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Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso

R∴E∴A∴A∴
A∴ R∴ L∴ S∴ João Bismark nº 39
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Trabalho 3ª Instrução de AP∴ M∴

AP∴ M∴ Pedro Moacyr Pinto Júnior

ESPADA FLAMEJANTE

Venerável Mestre,
Irmão Primeiro Vigilante,
Irmão Segundo Vigilante,
Caros Irmãos,

A Espada é definida como:

Arma branca, de lâmina longa e aguda, com corte num ou ambos os


lados, fixada a um punho e guardada numa bainha...

O uso da Espada vem de eras remotas, atravessando séculos, e sendo


admitida na Maçonaria como símbolo, inclusive no Livro Sagrado, onde a Maçonaria
se baseia, existe menção à Espada, conforme será explanado mais adiante.

Com um simbolismo vastíssimo, a Espada é um dos acessórios mais


usados nas Cerimônias Maçônicas.

No seu aspecto mais vulgar, é a arma da vigilância por meio da qual


o Iniciado procura defender os nossos augustos mistérios de toda intromissão violenta
do mundo profano.
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Empunhada com a mão direita, a Espada representa uma arma e
simboliza ação física; por isso os Maçons a seguram, quase sempre, com a mão
esquerda, pois, assim, ela se transforma em instrumento de “transmissão” e de ação
iniciática.

Segurar com a mão esquerda a Espada, de fato, simboliza a


faculdade passiva do pensamento. A interpretação moral do simbolismo da Espada é
que, na luta constante entre os dois princípios, o Bem e o Mal, existe, para este último
reservado castigo, que é o fogo destruidor da consciência.

Para os Maçons, A Espada é, pois, um símbolo de proteção contra o


mudo profano, um símbolo de consciência, mas também um símbolo de honra, de
combatividade e de igualdade.

A Espada é obrigatória em certas cerimônias, como no ato do


juramento, no qual ela desempenha o simbolismo da Honra, do Valor e da
Dignidade. E nenhum Maçom é considerado investido em seus diferentes graus, sem
antes não prestar solenemente o juramento ritualístico, perante o símbolo da Honra e
da Dignidade, a Espada que os Maçons juram exaltar.

A Maçonaria consagrou dois tipos de Espadas: a comum,


comumente usadas pelos irmãos da loja; e a Flamígera ou Flamejante, usada
especialmente pelo Venerável Mestre.

Como informado anteriormente, a Espada Flamejante não está


descrita em nenhum livro, exceto a Bíblia, onde relata que ela foi empunhado pelos
Anjos do Senhor, Guardiões da Porta do Paraíso Terrestre, como verdadeira Espada
de Fogo, vejamos o que diz em Gênesis 3:24:

“E expulsou-os; e colocou, no oriente do Jardim do Éden, querubins


armados de espadas flamejantes, para guardar o caminho da Árvore da
Vida ” .

A Maçonaria Simbólica adotou-a, pois representa, sem dúvida, a


emancipação da força, de proteção, de defesa e de ação. Tem significados
tremendamente profundos na Simbologia Maçônica, sendo talvez, o principal deles, a
arma a ser usada na luta eterna da dualidade entre o “Bem” e o “Mal”, conforme
anteriormente já ressaltado.

O Simbolismo da Espada Flamígera é muito acertado, embora tenha


sido suprimido em muitas Lojas por não ser compreendido.

Dentre o Simbolismo utilizando-se a Espada Flamejante nas sessões


ritualísticas na Maçonaria, podemos destacar:
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- Semelhante aos Anjos do Senhor na Porta do Paraíso, é usada simbolicamente pelos
Irmãos Cobridores ou Guardas do Templo, Externo e Interno, na Porta do Templo
para “telhar” os IIr.: retardatários ao início da Sessão Maçônica e, “cobrir” o Templo
aos profanos, simbolizando a autoridade da Ordem Maçônica em seus domínios.

- A Espada, quando colocada sobre o Livro da Lei, simboliza que ela lá está como
defesa e guarda da Lei contra os traidores e é uma advertência de que “na Lei e na
Espada estão a Ordem e a Obediência”.

- A Espada Flamejante simboliza também o poder possuído pelo Venerável Mestre


de Iniciar novos Aprendizes, Elevar novos Companheiros e Exaltar novos Mestres. O
Venerável Mestre é a autoridade máxima da Loja, e deve ser o mais correto de todos
os Irmãos. Esta retidão exemplar é simbolizada pelo “Esquadro” e a autoridade
máxima é simbolizada pela Espada Flamejante

Estas Espadas não podem ser substituídas pelas Espadas comuns,


cujo simbolismo não se aplica a estes casos e não devem ter bainha, assim como a do
Venerável Mestre. Nesse sentido, descreve Luíz Umbert Santos em sua obra “El Ara
de los Juramentos Masonicos”:

“Nas mãos do Venerável Mestre, a Espada simboliza a superioridade e a


autoridade da ciência e das virtudes, cujos princípios maçônicos
resplandecem e se propagam a todos os ventos, sem ponto fixo nem
direção, como as chamas do fogo que se elevam até o infinito; significa,
também, que todos os ensinamentos maçônicos, que são ministrado nas
Oficinas, devem ser dados a conhecer em toda arte e a todos os Irmãos e
aos homens sem distinção de raças e religiões.
“A Espada Flamejante não tem bainha porque isto indica que as ciências
e as virtudes devem ser ministradas em qualquer momento e devem estar
ao alcance imediato daqueles que as necessitem, visto que as suas luzes e
conhecimentos são os melhores atributos do homem estudioso de saber e
de progresso, aos quais tampouco se deve cerrar as portas de tão sublimes
ensinamentos maçônicos.
“Por esta razão, a Espada Flamígera está destinada e disposta,
eternamente, a descobrir seus segredos àqueles que estudam e investigam
para conhecer o caráter da instituição”. (pp. 21-23)

Espada Flamejante é assim denominada por apresentar a lâmina


ondulante, imagem das labaredas de fogo. Representa a autoridade moral. É usada
pelo Venerável Mestre como símbolo do poder criador do G.A.D.U. Tem justamente
o sentido de transmissão desse mistério do poder divino necessário para a formação
de um aprendiz. Ela retrata o Poder temporal, a Luz, a irradiação do saber e do
compromisso das ações justas e dos nobres sentimentos.

No Ritual de Iniciação, é por meio da Espada Flamejante que o


Recipiendário é consagrado. Embora os Ritos variem sobre a maneira de fazer a
consagração, a ideia essencial é, porém, a mesma. Na maior parte das vezes, o
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Venerável, segurando a Espada com a mão esquerda, dirige a lâmina da Espada sobre
a cabeça do candidato, aplicando sobre a folha três golpe de Malhete. Sobre esse
particular diz J. Boucher (LSM)

“A Espada Flamígera deve ser empunhada com a mão esquerda (lado


passivo) e o Malhete com a mão direita (lado ativo. Esta Espada não é
arma; é um instrumento de transmissão, por isto deve ser empunhada com
a mão esquerda”. (p. 63)

Ampliando os limites de nossa mente, podemos afirmar que a


Espada Flamejante, quando empunhada pelo Venerável Mestre, sem dúvida alguma, é
a representação da força, do poder, da magia e do encanto da Maçonaria Universal,
espalhada por todo canto da Terra. Essa mesma Maçonaria que tem aperfeiçoado os
homens pelo Amor, pelo Caráter e pela Tolerância.

Podemos concluir que, devido à semelhança com os raios


esplendorosos de uma tempestade, controlados pelo Grande Arquiteto, a Espada
Flamejante, é o emblema da Justiça do Supremo, lembrando a Humanidade, em toda a
sua gama de conhecimentos, que acima de qualquer um deles, por mais poderoso que
se considere, está a Justiça Divina, separando o joio do trigo, os bons dos maus.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:

- Ritual de Aprendiz, Rito Escocês Antigo e Aceito – Grande Loja Maçónica do


Estado do Mato Grosso.

- Programa Instrucional Aprendiz Maçom - Grande Loja Maçónica do Estado


do Mato Grosso.

- Grande Dicionário Enciclopédico Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan.

- Maçonaria 100 Instruções de Aprendiz – Raymundo Délia Júnior

- Pesquisa na Internet

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