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CRIME E CONTRAVENÇÃO PENAL

Contravenção Penal e crime são a mesma coisa?


A contravenção penal não é um tipo de crime, mas sim um tipo Infração Penal.
Isso tem que ficar bem claro, pois é daqui que sai toda a confusão. A infração
penal é o gênero de onde se desdobra as espécies: Crime e Contravenção
Penal. É o famoso SISTEMA BINÁRIO.
Infração penal: crime e contravenção penal
CRIME = DELITO (ISTO, NO BRASIL).

MAS ENTÃO, O QUE É CONTRAVENÇÃO PENAL?

As contravenções são infrações penais com pequeno potencial ofensivo. Ou


seja, são aqueles atos que, por vezes, é praticado pelas pessoas no dia a dia, e
em alguns casos a sociedade até chega a tolerar o ato, mas a justiça não. Como
o jogo do bicho, por exemplo.

Por serem infrações de menor gravidade, as penas também são proporcionais.


Por exemplo: Diferente dos crimes, a contravenção não tem pena de reclusão
ou detenção, mas sim prisão simples (algo que abordaremos em outros posts).

É muito discutida pelos nossos legisladores a real eficácia de existir alguns tipos
de contravenções, pois nos dias atuais (de acordo com os nossos costumes)
algumas beiram o ridículo, como os jogos de azar, a mendicância e a simples
embriaguez.

Também é muito comum ser cobrado em concurso a possibilidade da punição


da Contravenção em sua forma tentada. Lembre-se, a tentativa de
contravenção não é punida.

Vale lembrar que a contravenção também possui alguns “apelidos”:

 Crime anão;
 Delito Liliputiano; e
 Crime vagabundo.

ESTRUTURA DO CRIME

Definição Analítica de Crime - Divisão Tripartida (típico+ilícito+culpável)

Teoria do crime ou delito - proteção dos bens jurídicos mais importantes.

TÍPICO
Tipo é o conjunto dos elementos do fato punível descrito na lei penal; é a
descrição concreta da conduta proibida.

Tipicidade é a conformidade do fato praticado pelo agente com a moldura


descrita na lei penal. Para o fato ser típico deve compreender:
Dolo ou culpa – resultado – nexo causal – tipicidade.

Dolo é a consciência e vontade de realização da conduta no tipo.


Culpa é a inobservância do dever objetivo de cuidado (imprudência negligência-
imperícia.
Elementares são imprescindíveis para a configuração do tipo e
as circunstâncias são dados.

CONDUTA (ação ou comportamento humano) – Finalismo: dirigida à


consecução de um fim. Se este for lícito, gerará culpa; ao revés, sendo fim ilícito,
haverá dolo.

+
RESULTADO
+
NEXO DE CAUSALIDADE
+
TIPICIDADE (formal e/ou conglobante)
=
FATO TÍPICO

ILÍCITO

É o comportamento humano contrário à ordem jurídica que lesa ou expõe a


perigo bens jurídicos tutelados.

Ilicitude é a relação de antagonismo que se estabelece entre a conduta humana


voluntária e o ordenamento jurídico.

Causas excludentes de Ilicitude: estado de necessidade – legítima defesa –


estrito cumprimento do dever legal – exercício regular do direito – consentimento
do ofendido
Quando o agente não atua em: estado de necessidade, legítima defesa, estrito
cumprimento do dever legal, exercício regular do direito e consentimento do
ofendido.

=
FATO ILÍCITO

CULPÁVEL

Culpabilidade é a censurabilidade, a reprovabilidade social.


Para ser culpável deve haver: imputabilidade, que é a condição de
maturidade; potencial consciência da ilicitude, que é a possibilidade do
agente saber que a conduta é ilícita e exigibilidade de conduta diversa.

As excludentes de culpabilidade são: doença mental, menoridade,


embriaguez, erro de proibição, coação moral irresistível e obediência
hierárquica.

IMPUTABILIDADE
+
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE
+
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
=
FATO CULPÁVEL

OBS: 3 sentidos da culpabilidade

a) Elemento integrante do tipo


b) Como medidor de pena
c) Como impedimento para responsabilidade objetiva

PUNIBILIDADE

Depois de verificada a tipicidade, a ilicitude e a culpabilidade há o crime e este,


portanto, deve ser punido.

Punibilidade é a possibilidade jurídica de o Estado impor a sanção ao autor do


delito.

Causas de Extinção da Punibilidade: morte do agente, anistia, graça, indulto,


abolitio criminis, decadência, prescrição, perempção, renúncia, perdão do
ofendido, retratação do agente, casamento da vítima com o agente, com terceiro,
perdão judicial.

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