ISSN 2526 - 2181
. .
ANO I - Nº 02 - MANAUS - Abr - 2017 E. .V. .
O Balaústre
Apresentação
Prezados Leitores,
“O Balaústre”, nesta segunda edição, contempla textos de ricos e variados conteúdos, transmitindo informação, conhecimento e sabedoria, a partir da vasta experiência de seus seletos autores.
Desta forma caminhará certamente, para um sólido e promissor relacionamento com seu público-alvo, na construção da verdadeira consciência cidadã.
Paulo Cezar Fortes do Couto é Obreiro e Venerável Mestre da Grande Benemérita Loja Simbólica Rio Negro nº 04, Oriente de Manaus - AM.
A Liderança e o Venerável Mestre
Todos sabemos que nas Lojas maçônicas a liderança do Venerável Mestre
é de fundamental importância para a direção dos trabalhos. O Venerável
Mestre deve ter em mente a realização de projetos e que para a sua
consecução, terá que motivar os Irmãos da sua Oficina para que com
entusiasmo, dinamismo e união, possa conseguir a simpatia dos seus
obreiros, com muito cuidado, porque o confronto pode gerar conflitos que
muitas vezes são prejudiciais ao relacionamento entre os obreiros em
detrimento da própria Loja. É importante, que o líder maior da Oficina, que é
sem dúvida o Venerável Mestre, tenha conhecimento suficiente para
distinguir bem os conceitos de liderança e autoritarismo. São concepções
distintas. O autoritario é impositivo e na maioria das vezes arrogante,
impondo-se pelo poder que detém. Enquanto que o líder, é ético, confiável,
sensato, humilde e ansioso por aprender.
Deve o Venerável Mestre primar pela convivência harmônica entre os
Irmãos, se destacando pela capacidade em tratar com pessoas, evitar
discursos longos, principalmente no trono quando do encerramento dos
trabalhos. Evitar temas como religião e política. Ao falar, o Venerável
Mestre deve se abster de retóricas com exacerbação e volume do tom da
voz que sempre causam mal estar aos obreiros, que ao final da Sessão já
viram e ouviram toda a ritualística maçônica desenvolvida ao longo da
reunião e que já estão preparados para o encerramento dos trabalhos.
Discussões e debates, podem e devem ser feitos nas chamadas reuniões
em família, quando todos se reúnem no Ocidente e ali todos podem falar e
colocar as suas opiniões e pontos de vista, isto dentro dos limites da
Constituição Maçônica e demais regulamentos. O bom senso recomenda
que havendo extrema necessidade do Venerável Mestre responder a
questões que se apresentem na tramitação da palavra, deverá fazê-lo
antes das “Conclusões do Orador”, após as Conclusões cabe ao Venerável
encerrar os trabalhos; no máximo, havendo clima de instabilidade
emocional resultado de algum debate mais acalorado, transmitir uma
sucinta mensagem de paz, um conceito de virtude ou uma manifestação de
estímulo e concórdia.
Jedier Lins é Obreiro da Grande Benemérita Loja Simbólica Deus Lei e Perseverança nº
09, Oriente de Manaus -AM e Advogado.
Do Alargamento do Conhecimento Maçônico
Somente a sólida certeza de que a reunião de teses evidenciada nas linhas
seguintes acontece unicamente no Mundo das Ideias, tal qual deve ser
entre Verdadeiros Irmãos, motiva trazer à tona o Ideário formador e
formulador do Pensamento Iniciático deste cauto e leal Irmão Livre-
pensador.
Então, a eleição do tema em exame tem origem (a) no ânimo trazido pela
indispensabilidade de contribuir fraternalmente com o “debate virtual” –
observado ele não existir de fato nem, tampouco, ter sido formal ou
informalmente proposto – acerca da oposição entre dois pensares
irreconciliáveis, por inexistir chance alguma de ambos estarem certos; e,
(b) na viva e firme convicção de que o Leitor contaminado em pleno de
maturidade, entenderá a todo tempo e lugar ser a abordagem
escrupulosamente sem direcionamento a nenhuma pessoa em especial –
impessoal, portanto.
Isto posto, se registra que volta e meia ouve-se aqui e ali, cá e acolá, hon-
-rados e respeitáveis Irmãos dizerem ser desnecessária a busca de
subsídios adicionais às Informações – ou Conhecimentos, para alguns –
constantes dos Rituais Maçônicos nos seus diferentes Graus, sejam eles
quais forem.
“Tudo está nos Rituais e mais não é preciso”, garantem estoicamente.
Esta afirmativa categórica tem a fraterna benquerença e densa
consideração deste zeloso Obreiro, muito embora tenha ao mesmo tempo
e em igual medida a respeitosa e fraternal discordância quanto a tão linear
– ou unidimensional – jeito de pensar.
Antes do desenvolvimento da temática em relevo urge por saliente
diferençar entre “Informação” e “Conhecimento”, reparado que se por um
lado são sinônimos nos léxicos deixam de sê-lo quando uma e outro se
ensartam na Linguagem Sagrada da Tradição Iniciática – algo diferente e
distante das acepções adotadas pela coleção de saberes ofertada pela
Filosofia, nas suas pródigas categorizações.
Assim, o verbete “Informação” contempla a captura de fundamentos e
posterior compreensão, sem que haja qualquer Prática associada – tudo
não passa de mera Teorização Especulativa vinculada ao nível da
Literalidade e cuja expressão maior é a Iniciação Simbólica –, ao passo que
“Conhecimento” implica no confisco de conteúdos produtores da
Transcendência do Iniciado, via Aplicação eficaz e efetiva dos elementos
de aprendizado acompanhantes. A Prática há e se dá através do uso
extensivo e rotineiro de ferramentas e mecanismos múltiplos
rigorosamente testados no decurso da história das Sociedades de Mistério
Operativas, cujo resultado final é a Iniciação Real do Iniciado na augusta
Ciência dos Arcanos1 da Sabedoria – a menos que a Doutrina Vetusta
esteja errada, a genuína progressão na Escada de Jacob requer além da
ilusória Investidura Cerimonial em Graus quaisquer, afinal.
Em resumo, as Ordens Filosófico-Especulativas iguais aos Ritos
Maçônicos usualmente em cena não possuem Práticas Iniciáticas
relacionadas, ao contrário do que ocorre nos Ritos Maçônicos Operativos –
o Rito Escocês Retificado [RER] de Jean Baptiste Willermoz (1730-1824)
no feitio Espiritualista por ele concebido originalmente, sem os
deformadores ajustes posteriores e ainda em labor, traduz adequada e
exemplarmente as confrontações estabelecidas no parágrafo anterior.
De retorno ao centro da dissertação principal se pode expor com denodo o
fato de os Rituais em si orientarem o Obreiro na direção de um norte seguro
quanto às preciosas noções neles contidas, porém demonstram elas
serem bastante insuficientes para o Maçom com pretensão de aprender
Maçonaria. Este fator o faz reconhecer a exigência da adição de dados aos
já conhecidos, objetivando tornar as Informações claras e inequívocas nas
questões de fundo realmente Iniciáticas que carreiam em seu âmago –
àquelas que ao virarem Conhecimento alteiam, ascendem, elevam e
sublimam o Iniciado no decorrer de sua Senda pessoal.
É simplesmente impossível decifrar com nitidez um sem número de
passagens alegóricas, lendárias, emblemáticas, míticas, históricas e/ou
místicas trazidas à luz pelos Rituais dos vários Graus da totalidade dos
Ritos Maçônicos, a não ser que se pesquise em fontes suplementares as
suas significações reais ou seus teores de natureza intrínseca – os códigos
decodificadores capazes de comportar a remoção dos véus aplicados
sobre os Textos Maçônicos, em suma.
Fortemente associada ao contexto da obrigatoriedade da leitura acessória
aos Rituais está a Técnica de Estudo dos seus Textos, pelo entendimento
judicioso do linguajar comum usado desde épocas ancestrais pelas Frater-
1
Arcano = Segredo = Mistério = Conjunto de Doutrinas e/ou Práticas, que apenas aos autênticos Iniciados é facultado
Pág. 01
conhecer; o sentido oculto de algo; o segredo do texto.

-nidades Iniciáticas do Ocidente – local de inserção da preclara Ordem
Maçônica.
Cabe ao Obreiro esclarecido dominar, exercitar e bem empregar a
Linguagem Hermética em seu tríplice sentido, caso queira desvelar,
descobrir, vivificar, avivar a letra morta que oculta a Letra Viva qual fiel e
verdadeira redatora-ornamentadora dos Escritos e Símbolos Ritualísticos.
É vital para a ampla compreensão dos lapidares Ensinamentos contidos nos
Rituais dos graus do Simbolismo e Superiores, pôr a nu os Arcanos da
Sabedoria que jazem velados no dia a dia da Vida Iniciática do Maçom. Para
tanto, consiste em agudeza de espírito ímpar adotar as “chaves”
identificadoras, habilitadoras e autorizadoras do desvelamento dos
Enigmas que mantêm encobertos por artifício metodológico, os Textos,
Ornamentos, Paramentos e Símbolos Maçônicos em geral.
Portanto, concisa e austeramente, subscreve lícito alegar que a Tríplice
Linguagem da Sabedoria em nem uma só circunstância é dada a conhecer
ao Discípulo limitado aos aspectos exteriores de sua manifestação, visto se
dirigir ela tão-somente à Causas Interiores.
Logo, a Escrita Ternária do Hermetismo, onde a retirada dos véus eclode em
“3”, divide-se em:
1. Literal = Histórico-Explícito-Narrativa
2. Reveladora = Simbólico-Implícito-Exotérica
3. Desveladora = Transcendente-Oculto-Esotérica
[Atributo do Sagrado = Sentido do Segredo]
Todavia, a minudência destas frações deve ficar para depois, pois isto
demandaria maior espaço destinado às devidas explicações e relações de
semelhança aplicáveis. Não obstante, o desenlace desta curta coleção de
ideias pede a ligadura entre a Leitura Complementar aos Rituais – esta
ampliação da noção inicial consta escrita em mais de uma Instrução de
Ritual de Grau do Simbolismo – e o uso da Tríplice Linguagem, na hipótese
de o Irmão em Maçonaria querer o alargamento do Conhecimento Maçônico
concretamente.
Na Luz Iniciática muito fraternal e reverentemente, com a graúda estima a
quem diferentemente pensa.
Benzion David Rudnitzki é Obreiro da G... B... L... S... RIO SOLIMÕES, Nº 24, Oriente de
Manaus - AM, Geólogo, Buscador e Livre-pensador.
Aos Irmãos
O que vou escrever agora, não está direcionado particularmente e nenhum
irmão.
Nós maçons em geral, desviamos os focos da real caridade que devemos
fazer. Estamos sempre predispostos a participarmos de eventos de ajuda a
entidades que cuidam dos menos favorecidos, tais como, Asilos, casas que
acolhem idosos, adolescentes e crianças desamparadas principalmente,
pois mexem com nossa sensibilidade fraterna.
Então vejamos:
Como estão nossas Lojas ?
Será que não estão necessitando de algo ?
Como estão sendo tratados os troncos de solidariedade que servem para
ajudar as viúvas, os órfãos e até mesmo os nossos irmãos maçons
necessitados ?
Como está a pratica da solidariedade entre irmãos maçons ?
Nossos irmãos estão cumprindo com seus compromissos pecuniários
firmados com a sua Loja e a GLOMAM ?
Estamos nos unindo para realmente ajudarmos uns aos outros?
Como podemos pensar em fazer caridade às associações, casas de apoio
etc... se não estamos olhando para nossa própria casa ?
Para tudo precisamos de dinheiro. A situação não está fácil pra ninguém.
Mas, quando fazemos uma festa, seja ela para suprir as despesas das lojas
ou ajudar algum irmão ou até mesmo para, simplesmente, no
confraternizarmos, damos um jeito e gastamos o que for preciso para
realização e sucesso do evento.
Esses paliativos acontecem mas terminam com a realização e teremos que
fazer tudo novamente.
Meus irmãos, se cumprirmos com nossas obrigações com nossas oficinas e
a GLOMAM, já será um grande passo para partirmos para uma ação
fraternal consistente.
Um exemplo simples está sendo lançado pelo S...G...M... e E...G...M... no
caso do seguro.
Fazer um fundo com uma contribuição pequena para atender os casos de
Pág. 02 falecimento dos irmãos. Da mesma forma poderemos criar também um
O Balaústre - Nº 02 - Abr - 2017
fundo para a área de saúde de nossos irmãos.
Pequenas contribuições em quantidade, tornam-se grande.
E todos estaremos contribuindo fraternalmente para ajudar a amenizar o
sofrimento de muitos irmãos.
Arrumada nossa casa, poderemos sim começar a ajudar as outras
entidades e pessoas necessitadas.
Imbergman Maia Litaiff é Obreiro e M...I... da Grande Benemérita Loja
Simbólica Estrela do Alvorada nº 40, Oriente de Manaus -AM e Advogado.
Luciano Dias Marques - Um português na economia
do Amazonas
Na verdade é que, para reconhecer-se em toda a sua extensão, em todo o
seu significado e em todas as minúcias, o que foi às ações dos portugueses
que imigraram para o Amazonas, é fundamentalmente indispensável saber
como eles aqui chegaram, como se aclimataram e como exerceram sua
natural tendência o comércio tais como: bares, pequenos restaurantes,
padarias e pequenas e grandes mercearias de secos e molhados, como era
conhecido no passado. E neste caso falamos do imigrante Luciano Dias
Marques, proprietário da casa “A Renascença e Casa Dias”, ambas em
Manaus, cujo primeiro local da “A Renascença” foi na Rua Joaquim Nabuco,
esquina da Avenida Sete de Setembro no famoso canto do Quintela e, mais
tarde ele comprou terreno na Av. Joaquim Nabuco 879, bem próximo do
endereço anterior, onde se estabeleceu definitivamente e, a outra casa
comercial na Rua Luiz Antony, 331, esquina da Rua Dez de Julho com
Alexandre Amorim. Inicialmente residiu no andar superior de sua casa
comercial “A Renascença”, anos depois passou a residir definitivamente no
andar superior da sua casa comercial “Casa Dias”, cuja entrada era pela
Rua Alexandre Amorim, 584.
Luciano Dias Marques aqui chegando, trabalhou incessantemente de uma
forma heroica e algumas vezes abnegada. Neste período não existia a
figura moderna do supermercado o que me faz lembrar seus clientes
amigos e de confiança, afinal estavam com suas compras anotadas em uma
desgastada caderneta do velho fiado para pagar no final do mês. Sua
clientela era tão importante que ele era o único a fornecer o rancho mensal
do governador do estado que fazia entregar impreterivelmente no Palácio
Rio Negro.
Estas verdades históricas resultam do espírito de luta deste bravo lusitano
que abria seu tradicional comércio às seis horas da manhã e fechava
normalmente às dezenove e trinta. Faz me lembrar também, enormes
caminhões que conduziam do porto de Manaus para seu comércio produtos
importados do sul do país e naturalmente de Portugal. Sua casa comercial
tinha um balcão enorme com pelo menos oito a dez pessoas para atender,
ao lado direito embaixo da escada que subia para o segundo andar onde era
a residência, tinha um pequeno escritório, no centro do salão caixas
enormes, expondo o bacalhau importado de Portugal. No fundo de sua
mercearia havia uma prateleira até o teto com a exposição de vinhos,
azeites, azeitonas, panelas e outras iguarias, também trazidas do sul do
país e de Portugal. No domingo pela manhã sua casa comercial “A
Renascença” abria das sete horas às doze horas. Este depoimento que faço
com extremo prazer são lembranças da minha infância, pois, eu morava
exatamente do outro lado da rua, cujos principais vizinhos eram a família
Jefferson Peres, Moura Tapajós, as irmãs costureiras Mariazinha, a família
Said, Sr. Gardon e dona Amália e tantas outras. Luciano Dias Marques,
jamais perdeu o contato com Portugal, lá construindo uma elegante
residência que ainda hoje pertence à família.
Passando alguns anos e com grande movimento comercial e o progresso da
“Casa Dias e A Renascença”, não mais dando conta sozinho da
administração das duas casas comerciais, mandou vir de Portugal (por
carta de chamada) carta consular da época três primos dele,
posteriormente, mais tarde tornaram-se sócios da firma comercial Luciano
Marques e Cia Ltda., fazendo sócio também seu filho Augusto Dias
Marques. Trabalhando muito, vez por outra voltava a Portugal, retornando a
sua terra natal Maladão e, comprou terras em São Pedro, Arganil local este
que destinou a construção de sua elegante moradia em frente à Capela de
São Pedro, hoje monumento histórico tombado. Local aprazível que
contorna a famosa Serra da Estrela, passando a residir deste então
alternadamente em Manaus e Portugal, sempre acompanhado de sua
família.
Casou-se em segundas núpcias com Laura Pereira Loureiro Marques,
natural de Manaus, filha de pais portugueses e que fora criada em Portugal,
na Beira Alta até a idade de dez anos, quando retornou a Manaus.

Fruto desse casamento nasceu os filhos, Lourenço, Rui Nelson e Maria
de Fátima. Sendo pai também de Leontina e Augusto.
Nestas horas de intenso realismo e impulsionado por vontade de trabalhar
Luciano Dias Marques não deixou de se abater pelas dificuldades de um
imigrante, levou-se em cânticos à vida, em altas sinfonias de muito trabalho
para construir dias melhores neste país que lhe deu guarida, concentrou
suas aspirações de um trovador jovial e sonhador sempre focado de que
somente o trabalho poderia escrever seu nome na história econômica do
Amazonas.
Vale a pena lembrar que Luciano Dias Marques aportou em Manaus no
período áureo do látex, trazido por um tio que já havia se estabelecido
naquela época. Sobrinho de um grande empresário português, proprietário
da fábrica de móveis “A Renascença Móveis”, no bairro do Catete na cidade
do Rio de Janeiro, onde ficou por algum tempo trabalhando e morando em
companhia deste tio. Retornando à Manaus estabeleceu seu primeiro
comércio no bairro da Praça 14. Lamentavelmente em nome da
modernidade o prédio onde funcionou a “A Renascença” está
completamente descaracterizada, cuja obra representou a época o que
havia de mais moderno em construção civil.
Este lusitano integrou-se perfeitamente a sociedade portuguesa da época,
tendo presidido o Luso Sporting Club no período de 1936 a 1937, cuja
administração foi importante no contexto histórico do referido club, seus
familiares guardam com ternura fortes lembranças das Pastorinhas, Alto de
Natal e apresentação de grandes nomes da musicalidade portuguesa que
vinham se apresentar em Manaus.
Esta família escreveu de forma indelével o seu nome na economia, na
sociedade e na cultura do Estado do Amazonas. Bem haja o nome e a
memória de Luciano Dias Marques.
Abrahim Sena Baze é obreiro da G... B... L... S... Rio Negro, Nº 04, Oriente de Manaus -
AM, Historiador, Escritor, Vice-Presidente da Academia Amazonense de Letras,
Presidente da Academia Amazonense Maçônica de Letras e apresentador de Televisão
dos Programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia.
ncurso - 2016
Co
Uma breve análise dos graus simbólicos sob a ótica 2º
do ciclo da vida humana
Construção com Instrução
“Assim como um dia bem aproveitado proporciona um bom sono, uma vida
bem vivida proporciona uma boa morte.”
(Leonardo da Vinci)
Nossos rituais tratam de forma exaustiva os graus que compõem a
Maçonaria Simbólica. Entretanto, por motivos diversos tais como as várias
camadas presentes nos simbolismos e alegorias utilizadas para nos
transmitir as muitas mensagens e observações sobre o caminho em busca
do conhecimento a ser percorrido pelo Iniciado em nossa Ordem, desde o
seu ingresso em nossa instituição até o seu desbaste e exaltação como
Mestre (trajetória esta que aqui convencionei chamar de “A Jornada do
Maçom”) muitos elementos importantes acabam passando despercebidos
por um grande número de Irmãos. O objetivo desta peça é chamar a
atenção para pontos de essencial compreensão por todos aqueles que
buscam estudar de forma séria nossos augustos mistérios, utilizando as
fases da vida humana como analogia aos graus simbólicos.
No ritual de iniciação, é descrito minuciosamente o protocolo a ser seguido
para que um novo Maçom nasça no seio da Loja que o escolheu. Para tal, é
necessário que o candidato seja “livre e de bons costumes” e que “desejoso
de ver a luz” venha humildemente pedi-la. Essas informações que a
princípio parecem despretensiosas foram cuidadosamente colocadas no
texto para estabelecer que: para nascer pra nossa Ordem, o candidato
deve ser independente, livre de preconceitos e superstições, cultivar bons
hábitos e princípios salutares, buscar o aperfeiçoamento pessoal e
principalmente ter a humildade de admitir a sua própria ignorância. A
conhecida frase “a Maçonaria: torna homens bons ainda melhores” não
poderia ser mais adequada, uma vez que honra e moral são qualidades
imprescindíveis para o Maçom, sobretudo para que os juramentos
prestados não sejam meros discursos vazios. O conhecimento que a
Maçonaria tem a oferecer deve ficar restrito aos seus iniciados, pois o
estudo se faz necessário para a verdadeira compreensão dos
ensinamentos. Além de humildade, honra e caráter, o candidato também
deve demonstrar coragem para combater “os inimigos da humanidade” e
por isso ele é submetido a provas. Ao final da iniciação, o candidato final-
mente começa a vislumbrar a luz, tal qual um recém nascido que há pou-
O Balaústre - Nº 02 - Abr - 2017
-co vivia na escuridão e acaba de nascer para uma nova vida.
Assim, o Neófito nasce em nossa ordem e, já como Aprendiz, começa a ser
instruídos em nossos arcanos. Logo na terceira instrução, o 1º Vigilante
lembra que foi recebido como Maçom “nem nu, nem vestido”, nos
remetendo a inocência da infância. Da mesma forma, o 2º Vigilante revela
que a primeira viagem da iniciação é uma analogia aos “primeiros anos do
homem e da sociedade, onde as paixões ainda não dominadas pela razão
e pelas leis, conduziam os homens e as sociedades aos excessos”. Dessa
forma, podemos afirmar então que o grau de aprendiz Maçom é análogo à
juventude do homem, onde este dá seus primeiros passos, observando
atentamente o funcionamento do mundo (Oficina) ao seu redor.
Aprendendo através das instruções, da observação e da repetição. O
neófito começa então a se desbastar e é na sua juventude maçônica que
ele é ensinado a “vencer suas paixões, submeter sua vontade”, pois se não
for guiado haverá de errar e se entregar a suas paixões.
O primeiro grau pode ser resumido moralmente através da metáfora da
morte e renascimento e talvez seja o grau que mais explicite o paralelo
entre seus ensinamentos e uma das fases vida humana. Mas tão
importante quanto essa lição deve ser o cuidadoso acompanhamento
pelos Mestres aos Aprendizes. Tal qual um jovem sedento por saciar suas
necessidades sem se importar com os limites, os Aprendizes devem ser
orientados a não buscarem conhecimento, pelo menos nesse primeiro
momento, em fontes que não os rituais do Grau 1. Os Aprendizes devem
ser trabalhados de forma com que se tornarem bons Mestres (tal qual a
criança que recebe os cuidados, a educação e o zelo que a tornarão um
adulto íntegro e instruído), pois o Aprendiz de hoje é o futuro da Maçonaria.
Assim como o 1º grau representa a infância e a juventude do homem, o 2º
grau, o de Companheiro Maçom, é uma verdadeira metáfora à fase da vida
adulta (também expressa pela virilidade): após deixar as trevas e começar
a vislumbrar a luz, que já como Aprendiz recebe as devidas instruções, o
Maçom que, “solícito em seus trabalhos, aspira progredir nos
conhecimentos de nossa Ordem” é submetido ao ritual de Elevação.
Talvez por ser a racionalidade uma das principais características do adulto,
em sua Elevação o candidato a Companheiro não é mais submetido a
provas físicas, mas sim a cinco viagens, a fim de “compreender o sentido
moral e simbólico do grau”. Esse detalhe deixa evidente a natureza
reflexiva do 2º grau, que em diversas ocasiões convida os novos
Companheiros ao estudo “das coisas e dos seres”, bem como ao
“desenvolvimento da idéias”. Segundo nosso ritual, o Companheiro Maçom
“já mais esclarecido e apto à compreensão de assuntos mais elevados” da
nossa Instituição, deixa o estudo dos materiais de construção, próprio do
grau 1, e é guiado em busca da correta interpretação moral e espiritual de
nossa Ordem: o trabalho manual está encerrado, nessa fase o foco da
formação do Maçom deve ser a reflexão teórica, só então ele poderá
ambicionar o terceiro e último grau da Maçonaria Simbólica.
O 2º grau é por natureza um teste à paciência dos Companheiros. Os
Mestres devem mostrar cuidado e zelo e um planejamento se faz
necessário para que os Companheiros não se sintam esquecidos durante o
interstício. Segundo nosso ritual, o escopo do grau é “executar na prática o
plano teórico traçado pelos Mestres” e para tal os Companheiros poder ser
usados como auxiliares dos Mestres na fiscalização dos Aprendizes, não à
toa o Grau de Companheiro foi instituído apenas na Maçonaria
Especulativa: durante todo o período operativo havia apenas um Mestre na
Oficina, o Venerável Mestre, sendo todos os demais membros da Oficina
Aprendizes ou Companheiro. Devemos da especial atenção a este grau
pois é nele que o Mestre Maçom é forjado. Os Mestres devem estar atentos
para que a ambição por chegar ao último grau simbólico não domine a
mente dos Companheiros, de forma que não se torne os “maus
companheiros”, desejando chegar ao grau apenas pelas honrarias e status
e não com o nobre propósito de auxiliar no aprendizado dos Aprendizes e
Companheiros.
Desta forma chegamos finalmente às considerações acerca do último grau
simbólico, o de Companheiro Maçom. Como já vimos, desde a iniciação, o
Maçom passa pelo seu nascimento, infância e juventude, chegando à fase
adulta. Através do labor e da reflexão ele finalmente é admitido ao 3º Grau,
por meio da Exaltação. Como citado anteriormente, o Mestre Maçom é
forjado no 2º grau, pois simbolicamente, após um período de reflexão o
Maçom adulto chega finalmente à sabedoria, ou à fase de maturidade.
A peculiaridade do terceiro grau é que a exaltação nos apresenta uma
lenda em vez de provas físicas ou viagens. Muitos Irmãos ainda demons- Pág. 03

-tram terem dúvidas sobre o motivo, e alguns nunca chegam a perceber a
real importância desse detalhe: quando o 3º grau foi instituído entre 1725 e
1730 e buscou-se alertar para as falhas da natureza humana e como
desbastar as nossas asperezas. Mais que isso, a lenda do terceiro grau nos
mostra os perigos da má formação dos Maçons que freqüentam as nossas
reuniões, cuja ambição guia os passos em direção às ultimas
consequências para que seu intento seja alcançado. Por isso a importância
dos primeiros graus na formação dos Obreiros, visando a “produção” de
Mestres exemplares para nossa Ordem.
A Maçonaria nos dá um vislumbre de sua grandiosidade e de seus
infindáveis ensinamentos ao nos apresentar a lenda do terceiro grau, pois
esta nada mais é senão uma metáfora para o real perigo que ameaçou,
ameaça e sempre ameaçará a Maçonaria: os maus Companheiros que
golpeiam Mestre Hiram, sendo nosso falecido mestre uma representação
alegórica da própria Maçonaria. Esses maus Companheiros são os que
estão sempre em busca de saciar sua vaidade e deixam os ideais
maçônicos em segundo plano, sempre privilegiando seu ego e o seu plano
de poder pelo poder. São aqueles que não respeitam as diferenças e
sempre querem faze valer a sua opinião por meio da força e intimidação. A
Maçonaria deve ser vivida, seus ensinamentos seguidos e aplicados por
cada Maçom que deve ser um exemplo à sociedade profana em que vive.
Por isso a nossa Instituição será tão sólida quanto cada obreiro que a
compõe.
Concluo constatando que os três graus simbólicos nos apresentam uma
jornada paralela à vida, com muito trabalho reflexão e constante busca pela
sabedoria, a qual devemos nos entregar de corpo e alma visando deixar um
legado positivo para as gerações futuras.
Luiz Filipi Batista Cardozo é Obreiro e Venerável Mestre da A... R... L... S... Liberdade e
Progresso, Nº 43, Oriente de Manaus - AM e Economista.
Tributo ao General Lessa
Meus gritos de alerta não passam de sussurros,
No balbucio frenético de rimas destoadas,
Se comparados aos seus, que como urros Lessa,
A dura realidade e a hedionda verdade deblateras.
Desafiaste corajosamente os senhores do Planalto
Com suas presas encobertas por sorrisos falsos,
Às luzes das tribunas e nos corredores sombrios...
E a filustria de corruptos e torpes políticos.
Te i n e b r i a s t e c o m e s s a t e r r a m i s t e r i o s a ,
De místicos costumes e lendas colossais,
Com a simplicidade de sua gente laboriosa,
Que a verdade ostenta... Sem artifícios banais.
Com veemência, alertaste sobre o risco eminente,
Das sutis negociatas em favor de silvícolas nações,
Arranjos sórdidos de irresponsáveis brasileiros,
Por conta de estrangeiros e suas inocentes missões.
Nada entretanto os detém! Nem as estrelas reluzentes
Em seus ombros, conquistadas com sacrifício e galhardia,
Impediram a nefasta e derradeira armadilha,
E o afiado fio das adagas de seus algozes.
Mas, ainda que tardia, contra esses inimigos ferozes,
Juntos gritaremos, uníssonos, nós que amamos essa terra,
Haveremos de preservá-la sempre e, custe o que custar
Reverenciada pelo mundo, mais cedo ou mais tarde, ela o
será!
. . .
Urias Sérgio de Freitas é Obreiro da G. . B. . L. . S. ..
Esperança e Harmonia, Nº 11, Oriente de Manaus - AM, Administrador de Empresas,
Escritor, Poeta e Academia Amazonense Maçônica de Letras.
Pixinguinha
Integrante da Loja Commércio e Artes, tem pouca história divulgada
relacionada a maçonaria e era assim que ele agia na sua vida
privada. A participação de Pixinguinha na Ordem maçônica foi
comprovada a partir de uma carteirinha de filiação apresentada no
ano de 2012, na exposição Pixinguinha em São Paulo.
Fonte: http://www.ultracurioso.com.br/10-brasileiros-famosos-que-sao-macons-e-
Pág. 04
voce-nao-sabia/
O Balaústre - Nº 02 - Abr - 2017
Brazil dos Jucás
Suruba... “surubinha” vamos todos “surubar”, parodia da música infantil
(sátira maldade), no Brazil com “Z” é assim, principalmente ao relativo
comportamental intelecto de nossos políticos, sem-vergonhas, a “orgia
política brasileira” definida em mídia por figura prócere de nossos podres
poderes, citado nos desdobramentos investigativos da Operação Lava jato.
Um escarnio à Sociedade Brasileira que se vê assaltada em suas legitimas
aspirações democráticas; quanto ao trecho, original na modinha, vamos dar a
meia-volta, volta e meia vamos dar... ledo engano da população brasileira
pensar que nossos parlamentares possam rever seus pontos de vista, a
“ganancia corporativista” levaram-lhes ao cinismo desmoralizador registrado
nos noticiários nacionais.
Assistimos o Legislativo desmoralizar o Judiciário, e o pior Ministros a
descaracterizar aplicabilidade das Leis, agora nossa sociedade “tem que
engolir” que ação criminosa, corrupta, conforme sua finalidade tem seus
graus de atenuantes para infratores, muito breve o maldito caixa dois não
será mais crime;
Do Executivo, temerosa está a classe trabalhadora diante das pretensas
reformas, em que direitos trabalhistas conquistados lhe serão tirados, mais
uma vez pagaremos a conta (efetivamente os trabalhadores), “nesse surubar
legislar” o cidadão brasileiro será notificado de sua aposentadoria dentro do
caixão. Como modernizar uma Nação, cuja, suposta elite, especificamente a
empresarial fundamenta suas atividades econômicas em ações corruptas;
percepção da maioria da população brasileira que fica indefesa, perante os
mancomunados putrefatos poderes. Há muitas coisas que exigem
aprofundamento quanto déficit previdenciário, e outros interesses envolvidos
da iniciativa privada.
Ignomínia realidade promovida pelos políticos e autoridades a Democracia
Brasileira, agonizante. Na Grécia Antiga o tamanho, peso e quantidade de
pedras tinham o valor representativo da vontade da maioria, nem tanto; aqui
“a coisa está ficando escravatura branca”, a reforma eleitoral proposta talvez
“dê-nos” um sistema a oferecer o continuísmo das “maçãs podres” nem a
bandeja “eles” pretendem trocar, haja suruba entre os jucás.
Evidentemente não dá para abordar todas mazelas que nos afligem enquanto
cidadão, mais o reflexo social “acolhe a dicotomia de valores”, a boa do
esporte é a interação e educação do indivíduo para exercício democrático,
mas, aqui no Brazil com “Z”, na área de campo de futebol não vemos um
“centroavante matador”, mas, um goleiro assassino, pena progressiva; que
pena tanto retrocesso.
“- Moro num País tropical abençoado por Deus... e que tem um Juiz muito
digno...“
O Brazil com “Z” é o mesmo exposto na mídia internacional, BRASIL NÓS TI
AMAMOS.
Ruy Moraes dos Santos é Obreiro da G... B... L... S... Deus, Lei e Perseverança, Nº 09,
Oriente de Manaus - AM e Filósofo.
Espaço Espaço
continuum continuum
3D ? 6d 3D 6d
Onde se lê
Em: O Hiperespaço Pentadimensional
Leia-se
Errata
Tempo Tempo
No: O Balaústre, nº 01/01/2017 - pág. 02. Continuum Continuum
1D ? 2d 1D 2d
De: Benzion David Rudnitzki Moral Moral
Espiritual Espiritual
1D ? 2d 1D 2d
Conselho Editorial
Marcelo Barbosa Peixoto - Grão-Mestre Adjunto da GLOMAM
Eloy Guillermo Castellón Bermúdez - Grande Sub -Secretário de Relações
Exteriores da GLOMAM e Vice-Presidente Administrativo da Fundação GLOMAM
Márcio Luiz da Silva - Grande Secretário de Cultura e Esporte da GLOMAM e Diretor
de Cultura da Fundação GLOMAM
Hudson de Oliveira - Grande Sub-Secretário de Cultura e Esporte da GLOMAM e
Diretor de Logística da Fundação GLOMAM
Normas para Publicação
TEXTO: formado xxxxxx.doc. TAMANHO DA PÁGINA: A4 - com espaçamento entre
linhas simples, estilo normal, seguindo a orientação de retrato, no máximo, 03 (três)
páginas. FONTE: Times New Roman, corpo 12. FIGURAS: sem coloração
(preto/branco). ENVIAR PARA: E-mail:marciols44@gmail.com
GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO AMAZONAS - GLOMAM
Fernando Ferreira Lima - Grão-Mestre da GLOMAM
Marcelo Barbosa Peixoto - Grão-Mestre Adjunto da GLOMAM
Márcio Luiz da Silva - Grande Secretário de Cultura e Esporte da GLOMAM
Hudson de Oliveira - Grande Sub-Secretário de Cultura e Esporte da GLOMAM
Av. Professor Nilton Lins, 1655 - Flores - CEP: 69058 - 030 - Manaus - AM.
Tel.: (92) 3622 0034 - Celular: (92) 98117 0865
www.glomam.org.br
Todo material publicado neste folhetim, é de responsabilidade dos respectivos autores.