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Autos nº 0000000000
I – PRELIMINARES
III – DO DIREITO
Urge salientar que é praxe das financeiras cobrarem IOF, seguro do bem, outros
tipos de seguros, taxas como a de abertura de crédito (TAC) e a de emissão de
boleto, taxas essas consideradas ilegais pelo Banco Central, juros compostos,
juros de mora acima de 1%, dentre outras práticas abusivas.
O réu cobrou R$ 599,00 referente a taxa de cadastro (cláusula 5.4), R$ 395,00
referente a taxa de avaliação do bem (cláusula 5.4), R$ 519,59 referente ao IOF
(cláusula 5.4), R$ 719,00 Garantia Mecânica, bem como praticou venda casada
cobrando o seguro, no valor de 700,00 (cláusula 5.5).
A jurisprudência pátria é clara no sentido da ilegalidade dessas cobranças,
vejamos:
CIVIL E PROCESSO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. REVISÃO DE
CONTRATO. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL.
CONHECIMENTO PARCIAL. TARIFA DE CADASTRO.PREVISÃO.
LEGALIDADE. TARIFA DE AVALIAÇÃO DE BENS. AUSÊNCIA DE
INTERESSE DO CONSUMIDOR. TARIFAS DE INSERÇÃO DE
GRAVAME, DE SERVIÇOS DE TERCEIROS, DE REGISTRO DE
CONTRATO. ILEGALIDADE. SEGURO DE OPERAÇÃO FINANCEIRA.
CONTRATO DE ADESÃO. ILEGALIDADE. DEVOLUÇÃO. FORMA
SIMPLES. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 3.O excesso
na cobrança de encargos desproporcionais pode ensejar a
modificação da respectiva cláusula, consoante o CDC, art. 6º, V.
Entretanto, deve ser provada por meio idôneo que faça
referência nas operações de crédito da mesma espécie e período
por outras instituições financeiras. Não cabe, porém, a
modificação ex officio da cláusula ilegal nem a reforma in pejus.
4. Muito embora haja previsão para a cobrança de tarifas de
avaliação de bens dados em garantia, na legislação vigente,
tem-se que tal encargo é cobrado com o escopo de cobrir as
despesas oriundas de terceiros e não a remunerar nenhum
serviço atinente à atividade prestada ao consumidor. Assim, é
cláusula nula de pleno direito. 5. É abusiva e, portanto, nula, a
cláusula contratual que prevê a cobrança das tarifas gravame
eletrônico, de ressarcimento de serviços de terceiros e de
registro de contrato por se tratarem de despesas operacionais
inerente à atividade desenvolvida pela instituição financeira
(CDC, arts. 6º e 51). 6. Recurso conhecido, em parte, e
parcialmente provido. (Acórdão n.861015, 20130110412242APC,
Relator: CARLOS RODRIGUES, Revisor: ANGELO PASSARELI, 5ª
TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 25/03/2015, publicado no
DJE: 23/04/2015. Pág.: 595)
CONTRATO ADIMPLENTE
Por mais que os contratos bancários não se limitem a taxa de 12% a.a, isto não
significa que as instituições financeiras utilizem taxas sem o mínimo de
razoabilidade, e no caso em tela foi demonstrado que a taxa utilizada fugiu da
média do mercado.
Não sendo esse o entendimento, aguarda-se sejam apurados tais valores em
sede pericial.
DA REVISÃO CONTRATUAL
Urge salientar que é praxe das financeiras cobrarem IOF, seguro do bem, outros
tipos seguros, taxas como a de abertura de crédito (TAC) e a de emissão de
boleto, taxas essas consideradas ilegais pelo Banco Central, juros compostos,
juros de mora acima de 1%, dentre outras práticas abusivas.
É importante frisar que a TAC pode virar, por exemplo, Taxa de Confecção de
Cadastro (TCC) ou Repasse de Encargos de Operação de Crédito (Reoc), bem
como receber outras denominações. Ainda assim, a cobrança continua sendo
ilegal.
Por consequência de todos esses fatos o autor tem o direito de pedir revisão das
cláusulas em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente
onerosas ou a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais, pois, são direitos básicos do consumidor, como determina o
artigo 6º, V, do Código de Defesa do Consumidor, bem como o direito de pedir
anulação das cláusulas, nos termos do artigo 51 do dispositivo legal citado.
DA RELAÇÃO DE CONSUMO
DO MÉTODO DE CÁLCULO
O cálculo trazido pela autora está de acordo com a lei, sendo o valor estipulado
na tabela o valor entendido como devido pela autora.
Sabe-se que a capitalização de juros no presente contrato é ilegal, o método de
cálculo utilizado pelo banco através da tabela price, é o método de cálculo que
utiliza os juros compostos, ao invés dos juros simples.
O cálculo anexado pela autora traz de forma clara a inequívoca o valor devido
através do método de cálculo legal, aplicando-se os juros simples.
A tabela price é a capitalização dos juros compostos, o que já foi demonstrado na
Inicial tratar-se de um método ilegal.
DAS LIMINARES
IV – DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer a Vossa Excelência a total procedência da presente
ação para condenar a Requerida nos termos do pedido da exordial, ratificando-
os.
Nestes termos,
pede deferimento.
Cidade, data.
Advogado
OAB/PR 00.000