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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO

DA __VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXX/XX.

NOME DO AUTOR, brasileiro, XXX, XXX, portador do RG nº


XXXX, inscrito no CPF sob o nº XXXX, residente e domiciliado no Endereço
Completo, CEP XXXXX-XXX, XXXX/XX, por seu advogado, que esta
subscreve (DOC 01), com escritório profissional situado à ( Endereço
Completo ), onde receberá intimações, vem respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO C/C REPETIÇÃO DE


INDEBITO COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

em face de BV FINANCEIRA S/A, inscrita no CNPJ sob o nº


01.149.953/0001-89, com sede na Rua São Cristovão, nº 56, Sala A, Bairro
Centro, CEP 49.010-380, Aracaju/SE, pelos motivos de fato e de direito a
seguir expostos.

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, afirma que não possui condições de arcar com as


despesas do processo, uma vez que são insuficientes seus recursos
financeiros para pagar todas as despesas processuais, inclusive o
recolhimento das custas iniciais.
Destarte, o Autor ora formula pleito de gratuidade de justiça, o que
faz por declaração de hipossuficiência (DOC ANEXO), sob a égide da Lei nº
1.060 de 05 de fevereiro de 1950 c/c art. 99, § 4º e art. 105, in fine, ambos
do NCPC.

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II – AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

Tendo em vista a natureza do direito e demonstrando espírito


conciliador, a par das inúmeras tentativas de resolver amigavelmente a
questão, o Autor desde já, nos termos do art. 334 do Novo Código de
Processo Civil, manifesta interesse em realizar a audiência conciliatória,
antes se apreciando a tutela provisória de urgência ao final requerida.

III – DOS FATOS

Descrição dos Fatos...

O Autor procurou, por diversas vezes a Ré na tentativa de renegociar


sua dívida de maneira amigável e extrajudicial, todavia as condições de
ajuste impostas pela mesma, sempre foram incompatíveis com a realidade
econômica do Autor, portanto, tendo em vista todo exposto e estando
esgotadas as formas de um justo acordo extrajudicial, o mesmo vem buscar
a tutela jurisdicional, a fim de ver seu direito garantido.

IV - DO DIREITO

Da Competência

É competente para o processamento e julgamento do presente feito,


o foro desta comarca, conforme será demonstrado em seguida, pois, ao
consumidor é facultado para propor a demanda no seu domicílio.

Conforme disposto no CDC, a competência para dirimir a


responsabilidade do fornecedor de serviços, é o no domicílio do consumidor,
vejamos o art. 110, I, do CDC, in verbis:

Art. 101 – Na ação de responsabilidade civil do


fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do
disposto nos capítulos I e II deste título, serão
observadas as seguintes normas:

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I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor.

Outrossim, verifica-se que o Novo Código de Processo Civil estabelece


que a eleição de foro poderá ser declarada nula de ofício pelo juiz ou
mediante manifestação das partes, conforme se pode extrair da norma
processual, in verbis:
Art. 63. As partes podem modificar a competência em
razão do valor e do território, elegendo foro onde será
proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
(...)
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se
abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz,
que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro
de domicílio do réu.

Diante do exposto, de forma sucinta, a competência para dirimir a


revisão contratual será do domicílio do consumidor, eis que importa ônus
excessivo ao mesmo a eleição de foro proposta no contrato, objeto desta
demanda.

Da Relação de Consumo. Aplicação do CDC. Inversão do ônus da


Prova.

Em virtude da relação de consumo existente no presente caso, se faz


necessária a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, conforme
artigos 3º, § 2° e 6º, IV, vejamos:

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,


pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como
os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade
de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
(...)
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,
salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


(...)

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IV - a proteção contra a publicidade enganosa e
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais,
bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou
impostas no fornecimento de produtos e serviços;

Reza a Súmula 297 do STJ:

“O Código de Defesa do Consumidor é aplicável as


instituições financeiras”.

Em virtude da relação de consumo já descrita, se faz necessária a


inversão do ônus da prova, em favor do Autor, nos termos do artigo 6º,
inciso VI, do Código de Defesa do Consumidor, vejamos:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


(...)
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo
as regras ordinárias de experiências;

Contratos de Adesão. Revisão Contratual.

Os contratos pressupõem, antes de tudo, um negócio jurídico válido e


de acordo com a forma prescrita em lei. Nos dizeres de CAIO MÁRIO DA
SILVA PEREIRA, os “negócios jurídicos são declarações de vontade
destinadas à produção de efeitos jurídicos queridos pelo agente”.

As normas gerais dos contratos, prescritas no Código Civil, aplicam-


se a todo tipo de contrato que se faça em território brasileiro, inclusive nos
contratos de financiamento direto ao consumidor, ou seja, um contrato de
adesão, que pressupõem uma fórmula previamente preparada, cabendo ao
outro figurante apenas apor sua assinatura, aderindo inteiramente ao seu
teor, ou recusá-lo, com o que, contrato nenhum haveria.

O consumidor limita-se a aceitar as condições impressas no contrato.

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Vejamos o pensamento de Arnaldo Rizzardo, acerca dos contratos de
Adesão:

“(...) como dizer que há liberdade se o outro


contratante sequer tem a possibilidade de discutir as
cláusulas? A pressão econômica e a necessidade do
dinheiro são tanta que a parte não vê escolha senão
acolher a série de cláusulas que, na verdade,
constituem nada mais que uma armadilha para o
desastre ou a derrocada econômica do contratante”
(ARNALDO RIZZARDO, Revistas dos Julgados do
TARGS, nº 80:316).

O CDC é bastante claro ao definir em seu artigo 54, o contrato de


adesão como “(...) aquele cujas cláusulas tenham sido (...) estabelecidas
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo”.

Mostra-se injurídico interpretá-los contra o economicamente mais


fraco e a favor do mais forte, que os elaborou, segundo entendimento da
aplicação da regra de hermenêutica, os pactos devem ser interpretados a
favor do contratante que se obrigou por adesão.

Essa é, inclusive, a premissa expressa no Art. 47 do Código de


Defesa do Consumidor:

“Art. 47 – As cláusulas contratuais serão interpretadas


de maneira mais favorável ao consumidor”.

Conforme disposto na Constituição Federal de 1988, a defesa do


consumidor está entre os princípios que inspiram a ordem econômica e
financeira nacional, vejamos o que diz o artigo 170:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização


do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
(...)
V - defesa do consumidor;

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O pedido de Revisão de cláusulas contratuais, também se baseia no
Código de Defesa do Consumidor, conforme art. 6º, V, vejamos:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


(...)
V - a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas;

Cumpre salientar que entre os princípios basilares das relações


consumeristas, estão o do equilíbrio entre as partes e o da boa-fé.

Portanto para combater as abusividades nas cláusulas, vale lembrar


do art. 51, IV, CDC, que veda a criação de obrigações que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou seja, incompatíveis com a boa-
fé e a equidade.

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as


cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços que:
(...)
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com
a boa-fé ou a eqüidade;

A doutrina especializada, nas palavras de ALBERTO AMARAL


JUNIOR2, comenta acerca da inovação da boa fé contratual da nova lei, nos
seguintes termos:

A análise do art. 51, IV, à luz do princípio da boa fé


consagrado no art 4º, III do CDC, permite concluir que
o núcleo do conceito de abusividades das cláusulas
contratuais do art. 51 está na existência de cláusulas
contratuais que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada perante o fornecedor. A
desvantagem exagerada resulta de desequilíbrio das
posições contratuais, que pode ou não ser
consequência direta da disparidade de poder econômico
entre fornecedor e consumidor.

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Dentro desse contexto, o Autor faz jus a todas as garantias, de
ordem material e processual, existentes em nosso ordenamento jurídico,
inclusive as pertinentes ao CDC.

Das Abusividades na Contraprestação dos Serviços

Concomitantemente à questão apresentada acima, os contratos


contêm cláusulas que não possibilitam a percepção e o entendimento por
parte do cliente.

São cláusulas normalmente iníquas ou abusivas, desfavoráveis ao


cliente, que disseminadas no extenso e compacto conteúdo do contrato,
sugerem a não leitura.

A Lei nº 8.078/90 dispõe em seu art. 46, que:

“Art. 46. Os contratos que regulam as relações de


consumo não obrigarão os consumidores, (...) se os
respectivos instrumentos forem redigidos de modo a
dificultar a compreensão de seu sentido e alcance”.

Não é difícil de se verificar que as relações de consumo em nossa


sociedade são palco de diversas abusividades e falta de informação para o
consumidor.

No presente caso podemos observar que quando da contratação com


a Ré, a mesma informou que a taxa de juros aplicada por atraso de
pagamento seria de 1% a.m. (ao mês), bem como a multa de 2%.
Entretanto, é claro que a contraprestação paga em atraso pelo Autor, está
eivada de dolo pela instituição financeira Ré, tendo em vista a cobrança de
taxas abusivas, descumprindo assim cláusula contratual que dispõe dos
juros e multa legais.

Nesse sentido, o art. 39 § 1º do CDC é claro ao estabelecer que as

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relações de consumo devam pautar pela clareza das informações contidas
no instrumento particular (contrato). Igualmente, é necessária a declaração
de nulidade da multa e juros abusivos, cobrados durante a relação
contratual, bem como a restituição dos valores pagos indevidamente em
dobro, acrescidos de juros legais e atualização monetária.

Do Pagamento de obrigações nulas. Repetição de Indébito.

Tendo em vista o valor já pago a maior pelo Autor durante todos


esses anos, conforme planilha de cálculo em anexo, que remonta XXX
(XXXX), bem como pelos valores já pagos, mas que não foram incluídos na
planilha, correspondente a R$XXXX (XXXXX), o Autor faz jus a repetição do
indébito desses valores, bem como dos valores pagos com taxas e tarifas,
conforme discriminado a seguir.

No caso em tela a abusividade está consubstanciada também na


cobrança da taxa de IOF no importe de R$XXXX (XXXX), bem como, tarifa
de cadastro no importe de R$XXX (XXXXXX), as quais configuram uma
afronta clara contra os direitos do consumidor, impondo a este, obrigações
onerosas e truculentas, sendo amplamente negadas pela legislação,
doutrina e jurisprudência do Direito Brasileiro, devendo também ser
ressarcidas em dobro par o Autor.

Na defesa dos mais fracos, cabe ao julgador o poder de modificar,


rever, ou anular cláusulas que criem onerosidade excessiva para os
consumidores, proibindo tal prática comercial caracterizada como abusiva,
conforme artigo 39, V, do CDC, vejamos:

Art. 39 – É vedado ao fornecedor de produtos ou


serviços, dentre outras práticas abusivas:
(...)
V – exigir do consumidor vantagem manifestamente
excessiva.

Tais taxas cobradas representam uma soma significativa dos


encargos contratuais praticados cuja aplicação eleva a dívida de forma
surpreendente e acarretando uma excessiva vantagem ao prestador de
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serviço com conseqüente desequilíbrio na relação contratual.

É gritante a desvantagem exagerada para o consumidor que paga os


chamados “encargos financeiros”, que por serem declarados abusivos,
necessária se faz a declaração de nulidade dos mesmos, não havendo
razões que justifiquem a sua cobrança.

Entretanto, visto a ilegalidade dos valores cobrados, bem como a


desvantagem excessiva gerada por tais cláusulas, devem as mesmas serem
declaradas nulas de pleno direito, e devidamente restituídas em dobro pela
Ré, conforme art. 940 do Código Civil de 2002.

Destaque-se que no caso em apreço, há anulabilidade cominada por


expressa disposição de lei. O Código Civil Brasileiro é taxativo em
determinar que:

“Art. 171 – Além dos casos expressamente declarados


na lei, é anulável o negócio jurídico que:
II – por vício resultante de erro, dolo...”

Por sua vez, o art.39, inciso V, e art. 51, inciso IV, ambos do CDC,
dispõe sobre a inexigibilidade das cláusulas abusivas e iníquas, cominando,
as mesmas nulidades absolutas a disposição contratual a respeito das
tarifas cobradas, conforme já demonstrado.

Consoante ao exposto a Resolução nº 1.271 de 29 de março de 2006,


prevê que:

“a) Proibir a cobrança de taxa de abertura de crédito –


TAC e demais taxas administrativas (...)” (RES.
1.272/06 – CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA
SOCIAL).

O artigo 42, parágrafo único do CDC prevê a repetição de indébito,


quando o consumidor é cobrado indevidamente, logo, por conta da
cobrança das referidas tarifas, deve a Ré restituir em dobro as importâncias
recebidas a maior.

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A par das explanações acima, o Autor possui crédito a seu favor cujo
valor se apresenta demonstrado abaixo, vejamos:

Valor pago a maior pelo Autor até junho/2017......................... R$XXXX


IOF.....................................................................................R$XXXX
Tarifa de Cadastro...................................................................R$XXXX
TOTAL.................................................................................R$XXXX
TOTAL EM DOBRO...........................................................R$XXX

Tal montante deverá ser restituído em dobro, ou seja, R$XXXX


(XXXXXX), por se tratar de cobrança indevida pela Ré, nos termos do art.
42, parágrafo único do CDC c/c art. 940 do Código Civil Brasileiro de 2002.

Dos Danos Morais

A reparação pelos danos morais é justa, devendo não exceder os


limites da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como deve alcançar,
por outro lado, o caráter preventivo e punitivo de que devem se revestir as
indenizações com este cunho.

Diante da narrativa dos fatos expostos, observa-se


inquestionavelmente que o Autor sofreu o constrangimento de ter a vida
financeira descontrolada por conta das abusividades cometidas pela Ré no
referido financiamento.

A propósito, sobre o tema em foco, são dignas de menção as sábias


lições do eminente Prof. WASHINGTON LUIZ DE BARROS MONTEIRO, in
Curso de Direito Civil, Vol. 1, 13º ed. 1975, p. 274 e segs., onde com muita
propriedade diz:

“O Direito à indenização surge sempre que prejuízo


resulte da atuação do Agente, voluntária ou não.
Quando exige intenção deliberada de ofender Direito,
ou de ocasionar, prejuízo a outrem, há o dolo, isto é,

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pleno conhecimento do mal e o Direito propósito de o
praticar. Se não houve esse intento deliberado,
proposital, mas o prejuízo veio a surgir, por
imprudência ou negligência existe a culpa”.

A obrigação de indenizar advém da norma prescrita no art. 5º, X, da


Constituição Federal, combinado com os artigos 186, 927 e 932, III do
Código Civil pátrio, que asseguram o direito à inviolabilidade da honra e
moral das pessoas e determina o ressarcimento dos danos materiais e
morais praticados por atos ilícitos, sejam eles comissivos ou omissivos, os
que quanto à pretensão da Requerente, não deixa dúvidas.

O emérito Professor Fabrício Zamprogna Matielo, no seu livro DANO


MORAL - DANO MATERIAL E REPARAÇÃO, manifesta que:

“(...) o valor pecuniário ofertado ao lesado procura


preencher a lacuna deixada pelo dano moral,
substituindo-a por condições de estabelecimento”.
(...)
“Seria uma via indireta oblíqua, de reparar com pecúnia
o dano à moralidade alheia”.

O ilustre Des. Renato Manuchy da 1ª Câmara Cível do Tribunal de


Justiça do Estado do Rio de Janeiro/RJ, com muita propriedade, funcionando
como relator, prolatou o seguinte:

“Dano moral é todo o sofrimento humano resultante de


lesão de direitos da personalidade. Seu conteúdo é a
dor, o espanto, a emoção, a vergonha, em geral uma
dolorosa sensação experimentada pela pessoa”.

A Constituição Federal de 1988, preceitua em seu artigo 5º, caput e


inciso X, que:
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

(...)
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à
indenização pelo dano material ou moral decorrente de

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sua violação;
Como também, o art. 927, combinado com o art. 186, ambos do
Código Civil de 2002, estabelecem:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Portanto, faz jus o Autor em ser indenizada, tendo em vista todos os


constrangimentos e abalos sofridos moral e financeiramente, devendo ser
fixado em valor não inferior a R$XXXX (XXXX) mediante estimativa
prudencial e que leve em conta a compensação pela dor vivenciada pelo
Autor e o caráter punitivo para com a Ré.

V - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

O Novo Código de Processo Civil autoriza o Juiz a conceder a tutela


de urgência quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo”, para isso, vejamos o art. 300, do
Código de Processo Civil:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando


houver elementos que evidenciem a probabilidade do
direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.

Ao tratar sobre a Tutela Específica, o professor Barbosa Moreira, nos


ensina:

"o conjunto de medidas e providências tendentes a


proporcionar aquele em cujo o beneficio se estabeleceu
a obrigação o preciso resultado prático atingível por
meio do adimplemento, isto é, a não-violação do direito
ou do interesse tutelado".

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Há nos autos não somente a probabilidade do direito, mas a certeza,
tendo em vista todos os fatos narrados comprovados por toda a
documentação em anexo, assim como o perigo de dano, o qual resta
evidente pelo medo do Autor em ver seu veículo objeto de busca e
apreensão, bem como que tenha seu nome incluído nos órgãos de proteção
ao crédito (SPC e SERASA).

Diante disso, o Autor vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte


contrária e independentemente de caução, (art. 300, CPC), a tutela de
urgência antecipatória no sentido de que não seja o seu veículo, objeto de
busca e apreensão, bem como que o mesmo tenha seu nome retirado, caso
já esteja incluído nos cadastros de mau pagadores (SPC e/ou SERASA e
outros).

VI – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) a concessão dos benefícios da justiça gratuita;


b) a realização de audiência conciliatória (CPC, art. 319, inc. VII),
razão qual requer a citação da Ré, pelo correio, para comparecer à
audiência designada para essa finalidade (CPC, art. 334, caput);
c) a citação da requerida, por oficial de justiça (art. 246, II, NCPC),
com os efeitos do art. 212, NCPC, para que, querendo, compareça à
audiência designada e apresente defesa, sob pena de revelia;
d) a concessão de tutela provisória de urgência requerida, conforme
exposto no tópico V, para que não seja o seu veículo, objeto de busca
e apreensão, bem como que o mesmo tenha seu nome retirado, caso
já esteja incluído nos cadastros de mau pagadores (SPC e SERASA);
e) a condenação da Ré na repetição de indébito, conforme exposto
em tópico correspondente, no valor de R$XXXX(XXXXX);
f) a condenação da Ré ao pagamento danos morais em valor não
inferior a R$ XXXX (XXXXX);
g) a condenação da Ré, igualmente, nas custas e honorários
advocatícios, a serem arbitrados por Vossa Excelência em 20% do

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Valor da Condenação.
Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos em direito,
precipuamente documental e testemunhal.

Atribui-se à causa o valor de R$XXXX (XXXX), tendo em vista o valor


total dos pedidos.

Termos em que,
Pede deferimento.

XXXX/XX, XX de Junho de 2017.

________________________
Advogado
OAB

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