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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...

Processo n.

O (A) APELANTE, devidamente qualificado nos autos do


processo em epígrafe, nesta ação movida em face da SEGURADORA
RÉ, igualmente qualificada, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, por seus advogados, inconformado com a sentença retro,
interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

nos termos dos arts. 1.009 e ss. do Código de Processo Civil, através
das razões anexas, as quais requer, após processadas, sejam
remetidas à apreciação do Egrégio Tribunal de Justiçado Estado de...,
com as cautelas legais.

Pede deferimento.

_____________________, _____ de _____________ de __________.

ADVOGADO
OAB

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EXCELENTÍSSIMOS DESEMBARGADORES E DESEMBARGADORAS
DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ...

EXCELENTÍSSIMO(A) DESEMBARGADOR(A) RELATOR(A)

RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

Eméritas e Doutas Excelências:


Excelências

Com a devida vênia ao M.M. Juiz de primeiro grau, merece


ser reformada a sentença que indeferiu a petição inicial, extinguindo
a demanda sem resolução de mérito, ante a falta de descrição das
lesões permanentes decorrentes do acidente de trânsito e de
demonstração do quantum indenizatório pretendido.

O(A) Apelante ingressou com a presente ação postulando a


indenização do seguro DPVAT em razão de acidente automobilístico
ocorrido em ... (data do acidente).

Na exordial, o(a) Apelante demonstrou de forma inequívoca a


ocorrência do acidente automobilístico, objetivando o pagamento de
da indenização por invalidez, diante do grau das suas sequelas.

Não obstante isso, a demanda foi extinta pelo Juiz a quo sem
resolução de mérito, nos seguintes termos:

... (retirar dispositivo da sentença de 1º grau)

Entretanto, tal entendimento não deve prosperar, razão pela


qual, o(a) Apelante interpõe o presente Recurso de Apelação, pois a

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decisão do Juízo sentenciante não encontra guarida na legislação de
regência e na interpretação conferida pelos tribunais pátrios, pelo que
deve ser reformada a sentença.

1. DA REFORMA DA SENTENÇA

A sentença guerreada indeferiu a petição inicial, extinguindo


a demanda sem resolução de mérito, ante a falta de descrição das
lesões permanentes decorrentes do acidente de trânsito e de
demonstração do quantum indenizatório pretendido.

Contudo, referida decisão não merece prosperar.

Isso porque, verifica-se que a petição inicial preenche os


requisitos previstos nos artigos 319 e 320 do CPC/2015, que dispõem:

Art. 319. A petição inicial indicará:


I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de
união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do
autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade
dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de
conciliação ou de mediação.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II,
poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências
necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta
de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação
do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento
ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais
informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o
acesso à justiça.

Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos


indispensáveis à propositura da ação.
Logo, não há causa para indeferimento da inicial com base no

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art. 330, III, do CPC.

Compulsando a inicial, observa-se que o Apelante expôs os


fatos, delimitou e fundamentou seu pedido, valorou a causa, bem
como pugnou pela produção de provas para demonstrar seu direito em
juízo.

De outro lado, não há obrigatoriedade de trazer aos autos


prova pericial, uma vez que esta pode ser realizada judicialmente, sob
o crivo do contraditório, auxiliando o magistrado na resolução do
conflito.

Ao ingressar com ação objetivando o recebimento de valor


maior do que o pago em esfera administrativa, cabia ao Apelante trazer
aos autos prova da ocorrência do sinistro, da existência de invalidez
permanente e do pagamento parcial ocorrido extrajudicialmente, o que
fez.

O acerto ou não do pagamento já efetuado é que será


debatido nos autos, cabendo às partes demonstrar suas alegações
durante a instrução probatória.

Com efeito, a instrução probatória servirá para verificação do


direito em si, ou seja, se há o direito à indenização, não sendo
requisito para interposição da demanda a existência de laudo médico
prévio a constatar que a invalidez que acomete o segurado é maior do
que o considerado pela seguradora no momento do pagamento parcial.

No ponto, tendo o Apelante requerido a produção de prova


pericial, deve ser essa meio válido à comprovação da extensão de sua
incapacidade decorrente dos danos sofridos, os quais estão
suficientemente descritos nos documentos hospitalares trazidos na
exordial (fls. ...).

Extinguir a ação ante a falta de indicação de seu grau de


invalidez e do quantum que entende ser devido é tolher o direito de

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ação do Apelante, por não lhe oportunizar todos os meios que lhe são
garantidos para demonstrar o seu direito.

Neste sentido:

AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO OBRIGATÓRIO - DPVAT.


PAGAMENTO PARCIAL DA INDENIZAÇÃO FEITO EM ESFERA
ADMINISTRATIVA. INDEFERIMENTO DA INICIAL ANTE A
AUSÊNCIA DE PROVA DE QUE O AUTOR POSSUI GRAU DE
INVALIDEZ SUPERIOR AO APURADO PELA SEGURADORA.
DESCABIMENTO. POSSIBILIDADE DE SE AFERIR A
INVALIDEZ E SUA RESPECTIVA EXTENSÃO DURANTE A
INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. OFENSA AO DIREITO DE
AÇÃO. SENTENÇA CASSADA. RECURSO PROVIDO. (TJSC,
AC n. 0301163-94.2016.8.24.0079, de Videira,
Desembargadora Maria do Rocio Luz Santa Ritta, julgado em
20 de setembro de 2016, sem grifo no original)

Destarte, ante a possibilidade de se verificar a extensão da


invalidez permanente através da produção de prova pericial requerida
na exordial, a ser comparada com os danos oriundos do acidente de
trânsito (fls. ...), imperativa a cassação do julgado guerreado, devendo
os autos retornarem à instância de origem para devida instrução.

2. PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer seja dado provimento ao


presente Recurso de Apelação, para que seja cassado o julgado
guerreado, devendo os autos retornarem à instância de origem para a
devida instrução.

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade/UF, data.

ADVOGADO
OAB/UF XX.XXX
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