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AÇÃO REVISIONAL
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
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introduzidas pela Lei nº 7.510/86, por não ter a Autora condições de arcar com
as custa processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do seu sustento.
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A parte Autora manifesta desinteresse na Audiência conciliatória,
requerendo desde já sua retirada da pauta.
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Ocorre que, recentemente, a Aposentada vem passando por
problemas de saúde que a limitam tanto fisicamente, quanto mentalmente. Por
consequência, seus gastos com a saúde têm triplicado devido a necessidade
de cuidados específicos e remédios com altos custos.
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Em consulta ao site do Banco Central – BACEN, baseado nos
20 melhores bancos, no dia em que foi celebrado o contrato em 22/01/2015 na
modalidade Crédito consignado INSS, a taxa média do mercado neste dia
para as Instituições Financeiras aplicar aos consumidores era de 1,98% ao
mês, conforme demonstrado:
Por esta razão, serve a presente demanda para requerer que seja
declarada a abusividade do banco réu, ao estipular juros remuneratórios
superiores à média do mercado e não honrar com o que foi pactuado no
contrato, reajustando-os ao patamar melhor aplicado ao consumidor.
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Devendo o contrato ser recalculado pela taxa média do mercado
posto que mais vantajoso ao mutuário. Dessa forma, uma vez que a Autora já
realizou o pagamento das 72 parcelas, é correto o reenquadramento da taxa de
juros e o indébito em dobro, por parte do Banco Réu, dos valores cobrados
indevidamente.
Resta nítido que o intuito da Autora não é de nenhuma forma usar
meios ardilosos para se eximir de sua obrigação, mas ao contrário, é correto e
justo que a consumidora pague seu contrato de empréstimo da forma correta,
conforme lhe foi repassado no momento da contratação. De forma similar, a
utilização da taxa de juros compatível com o estabelecido BACEN garante
equilíbrio e justiça ao negócio jurídico pactuado.
PRELIMINARMENTE:
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DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
(…)
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra
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práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento
de produtos ou serviços;
V – a modificação de cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão
em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas;
(…)
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;” (Destaque não original)
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produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características,
composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem”.
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A Requerente, como tantos brasileiros, não detém (nem
deveria deter) conhecimento técnico apto a compreender todas as
vicissitudes do contrato.
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conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
produtos ou serviços;
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c) são inaplicáveis aos juros remuneratórios dos contratos de
mútuo bancário as disposições do art. 591 c/c o art. 406 do
CC/02;
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Sobre a matéria, nota-se que o precedente uniformizador da
jurisprudência é o REsp 715.894/PR, de minha relatoria, 2ª Seção, DJ de
19/03/2007, assim ementado:
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estabelecidos no art. 20, §3º do CPC. Merece reforma,
portanto, a decisão que os estabelece em valor fixo.
Precedentes.
Recursos especiais da autora e do réu conhecidos e
parcialmente providos.”
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(prefixado, pós-fixado, taxas flutuantes e índices de preços), com a categoria
do tomador (pessoas físicas e jurídicas) e com a modalidade de empréstimo
realizada (hot money, desconto de duplicatas, desconto de notas promissórias,
capital de giro, conta garantida, financiamento imobiliário, aquisição de bens,
'vendor', cheque especial, crédito pessoal, entre outros).
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Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a
taxa de juros efetivamente contratada - por ausência de
pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos
autos -, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo
Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a
taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
O Superior Tribunal de Justiça, consolidou o entendimento
de que:
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Devendo assim, o contrato ser recalculado pela média do
mercado posto que mais vantajoso ao mutuário, conforme entendimento
consolidado do STJ, nos ditames do Resp 715.894/PR e o excedente ser
devolvido com juros e atualização monetária.
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“todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica
obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que
recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.”
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isto é, analisando as taxas de juros aplicadas ao financiamento, bem
como a forma de cálculo dos mesmos.
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Quanto à previsão legislativa, o dever de indenizar é
fundamentado tanto pela Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso V, como
pelo Código de Defesa do Consumidor presente no artigo 14. Depreende-se
de seu texto, a imputação direta, independentemente de culpa, da reparação
do dano causado ao consumidor oriundo de “defeito” relativo à prestação do
serviço.
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O instituto processual da tutela de evidencia está disciplinado
no artigo 311 do CPC, in verbis:
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presentes no caso em apreço com farta documentação e decisões em casos
repetitivos, como já colacionados.
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Logo, de acordo com a taxa média do mercado – à época da
contratação – 1,98%, seriam necessárias 62 prestações fixas e mensais de R$
19,11, a taxa de 1,98% ao mês para quitar o valor financiado de R$ 682,99,
gerando um montante de R$ 1.287,36 (mil reais duzentos e oitenta e sete
reais e trinta e seis centavos, com indébito em dobro no valor de R$
382,20 (trezentos e oitenta e dois reais e vinte centavos), devendo assim, o
contrato ser recalculado pela média do mercado posto que mais vantajoso ao
mutuário, conforme entendimento consolidado do STJ, nos ditames do Resp
715.894/PR.
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multa diária no valor de R$ 500,00 até o limite de 20 salários
mínimos por descumprimento ou reincidência;
c) após a concessão da liminar ora pleiteada, que seja
oficiado imediatamente a fonte pagadora (INSS), para
readequar o prazo de contrato para 62 parcelas no benefício
da autora até decisão definitiva;
d) Julgamento antecipado do mérito por não ser necessária
dilação probatória no curso do processo, nos termos do art.
355, caput e inciso I, do Código de Processo Civil;
e) Seja o Requerido citado, na pessoa de seu representante
legal, para que, querendo, responda a presente ação,
dentro do prazo legal, sob pena de, não o fazendo, serem-lhe
aplicados os efeitos da revelia e confissão quanto à matéria de
fato que será considerada verdadeira, assim como relatada
pela Requerente;
f) Condenação do Requerido em custas e despesas judiciais,
bem como honorários advocatícios no importe de 20%, pois,
deu causa, a presente demanda;
g) Seja conhecida o descumprimento contratual nas
cláusulas contratuais no que tange a cobrança excessiva,
por serem superiores da média do mercado, colocando o
consumidor em desvantagem exagerada, fixando-os ao
patamar melhor aplicado ao consumidor com a condenação do
Banco Réu ao pagamento de indébito em dobro no valor de
R$ 382,20 (trezentos e oitenta e dois reais e vinte centavos);
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j) a expedição da requisição de pagamento, referente aos
honorários advocatícios, em nome desta advogada que
subscreve, bem como o destaque dos honorários contratuais,
nos termos do art. 5º da Resolução nº 559/07 do Conselho da
Justiça Federal, em percentual incidente sobre o montante da
condenação e em cumprimento ao contrato de honorários/
procuração juntado ao processo e Recomendação 004/08-
CCJ para que os alvarás sejam expedidos em nome do
advogado que esta subscreve;
Nestes Termos,
Pede deferimento.
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