Você está na página 1de 25

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS

VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE ________

_______________, já qualificado nos autos do processo em epígrafe,por


intermédio de sua procuradora “infine”assinado, vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência

IMPUGNAÇÃO A CONTESTAÇÃO

em face de AYMORÉ CRÉDITO FINANCIAMENTO E


INVESTIMENTO S/A , inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob
o n.º 07.707.650./0001-10, com endereço comercial à Amador Bueno, 474, BL
C 1º Andar , Sto Amaro, Cidade São Paulo /SP- 04752-005 e ZURICH
SANTANDER BRASIL SEGUROS E PREVIDENCIAS S.A , inscrita no
Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o n.º 87.376.109./0001/06, com
endereço comercial à Av. XV de novembro, 165, 7º Andar, centro de São Paulo
/SP – 01311.001, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

DO VALOR DA CAUSA

O valor da causa nas ações revisionais de contrato bancário


deve corresponder ao valor do proveito econômico pretendido com a demanda
que, que corresponde ao valor controvertido, nos termos do art. 282 , II, do
CPC /15, e desta forma foi feito.
Não há de se falar em valor excessivo, uma vez que é o valor
conforme apresentado na análise pericial.

DO CÁLCULO PERICIAL

. De acordo com a análise pericial o réu alegou e não


comprovou, ou se quer, juntou nos autos qualquer outro cálculo capaz de
debater com o apresentado.

Está claro no contrato a divergência da taxa de juros. E é


entendimento do STJ de acordo com a súmula 530 que:

Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a


taxa de juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou pela falta
de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa média de mercado,
divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a
taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
Conforme se comprova no contrato, á a impossibilidade de
comprovar, incerteza e comprovado que não foi cobrado da forma que foi
pactuado. Havendo assim um descumprimento contratual.

CONSOLIDAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA

Dessa forma, no que diz respeito aos juros remuneratórios, a 2ª


Seção do STJ consolida o entendimento de que:

em qualquer hipótese, é possível a correção para a taxa


média se for verificada abusividade nos juros remuneratórios praticados.
Que no caso se comprovou que o réu não cumpriu com o
pactuado no contrato.

DO CONTRATO
Excelência, a parte autora não quer de modo algum levar
vantagem contra os Requerido, porém não pode ser lesado somente pela
magnitude de atuação da instituição financeira.

Insta salientar, que a parte autora entende que contraiu uma


divida com a instituição financeira e que honrou com todas as parcelas,
porém, destaca-se que o Réu agiu de maneira ardilosa, ao aprovar um
contrato com taxas e formas de pagamento bem acima das reais condições
do mercado financeiro bem como incluiu uma venda casada.

Insta salientar, que a instituição financeira desrespeitou a


taxa de juros acordada na operação financeira, elevando dessa forma, o valor
da parcela mensal ao aprovar de maneira ardilosa, um contrato com taxas e
formas de pagamento bem acima das reais condições financeiras do
Requerente, conforme é já foi demonstrado.

Além de colocar uma venda casada no contrato não


permitindo ao autor escolher a companhia de seguros que melhor lhe
conviesse, pois impingiu-lhe a contratação do seguro junto ZURICH
SANTANDER BRASIL SEGUROS E PREVIDENCIAS S.A.

Conforme segue:
E mais, o autor foi obrigado a pagar despesas de
contratação sem ser informado, conforme se comprova:

TESE STJ: O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de


matéria de Recursos Repetitivos (REsp nº 1.639.320/SP), decidiu que, em
contratos bancários celebrados a partir de 30/04/2008, o consumidor não pode
ser compelido a contratar seguro com a instituição financeira ou com
seguradora por ela indicada.

Assim, é abusiva a cobrança de seguro imposta ao consumidor, por


CONFIGURAR VENDA CASADA, nos termos do art. 39, I, do CDC. (grifei).

A obrigação em contratar com a própria instituição financeira ou


outra por ela INDICADA, retira do consumidor a liberdade em contratar com
instituição mais vantajosa.

DO DIREITO

Excelência, o que o autor pretende com o ingresso dessa ação


é a justiça, com a aplicação de índices e sistema de juros, que permitirão a Ré
uma margem de lucro, porém, sem comprometer de maneira excessiva a parte
autora.

Necessitando a parte autora de obter o empréstimo, não


restou alternativa, somente a de assinar um contrato sem obter em dada
ocasião um entendimento maior da realidade da qual o negócio jurídico se
pautava.

Em consonância com os ditames da legislação brasileira, o


contrato esta em desacordo por se tratar de uma operação financeira pautada
em um contrato de adesão, onde não perfaz o exercício da livre escolha.

O Código de Defesa do Consumidor é claro ao desobrigar o


Requerente ao cumprimento de contratos confusos, e principalmente sem
expressa previsão das obrigações, sempre interpretando as disposições de
forma mais favorável ao consumidor. Assim dispõem os art. 46 e 47 do aludido
diploma:

Artigo 46 - Os contratos que regulam as relações de consumo


não obrigam os consumidores, se não lhe for dada à
oportunidade de conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se
os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a
dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.

Artigo 47 - As cláusulas contratuais serão interpretadas de


maneira mais favorável ao consumidor.

Contudo, no intuito de entender melhor o ocorrido, a autora


procurou a instituição com a finalidade de verificar as condições do
empréstimo, porém, não logrou êxito.

Almejando conhecer melhor o contrato, a parte autora o


submeteu a um parecer técnico, conforme já mencionado, oportunidade em
que se faz prova a planilha/cálculo demonstrativa (documento anexo),
apontando diversas irregularidades.

Destaca-se que a análise pericial, realizou o comparativo


entre as taxas fixadas no contrato e as taxas praticadas pela instituição
financeira na operação, sob o prisma de verificar as reais condições acordadas
entre as partes.

Como resultado de tal apuração financeira, ficou evidenciada,


que o negócio jurídico não foi pautado sob o princípio da boa-fé, vez que, as
partes acordaram no instrumento contratual, um financiamento de R$ 6.500,00
em 36 parcelas, com a aplicação de uma taxa de juros mensais de 3,32%.

Entretanto, em conformidade com a apuração contábil, a


Instituição Financeira aplicou de forma ardilosa o prejuízo de indébitos que
totalizam R$ 6.304,00.

Insta salientar, que o parecer aduz de maneira clara que se a


taxa de juros acordada no instrumento contratual respeitasse a taxa média
divulgada pelo banco central de 1,73% a.m., fosse aplicada corretamente no
financiamento, o valor inicial da prestação seria de R$ 394,00 em 20 parcelas
com quitação em 07/11/2017, porém foram descontadas de forma indevida até
07/03/2019 cobrando 16 parcelas superiores.

Ante o exposto, preocupa-se o Direito do Consumidor com a


fase pré- contratual porque é justamente nela que se constitui a atividade
destinada a dar vida ao futuro contrato.

O Dever de informar decorre do art. 6º, III do CDC, sendo um


dever essencial, para a harmonia e equilíbrio de todas as relações de
consumo.

Deste modo, preventivamente, o fornecedor deve sempre


prestar as informações ao consumidor sobre o conteúdo do contrato, dando
especial ênfase para as cláusulas limitativas do direito do Consumidor,
conforme art. 54,§4 º do CDC. Com isso, estima-se prevenir eventual
responsabilidade, o que demonstrará, inequivocamente, sua boa- fé, que tem
como reflexo o direito de arrependimento para as vendas fora do
estabelecimento físico (art. 49).

Ao regulamentar o dever de oportunizar informação sobre o


conteúdo do contrato, o art. 46 do CDC surpreende com seu alcance, pois
impõe aos fornecedores o dever de redigir claramente as cláusulas contratuais
especificando de forma detalhada para os consumidores, todo seu conteúdo.
Além disso, o referido dispositivo traz uma sanção severa ao
descumprimento deste "dever de oportunidade", pois a vontade do consumidor
de ver a execução do contrato, bem como a validade de sua aceitação poderá
ser considerada nula. Assim, a sanção imposta ao fornecedor que não prestar
as informações adequadas na fase pré-contratual é a oportunidade que o
Código fornece ao consumidor de não se obrigar pela execução do contrato.

Diante do exposto, resta somente ao autor, requerer o que lhe


é de direito, ou na falta deste, a multa em pecúnia.

Valor esse, Vossa Excelência, que deverá ser convertido em


benefício da parte autora, EM DOBRO, no valor de R$ 12.608,00, conforme
preconiza o art. 42 do CDC com a incidência de juros e correção monetária,
desde a data do primeiro vencimento.

Ocorre que, em desacordo com a exegese firmada por nossos


Tribunais Superiores, em especial as teses firmadas pelo Superior Tribunal de
Justiça, o banco réu:

a) realizou a cobrança de tarifa de avaliação e registro de


contrato, sem efetivamente prestar tais serviços;

b) aplicou juros remuneratórios, sobre parcelas acessórias,


em patamar mais elevado do que o aplicado às parcelas principais;

c) utilizou juros remuneratórios, sobre as parcelas principais,


superiores ao dobro informado ao Banco Central (indício de ilicitude) pela
própria Requerida, bem como superiores às taxas adotadas pelo mercado,
colocando o consumidor em desvantagem exagerada;

d) realizou a venda casa de seguro;

e) realizou cobrança vexatória ao Autor, expondo-o à


terceiros, bem como em decorrência do excesso de ligações, que fogem à
normalidade.

Assim, primando pelos princípios que regem as relações


consumeristas, bem como o Sistema Financeiro Nacional, com base na
jurisprudência dos colegiados da corte (Superior Tribunal de Justiça),
fundamentamos esta exordial, nos seguintes termos:

TARIFA DE AVALIAÇÃO DO BEM E REGISTRO DE CONTRATO

TESE STJ: No dia 28 de novembro de 2018, o Superior Tribunal de


Justiça, em julgamento do REsp 1.578.553, firmou três teses bancárias, dentre
as quais ficou reconhecida a validade da tarifa de avaliação do bem dado em
garantia, bem como da cláusula que prevê o ressarcimento da despesa com o
registro do contrato, ressalvada a abusividade da cobrança do serviço não
efetivamente prestado e a possibilidade de controle da onerosidade excessiva
em cada caso.

No caso dos autos, houve a cobrança da tarifa de avaliação do bem ,


bem como a cobrança de tarifa pelo registro do contrato , sem que a requerida
tenha, efetivamente, prestados tais serviços.

Nunca houve laudo de avaliação veicular e o Autor sequer levou o


veículo para ser avaliado pelos prepostos da empresa Requerida, pelo o que a
cobrança é ilícita e deve ser decotada do contrato.

Da mesma forma, a empresa Requerida não comprovou ao consumidor


o registro do contrato, que justificasse a cobrança em comento, pelo o que, por
via lógica, requer a declaração de abusividade da referida cláusula, com a
consequente restituição ao Autor.

IOF

TESE STJ: Podem as partes convencionar o pagamento do Imposto


sobre Operações Financeiras e de Crédito (IOF) por meio de financiamento
acessório ao mútuo principal, sujeitando-o aos mesmos encargos contratuais
(tese julgada sob o rito do artigo 543-C do CPC — tema 621).

No caso dos autos, contrariando entendimento exposto por nossos


Tribunais Superiores, a Requerida realizou financiamento acessório ao mútuo
principal, para pagamento do referido imposto (IOF), utilizando, no entanto, a
tarifa de 3,00% ao mês, conforme se depreende do contrato.
Neste ínterim, com fundamento no art. 51 do Código de Defesa do
Consumidor, bem como na tese apresentada pelo Superior Tribunal de Justiça,
a qual nos filiamos, o Autor requer a adequação da taxa de juros
remuneratórios aplicados sobre o financiamento acessório, ao mesmo patamar
aplicado ao contrato principal.

Precedentes: Precedentes: AgRg no REsp 1532484/PR, Rel.


Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 08/09/2015, DJe 11/09/2015; AgRg no AgRg no
AREsp 597241/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, julgado em 23/06/2015, DJe 03/08/2015; AgRg no
AREsp 264054/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI,
QUARTA TURMA, julgado em 18/12/2014, DJe 06/02/2015;
AREsp 733504/RS (decisão monocrática), Rel. Ministro
ANTONIO CARLOS FERREIRA, julgado em 07/08/2015, DJe
13/08/2015; AREsp 641017/RS (decisão monocrática), Rel.
Ministro MOURA RIBEIRO, julgado em 16/06/2015, DJe
19/06/2015; AREsp 599270/RS (decisão monocrática), Rel.
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, julgado em
03/02/2015, DJe 12/02/2015; REsp 1289286/RS (decisão
monocrática), Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, julgado em
04/04/2014, DJe 07/05/2014. (VIDE INFORMATIVO DE
JURISPRUDÊNCIA N. 531)

SEGURO (VENDA CASADA)

TESE STJ: O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de matéria de


Recursos Repetitivos (REsp nº 1.639.320/SP), decidiu que, em contratos
bancários celebrados a partir de 30/04/2008, o consumidor não pode ser
compelido a contratar seguro com a instituição financeira ou com seguradora
por ela indicada.

Assim, é abusiva a cobrança de seguro imposta ao consumidor, por


configurar venda casada, nos termos do art. 39, I, do CDC. (grifei).
A obrigação em contratar com a própria instituição financeira ou outra
por ela indicada, retira do consumidor a liberdade em contratar com instituição
mais vantajosa.

No caso dos autos, verifica-se que a instituição financeira incluiu a


cobrança de R$407,55 ( quatrocentos e sete reais e cinquenta e cinco
centavos), referentes a SEGURO, vide:

E, além de realizar a venda casada, aplicou juros remuneratórios sobre


à referida cobrança, em patamar superior ao valor acordado para o
financiamento principal, em desacordo com entendimento adotado por nossos
Tribunais Superiores.

Assim, considerando a ilicitude apontada, pugna-se pela declaração de


nulidade da referida cobrança, com a restituição dos valores pagos sob este
título, desde a contratação, corrigidos de cada desembolso.

Entendimento adotado por nossos Tribunais Superiores:

EMENTA:

DIREITO CIVIL. CONTRATO DE ABERTURA DE


CONTA CORRENTE. CONTRATO DE TÍTULO DE
CAPITALIZAÇÃO. VENDA CASADA. PRÁTICA ABUSIVA.
VEDADA. INFORMAÇÃO ADEQUADA E CLARA. DIREITO
BÁSICO DO CONSUMIDOR. FALHA NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA I. A conduta dos
bancos de condicionar a celebração de contrato de abertura de
conta corrente à formalização de contrato de título de
capitalização é conhecida como venda casada, sendo vedada
pelo ordenamento jurídico, que busca assegurar o respeito ao
princípio da liberdade contratual, garantindo a prevalência da
vontade real daquele que é estimulado a contratar (art. 39, I, do
CDC). II. É direito básico do consumidor receber informação
adequada e clara sobre os serviços, com especificação correta
de quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem
(art. 6º, III, do CDC). III. Comprovada a falha na prestação do
serviço e a ausência de informações adequadas e suficientes,
fica caracterizada a responsabilidade solidária dos
fornecedores do serviço, ensejando a nulidade dos contratos e
a restituição dos valores pagos. IV. Negou-se provimento aos
recursos. (Acórdão n. 774276, Relator Des. JOSÉ DIVINO DE
OLIVEIRA, Revisora Desª. ANA CANTARINO, 6ª Turma Cível,
Data de Julgamento: 26/3/2014, Publicado no DJe: 1º/4/2014).

Assim, considerando a ilicitude apontada, pugna-se pela declaração


de nulidade da referida cobrança, com a restituição dos valores pagos sob este
título, desde a contratação, corrigidos de cada desembolso.

Desta forma, requer o Autor, o afastamento das alegações


suscitadas, pelos motivos acima delineados, prosseguindo-se o feito em seus
ulteriores trâmites processuais.

No julgamento do Recurso Especial Repetitivo n.º 1.061.530/RS, 2ª


Seção, DJe de 10/03/2009, adotaram-se as seguintes orientações quanto aos
juros remuneratórios:

a) as instituições financeiras não se sujeitam à limitação dos


juros remuneratórios estipulada na Lei de Usura (Decreto
22.626/33), Súmula 596/STF;
b) a estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao
ano, por si só, não indica abusividade;
c) são inaplicáveis aos juros remuneratórios dos contratos de
mútuo bancário as disposições do art. 591 c/c o art. 406 do
CC/02;
d) é admitida, em relações de consumo, a revisão das taxas de
juros remuneratórios em situações excepcionais, desde que a
abusividade (capaz de colocar o consumidor em desvantagem
exagerada – art. 51, §1º, do CDC) fique cabalmente demonstrada,
ante as peculiaridades do julgamento em concreto.

Todavia, no referido julgamento, não foi abordada a legalidade da


cobrança de juros remuneratórios devidos em contratos bancários, quando não
há prova da taxa pactuada ou a cláusula ajustada entre as partes não tenha
indicado o percentual a ser observado.

Destarte, passa-se a analisar essa questão, nos termos do art. 543-


C do CPC.

A 2ª Seção desta Corte pacificou o entendimento de que é nula a


cláusula contratual que prevê a incidência de juros remuneratórios, sem
precisar a respectiva taxa, visto que fica ao exclusivo arbítrio da instituição
financeira o preenchimento de seu conteúdo. A fixação dos juros, porém, não
fica adstrita ao limite de 12% ao ano, mas deve ser feita segundo a taxa média
de mercado nas operações da espécie.

A maioria dos Ministros que compõem esta 2ª Seção já teve a


oportunidade de apreciar o tema, conforme se verifica dos seguintes julgados:

APLICAÇÃO DA TAXA MÉDIA DE MERCADO

Relator Julgado Órgão


Aldir Passarinho AgRg no REsp 1.068.221/PR – Dje 4ª Turma
Junior 24/11/2008
João Otávio de AgRg no REsp 1.003.938/RS – Dje 4ª Turma
Noronha 18/12/2008
Luís Felipe AgRg no REsp 1.071.291/PR – Dje 4ª Turma
Salomão 23/03/2009
Massami Uyeda REsp 1.039.878/RS - DJe 3ª Turma
20/06/2008
Nancy Andrighi AgRg no REsp 1.050.605/RS – Dje 3ª Turma
05/08/2008
Paulo Furtado AgRg no Ag 761.303/PR – Dje 3ª Turma
04/08/2009
Sidnei Beneti AgRg no REsp 1015238/RS – Dje 3ª Turma
07/05/2008
Vasco Della EDcl no Ag 841.712/PR – Dje 3ª Turma
Giustina 28/08/2009
Fernando AgRg no REsp 1.043.101/RS – DJe 4ª Turma
Gonçalves 17/11/2008

Sobre a matéria, nota-se que o precedente uniformizador da


jurisprudência é o REsp 715.894/PR, de minha relatoria, 2ª Seção, DJ de
19/03/2007, assim ementado:

“Direito bancário. Contrato de abertura de crédito em conta


corrente. Juros remuneratórios. Previsão em contrato sem a
fixação do respectivo montante.
Abusividade, uma vez que o preenchimento do conteúdo da
cláusula é deixado ao arbítrio da instituição financeira (cláusula
potestativa pura). Limitação dos juros à média de mercado (arts.
112 e 113 do CC/02). Art. 6º da LICC.
Questão constitucional. Honorários advocatícios. Ação
condenatória. Estabelecimento em valor fixo.
Impossibilidade. Necessidade de observância da regra do art. 20,
§3º, do CPC.
- As instituições financeiras não se sujeitam ao limite de 12% para
a cobrança de juros remuneratórios, na esteira da jurisprudência
consolidada do STJ.
- Na hipótese de o contrato prever a incidência de juros
remuneratórios, porém sem lhe precisar o montante, está correta
a decisão que considera nula tal cláusula porque fica ao exclusivo
arbítrio da instituição financeira o preenchimento de seu conteúdo.
A fixação dos juros, porém, não deve ficar adstrita ao limite de
12% ao ano, mas deve ser feita segundo a média de mercado nas
operações da espécie. Preenchimento do conteúdo da cláusula
de acordo com os usos e costumes, e com o princípio da boa fé
(arts. 112 e 133 do CC/02).
- A norma do art. 6º da LICC foi alçada a patamar constitucional,
de modo que sua violação não pode ser discutida em sede de
recurso especial. Precedentes.
- Tratando-se de ação condenatória, os honorários advocatícios
têm de ser fixados conforme os parâmetros estabelecidos no art.
20, §3º do CPC. Merece reforma, portanto, a decisão que os
estabelece em valor fixo. Precedentes.
Recursos especiais da autora e do réu conhecidos e parcialmente
providos.”

Nesse precedente, declarou-se a nulidade da cláusula inserida em


contrato de abertura de crédito em conta corrente que previa a incidência de
juros remuneratórios sem definir a respectiva taxa, determinando-se a
aplicação da taxa média de mercado em operações da espécie.
A nulidade da cláusula em comento evidencia-se seja por
abusividade (art. 51, X, do CDC) seja por ser potestativa (art. 122, do CC/02;
115 do CC/16).

A jurisprudência do STJ tem utilizado para esse fim a taxa média de


mercado.

Essa taxa é adequada, porque é medida segundo as informações


prestadas por diversas instituições financeiras e, por isso, representa o ponto
de equilíbrio nas forças do mercado. Além disso, traz embutida em si o custo
médio das instituições financeiras e seu lucro médio, ou seja, um spread
médio.

A adoção da taxa média de mercado ganhou força quando o Banco


Central do Brasil passou, em outubro de 1999, a divulgar as taxas médias,
ponderadas segundo o volume de crédito concedido, para os juros praticados
pelas instituições financeiras nas operações de crédito realizadas com recursos
livres (conf. Circular nº 2.957, de 30.12.1999).

As informações divulgadas por aquela autarquia, as quais são


acessíveis a qualquer pessoa por meio da Internet (conforme
http://www.bcb.gov.br/?ecoimpom; ou http://www.bcb.gov.br/?TXCREDMES,
acesso em 07.04.2010), são agrupadas de acordo com o tipo de encargo
(prefixado, pós-fixado, taxas flutuantes e índices de preços), com a categoria
do tomador (pessoas físicas e jurídicas) e com a modalidade de empréstimo
realizada (hot money, desconto de duplicatas, desconto de notas promissórias,
capital de giro, conta garantida, financiamento imobiliário, aquisição de bens,
'vendor', cheque especial, crédito pessoal, entre outros).

É certo, ainda, que o cálculo da taxa média não é completo, na


medida em que não abrange todas as modalidades de concessão de crédito,
mas, sem dúvida, presta-se como parâmetro de tendência das taxas de juros.
Dessa forma, nas hipóteses em que não houver a divulgação pelo Bacen da
taxa média relativa a um contrato específico, nada impede o juiz de acolher,
com base em regras de experiência, a média adotada pelo mercado em
contratos similares.

Corrobora também o entendimento do STJ sobre a matéria:

STJ - Súmula 530

Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa


de juros efetivamente contratada - por ausência de pactuação ou
pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-se a taxa
média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas
operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais
vantajosa para o devedor.

O Superior Tribunal de Justiça, consolidou o entendimento de que:

a) nos contratos de mútuo em que a disponibilização do capital é


imediata, deve ser consignado no respectivo instrumento o
montante dos juros remuneratórios praticados. Ausente a
fixação da taxa no contrato, deve o juiz limitar os juros à média
de mercado nas operações da espécie, divulgada pelo Bacen,
salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o cliente.

b) em qualquer hipótese, é possível a correção para a taxa média


se for verificada abusividade nos juros remuneratórios praticados.

No presente caso, de acordo com o Parecer, demonstra-se os


valores descontados no contracheque da autora pela calculadora do cidadão
do BACEN para os períodos compreendidos dos contratos entabulados.

Nessa hipótese, o reconhecimento da abusividade na cobrança dos


juros conduz à aplicação da taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen.

DA REVISÃO DOS JUROS REMUNERATÓRIOS

TESE STJ: É admitida a revisão das taxas de juros remuneratórios em


situações excepcionais, desde que caracterizada a relação de consumo e que
a abusividade (capaz de colocar o consumidor em desvantagem exagerada —
artigo 51, § 1º, do CDC) fique cabalmente demonstrada, ante às peculiaridades
do julgamento em concreto (tese julgada sob o rito do artigo 543-C — tema 27).

Sabemos que não há limitação para a pactuação e a cobrança dos juros


compensatórios nos contratos bancários, ou seja, a taxa de juros pode ser
livremente estabelecida pelas partes contratantes. Podem convencionar o
percentual incidente pelo empréstimo do capital livremente, pois não incide o
artigo 192, § 3º da CF (revogado) e as taxas previstas na Lei da Usura
(Decreto nº 22.626/33) às instituições financeiras, in verbis: Súm. Vinculante 7.

A norma do parágrafo 3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela


Emenda Constitucional 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao
ano, tinha sua aplicabilidade condicionada à edição de lei complementar. Súm.
596. STF.

As disposições do Decreto 22.626 de 1933 não se aplicam às taxas de


juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições
públicas ou privadas, que integram o sistema financeira nacional.

Assim, vale dizer que as instituições financeiras podem fixar livremente a


taxa de juros compensatórios, vez que são inaplicáveis as limitações
constitucionais (de 12% ao ano), do Código Civil e/ou da Lei de Usura (6% ou
12%, conforme o caso) “aos contratos celebrados com instituições integrantes
do Sistema Financeiro Nacional, salvo nas hipóteses previstas em legislação
específica” (STJ. AgRg no REsp 920.437/RS. Rel. Paulo de Tarso
Sanseverino. T3. Julg. 18.11.2010). Contudo, como toda regra, há exceções.

Pode, então, haver, excepcionalmente, limitações às taxas de juros


compensatórios cobradas pelas instituições financeiras, verificados de acordo
com o caso concreto. São elas: a) ausência de contrato ou da fixação da taxa
de juros e b) abusividade dos juros contratuais.

E neste ponto, defendemos o nosso pedido: Inicialmente, salientamos


que “O STJ reconheceu haver sujeição das instituições financeiras às regras da
lei consumerista, de modo a conferir aos consumidores de serviços bancários
um grau maioR de proteção, diante de uma relação de consumo marcada pelo
uso generalizado dos contratos de massa e pela expressiva desproporção
entre os polos contratuais”. (FERREIRA FILHO, Roberval Rocha. VIEIRA,
Albino Carlos Martins. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça: organizadas
por assunto, anotadas e comentadas. Salvador: Jus Podivm, 2009, p. 155).

Sob esta ótica, e à luz dos princípios que regem o direito consumerista,
combatemos os juros remuneratórios que foram firmados nos contratos de
empréstimos oferecidos pelo banco réu ao Autor, notadamente em razão de
sua abusividade.

Observe, excelência, que a taxa de juros remuneratórios aplicáveis à


época de acordo com o banco central e taxa média do mercado, aos contratos
de financiamento de veículo, não ultrapassam os 22,98% ao ano e, mesmo
assim, o banco contatou com a cliente uma taxa de 81,29% ao ano. Vide:

Ao realizar pesquisa junto ao Banco Central, observamos a taxa média


do mercado informado pela empresa Ré ao Banco Central, no dia da
contratação, foi de 22,98 % ao ano, vejamos:
Ou seja, a empresa Requerida informou ao Banco Central que estaria
operando com uma tarifa de 22,98% ao ano, para aquisições de veículos por
pessoas físicas, mas utilizou 81,28% ao ano para o Autor. Evidente, pois, a
abusividade!!!!!

Por esta razão, serve a presente demanda para requerer seja declarada
a abusividade do banco réu ao estipular juros remuneratórios superiores à
média do mercado, reajustando-os ao patamar melhor aplicado ao consumidor.

SEGURO PRESTAMISTA R$ 407,95


DA COBRANÇA DAS TARIFAS COM AS VENDAS CASADAS
TARIFA DE AVALIAÇÃO R$ 395,00
REGISTRO DE CONTRATO R$ 112,24
IOF + IOF ADICIONAL R$ 254,14
TARIFA DE CADASTRO R$ 540,00
VALOR A DEVOLVER EM DOBRO R$ 12.608,00
Conforme acima, podemos abalizar que em entendimento
recente deste Tribunal, se entendeu que nos contratos bancários o
consumidor não pode ser compelido a contratar seguro com a
instituição financeira ou por seguradora por ela indicada, senão
vejamos:

Vistos,

1. Retire-se a anotação de suspensão do


processo.

2. O Colendo Superior Tribunal de Justiça


definiu sobre os temas 953, 958 e 972, devendo as partes
dizer em termos de prosseguimento do(s) recurso(s) de
acordo com as teses fixadas:

"É permitida a capitalização de juros com periodicidade


inferior à anual em contratos celebrados com instituições
integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de
31/3/2000 (MP n. 1.963-17/2000, reeditada como MP n.
2.170-36/2001), desde que expressamente pactuada." "2.1.
Abusividade da cláusula que prevê a cobrança de
ressarcimento de serviços prestados por terceiros, sem a
especificação do serviço a ser efetivamente prestado;
2.2. Abusividade da cláusula que prevê o ressarcimento
pelo consumidor da comissão do correspondente bancário,
em contratos celebrados a partir de 25/02/2011, data de
entrada em vigor da Res.-CMN 3.954/2011, sendo válida a
cláusula no período anterior a essa resolução, ressalvado o
controle da onerosidade excessiva; 2.3. Validade da tarifa
de avaliação do bem dado em garantia, bem como da
cláusula que prevê o ressarcimento de despesa com o
registro do contrato, ressalvadas a: 2.3.1. abusividade
da cobrança por serviço não efetivamente prestado; e a
2.3.2. possibilidade de controle da onerosidade
excessiva, em cada caso concreto." "1 - Abusividade da
cláusula que prevê o ressarcimento pelo consumidor da
despesa com o registro do pré-gravame, em contratos
celebrados a partir de 25/02/2011, data de entrada em vigor
da Res.- CMN 3.954/2011, sendo válida a cláusula
pactuada no período anterior a essa resolução, ressalvado
o controle da onerosidade excessiva. 2 - Nos contratos
bancários em geral, o consumidor não pode ser
compelido a contratar seguro com a instituição
financeira ou com seguradora por ela indicada. 3 - A
abusividade de encargos acessórios do contrato não
descaracteriza a mora."

Ademais, conforme extrai-se da decisão colacionada


acima, no tocante a obrigatoriedade da contratação de serviços como
Tarifa de Avaliação do Bem e Registro de Contrato, ainda que haja o
entendimento quanto a "validade da cobrança, em contratos bancários, de
despesas com serviços prestados por terceiros, registro do contrato e/ou
avaliação do bem", em virtude o REsp 1.578.553/SP, a preocupação e
posicionamento dos magistrados é no sentido de controlar eventual
onerosidade nos contratos, determinando para tanto, a demonstração da
realização dos serviços e despesas de tais taxas.

Em síntese, a cobrança de tarifas deve ser reconhecida


como abusiva, sempre que constatada qualquer uma das seguintes
condições: (i) inexistir previsão expressa para cobrança em Resolução do
Banco Central do Brasil; (ii) a cobrança corresponder a custos inerentes à
atividade bancária, que já são repassados ao consumidor por meio dos
juros remuneratórios; (iii) a cobrança for realizada sem a demonstração
efetiva da realização do serviço, ônus que incumbe à instituição financeira;
e (iv) a cobrança decorrer de previsão contratual genérica, sem o devido
esclarecimento ao consumidor. Por meio de tais parâmetros, permite-se a
adequação das cobranças de tarifas bancárias às normas de ordem
pública do CDC, coibindo os abusos no setor financeiro, que contribuem
para a multiplicação de demandas judiciais.

E, ainda, quanto a Tarifa de Avaliação do Bem e Registro


de Contrato, deve haver a demonstração da realização de tais serviços por
parte da aludida instituição financeira a fim de que não haja lesão ao
consumidor.

Outrossim por este prima é o entendimento no nobre


judicante da 6ª Vara Cível do Foro Central Cível, que obtempera:

Vistos. Tendo em vista o julgamento dos Recursos

Especiais nºs 1.578.553/SP, 1.639.320/SP e


1.639.259/SP, que estabeleceram as teses para os temas
cadastrados com os nºs 958 e 972, apresente a requerida
documentos idôneos que demonstrem a realização de
serviços, bem como das despesas lançadas no contrato
(serviços prestados por terceiros, tarifa de avaliação do
bem dado em garantia, despesa com registro do contrato,
etc) ”

Portanto, Vossa Excelência, mediante a conduta ardilosa


apresentada pela instituição financeira, a parte autora requer o
RESSARCIMENTO EM DOBRO, seja abatido do saldo devedor, como a
medida da mais lidima justiça.

DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


O réu se quer apresentou um cálculo claro mostrando que
está cumprindo com o contrato, utilizou alegações que não se enquadram no
presente caso.

DOS DANOS MORAIS

Tais situações deverão ser indenizadas independentemente


de prova, pois presumem-se.

Além do que, o CDC consagra a responsabilidade objetiva,


onde somente se levará em consideração o nexo causal e o dano. Ambos, in
casu, estão sobejamente caracterizados.

O indevido apontamento cadastral feriu direitos


personalíssimos do Autor, causando-lhe profunda dor e abalo psíquico,
reverberando tal conduta em vexame perante terceiros e a sociedade em geral.

A ordem pública anula todo e qualquer pacto que visa causar


enriquecimento sem causa em desfavor do consumidor bem como tais
cobranças ilegais viola ainda o ( Artigo 46 e 51, incisos: IV e § 1º, seus incisos:
II e III do CDC c/c Art. 876 e Art. 884, Parágrafo único Código Civil ), por serem
cobranças excessivas e onerosas.

Tais cobranças ferem frontalmente a lei consumerista, vez que ainda


constituem cobranças absurdas, onerosas e venda casada para o contrato e,
inclusive pode ser anulada pelo crivo do judiciário com respalde nos ( Art. 39,
V; Art. 42; Parágrafo único, Art. 46 Art. 51, § 2º e Art. 54, § 3o do CDC c/c Art.
1º da lei n.º. 14.689, de 4 de junho de 2012 ) e devolvidas em dobro.

No presente caso concreto é de direito que o consumidor nos termos


do ( Art. 7º, Caput e Art. 42, parágrafo único do CDC c/c Art. 876 e Art. 884,
Parágrafo único Código Civil ), receba os valores pagos e cobrados ilegalmente
em dobro, pois se encontra caracterizando a má fé no negocio jurídico, vez que
é notório e em outras demandas o reclamado já fora penalizado anteriormente
e continua este exigindo e cobrando tais tarifas.

Como se vê, nos ( Art. 4º, III e Art. 51, IV do CDC ) não fala em
prova de má-fé, mas sim, já penaliza o ato que não seja de boa-fé, presumindo
conduta contrária aos preceitos do código consumerista e, consequentemente
ofendendo os princípios da boa-fé objetiva prevista na norma. A má fé nas
relações contratuais de consumo pressupõe uma relação que seja
“consideradas iníquas, abusivas, ou coloquem o consumidor contratante em
desvantagem exagerada, ou seja, incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
logo essa relação constitui evidente má fé.

E sendo tais tarifas cobradas por prestação de serviço, constitui


também exigência direta que caracteriza em venda casada ( Art. 39, V do
CDC ). È evidentemente e lógico, que para um consumidor ter que adquirir um
bem principal, ficando obrigada a submeterem-se a pagar por uma outra
prestação de serviço, o que se constitui práticas abusivas e venda casada
conforme dispõe o (Art. 39, Inciso: I do Código de Defesa do Consumidor ), o
que é vedado pela norma.

Os Estados podem legislar concorrentemente sobre direito do


consumidor que se encontra constitucionalmente elencado na esfera do “direito
econômico” ( Art. 5º, XXX; Art. 24, V; Art. 25,§ 1º; Art. 170, V da Constituição
Federal), portanto naquilo que contrariar o ( Art. 1º da lei nº 14.689, de 4 de
junho de 2012 ), tais cobranças não pode valer, pois se assim vingar estaremos
enforcando o direito Brasileiro.

Somente através de interposição de uma ADI – Ação Direta de


Inconstitucionalidade, é que a norma estadual supracitada, poderá ser
declarada ou não sem vigência pela a eventual inconstitucionalidade, portanto,
enquanto a mesma encontra-se vigente deve o povo e a sociedade cumpre-la,
pois foi uma lei a nível estadual que teve o aval da lei maior a nossa Carta
Magna de 1988.

Nas jurisprudências de nosso país afora dos Egrégios Tribunais de


Justiças tem decidido em favor do consumidor, quanto à ilegalidade da
cobrança de tarifa (Apelação nº 9162682-70.2005.8.26.0000 – SP, Apelação
n.º 70044999738-RS, RE n.º. 585.121/RS - STF ARE n.º. 670945 / MG – STF
ADI n.º.2.591/DF). Na pior das hipóteses, poderia a jurisprudência permitir tais
cobranças com valores insignificantes, mas nunca em valores volumosos ou
exagerados.

Nesse sentido, o Egrégio Supremo Tribunal Federal já se posicionou


contras essas cobranças ilegais em decisão terminativa do Ministro Luiz Fux a
seguir transcrito: “ARE 742846 / MT - MATO GROSSORECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO Relator (a): Min Luiz Fux Julgamento:
12/06/2013 Publicação: DJe-117 DIVULG 18/06/2013 PUBLIC 19/06/2013

Desta forma, requer o Autor, o afastamento das alegações


suscitadas, pelos motivos acima delineados, prosseguindo-se o feito em seus
ulteriores trâmites processual.

Nesses termos, pede e espera deferimento.

09 de fevereiro de 2022.

ADVOGADO
OAB XXXXX

Você também pode gostar