Você está na página 1de 14

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DO FORUM

SANTO AMARO / SP

Distribuição por dependência processo n° 1014175-86.2022.8.26.0009

FRANCISCO FABIANO DE CARVALHO, brasileiro, estado civil, profissão, portador (a) da cédula
de identidade RG nº 43455576 e do CPF/MF sob o n° 324.361.938-60, residente à RUA DOUTOR
DOMINGOS AMERICANO, nº245, -JARDIM IVA-SÃOPAULO-SP, CEP: 03921-030,endereço
eletrônico fabianofrancisco1811@gmail.com, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por
sua advogada que esta subscreve, propor a presente

AÇÃO DE REVISÃO CONTRATUAL DE FINANCIAMENTO DE VEÍCULO com


PEDIDO LIMINAR

em face BANCO TOYOTA DO BRASIL S.A., inscrito no CNPJ: 03.215.790/0001-10,


com sede São Paulo, na Av. Jornalista Roberto Marinho, 85, 3o Andar, Cidade Monções
CEP.04.576-010, pelas razões de fatos e de direito a seguir expostas:
PRELIMINARMENTE

DA COMPETÊNCIA

Diante do Novo CPC, requer seja aceita a competência, nos termos


do art. 926 e seguintes do NCPC e Súmula 77, do TJSP.

DA JUSTIÇA GRATUITA

O autor, em virtude de sua renda e compromissos financeiros, não


pode arcar com as custas e despesas processuais como custas iniciais, perícia técnica, honorários
advocatícios dentre outras sem o prejuízo de seu próprio sustento, conforme comprovado pela
declaração assinada e comprovante de rendimento, anexos.

Contudo, premente é a sua necessidade de socorrer-se ao judiciário


para ver tutelados os seus direitos, o que importa dizer que há um conflito objetivo de direitos,
decorrentes do direito do Estado em exigir remuneração pelos serviços judiciários que presta
contra o direito constitucional da autora a ver a sua pretensão apreciada pelo judiciário, nos
termos do art. 5º, XXXV da CF/88.
.
DOS FATOS

O autor ADERIU junto à instituição ré o CONTRATO DE


FINANCIAMENTO DE VEÍCULO COM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA (CDC), sendo:

Data da contratação:
Valor da parcela:
Valor financiado:
Valor de entrada:

Cédula: 2385175/22- Marca:KIA


MOTORS; Modelo:SPORTAGE
EX 2.0 16V/ 2.0 16VF; Ano de
Fabricação/Modelo:2021/2022;
Chassi:
KNAPR817BN7929399;Cor:AZUL;
Placa: GDQ8E53; RENAVAN:
1276913521

URGENTE
RECOLHIMENTO DO MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO
nº: 009.2023/001429-3
Situação: Aguardando Cumprimento em 31/01/2023
Oficial de justiça - Lenildo Paulo Da Silva

DA DELIMITAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES


CONTRATUAIS CONTROVERTIDAS

Art. 330 CPC.


§2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação
decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena
de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende
controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito
CLAUSULAS CONTRATUAIS A REVISAR
PARA QUE SEJAM DECLARADAS NULAS

CLÁUSULAS

Total a mais no custo efetivo total – R$ 900,00


Juros taxa de juros 1,10% ao mês

Para tanto, devem ser as tarifas/seguro excluídas do custo


efetivo total e determinado o seu recalculo, cuja diferença a mais nas prestações deve ser
abatida do saldo devedor.

DO RECALCULO
QUANTO AO VALOR CONTROVERSO
QUANTIFICAÇÃO DO VALOR INCONTROVERSO

O período do contrato inicial era de 48 meses com valor líquido


financiado de R$ 127.483,23, com taxa de 1,911455 % ao mês iniciando em 08/2022 no valor
mensal de R$ 4.430,02.

DEMONSTRATIVO DE CALCULO - EM ANEXO


Resta claro que

DAS RAZÕES PARA DECLARAR NULAS


AS TARIFAS ILEGALMENTE ADERIDOS

Sobre a questão, orienta o C. Superior Tribunal de Justiça que "deve,


necessariamente, a sentença observar a data do contrato, a
resolução de regência, as tarifas pactuadas e as efetivamente
cobradas e seus respectivos valores, em comparação com os
cobrados pelas instituições financeiras congêneres, no mesmo
seguimento de mercado (financiamento de veículos), para cada tipo
de serviço" (STJ, 2ª Seção, Rcl 14.696/RJ, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, DJe 09.04.2014 - grifei).

TARIFA DE CADASTRO

O valor da tarifa de cadastro está abusivo e excessivo pois não há


justificativa pelo valor vultuoso.

Ainda que permitida, não pode ser abusiva.


(Recurso especial repetitivo nº 1.251.331/RS. Tarifa de cadastro.
Legalidade, desde que não abusiva a cobrança. Abusividade
configurada. Redução para a média de mercado)

Nesse passo, em consulta ao valor médio das tarifas praticadas pelos


bancos privados para confecção de cadastro de mutuários pessoas físicas compiladas pelo
Banco Central (cód. 1101)
https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/tarifas_instituicoes, o valor cobrado se encontra
desproporcional e acima da média informada pelo Bacen.

Mostra-se lícita a cobrança de Tarifa de Cadastro, uma única vez,


no início da relação jurídica entre a instituição financeira e o consumidor, quando
observado o valor médio exigido pelas instituições financeiras na data da celebração do contrato,
divulgado pelo Banco Central do Brasil.

É evidente que o custo do levantamento de dados cadastrais é


infinitamente inferior. Ademais, como este valor é computado no montante a ser financiado, sobre
ele incidem juros e IOF, encarecendo significativamente a operação.

TARIFA DE REGISTRO

A tarifa de registro não está elencada na resolução bacen como tarifa


permitida, além do que, as despesas de pre-gravame são validas no contrato celebrados até
25/02/2011.

RECURSO ESPECIAL REPETITIVO.


TEMA 972/STJ.
DIREITO BANCÁRIO. DESPESA DE PRÉ-GRAVAME. VALIDADE
NOS CONTRATOS CELEBRADOS ATÉ 25/02/2011. SEGURO DE
PROTEÇÃO FINANCEIRA. VENDA CASADA. OCORRÊNCIA.
RESTRIÇÃO à ESCOLHA DA SEGURADORA. ANALOGIA COM O
ENTENDIMENTO DA SÚMULA 473/STJ. DESCARACTERIZAÇÃO
DA MORA. NÃO OCORRÊNCIA. ENCARGOS ACESSÓRIOS.

1. DELIMITAÇÃO DA CONTROVÉRSIA: Contratos bancários


celebrados a partir de 30/04/2008, com instituições financeiras ou
equiparadas, seja diretamente, seja por intermédio de
correspondente bancário, no âmbito das relações de consumo.

2. TESES FIXADAS PARA OS FINS DO ART. 1.040 DO


CPC/2015: 2.1 - Abusividade da cláusula que prevê o ressarcimento
pelo consumidor da despesa com o registro do pre-gravame, em
contratos celebrados a partir de 25/02/2011, data de entrada em vigor
da Res.-CMN 3.954/2011, sendo válida a cláusula pactuada no
período anterior a essa resolução, ressalvado o controle da
onerosidade excessiva.
FUNDAMENTACÃO
PROTECÃO DO DIREITO COMO CONSUMIDOR

"O art. 6º, inciso V, CDC abre uma exceção no sistema da nulidade
absoluta das cláusulas, permitindo que o juiz revise ou "modifique", a pedido do consumidor, as
"cláusulas que estabeleçam prestações desproporcionais ou que sejam excessivamente
onerosas" para ele em razão de fatos supervenientes.

As instituições financeiras ou grandes empresas agem de acordo


com as regras competitivas do mercado, de acordo com o lucro antecipadamente planejado e a
ser atingido, sabendo mover os consumidores, pela técnica da propaganda bem realizada, a
"desejarem " seus serviços, por outro lado, o consumidor (ou a pessoa física em posição
contratual a ele assimilável) não tem o alcance de visão projetiva das implicações dos negócios
que realiza tal como o tem a empresa com a qual contrata, principalmente se esta última é
instituição financeira de grande porte. O consumidor age com imediatismo, sob a pressão do
"desejo" de consumir, mais com a emoção do que com a razão (só mais tarde, às vezes muito
mais tarde, toma consciência dos problemas que lhe advirão do negócio realizado).

Quanto à natureza da requerida, não há dúvida tratar-se de


instituições financeiras cujos interesses, em geral, conflitam diretamente com as normas
consignadas no Código de Defesa do Consumidor, mormente no que diz respeito à:

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas


contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

I - Impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do


fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços
ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a
indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;

IV - Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,


que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou
sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;

XV - Estejam em desacordo com o sistema de proteção ao


consumidor;

§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vontade que:

III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,


considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse
das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Do objeto da presente ação, encontra arrimo no mesmo diploma
legal:

§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o


contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de
integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.

§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o


represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente
ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que
contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não
assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das
partes.

De conformidade com a legislação em vigor, acima citada (CDC), as


cláusulas abusivas porque conduzem a uma situação de desvantagem excessiva, de excesso de
onerosidade ao consumidor (art.6°, IV, CDC), devem ser modificadas, como o determina, de modo
expresso, o art.6°, inciso V, do Código de Defesa do Consumidor.

ART.39 - É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre


outras práticas abusivas

IV - Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,


tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição
social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.

XI - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou


contratualmente estabelecido.

Outra não é a razão da regra contida, por exemplo, no artigo


1.125 do Código Civil Brasileiro.

O controle das cláusulas abusivas é uma necessidade cada vez mais


premente e necessária à moderna organização social.

Conforme assevera João Bosco Leopoldino da Fonseca, "O controle


jurídico das condições contratuais gerais, e mais especificamente das cláusulas abusivas, tem por
finalidade, de um lado, conter o excessivo poder econômico da empresa e, por outro, proteger a
parte economicamente mais fraca na relação contratual estabelecida nos moldes dos contratos de
massa. Não se pode restringir esse tipo de controle aos contratos realizados entre fornecedores e
consumidores".

A interpretação da cláusula contratual, à luz do Código de Defesa do


Consumidor, aplicável então à espécie, porque norma de ordem pública e de hierarquia superior a
lei ordinária comum, exatamente por se tratar de um "Código", conduz, à conclusão de sua
abusividade, e em consequência, nos termos do art. 6°, inciso V, do CDC, à sua adequação a
parâmetros razoáveis, dentro do ordenamento jurídico pátrio.

ART.39 - É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre


outras práticas abusivas
IV - Prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição
social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços.

É de conhecimento notório que o mutuário não tem liberdade


contratual para negociar as melhores taxas e rejeitar alguns
encargos quando contratando financiamento. (TJSP, Apelação n°
7103258-7, 18ª. Câmara de Direito Privado, el. Des. Rubens Cury,
16.06.08)

Na verdade, percebe-se que a prática de cobrança de tarifas


funciona como uma elevação do próprio custo efetivo do contrato, que pode ser qualificada como
conduta contrária à boa-fé objetiva.

Em outras palavras, divulga-se num primeiro momento a taxa de juros


remuneratória para o consumidor, fazendo-o acreditar que terá o financiamento um determinado
custo financeiro. Porém, no momento do pagamento ou de assinatura do contrato, a ele são
impostas (exigidas) tarifas e ressarcimento de custos – ainda que se pudesse imaginar a opção
para que o consumidor as pague imediatamente e "fora" do contrato – que elevam o Custo
Efetivo do Contrato.

Ou seja, considerando-se o "valor líquido" (total do empréstimo,


deduzidas as tarifas e ressarcimento de custos) creditado para o lojista a pedido do consumidor e
levando-se em conta o valor a ser pago no empréstimo (total das prestações), chega-se ao
percentual do Custo Efetivo Total. Esta taxa é referida no contrato, mas sem o destaque de
informação ao consumidor. Uma infeliz realidade contratual de ausência de informação e
ilegalidade!

Entende a jurisprudência que o custo do empreendimento é do


empreendedor e não do consumidor, não tem vínculo jurídico que a autorize a reembolsar a ré por
serviços prestados por terceiros inerentes a sua própria atividade comercial, sendo ilegal o
repasse despesas a cargo da autora assim, deve ser estornada toda cobrança alusiva às tarifas
acima.

A adesão das tarifas está em desacordo com o Código de


Defesa do Consumidor (artigo 51, V, do CDC) e com as normas regulamentadoras, uma vez
que caracterizam verdadeiro repasse de custos financeiros da própria instituição financeira
ao consumidor.

Primeiro, porque representam serviços não informados


previamente ao consumidor, ensejando-se sua não vinculação, nos termos do artigo 46 do
CDC.

Segundo, porque não houve prova de prestação dos serviços,


numa justa remuneração, qualificando-se uma situação de abusividade, nos termos do
artigo 51, inciso IV do CDC.

E terceiro, porque os valores cobrados revelaram uma


excessiva vantagem do fornecedor em detrimento do consumidor, nos termos do artigo 51,
inciso IV do CDC.
DO JULGAMENTO DOS
RECURSO REPETITIVOS

Tendo em vista o Julgamento (dezembro/2018) dos Recursos


Repetitivos que ensejaram a suspensão das ações, cujo resultado,

DO CUSTO EFETIVO TOTAL

RECALCULO DAS PRESTAÇÕES


PROVEITO ECONÔMICO

Os valores cobrados revelaram uma excessiva vantagem do


fornecedor em detrimento do consumidor, nos termos do artigo 51, inciso IV do CDC.

Na verdade, percebe-se que a prática de cobrança de tarifas


funciona como uma elevação do próprio custo efetivo do contrato, que pode ser qualificada como
conduta contrária à boa-fé objetiva.

Em outras palavras, divulga-se num primeiro momento a taxa de juros


remuneratória para o consumidor, fazendo-o acreditar que terá o financiamento um determinado
custo financeiro. Porém, no momento do pagamento ou de assinatura do contrato, a ele são
impostas (exigidas) tarifas e ressarcimento de custos – ainda que se pudesse imaginar a opção
para que o consumidor as pague imediatamente e "fora" do contrato – que elevam o Custo
Efetivo do Contrato.

Ou seja, considerando-se o "valor líquido" (total do empréstimo,


deduzidas as tarifas e ressarcimento de custos) creditado para o lojista a pedido do consumidor e
levando-se em conta o valor a ser pago no empréstimo (total das prestações), chega-se ao
percentual do Custo Efetivo Total. Esta taxa é referida no contrato, mas sem o destaque de
informação ao consumidor. Uma infeliz realidade contratual de ausência de informação e
ilegalidade!

O Custo Efetivo Total contém todos os encargos, tributos, taxas e


despesas de um empréstimo ou financiamento, ou seja, os juros são apenas uma parte que
compõe o valor da contratação de um serviço, sendo que o CET corresponde então ao valor total
da negociação.

Para o cálculo do Custo Efetivo Total consideraremos não só os


juros, mas todas as despesas que compõem a Prestação Mensal Total. Dessa forma, com juros
mensais de X% am., chegamos a um CET mensal de Y% a.m. (a diferença entre os dois números
é o impacto das despesas adicionais e elevação da parcela)

Com a exclusão das tarifas se faz necessário novo cálculo de


financiamento diante da redução do CET total e consequentemente há redução no valor da parcela.
COM A EXCLUSÃO DE TODAS AS ILEGALIDADES ACIMA QUE
AUMENTARAM O CUSTO EFETIVO DA OPERAÇÃO, NÃO BASTA SUA DEVOLUÇÃO, MAS É
DE SUMA IMPORTANCIA E NECESSIDADE QUE SE DETERMINE O RECALCULO DAS
PRESTAÇÕES A PARTIR DO NOVO CUSTO EFETIVO CORRIGIDO, SOB PENA DE NÃO SE
ALCANÇAR O PROVIMENTO JURISDICIONAL POR COMPLETO.

O CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual,


incluindo todos os encargos e despesas das operações, isto é, o CET deve englobar não apenas
a taxa de juros, mas também tarifas, tributos, seguros e outras despesas cobradas do cliente

Para o cálculo do Custo Efetivo Total consideraremos não só os


juros, mas todas as despesas que compõem a Prestação Mensal Total. Dessa forma, com juros
mensais de 1,42% chegamos a um CET mensal de 1,54% (a diferença entre os dois números é o
impacto das despesas adicionais e elevação da parcela)

O Custo Efetivo Total representa a junção de todos os encargos e


despesas que incidem sobre uma operação de crédito. Representado pela sigla “CET”, trata-se de
um demonstrativo do quanto será pago pelo empréstimo solicitado. Ou seja, essa sigla representa
basicamente o valor final (real) da sua dívida.

O consumidor é parte hipossuficiente ele não sabe o que significa


custo efetivo, o que compõe como se chega no valor das taxas, ele acredita na propaganda taxa
zero e quando vai comprar alguém que pagou o mesmo valor, mas com parcela menor, percebe
que foi lesado, mas nem entender porque que os juros as vezes maior e ele que comprou taxa
zero tem umas parcelas bem maior, agora sabemos que é em razão do custo efetivo, pois a taxa
de juros remuneratórios é uma e a taxa do custo efetivo é outra.

Sendo assim, o valor de uma parcela é determinado pelo custo


efetivo total e uma vez excluídas do custo efetivo torna-se o percentual de juros reduzido, com
isso, muda o resultado do valor das parcelas, por esta razão, se requer declarar em sentença não
só a nulidade e exclusão dos encargos abusivos que compõe o CET, mas o recalculo das
parcelas diante da sua redução.
.

DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, pelas razões de fato e de direito, pela


demonstração cabal de desvantagem, onerosidade excessiva e práticas abusivas contra a
autora, protegida pela lei consumerista, doutrina e inúmeras jurisprudência no mesmo sentido
abaixo, requer:

PRELIMINARMENTE

A concessão da justiça gratuita, nos fundamentos previstos no


preambulo da inicial;
A concessão da Tutela antecipada conforme preambulo da inicial,
alternativamente, o depósito em juízo das parcelas incontroversas até decisão final da lide.

NO MERITO

Seja a presente ação julgada totalmente procedente para:

a) declarar a ilegalidade da cobrança de juros moratórios,


determinando sua exclusão do custo efetivo e devolução no saldo devedor, no valor de R$
850,00
b) determinar o recalculo das prestações, considerando a
redução do Custo Efetivo Total, cuja redução do valor da parcela recalculada resultará na
diferença a mais no contrato, abatida do saldo devedor R$ 9.470,30.
c) na hipótese de inadimplência, fica declarada a nulidade dos
encargos moratórios acima do patamar previsto pelas sumulas 296 e 472 do STJ, não
capitalizada e nem cumulada com outros encargos ou multa contratual

d) cada valor desembolsado em excesso deverá ser corrigido com


juros de mora de 1% ao mês e correção monetária (calculada pelos índices adotados pelo TJSP),
ambos a partir do desembolso, e na hipótese de contrato quitado os valores serão devolvidos em
espécie;

e) a condenação nas custas e despesas processuais, bem como nos


honorários advocatícios no importe de 20% do valor da causa.

DAS PROVAS

Requer a inversão do ônus da prova, nos termos dos artigos 359


e na forma do art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista tratar-se de
contrato bancário de financiamento e crédito onde está configurada a relação de consumo,
conforme previsão do artigo 3º, parágrafo segundo daquele Código.

Além da relação de consumo também é evidenciada a


hipossuficiência do autor perante a instituição financeira que se utiliza de contrato de
adesão para a realização de operações de crédito.

Portanto, imperiosa a aplicação do C.D.C, protestando ainda provar o


alegado por todos os meios de prova em direito permitidas, sem exclusão de qualquer outra
pertinente.
DO VALOR DA CAUSA

TJ-SP - Agravo de
Instrumento 0274442-
36.2012.8.26.0000 (TJ-SP)
Data de publicação: 15/02/2013
Ementa: *VALOR DA CAUSA. PROVEITO ECONÔMICO.

EMENDA. CONTRATO. FINANCIAMENTO. PRETENSÃO


REVISÃO DE ALGUMAS
CLÁUSULAS CONTRATUAIS. 1. Tendo a autora apresentado
planilha de cálculo apresentando o valor sobre o qual pretende
revisão, com delimitação do benefício econômico, deve o valor
da causa a ele corresponder nos termos do art. 258 c/c 259, do
CPC. Recurso provido para que o valor da causa corresponda
ao do benefício patrimonial perseguido.

Dá a causa o valor de R$ 10.320,30 (dez mil, trezentos e vinte


reais, e trinta centavos) correspondente ao proveito econômico.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.
São Paulo, 06 de fevereiro de 2023

LUISA
OAB/SP INFORMAR

Você também pode gostar