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1. Conceito do Crime
Penal II diz respeito a estrutura analítica do crime. Do ponto de vista formal o crime se
confunde com legalidade, crime é o que diz a lei. Do ponto de vista material o crime é
uma conduta lesiva ao bem jurídico.
3. conceitos Básicos
Tipicidade: É a adequação de um fato da vida a uma norma penal, diante de um
comportamento lesivo.
Ilicitude: É um juízo de Valor que recai sob o fato típico, porque fatos típicos
circunstancialmente, podem estar autorizados pelo direito. Quando um direito autoriza
um comportamento ele é licito.
Culpabilidade: É um juízo de valor que recai sobre o que é injusto penal para verificar
se o seu autor pode receber uma pena.
TIPICIDADE
Desde 1932, tipicidade não é mais um elemento puramente objetivo, desde o finalismo
ela incorporou o elemento subjetivo do crime, ou seja, dolo e culpa não integram mais
a culpabilidade, eles fazem parte da tipicidade.
1. Causalismo/conduta
Em 1906 surge um movimento chamado causalismo defendido por: Liszt, Beling,
Radbruch
Causalismo explicava a conduta criminosa como um caso de enervação muscular, foi
bastante influenciado pelo positivismo científico. Buscava explicar a conduta com o
rigor de laboratório. Por isso, no causalismo não se prestigiava o elemento subjetivo,
que era “relegado” a uma menor importância, deixando a conduta dentro da
culpabilidade.
2. Finalismo/conduta
Em 1932, Welzel apresenta ao mundo aquilo que ele convencionou chamar de novo
sistema jurídico penal que foi uma enorme revolução. Ele diz que a conduta é um
comportamento voluntário, livre e consciente voltado a um fim e é por essa
expressão que esse movimento se chamou finalismo. O dolo passa ser o elemento
principal da conduta, estruturante.
✓ Critica: Com essa definição de 1932 não possui a explicação do crime
culposo. É por isso que em 1940, Welzel reformulou o seu novo sistema jurídico
penal. Wetzel vai dizer que no crime culposo, a finalidade em si mesma é licita,
porém a má escolha dos meios transforma uma conduta licita em ilícita.
✓ Critica: a maior crítica ao finalismo ficou sem resposta, porque o finalismo
continuava fazendo uma análise da conduta sem se preocupar com o seu valor,
com sua reprovabilidade. Ela explica a conduta in re ipsa, explica a conduta por
ela mesma. Ex: para o finalismo o roubo a 0,15 centavos era crime.
Teoria Social da Ação
Em 1936, EB Schimidt começou a defender a Teoria Social da Ação. A ação deve ser
vista como um comportamento lesivo a sociedade.
Em 1970, Roxin apresenta ao mundo, um funcionalismo que o mundo convencionou
chamar de teleológico racional. FuncionalismoS representam uma verdadeira fusão
entre a teoria do delito e a teoria da pena, o crime e a conduta não são mais analisados in
re ipsa, o crime e a conduta passam a ser analisados pela necessidade concreta e pela
finalidade do direito penal. São vários os funcionalismos porque são várias as funções
que podem ser atribuídas ao direito penal. Os funcionalistas fazem uma fusão entre a
teoria do delito e a teoria da pena. Roxin diz que a função do direito penal é de proteção
subsidiaria a bens jurídicos limitada pela culpabilidade.
Em 1984, Jakobs apresenta ao mundo aquilo que se convencionou chamar de
funcionalismo sistêmico. Ele critica a ideia de bem jurídico, pois para Jakobes a noção
de bem jurídico ao invés de limitar a intervenção penal serve para justificar a sua
expansão.
Roxin constata que a história do direito penal será marcada, pelo aparecimento de novos
crimes, isso porque haverá novas necessidades que demandarão novas proteções.
Afinal, a proteção aos bens jurídicos serve para expandir ou restringir a intervenção do
direito penal? Teoria do bem jurídico sempre serviu e servirá para restringir a
intervenção do direito penal.
A eleição de bens jurídico não e arbitraria, como diz a professora Alice Bianchinni,
existe “pressupostos materiais mínimos para a tutela penal”.
A teoria do bem jurídico não serve para explicar o direito penal. Quando um legislador
positiva um crime, ele está declarando o bem jurídico a ser resguardado e não o
constituindo arbitrariamente.
A conduta que interessa o direito penal é a conduta humana que deve ser livre e
consciente. Existem 3 causas que excluem a conduta, quais sejam:
✓ Atos Reflexos;
✓ Estados de Inconsciência e
✓ Coação Física Irresistível.
OBS: Coação física exclui conduta, coação moral exclui culpabilidade. O crime doloso
possui dois atributos, um deles é o elemento consciência
DOLO CULPABILIDADE
1.Consciência 3. Consciência potencial
2.Vontade
A consciência que integra o dolo, é consciência em que o sujeito sabe o que faz. A
consciência que integra a culpabilidade, diz respeito ao sujeito que sabia que o que fazia
era errado. Quem não sabe o que está fazendo age sem dolo. Quem sabe o que está
fazendo, mas não sabe que é errado age sem culpabilidade.
OBS: Quem não tem consciência do está fazendo por óbvio não possui vontade de
delinquir.
3. Teoria do Dolo
Para explicar o dolo existe 3 correntes na doutrina, no brasil se aceita duas (código).
3.1 Teoria da Vontade
A primeira é a teoria da vontade que explica o dolo direto, onde o sujeito deseja o
resultado, dolo de primeiro grau. O dolo de segundo grau é quando um sujeito, para
provocar um resultado, obrigatoriamente, tiver de causar outros tantos. Ou seja, dolo é a
vontade consciente e livre de praticar os elementos que estão descritos no tipo
3.2 Teoria do consentimento ou assentimento
A segunda teoria aceita no Brasil, é a Teoria do consentimento ou assentimento, nesta
não basta prever o resultado, é necessário prever o resultado e aceita-lo usasse uma das
formulas de Frank. A teoria do consentimento, explica o dolo indireto que pode ser
eventual ou alternativo. Dolo eventual é quando se prever o resultado e aceita-se o
resultado. O dolo alternativo quer qualquer resultado, por exemplo arremessar uma
pedra em outra pessoa.
3.3 Teoria da Representação (não aceita)
O Brasil não admite a chamada teoria da representação. Aceitar é ser indiferente ao
resultado.
4. Crime Culposo
O crime culposo é uma exceção que deve respeito legalidade, ou seja, só existe crime
culposo se houver previsão expressa. O crime culposo possui 4 elementos:
• Previsibilidade do resultado, se o resultado for imprevisível é inevitável.
• Violação a um dever de cuidado objetivo
• Nexo de causalidade: é o vínculo que prende a conduta ao resultado
• Resultado: não existe crime culposo tentado. Tentativa em crime culposo era o
que Carrara chamava de monstruosidade lógica.
Exceção: a culpa IMPROPRIA admite
Se faltar um desses elementos não há culpa, se não há culpa, não há conduta, não
há crime
Existem 3 espécies de culpa:
• Negligencia: quem é desleixado, é quem não toma os cuidados que deveria
tomar. Deixar de fazer
• Imprudência: quando a pessoa infringe regra de trânsito.
• Imperícia: Falta de habilidade técnica
Obs¹: Nem todo erro profissional é necessariamente criminoso, o fato de ter
registro profissional por si só, também não exclui o crime.
Obs²: Diferentemente do direito privado, o direito penal não admite a
compensação de culpas. No direito penal, as culpas podem coexistir, ou seja,
não existe compensação de responsabilidades.
Obs³: chamasse de princípio da confiança, a situação em que o sujeito tomou
todos os cuidados e esperava e confiava que as outras pessoas também se
comportariam. Quem se comporta pelas regras do jogo pode esperar que as
outras pessoas também o façam.
A culpa pode ser classificada consciente ou com previsão e inconsciente ou sem
previsão. Culpa inconsciente é quando o sujeito não prevê o resultado. Culpa
consciente o sujeito prevê o resultado (assim como no dolo eventual), mas por acreditar
em uma habilidade especial acredita fundadamente que o resultado não vai acontecer.
Ele prevê e afasta o resultado (ihh fudeu!), no dolo eventual ele prevê e aceita (foda-
se!).
Culpa impropria (noção) ou por extensão ou por equiparação
É uma conduta(agir) intencional, unida como se culposa fosse em razão do erro.
Culpa preterdolosa
É mais uma forma de evitar a responsabilidade objetiva. Neste caso, há dolo no
antecedente e culpa no consequente. O exemplo clássico, é quando o sujeito dar um
soco em alguém e esse alguém cai e bate a cabeça, então morre.
Nexo de causalidade
É o elo que prende a conduta ao resultado. Existem dois tipos:
a) Causalidade física: Ela é física quando é possível separar a conduta do
resultado. Somente será física nos crimes materiais comissivos. Exemplo:
arremessar objeto/pessoa atingida.
b) Causalidade normativa: Ela é normativa quando conduta e resultado são
concomitantes.
O art. 13 do código somente trata da causalidade física, não existe causalidade
normativa explicada no código penal. Para explicar a causalidade existem duas teorias:
a) Teoria da causalidade adequada (não é aceito no Direito Penal: escolhe-se de
acordo com as regras de experiência, aquela que é mais propensa a causar o
resultado.
b) Teoria da equivalência dos antecedentes causais ou conditio sine qua non:
De acordo com essa teoria as causas equivalem. É pautada em um juízo
hipotético de eliminação. Se eu suprimir o comportamento e o resultado não
aparecer, o comportamento é causa. Se eu suprimir o comportamento e o
resultado continuar a aparecer, o comportamento é indiferente.
A equivalência dos antecedentes causais passa por algumas críticas:
a) Representa um regresso ao infinito.
Existe uma crítica forte ao juízo hipotético de eliminação, pois ele conduz a um regresso
ao infinito. Para evitar o regresso ao infinito são necessários alguns filtros/limites:
• Imputação subjetiva: só se discute nexo de causalidade se tiver havido dolo ou
culpa
• Imputação objetiva: Para Paulo Queiroz, a teoria da imputação em verdade é
uma teoria da não imputação, ou seja, a teoria da imputação objetiva é usada
para afastar a responsabilidade e não para atribui-la. Esta teoria nada tem a ver
com responsabilidade objetiva, ao revês ela evita uma tal responsabilidade. Essa
teoria diz que só vai haver crime se houver criação ou incremento de um risco
proibido, ou seja, não há crime se o risco for permitido. O risco permitido limita
a relação de causalidade. A exemplo de uma cirurgia realizada por um médico.
• Concausas: São causas concorrentes. Podem ser absolutamente independentes,
ou relativamente independentes, essas possuem um ponto de intercessão. As
absolutamente independentes, não se tocam, não se vinculam e geram relações
de causalidade autônomas. Quando uma concausa romper a relação de
causalidade, inaugurando uma outra, aquele que teve a causalidade rompida, vai
responder pelo crime tentado. A causalidade é rompida quando o resultado não é
o desdobramento natural da conduta. Exemplo: brandão deu veneno para pereira,
mas Gamil deu os tiros, o laudo diz que os tiros matou a pereira, Brandão
responde por crime tentado e Gamil por crime consumado.
OBS¹: Somente se responde pelo crime tentado se ainda era possível o crime se
consumar, do contrário será hipótese de crime impossível. Suponhamos que
pereira foi morto por envenenamento e depois de morto foi alvejado de tiros por
Gamil, neste caso, não há possibilidade de crime tentado, pois é impossível.
OBS²: Quando duas ou mais pessoas querem praticar um crime sem que uma
saiba da outra não existe concurso de pessoas, chama-se de autoria colateral ou
autoria incerta. Na autoria colateral, se não for possível precisar de onde partiu a
conduta que consumou o delito, em homenagem a presunção de inocência
ambos vão responder pela tentativa.
Questão da Prova: Desejando matar pereira, Brandão coloca 2ml de veneno em
seu suco, sem que soubesse de Brandão, Gamil põe mais dois ml de veneno,
pereira morre e o laudo cadavérico constata que a morte só se deu porquê houve
a ingesta de veneno em quantidade superior a 3ml.
Relevância Causal na omissão
Em todos os crimes omissivos, há uma natureza preceptiva, ou seja, há um comando
para que o agente faça aquilo que lhe é imposto na lei.
Crimes omissivos próprios ou puros Crimes omissivos impróprios ou impuros
Só podem ser praticados exclusivamente, por São acidentalmente omissivos
omissão. A tipicidade é indireta ou mediata, ou seja, o
A tipicidade é feita diretamente com base no enquadramento típico é formado por dois
crime em espécie. Ex: omissão de socorro artigos. A fusão entre um crime em espécie
com uma regra da parte geral. Art. 13 §2º
São unissubsistentes: quer dizer que a execução São plurissubstentes: aquele cujo atos
não pode ser fracionada, logo estes não admitem constantes do iter criminis (caminho do
tentativa e nem concurso de pessoas crime) podem ser fracionas, daí se admite
tentativa.
O sujeito só tem o dever de agir. Na omissão impropria o sujeito tem mais
que o dever de agir, ele tem o dever de
impedir o resultado.
Na omissão impropria é uma fixação em que
não impedir o resultado equivale a termo
causa
A omissão impropria é caracterizado como
crimes comissivos por omissão.
Se o agente não podia ou se o agente não devia, contrario sensu, não é penalmente
relevante. Só se fala em tipicidade na omissão quando o agente podia – quando era
possível – e devia – estava obrigado a agir para impedir o resultado. Se não era possível
ou ele não era obrigado a agir, a omissão não é penalmente relevante. Exemplo: salva-
vidas, bombeiro, policial, são garantidores legais.
O garantidor que se omite quando devia e podia agir para evitar o resultado vai
responder pelo crime material consumado. A lei prevê três figuras do garantidor.
A relevância causal na omissão é tratada no art. 13 §2º, CP: a omissão é penalmente
relevante quando o agente podia e devia agir para impedir o resultado. O dever de agir
incube a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
ex: o pai em relação aos filhos
b) b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
aquele que aceitou figurar como garantidor. Ex: professor de alpinismo.
c) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
É o sujeito que com seu comportamento anterior assumiu o risco de
provocar o resultado. Quem cria uma situação de risco para as vítimas
tem a obrigação de evitar que o risco do resultado se materialize.
TIPO PENAL
1. O tipo penal possui as seguintes funções:
4. Resultado
1) Naturalístico: é aquele que altera a realidade circundante e que por isso deve ser
objeto de perícia. Caracteriza os crimes materiais.
OBS: crimes materiais exigem laudo pericial para ser provados. Mas a
pericia pode ser direta ou indireta. Ex: o caso Elisa Samudiun
2) Jurídico: é aquele que não altera a realidade circundante e por isso não se exige
laudo pericial. Caracteriza os crimes formais. Nos resultados jurídicos não se
exige um resultado material para que o crime se consume, porém, nada impede
que exista esse resultado material. É por isso que parte da doutrina chama os
crimes formais de crimes de consumação antecipada. Ex: a extorsão não precisa
do recebimento do dinheiro para se consumar
OBS: A doutrina tradicional dizia que os crimes de mera conduta eram
crimes sem resultado e dava-se como exemplo disso, o crime de violação
de domicilio, modernamente, porém, não se admite, com base no
princípio da ofensividade, a existência de crime sem resultado. A esses
crimes “sem resultado” a doutrina chamava de crime de mera conduta ou
de mera atividade.
Teoria da Tipicidade Conglobante
Zafaroni diz que tipicidade penal é diferente de tipicidade legal. Para ele a tipicidade
penal é o que ele chama de tipicidade conglobada acrescida de anti normatividade. Para
ele, a tipicidade tem dois elementos:
a) A tipicidade conglobada, que pode ser chamada de anti-normatividade, isto quer
dizer que o comportamento não pode estar estimulado, nem fomentado pelo
direito. Porque o direito não estimularia a prática de um fato típico.
Teoria dos elementos negativos do tipo
A teoria dos elementos negativos do tipo exclui a tipicidade sempre que o
comportamento estiver permitido, com isso todas as causas de exclusão de ilicitude
migram para dentro da tipicidade
1. conceito
Ilicitude é um juízo de valor que recai sobre o autor do fato típico. Porque em certas
circunstancias as pessoas estão autorizadas a praticarem fatos típicos. Por isso essas
normas são chamadas de permissivas ou descriminantes. O conceito de ilicitude não é
exclusivo no direito penal. É por isso que a excluso de ilicitude via de regra faz coisa de
OBS: No processo penal, a defesa pode apelar de decisões absolutórias. Existe interesse
recursal em apelar mesmo que o réu tenha sido absolvido. Esse interesse surge, pois a
depender do fundamento, a absolvição pode ser boa ou ruim para o réu.
Caso Prático: uma certa mulher leva sua filha de 4 anos a delegacia para fazer
denúncia de estupro contra o pai biológico, sendo que foi padrasto. O pai ficou preso
por 60 dias, mas após análise do material genético do estuprador, as coisas se
esclarecem. Há uma diferença enorme se o juiz determinar presunção de inocência (há
indícios que ele tenha sido o autor, mas não há provas que comprovem) em detrimento
de negativa categórica de autoria (o fato existiu, mas foi praticado por outrem).
1.2 Antijuridicidade ou Injuridicidade
São normas chamadas de discriminantes. No código penal, a ilicitude está presente nos
arts 23, 24 e25.
OBS: existe exclusão de ilicitude, também, na parte especial do código penal, nos
artigos 128º, 142º e 146º
Existe uma causa supralegal de exclusão de ilicitude, qual seja, o consentimento do
ofendido. A exclusão supralegal de ilicitude deriva do princípio da fragmentariedade, ou
seja, o legislador reconhece a impossibilidade de prever todos os comportamentos
justificados considerando que o princípio da legalidade é uma garantia criada para
proteger o réu. É possível transigir com ela se for para beneficiar o réu, não se transigirá
com ela em seu prejuízo.
2. Requisitos do consentimento justificante: consentimento do
ofendido
a) Deve se tratar de um bem jurídico disponível
b) Deve ser válido, ou seja, extraído sem vícios de consentimento
c) Deve ser extraído do seu titular legitimo
d) Deve ser prévio ou concomitante a lesão. É dizer que não existe consentimento
posterior. O consentimento posterior pode dar lugar ao perdão do ofendido para
os crimes que o admitem. Ex: eu não posso aplicar consentimento do ofendido
numa venda de um rim, mas pode aplicar na doação, sendo a mesma lesão
corporal.
CULPABILIDADE
1. Conceito
É uma palavra que possui vários significados:
A) principio penal - sinônimo de proporcionalidade
Culpabilidade enquanto elemento do crime é a reprovabilidade a capacidade criminal. É
possibilidade de receber uma pena criminal. Enquanto se examina a ilicitude,
examinava-se se o fato estava autorizado. Na culpabilidade examina se a pessoa pode
receber una pena. Obviamente pessoas inculpáveis podem agir acobertados por uma
exclusão de ilicitude.
A culpabilidade moderna é regida pela teoria normativa pura, ou seja, não existem
elementos psicológicos. A culpabilidade é estruturada em 3 elementos valorativos:
1) imputabilidade
2) potencial consciência da ilicitude
3) exigência de atuação conforme o direito
2. Imputabilidade
A imputabilidade é a análise da capacidade de auto entendimento e de autodeterminação
e é regida pelo critério biopsicológico, ou seja, leva-se em consideração a idade e o
desenvolvimento mental.
No Brasil, os índios são tratados como inimputáveis.
Sobre a idade a responsabilidade penal começa aos 18 anos.
OBS: no Brasil a partir dos 12 anos e até os 18, menores praticam atos infracionais
puníveis com medidas socioeducativas. Essas medidas são graves, podem gerar até 3
anos de privação de liberdade.
OBS: Para esta idade é irrelevante a capacidade civil
2.1 Medidas socioeducativas
As medidas socioeducativas do ECA, podem durar até 3 anos, podem ser cumpridas até
o individuo completar 21 anos.
O código nos art. 65º e 115º dá um tratamento mais brando para o réu que possui mais
de 18 e menos de 21.
Retomando tipicidade.
1. Noções iniciais
A) Crimes unissubjetivos ou de concurso eventual: é aquele que pode ser praticado por
uma única pessoa, porém podendo haver o concurso de agentes, sob a forma de coautoria ou
participação. Não confundir com Crime unissubsistente.
Art. 29 do CP: Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade.
Aplicação aos crimes unissubjetivos ou de concurso eventual.