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PROCESSO Nº 112/2010
BV FINANCEIRA S/A., pessoa jurídica de direito privado, com sede social localizada na
Avenida das Nações Unidas, nº 14.171, Torre A, 8º andar, conjunto 82, inscrita no CNPJ/MF sob o nº
01.149.953/0001-89 (documento 01) vem, respeitosamente, à presença de Vossa Senhoria, apresentar o
competente
RECURSO ADMINISTRATIVO
Termos em que,
Pede deferimento.
Francisco Beltrão, 14 de novembro de 2018.
I PRELIMINARMENTE
Com a inegável inércia por mais de 03 (três) anos, há a ocorrência da prescrição intercorrente
no processo administrativo. Assim estabelece o art. 1º, § 1º da Lei nº 9.873 de 23 de novembro de 1999:
Salienta-se que em que pese os argumentos postos pelo RECORRIDO, necessário esclarecer
que o RECORRIDO sempre teve exata ciência dos valores contratados, haja vista a fixação anterior do valor da
parcela, em que embutidos os juros e encargos oriundos do negocio firmado, não existindo qualquer vicio capaz
de invalidar o ato da contratação, eis que todos os valores e encargos foram de modo expresso, colacionados no
pacto firmado.
Frisa-se que o CET (Custo Efetivo Total) reflete todos os custos relacionados á operação de
credito pactuada, de forma que possibilita aos consumidores a comparação entre os custos das várias Instituições
Financeiras, que poderá no momento da proposta, decidir pela melhor solução para ele.
Neste passo, nos termos da Resolução 3.517, poderão ser no CET os seguintes custos e
serviços tarifados: Tributos (IOF - Imposto sobre Operação Financeira); tarifa de cadastro; tarifa de avaliação do
bem; registros, englobando serviços de cartório com registros contratuais ou outros documentos referentes à
operação de crédito e serviços do Sistema Nacional de Gravames; despesas com comissão para originação do
contrato; bem ainda, outras despesas relativas ao contrato de serviço financeiro.
Ademais, necessário esclarecer que a cobrança da tarifa em questão configura-se legitima, haja
vista que esta pode ser realizada, tanto no início do relacionamento de uma operação de crédito, como nas
operações de arrendamento mercantil, sendo que no presente caso ...
Sendo assim, ressalta-se que o valor contestado foi devidamente autorizado pelo
RECORRIDO, conforme contrato em anexo, sendo totalmente legal a sua cobrança e diluição nas parcelas.
Nesta mesma esteira, impende salientar que os serviços de terceiros foram autorizados
expressamente pela parte RECORRIDO, que optou por financiar os valores referentes à negociação, razão pela
qual denominados de “serviços de terceiros”.
Desta feita, tem-se que tal valor foi emprestado pelo consumidor, sendo devida a sua
contraprestação e inequívoca sua ciência.
Ora, diante de tal situação podemos concluir que o RECORRIDO concordou com os termos
do contrato firmado, não havendo que se falar em abusividade nas cobranças das referidas tarifas.
Verifica-se, portanto, tratar-se do princípio da pacta sunt servanda, o qual estabelece a força
dos contratos entre as partes que o firmaram.
Note que o contrato celebrado foi firmado nos moldes da legislação pátria, a teor do citado
artigo 104 do Código Civil, in verbis:
Ademais, fica evidente que não se infringiu qualquer artigo do Código de Defesa do
Consumidor – Lei 8.078/90, como a contrário sensu, se pode depreender:
De outra banda, infere-se que contrato sub judice não possui vício algum que pudesse ensejar
a condenação da BV FINANCEIRA nos termos requeridos no processo de abertura da reclamação, visto que as
razões apresentadas pelo consumidor são totalmente descabidas de embasamento jurídico hábil para este fim.
Verifica-se, assim, que as responsabilidades assumidas são oriundas de contrato com cláusulas
embasadas na boa fé contratual e na probidade, preservadas pela Legislação sobre o assunto e contidas nos
artigos 421 e 422 do Código Civil, in verbis:
Em sua festejada obra, “Contratos”, Ed. Forense, 1987, 12ª ed., pág. 38, Orlando Gomes,
sobre o princípio da força obrigatória dos contratos, ensina:
Por outro lado, ao agir desta forma, o RECORRIDO incide em verdadeiro venire contra
factum proprio, pois assumiu a obrigação contratual, beneficiou-se dos serviços prestados pela RECORRENTE
e, em momento posterior a isso, vem tentar afastar as disposições do contrato, em atitude evidentemente
contraditória e desleal.
Devem ser considerados tais fatos para extrair-se o verdadeiro quadro fático do caso e evitar-
se qualquer prejuízo desmedido a RECORRENTE, devendo, portanto, o presente recurso administrativo ser
provido, anulando a multa aplicada por este D. Órgão.
VI. CONCLUSÃO
Diante de tudo o quanto acima exposto, resta claro que não há qualquer sentido na aplicação
da referida penalidade. Portanto, seja qual for o ângulo de análise tomado para a solução do presente processo,
emerge claro o equívoco cometido por esta Administração e os motivos pelos quais a RECORRENTE requer:
Outrossim, requer que todas as publicações e demais intimações sejam feitas diretamente à
empresa BV FINANCEIRA, situada na Avenida das Nações Unidas, nº 14.171, Torre A, 8º andar, conjunto 82,
inscrita no CNPJ/MF sob o nº 01.149.953/0001-89, na Capital do Estado de São Paulo, e, se possível, que todas
as comunicações sejam feitas via Correio.
Termos em que,
Pede deferimento.
Francisco Beltrão, 14 de novembro de 2018.