jurisprudência, Saraiva, 20
ed., p. 93/95 (grifo nosso)
6
(TJMG - Apelação Cível 1.0153.13.004951-0/001, Relator(a): Des.(a) José Arthur Filho , 9ª CÂMARA CÍVEL,
julgamento em 20/06/2018, publicação da súmula em 10/07/2018)
31
Além disso, é certo que o valor da indenização deve atender aos
princípios da proporcionalidade e razoabilidade, mostrando-se
suficiente para compensar a vítima pelo dano sofrido e, ao mesmo
tempo, para sancionar o causador do prejuízo e servir de desestímulo à
repetição do ato ilícito, sem, contudo, causar locupletamento indevido.
Conforme entendimento:
32
quantum arbitrado. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
(TJGO, Apelação (CPC) 502410663.2017.8.09.0051, Rel.
Leobino Valente Chaves, 3ª Câmara Cível, julgado em
21/09/2018, DJe de 21/09/2018) - grifei
33
Requer a antecipação da tutela pretendida, para que se digne V.
Exa. em determinar, inaudita altera parte e nos termos do art. 300 do
CPC7, bem como do art. 84 do CDC 8, à vista dos elementos trazidos
aos autos e do arcabouço de provas lançadas a configurar o “fumus
boni juris”, e principalmente o ´´periculum in mora´´ que seja
determinada a consequente suspensão dos descontos relacionados
ao contrato nº 850239655-2, em seus proventos benefício
previdenciário, SOB CASO HAVER DESOBEDIÊNCIA, seja aplicada
multa diária enquanto não comprovar a baixa do empréstimo,
restabelecendo o valor dos proventos recebidos pelo o autor.
7
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.
8
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
34
e dos descontos no benefício do Autor, fato que vem gerando inúmeros
transtornos e constrangimentos.
35
IV - a petição inicial for instruída com prova documental
suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a
que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável.
36
"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em
obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção da
provas dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma
vez que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora
inerente à prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu
certamente o beneficia." (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de
Urgência e Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284)
37
a. O recebimento da presente demanda, com todos os documentos
que a acompanham;
38
desestímulo tendo em vista se tratar de atos lesivos aos direitos do
consumidor, e com vista ao relevante poder econômico da parte;
Termos em que
39
ADVO
OAB 000000
40