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EXMO(A) SR.

(A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO


JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA-DF

JAIME MARTINS LINS, brasileiro, solteiro, encarregado, devidamente inscrito no


CPF nº 473.162.094-53, RG nº 3.114-176 SESP/DF, filho de Hosana Martins Lins e Jafe
da Silva Lins, residente e domiciliado na SQS 411, BLOCO H, APTO 103, ASA SUL- DF,
CEP n° 70.277-080, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada
que a essa subscreve, propor a presente

AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO E


TUTELA DE URGÊNCIA

Em face da instituição financeira BANCO VOLKSWAGEM S/A, pessoa jurídica de


direito privado, devidamente inscrita no CNPJ n° 59.109.165/0001-49, com sede na RUA
VOLKSWAGEN, N° 291, BAIRRO PARQUE JABAQUARA, SÃO PAULO- SP, CEP N°
04344901, E-mail: não informado, telefone: não informado, pelas razões de fato e direito
abaixo fomentadas:

SQS 413, Bloco “M”, Sala 105, Asa Sul- DF, Cep n° 70296-130
Telefone: (61) 98257-9114 / E-mail: gabrielacristinaadv@gmail.com
1. PRELIMINARMENTE
1.1. GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Preliminarmente, anseia o requerente pelo deferimento das benesses da gratuidade


de justiça, uma vez que recebe renda insuficiente para arcar com as custas e honorários
advocatícios desta demanda.

Insta salientar que o autor exerce a função de encarregado em um condomínio


residencial, percebendo uma renda mensal que não ultrapassa os R$ 3.000,00 (Três mil
reais), conforme faz prova em anexo por intermédio do registro em CTPS e declaração de
hipossuficiência.

Assim, com fulcro nos artigos 5º, INCISO LXXXIV, da CF e 98 e seguintes do CPC,
requer o deferimento da gratuidade de justiça uma vez que sua ausência pode significar
comprometimento do sustento do requerente e de sua família.

1.2. DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR-CDC

Analisando o caso em comento é indiscutível que a relação constituída entre as


partes enquadrasse perfeitamente no prisma consumerista, uma vez que a autora é
fornecedora de serviços bancários nos moldes do art.3º, §2º, do CDC, e o réu é destinatário
final do contrato, bem como parte vulnerável da relação, vide art. 2º, do CDC.

No que tange as instituições bancárias o Superior Tribunal de Justiça, já se


manifestou por meio da súmula 297, na qual delibera que “O Código de Defesa do
Consumidor é aplicável às instituições financeiras”. Assim, pra todos os efeitos legais é
devida a aplicação da legislação de consumo à relação aqui determinada.

Em consequência da aplicação do CDC, desperta-se a necessidade da INVERSÃO


DO ÔNUS PROBATÓRIO, em favor do consumidor, nos moldes do art. 6º, VIII, do CDC:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

Ademais, registra-se que o foro competente para julgar a presente demanda pode
ser a do domicílio do autor, respeitando-se o estabelecido no CDC e Código de Processo
Civil.

Diante disso, desde já requer a aplicação do CDC e a inversão do ônus da prova em


favor do autor, por ser razão de lídima justiça.

2. DOS FATOS

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Em 08/12/2020, o autor e o Banco Volkswagen S/A celebraram contrato de
financiamento para aquisição de veículo, por intermédio da promessa de pagamento por
Cédula de Crédito Bancária – CCB N° 4575292 (Doc.), no valor total financiado de R$
45.275,96 (quarenta e cinco mil e duzentos e setenta e cinco reais e noventa e seis
centavos), a ser pago mediante 48 (quarenta e oito) parcelas mensais, de R$ 1.205,20
(Um mil de duzentos e cinco reais e vinte centavos), totalizando o saldo devedor de R$
57.849,60 (cinquenta e sete mil oitocentos e quarenta e nove reais e sessenta centavos).

O referido crédito destinou-se a compra do automóvel VW/GOL 1.0, 12V,


ETA/GAS, ano: 2020/2021, COR: BRANCA, CHASSI N°: 9BWAG45U4MT096440,
PLACA: REJ4A32, sendo o valor do veículo zero de R$ 51.500,00 (cinquenta e um
mil e quinhentos reais), dado em alienação fiduciária conforme consta na cédula.

No ato da contratação o requerido efetuou o pagamento de uma entrada no valor


de R$ 15.510,00 (quinze mil e quinhentos e dez reais), com o desconto o valor do
financiamento seria de R$ 35.990,00 (trinta e cinco mil novecentos e noventa reais).
Segundo a CCB, os juros remuneratórios são 0,99% a.m e 12,55% a.a, simulando uma
parcela sem encargos de R$ 1.006,59.

Além do valor do veículo, foram adicionados inúmeros encargos financeiros ao


contrato, são eles: Serviços de manutenção (R$ 1.419,00); Seguro Proteção Financeira
(R$ 2.287,09); Garantia estendida Banco Volkswagen (R$ 1.238,27); GAP (R$ 650,00);
Seguro Acidentes Pessoais (R$ 475,20); Seguro Franquia (R$ 680,00); Taxa de Cadastro
(R$ 749,00); Despesas do Emitente (R$ 382,00); Gerando um valor total financiado de
R$ 45.275,96, com juros de CET de 13,33% a.a.

O requerente vinha adimplindo corretamente as parcelas, até que a partir da data


de 08/06/2022, na parcela de n° 18, não conseguiu mais continuar fazendo o pagamento
do contrato. Assim, o requerido até a presente fez o pagamento de 17 parcelas no valor de
R$ 1.205,20.

A razão pela qual não conseguiu mais continuar com os pagamentos, foi a perda de
sua renda, influenciando drasticamente em suas finanças, chegando ao ponto de ter que
optar ou por sua sobrevivência e de sua família, ou pelo pagamento do referido contrato,
obviamente deu prioridade a sua sobrevivência.

Em que pese a infeliz situação o requerente em inúmeras oportunidade tentou a


renegociação do contrato, contudo, o banco não forneceu flexibilidade para a quitação ou
negociação das parcelas vincendas, o que incapacitou o requerente de adimplir com o
contrato.

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Assim, no intuito de encontrar uma forma de não deixar de cumprir com suas
obrigações pediu a instituição bancária a cópia do contrato. Nesta oportunidade, o pôde
verificar que a Cédula Bancária encontra-se formulada com inúmeras irregularidades,
tanto na taxa de juros aplicada, como na quantidade excessivas de encargos, taxas, tarifas,
seguros e demais, embutidas no valor total financiado, o que lhe pegou de surpresa pois
não tinha ciência de todos os valores.

Desta feita, ante o exposto o requerente não viu outra alternativa senão socorrer-se
deste juízo para a revisão de seu contrato com a adequação correta dos juros e isenção de
todas as cláusulas abusivas que foram embutidas sem a anuência do autor, fundamentos
que passa a defender a seguir.

2. NO MÉRITO

A presente demanda, aplica-se inegavelmente os precedentes assecuratórios do


Código de Defesa do Consumidor, aja vista restarem as partes perfeitamente enquadradas
nos artigos art.3º, §2º e art. 2º, do CDC. Ressalte-se, ainda, que o fato de ser a requerida
Instituição Financeira, não se exime da sujeição do CDC, isso se deve ao disposto na
súmula 297 – Superior Tribunal de Justiça, na qual delibera que “O Código de Defesa
do Consumidor é aplicável às instituições financeiras”.

O Título Executivo alvo desta discussão se refere a uma Cédula de Crédito


Bancária-CDB, que além das demais legislações deve ser aplicada em consonância com a
Lei n° 10.931/2004.

Ressalte-se, ainda, que é direito básico do consumidor modificar cláusulas que


estabeleçam prestações desproporcionais, ou a sua revisão em face de eventos
supervenientes que tornem a prestação excessivamente onerosas, nos moldes do art. 6º,
V, do CDC

Cabe asseverar o princípio do equilíbrio das relações de consumo, que encontra-


se regulamentado no dispositivo pelo art. 51, inciso IV, do CDC, que considera que são
nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços que estabeleçam obrigações iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em franca desvantagem ou sejam incompatíveis com a boa-fé e equidade,
presumindo-se exagerada na forma do disposto no § 1º, inciso II, desse mesmo
dispositivo, a vantagem que restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual. Vide
Acordão 1338004, 07518594720208070000, Relator: Teófilo Caetano, Primeira Turma
Cível, data de julgamento: 5/5/2021, publicado no Dje: 20/5/2021.

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Diante do exposto, a fim de enumerar as pretensões desta exordial, a presente terá
como alvo de discussão os seguintes títulos:

i. Análise das cláusulas da Cédula de Crédito Bancária e razões para o seu


indeferimento;
i. Afastar a cobrança de juros capitalizados; Com fundamento na
Jurisprudência deste tribunal e ausência de ajuste expresso nesse sentido;
ii. Excluir encargos, taxas e seguros que foram embutidos de forma adesiva
caracterizando uma venda casada;

Assim, em virtude do supra citado anexa aos autos planilha com o valor correto a
ser cobrado, livre de todos os encargos indevidamente liquidados nesta ação.

3. DA CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIA- CDB E ANALISE DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS.

Nos moldes da Lei n° 10931/ 2004 que trata das cédulas e crédito bancária, podem
ser pactuadas as seguintes disposições:

Art. 28. A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa


dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo
saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente,
elaborados conforme previsto no § 2º .
§ 1º Na Cédula de Crédito Bancário poderão ser pactuados:
I - os juros sobre a dívida, capitalizados ou não, os critérios de sua incidência e, se
for o caso, a periodicidade de sua capitalização, bem como as despesas e os demais
encargos decorrentes da obrigação;
II - os critérios de atualização monetária ou de variação cambial como permitido em lei;
III - os casos de ocorrência de mora e de incidência das multas e penalidades contratuais,
bem como as hipóteses de vencimento antecipado da dívida;
IV - os critérios de apuração e de ressarcimento, pelo emitente ou por terceiro garantidor,
das despesas de cobrança da dívida e dos honorários advocatícios, judiciais ou
extrajudiciais, sendo que os honorários advocatícios extrajudiciais não poderão superar o
limite de dez por cento do valor total devido;
V - quando for o caso, a modalidade de garantia da dívida, sua extensão e as hipóteses de
substituição de tal garantia;
VI - as obrigações a serem cumpridas pelo credor;
VII - a obrigação do credor de emitir extratos da conta corrente ou planilhas de cálculo da
dívida, ou de seu saldo devedor, de acordo com os critérios estabelecidos na própria Cédula
de Crédito Bancário, observado o disposto no § 2º; e
VIII - outras condições de concessão do crédito, suas garantias ou liquidação, obrigações
adicionais do emitente ou do terceiro garantidor da obrigação, desde que não contrariem
as disposições desta Lei.

Desta normativa cabe ressaltar o exposto no § 3º o qual aduz que “§ 3º O credor


que, em ação judicial, cobrar o valor do crédito exequendo em desacordo com o expresso na
Cédula de Crédito Bancário, fica obrigado a pagar ao devedor o dobro do cobrado a maior,
que poderá ser compensado na própria ação, sem prejuízo da responsabilidade por perdas
e danos.”

3.1. DA TAXA DE JUROS REMUNERATÓRIOS E CAPITALIZADOS APLICADOS


INDEVIDAMENTE SOBRE A PARCELA

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De acordo com a cédula de crédito o valor do veículo estava orçado em R$ 51.500
(cinquenta e mil e quinhentos reais) com uma taxa de juros aplicada de 0,99 a. m e 12,55
a.a, o que representaria uma prestação de aproximadamente R$ 1.006,59 (um mil e
quinhentos reais e cinquenta e nove centavos), conforme demonstrativo abaixo.

A estimativa do valor da prestação presente no Quadro 1 deste documento,


encontra-se em desacordo com o quantitativo que realmente deveria incidir sobre o cálculo,
o que tornou a circunstância prejudicial a lisura das informações prestadas pela Cédula
de Crédito, levando o requerente a erro sobre o valor pactuado.

Segundo consta do próprio documento o requerente deu uma entrada no valor de


R$ 15.510,00 (quinze mil quinhentos e dez reais), assim o valor correto a ser
financiamento, e o valor correto da parcela periódica do financiamento, sem os demais
encargos e IOF, deveria ser diferente, razão pela qual passa a calcular. Usando o sistema
do Bacen e outros sistemas de cálculo deve ser aplicado conforme tabela:

VALOR DO ENTRADA VEICULO MENOS JUROS JUROS PRESTAÇÃO PRESTAÇÃO


VEÍCULO ENTRADA A.M A.A PERIÓDICA
CORRETA
ERRADA

R$ 51.500 R$ R$ 35.990,00 0,99 % 12,55% R$ R$ 945,53


15.510 1006,59

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1Assim, diante do exposto a parcela periódica correta a ser aplicada ao contrato
na verdade deveria ter sido de R$ 945,53 (novecentos e quarenta e cinco reais e
cinquenta e três centavos), aja vista que em que pese o valor do veículo o requerente
deu uma entrada, assim, levando em consideração a taxa média mensal e anual de
juros contratada, esta deveria ser a parcela apresentada ao consumidor.

É incontestável que a ré privou o requerente do direito à informação correta


no ato da contratação, incidindo prestação que não estava de acordo com a taxa de
juros firmada entre as partes.

2Aplicando ao caso o Sistema Francês de Amortização (TABELA PRICE), que foi a


utilizada no presente contrato, do mesmo modo a prestação deveria ter sido calculada na
seguinte proporção:

A simulação não levou em conta os inúmeros encargos que foram adicionados ao


financiamento, contudo de pronto já resta mais do que claro que houve desinformação do
consumidor, para obter vantagem indevida, onerando de forma excessiva o requerente.

Desta feita, a atitude do Banco foi totalmente contrário ao defendido pelo Código do
Consumidor que afirma em seu art. 6° que “São direitos básicos do consumidor:
Informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especifico
correta de quantidade características, composição, qualidade, tributos incidentes e
preço, bem como sobre os riscos que se apresentem.”

O art. 51 do CDC, é muito claro quando determina que “são nulas de pleno direito
as cláusulas contratuais relativas a produtos e serviços que: IV- estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada,
ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.”

Diante do exposto, restou mais do que claro que a requerida não agiu com a boa-fé
e equidade, quando ao induzir ou dar a entender que requerente deveria arcar com a
parcela a maior o que gera uma diferença gritante na parcela do veículo. É incontestável

1 https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/calcularFinanciamentoPrestacoesFixas.do
2 http://drcalc.net/price_retorno.asp

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que a base de cálculo encontra-se totalmente comprometida, pois destoa totalmente do
que deveria ter sido pactuado.

3Segue abaixo uma atualização do saldo devedor levando como base a Tabela Price,
até a parcela 17, retirada de sistema de cálculo Dr.calc. (Doc.)

Assim, se a taxa de juros de 0,99 % a.m e 12,55% a.a, tivesse sido corretamente
aplicada com desconto do valor dado de entrada, a parcela deveria ter ficado no valor de
R$ 945,64, e seu saldo devedor na proporção acima citada. O banco não poderia informar
valor a maior no contrato, devendo indicar corretamente a quantia ao consumidor sob
pena de nulidade da clausula.

Por ultimo cabe sustentar, Excelência, que não é raro que as agencias de veículos
façam propagandas de venda informando ao cliente que ele pagará apenas 0,99 % de juros
ao mês caso dê uma entrada de 30 % sobre o valor do veículo.

No presente caso não foi diferente, o requerente atraído pela oferta de juros baixo
contraiu o financiamento acreditando que sua taxa de juros permaneceria neste patamar
o que não ocorreu. Como bem demonstrado tanto a parcela como o custo efetivo total do
financimento encontram-se totalmente distorcidos para gerar maior onerosidade de
abusividade.

3 http://drcalc.net/price_retorno.asp

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Assim, requer seja a cláusula considerada nula de pleno direito, para que
conste como parcela devida periodica o valor de R$ 945,64, considerando a taxa de
juros remuneratórios de 0,99 % a.a e 12,55 % a.m. com fulcro nos artigo 6° e artigo
51 do CDC.

3.2. DA COBRANÇA INDEVIDA DOS SERVIÇOS DE


MANUTENÇÃO/ACESSÓRIOS/PEÇAS/

Consta no contrato o adicional denominado serviço de manutenção no Quadro 2,


no valor de R$ 1.419,00 (um mil e quatrocentos e dezenove reais), com uma taxa de
juros prefixada e capitalizada no valor de 1,36 % a.m e 17,60 % a.a, gerando uma prestação
periódica de R$ 41,75. Conforme abaixo demonstrado.

O requerente comprou o veículo 0km, sem qualquer adicional de acessórios e


ou peças, ademais sendo o veículo novo não há razão que justifique um serviço que
pudesse gerar a referida cobrança. Na CCB, não consta em nenhuma cláusula qual seria
a descrição ou motivo do referido serviço de manutenção, razão pela qual foi um taxa
embutida de forma abusiva e sem qualquer anuência do requerente.

Assim, diante da ausência de disposição específica no contrato que dê conta


das razões para a cobrança, deve ser esse valor julgado abusivo e retirado do
somatório financiado, uma vez que infringe os direitos do consumidor a informação
clara e precisa das cobranças presentes nas cláusulas contratuais firmadas entre as
partes.

Como pode um veículo zero quilômetro sofrer manutenções? Não existe


qualquer precedente que embase esta cobrança, razão pela qual deve ser indeferida.

Excelência, esse quantitativo encontra-se totalmente equivocado pois se for


realizado o calculo com base nos referidos juros a parcela periodica não condiz com a

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acima demonstrada. De acordo com os calculos realizados tanto na calculadora do cidadão
Bacen como em outros sistemas de calculo, deve ser aplicado o seguinte.4

VALOR DA JUROS JUROS PARCELA PARCELA VALOR TOTAL =


TAXA A.A
A.M INDEVIDA CORRETA JUROS +
CAPITALIZAÇÃO

R$ 1419,00 1,36 % 17,60% R$ 41.75 R$ 40,45 R$ 1.941,60

Por todo o exposto requer seja a cobrança considerada indevida em decorrência de


não haver expresso no contrato quais serviços de manutenção, peças, acessórios, que
foram realizados ou embutidos no veículo. O que caracteriza evidente abusividade pela
onerosidade excessiva em face do cliente, bem como contratação sem sua anuência o que
é vedado pelo direito do consumidor.

Caso não entenda Vossa excelência requer a reforma das parcelas indicadas na
cédula pois não condiz com a aplicada no quadro 2 o que fere o direito a informação, boa
–fé e equidade aplicadas as relações de consumidor que a instituição encontra-se sujeita.
Nos moldes do art.39, incisos, art. 51, art 54 do CDC.

3.3. DOS SEGUROS EMBUTIDOS INDEVIDAMENTE NO QUADRO 3 DA CCB

Foram embutidos na Cédula de Crédito aproximadamente 5 (cinco) tipos de seguros


diferentes, quais sejam : Seguro Proteção Financeira; Seguro Grarantia Estendia; GAP-
Veículo; Seguro Acidentes Pessoais e Seguro Franquia. Em que pese indicados não
foram devidamente implementados no financiamento, uma vez que o requerente não

4 http://drcalc.net/price_retorno.asp

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autorizou a incidência dos referidos seguros, uma vez que não assinou nenhuma apólice,
e também não teve a opção de retira-los, o que caracteriza a venda casada, prática
considerada ilegal pela jurisprudência e legislação consumerista.

Oportuno ressaltar que é uníssono o entendimento do Superior Tribunal de Justiça


que no julgamento dos REsp 1.639.259/ SP e 1.636.320/SP sob a sistemática dos
recursos repetitivos (Tema 972), firmou a tese no sentido de que “nos contratos bancários
em geral, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro com a instituição
financeira ou com seguradora por ela indicada.”

Por esta razão vem a seguir contestando todas os seguros embutidos indevidamente
de forma específica, senão vejamos:

i. SEGURO PROTEÇÃO FINANCEIRA BANCO VOLKSVAGEN

Na CCB consta embutido o referido seguro no valor do prêmio de R$ 2.287,09 (dois


mil e duzentos e oitenta e sete reais e nove centavos), sendo financiado em 48(quarenta
e oito) prestações, sob o juros prefixados e capitalizados de 1,36% a.m e 17,60 a.a, com
um prestação periódica de R$ 67,30.

Analisando o referido, não consta no transcurso no contrato nenhuma cláusula que


possibilitasse o requerente de ter a volitividade de não fazer a referida adesão, o que
representa uma expressa condição adesiva, circunstância que evidencia a venda casada.
Ressalte-se que a referida apólice jamais foi enviada ao requerente, bem como não foi dado
a este o devido conhecimento de sua incidência e cobertura.

Em face da referida situação é uníssono o entendimento do Superior Tribunal de


Justiça que no julgamento dos REsp 1.639.259/ SP e 1.636.320/SP sob a sistemática dos
recursos repetitivos (Tema 972), firmou a tese no sentido de que “nos contratos
bancários em geral, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro com
a instituição financeira ou com seguradora por ela indicada.”

A seguradora responsável pela referida apólice é o próprio Banco Volksvagen.


Ou seja, no intuito de trazer mais onerosidade sobre o contrato a requerida embutiu
o seguro sem dar opção ao requerente de contratar com outra instituição, o que

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configura a venda casada, incorrendo em inequívoca abusividade nos moldes do art. 39 e
incisos do CDC.

No mesmo sentido é o entendimento deste Tribunal de Justiça do Distrito Federal,


senão vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL. BUSCA E APREENSÃO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. CONSUMIDOR.


CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE E POSSE DO VEÍCULO EM MÃOS DO
PROPRIETÁRIO FIDUCIÁRIO. RECONVENÇÃO. SEGURO DE PROTEÇÃO FINANCEIRA.
VENDA CASADA. PRÁTICA VEDADA. CLÁUSULA ABUSIVA DECLARADA NULA. 1. Aplica-
se o Código de Defesa do Consumidor na solução da lide quando verificado que as partes
se enquadram nos conceitos de fornecedor e consumidor, nos termos dos arts. 2º e 3º, do
referido diploma legal. 2. É ABUSIVA A CLÁUSULA CONTRATUAL QUE NÃO CONCEDE
AO CONSUMIDOR A FACULDADE DE ESCOLHER ENTRE CONTRATAR, OU NÃO, O
SEGURO DE PROTEÇÃO FINANCEIRA PARA OBTENÇÃO DO FINANCIAMENTO, O QUE
CARACTERIZA "VENDA CASADA", PRÁTICA VEDADA PELO ORDENAMENTO
JURÍDICO (CDC, ART. 39, I). 3. Recurso conhecido e provido em parte. (Acórdão 1417324,
07046678220208070012, Relator: SONÍRIA ROCHA CAMPOS D'ASSUNÇÃO, 4ª Turma
Cível, data de julgamento: 20/4/2022, publicado no PJe: 6/5/2022. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO
REVISIONAL DE CONTRATO. FINANCIAMENTO BANCÁRIO. ALEGAÇÃO DE
DIVERGÊNCIA ENTRE JUROS CONTRATADOS E COBRADOS. INSUBSISTÊNCIA. CUSTO
EFETIVO TOTAL (CET). REGULARIDADE. TARIFA DE REGISTRO DE CONTRATO.
SERVIÇO PRESTADO. SEGURO DE PROTEÇÃO FINANCEIRA. VENDA CASADA.
RESTRIÇÃO À ESCOLHA DE SEGURADORA. ABUSIVIDADE CONSTATADA. 1. O Banco
Central, na Resolução 3.517, impõe às instituições financeiras o registro do CET (Custo
Efetivo Total) com a finalidade de informar o consumidor do valor total de encargos anuais
na contratação realizada expresso em taxa percentual e fornecer respectiva planilha de
cálculo previamente à contratação. O §2º do art. 1º da regulamentação citada determina
que o cálculo do CET (Custo Efetivo Total) deve incluir, por exemplo, a taxa de juros
pactuada, tarifas e seguros cobrados do cliente. Inexiste, pois, ilegalidade ou irregularidade
na apontada divergência entre o valor da taxa de juros contratada e a efetivamente cobrada
pela instituição financeira apelada, uma vez que o alegado aumento percentual
corresponde ao valor do Custo Efetivo Total da operação (CET) decorrente da inclusão de
encargos adicionais do contrato. 2. É válida a cobrança de tarifa de registro de contrato
pactuada (REsp 1.578.553/SP). Na hipótese, houve expressa anuência da apelante em
relação ao pagamento do encargo relativo ao registro do contrato, que foi efetivamente
registrado no órgão de trânsito respectivo (artigos 6º da Lei 11.882/08 e 7º da Resolução
689 do CONTRAN). 3. CONFORME ORIENTAÇÃO FIRMADA PELO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO (TEMA 972), MESMO
NOS CASOS EM QUE O SEGURO DE PROTEÇÃO FINANCEIRA SEJA COLOCADO COMO
UMA CLÁUSULA OPTATIVA, DEIXANDO A SUA CONTRATAÇÃO OU NÃO COMO OPÇÃO
DO CONSUMIDOR, ESSA ESTIPULAÇÃO SE AFIGURA ABUSIVA QUANDO NÃO É
ASSEGURADA A LIBERDADE NA ESCOLHA DO OUTRO CONTRATANTE, O QUE
OCORRE QUANDO A CLÁUSULA CONTRATUAL JÁ CONDICIONA A CONTRATAÇÃO A
UMA SEGURADORA INTEGRANTE DO MESMO GRUPO ECONÔMICO DA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA, SEM QUALQUER RESSALVA QUANTO À POSSIBILIDADE DE
CONTRATAÇÃO DE OUTRA SEGURADORA À ESCOLHA DO CONSUMIDOR, O QUE
CONFIGURA VENDA CASADA (ART. 39, I DO CDC). CASO EM QUE, EMBORA CONSTE
FORMALMENTE A OPÇÃO DE CONTRATAÇÃO DO SEGURO, O PRÓPRIO
INSTRUMENTO CONDICIONA ESSA CONTRATAÇÃO A UMA SEGURADORA
ESPECÍFICA. ISSO DEMONSTRA QUE, NA PRÁTICA, CASO TENHA SIDO
EFETIVAMENTE REALIZADA, A CONTRATAÇÃO FOI VIABILIZADA PELA INSTITUIÇÃO
BANCÁRIA QUE A OFERTOU JUNTAMENTE COM A OPERAÇÃO FINANCEIRA PARA

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OUTRA INSTITUIÇÃO INTEGRANTE DO MESMO GRUPO ECONÔMICO, NÃO TENDO
HAVIDO, PORTANTO, QUALQUER POSSIBILIDADE DE ELEIÇÃO DA ENTIDADE
SEGURADORA PELO CONSUMIDOR, O QUE SE MOSTRA ABUSIVO CONFORME
DEFINIDO PELO STJ. 4. Recurso conhecido e, no mérito, parcialmente provido. (Acórdão
1363355, 07138837620208070009, Relator: MARIA IVATÔNIA, 5ª Turma Cível, data
de julgamento: 12/8/2021, publicado no PJe: 23/8/2021. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)

Outro fato controvertido é que a parcela indicada como periódica no contrato no


valor de R$ 67,30 foi calculada de forma equivocada conforme cálculo abaixo relacionado,
levando em consideração o sistema BACEN e outros sistemas de cálculo:

VALOR DA JUROS JUROS PARCELA PARCELA VALOR TOTAL =


TAXA A.A
A.M INDEVIDA CORRETA JUROS +
CAPITALIZAÇÃO

R$ 2.287,09 1,36 % 17,60% R$ 67,30 R$ 65,19 R$ 3.129,12

Por todo o exposto requer seja extraída a cobrança do seguro proteção financeira,
por ser cláusula abusiva, uma vez que evidentemente foi embutido como venda casada a
aquisição e financiamento do bem, não restando outra alternativa ao requerente se não
sua incidência compulsória. Devendo ser restituído nos moldes tabela abaixo:

PARCELAS PARCELA DIFERENÇA REPETIÇÃO


PAGAS COBRADA TOTAL DOS 17 INDÉBITO
NA CCB MESES

17 R$ 67,30 R$ 1.144,10 R$ 2.288,20

Na remota hipótese de sua incidência requer seja recalculada a parcela periódica do


financiamento para consta o valor de R$ 65,19. Devendo o requerente ser restituído em

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dobro sobre os valores proporcionais a cobrança a maior nos moldes dos artigos 39 e
42 do CDC.

ii. DA COBRANÇA DE GARANTIA ESTENDIDA VOLKSVAGEN

No Quadro 3 da cédula de crédito, foi inserida uma garantia estendida ao veículo


financiado no valor do prêmio de R$ 1.238,27 (um mil duzentos e trinta e oito reais e
vinte e sete centavos), com a incidência de taxa de juros prefixados e capitalizados de
1,36% a.m e 17,60 a.a., financiado em 48 (quarenta e oito) parcelas de R$ 36,44.

A referida cobrança não deveria ter sido aplicada ao presente caso uma vez que
a própria fabricante Volksvagen como regra concede ao consumidor a garantia de 3
(Três) anos em todos os veículos por ela fabricados, conforme podemos verificar de
uma publicação retirada de seu Site oficial5:

Ressalte-se que na cédula de crédito não consta opção ou autorização expressa


do requerente para a contratação da referida garantia, não há informação da
seguradora contratada e demais informações da apólice, por esta razão a cláusula deve ser

5 https://www.vw.com.br/pt/servicos-e-acessorios/manuais-e-garantia/garantia-de-3-anos.html

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considerada nula de pleno direito nos moldes no art. 51 do CDC. Ademais não há sentido
para o requerente a adesão de garantia estendida de produto que já vem de fábrica
assegurado pela própria Volkswagen, o que demonstra mais uma vez que a aplicação do
seguro foi adesivo e mediante venda casada.

A garantia foi embutida também em uma formulação puramente de adesão e venda


casada, sem deixar que o requerente pudesse negar sua contratação, razão pela qual é
uma cláusula totalmente abusiva. Ressalte-se que não houve o fornecimento da apólice
do referido deste modo não foi o requerente cientificado das especificidades do
seguro contratado.

Caso não seja o entendimento deste juízo, devem as parcelas periódicas tidas na
descrição da referida garantia serem retificadas, aja vista que não foi devidamente indicada
na cédula de crédito, devendo incidir conforme a seguinte tabela baseada no sistema Bacen
e outros meios de reajuste:

VALOR DA JUROS JUROS PARCELA PARCELA VALOR TOTAL = JUROS


TAXA A.A
A.M INDEVIDA CORRETA + CAPITALIZAÇÃO

R$ 1238,27 1,36 % 17,60% R$ 36,44 R$ 35,30 R$ 1.694,40

Por todo exposto, resta mais do que claro que no intuito de trazer maior onerosidade

as parcelas contratuais que o Banco no ato da contratação embutiu sem autorização o


referido seguro de garantia estendida, que não qualquer validade já que a própria marca
concede ao consumidor garantia de 3(três) anos para todos os veículos fabricados.

Nos moldes do artigo 37 do CDC é proibida toda publicidade enganosa e abusiva: “


§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário,
inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de
induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.”

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Assim, não pode a agência ou fabricante fornecer garantia GRATUITA para todos os
seus veículos, e de forma sorrateira, como uma venda casada, embutir a referida cobrança
apenas para onerar e agir de má-fé com o consumidor.

Desta forma requer deste juízo a retirada da cobrança da garantia estendida do


contrato de financiamento, e seja restituído o requerente em dobro pela cobrança indevida
na proporção das parcelas já adimplidas. Nos moldes da tabela abaixo:

PARCELAS PARCELA DIFERENÇA REPETIÇÃO


PAGAS COBRADA TOTAL DOS 17 INDÉBITO
NA CCB MESES

17 R$ 36,44 R$ 437,28 R$ 874,56

Em remota hipótese caso o entendimento seja diverso que ocorra a retificação e


revisão do cálculo da parcela, devendo incidir corretamente na quantia de R$ 35,30,
devendo também o requerente ter o direito à repetição indébito.

iii. GAP – VEÍCULO

Na cédula consta ainda a incidência de seguro denominado, GAP, no Quadro 2


no valor de prêmio de R$ 650,00 (seiscentos e cinquenta reais), financiado em
48(quarenta e oito) prestações, sob o juros prefixados e capitalizados de 1,36% a.m e 17,60
a.a, com um prestação periódica de R$ 19,13.

O seguro GAP, segundo uma pesquisa realizada no próprio site da Volksvagen, “é


um tipo de Garante indenização¹ com o objetivo de reduzir a diferença entre a indenização
recebida da seguradora de casco em relação ao valor da NF do veículo, em caso de perda
total. Despesas Acessórias: Garante indenização¹ para despesas de reposição do veículo
(despachante, IPVA, etc). Elegibilidade Para clientes que possuam uma apólice de seguro
de cascovigente; veículos 0km ou usados com até 7 anos de fabricação.”

Cabe ressaltar que o requerente não adquiriu uma seguro veicular, com a cobertura
de furtos, roubos ou sinistros assim, não há qualquer

O referido seguro também encontra obscuridade e ausência de informação


clara e devida a respeito de sua indecência e condições de apólice, esta última jamais
enviada, assinada ou contratada pelo requerente, razão pela qual torna-se abusiva e
contra o código de defesa do consumidor que assegura a liberdade de adesão ou não
de um seguro, circunstância que foi desrespeitada nessa oportunidade, o que
evidencia a venda casada do produto.

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Outra obscuridade com relação ao referido seguro é a instituição responsável por
sua apólice e prêmio no caso de sua incidência, que até então não foi revelado no contrato,
também é um produto do banco volksvagen? Fica a dúvida.

O requerente não pode ser lesado dessa maneira, sendo sujeitado a inúmeros
seguros que nem sabe do que se trata, sendo financiado em inúmeras parcelas que vão
gerar um valor muito maior que o recebido a título de prêmio.

No caso de Vossa excelência entender devido o referido seguro, deve ser reformulada
a parcela tida como periódica, com base nas taxas de juros pactuadas, na seguinte
proporção:

VALOR DA JUROS JUROS PARCELA PARCELA VALOR TOTAL = JUROS


TAXA A.A
A.M INDEVIDA CORRETA + CAPITALIZAÇÃO

R$ 1,36 % 17,60% R$ 19,13 R$ 18,53 R$ 889,44


650,00

A esse respeito cabe ressaltar o exposto no art. 39, inciso XIII, que aduz que “XIII -
aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.”
No caso de cobrança indevida do condumidor desrá este nos moldes do art. 42, § único, à
repetição do indébito, por valor gual ao dobr o do que pagou, acrescido de juros e correção
monetária e juros legais.

Ante todo o exposto com fulcro nos artigos 42,§ único, e 51 do CDC, que vedam a
incidênica de venda casada e abusividade nas cláusulas contratuais, requer a nulidade do
referido seguro, sendo retirado do financiamento e havendo a restituição em dobro dos
valores proporcionalmente descontados a mais. Conforme tabela abaixo relacionada:

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PARCELAS PARCELA DIFERENÇA REPETIÇÃO
PAGAS COBRADA TOTAL DOS INDÉBITO
NA CCB 17 MESES

17 R$ 19,13 R$ 325,21 R$ 650,42

Ademais requer no caso de entendimento diverso a revisão da parcela incidente no


contrato para que incida o valor de 18,53 , devendo os valores pagos a maior serem
restituidos em dobro pela cobrança indevida.

iv. SEGURO ACIDENTES PESSOAIS

Ao contrato foi embutido o seguro acidentes pessoais presente no Quadro 2, sendo


o valor do prêmio de R$ 475,20 (quatrocentos e setenta e cinco reais e vinte centavos),
financiado em 48(quarenta e oito) parcelas com juros já prefixados e capitalizados no valor
de R$ 13,98 (treze reais e noventa e oito centavos).

Ora, Excelência, reiteradamente a instituição bancária implementou mais um


seguro no financiamento do requerente, sem sua anuência ou contratação prévia. Não há
na cédula bancária qualquer indicação da amplitude da apólice ou quais suas condições
de incidência o que fere o direito do requerente de obter informações claras, legíveis e
objetivas o que não ocorreu na presente.

Isso posto, cabe ressaltar ainda que é direito básico do consumidor a informação
clara e adequada sobre os diferente produtos e serviços, circunstância que não se evidência
na presente demanda, pois a parte ré de modo abusivo incidiu mais um seguro sem a
anuência do requerente, razão pela qual deve ser considerada nula de pleno direito nos
moldes do art.51 do CDC.

Neste ponto já é possível identificar que o único intuito do Banco no presente caso
é obter maior cumulação de produtos e serviços no contrato do requerente para aumentar
sua parcela periódica, bem como os juros e encargos providentes destas transações, isso
porque todos os seguros aqui indicados pelo que parece tem como seguradora o próprio
réu, mais um indicativo da abusividade e extrema onerosidade para o autor.

De acordo com o art. 39 do CDC, “É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,


dentre outras práticas abusivas: I - condicionar o fornecimento de produto ou de
serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a
limites quantitativos; V - exigir do consumidor vantagem manifestamente
excessiva; X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.”

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A parcela periódica deduzida na cédula bancária não foi aplicada corretamente.
Assim, é devida no caso remoto da aplicação do referido seguro, que sejam feitas as
correções abaixo relacionadas:

VALOR DA JUROS JUROS PARCELA PARCELA VALOR TOTAL = JUROS


TAXA A.A
A.M INDEVIDA CORRETA + CAPITALIZAÇÃO

R$ 475,20 1,36 % 17,60% R$ 13,98 R$ 13,55 R$ 650,40

Por todo o exposto requer seja a cobrança do referido seguro considerado indevido
restando nulo de pleno direito, uma vez que o requerente não recebeu informações claras
sobre sua apólice, sendo embutido apenas para tornar a parcela mais onerosa e excessiva,
devendo ser restituido em dobro pelo valor cobrado indevidamente. Conforme tabela abaixo
realacionada:

PARCELAS PARCELA DIFERENÇA REPETIÇÃO


PAGAS COBRADA TOTAL DOS INDÉBITO
NA CCB 17 MESES

17X R$ 13,98 R$ 237,66 R$ 475,32

De forma alternativa caso o pedido principal não seja atendido que sejam realizadas
as correções nas parcelas periodicas do referido seguro para cosntar a quantia de R$
13,55, sendo restituido em dobro pelos valores cobrados em excesso, com juros e correção
nos moldes do art. 41. §único do CDC.

v. SEGURO FRANQUIA

Na CCB foi inserida ainda o seguro franquia no Quadro 3, no valor do prêmio de


R$ 680,00 (seiscentos e oitenta reais), financiado em 48(quarenta e oito) reais, com juros
já prefixados e capitalizados no valor de R$ 20,01.

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Pelo que se extrai de pesquisas a respeito do referido seguro, este destina-se a
cobertura e reembolso da franquia do seguro compreensivo de casco. Geralmente são
para clientes que possuam uma apólice de seguro de casco vigente. Ou seja, é um
produto que depende de outro produto ou serviço para sua incidência e cobertura.

O requerente não contratou seguro auto (roubo, furto, sinistros) para seu
automóvel, muito menos deu autorização para que de forma automática fosse
embutido um outro produto em dependência no seu financiamento. O requerente está
pagando por um seguro que jamais vai usar, isso porque este depende da contratação de
ou outro seguro ou serviço, o que claramente demonstra que a venda é casada, e esta
cláusula foi inserida de forma abusiva e de má-fé.

Não foi repassado para o requerente a apólice do referido seguro, ou seja, este não
teve a informação clara e precisa da cobertura, prazo, condições de reebolso, ou quaisquer
indicativos que pudessem dar dados concretos da aquisição.

Ademais, assim como nos ouros seguros as parcelas periodicas incidentes sobre o
financiamento do referido prêmio, foram calculadas de forma equivocada, devendo ser
retificados conforme demonstrativo abaixo:

VALOR DA JUROS JUROS PARCELA PARCELA VALOR TOTAL = JUROS


TAXA A.A
A.M INDEVIDA CORRETA + CAPITALIZAÇÃO

R$ 680,00 1,36 % 17,60% R$ 20,01 R$ 19,38 R$ 930,24

Pelo exposto, deve o referido seguro ser retirado do financiamento em decorrência


da evidente natureza de venda casada e abusividade em sua cobrança, como dito o referido
seguro necessita para sua incidêcia a aquisição de outro produto, razão pela qual deve o
requerente ser restituito nas parcelas (17) já pagas, em dobro totalizando o valor de R$
680,34, Conforme tabela abaixo.

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PARCELAS PARCELA TOTAL REPETIÇÃO
PAGAS COBRADA ADIMPLIDO INDÉBITO
NA CCB

17x R$ 20,01 R$ 340,17 R$ 680,34

Alternativamente, caso o seguro seja dito como devido, fato que claramente não deve
proceder, as parcelas períodicas com a incidencia dos juros e capitalização devem ser
corrigidas para consta no financiamento no valor de R$ 19,38, sendo os valores a maior
pagos em dobro.

3.4. DA COBRANÇA DA TAXA DE CADASTRO / DESPESAS DO EMITENTE

Na Cédula Bancária consta em seu Quadro 4, que trata das “Especificações Gerais
do Crédito Consolidadas”, embutido uma taxa de cadastro no valor de R$ 749,00
(setecentos e quarenta e nove reais), além de despesas com o emitente no valor de R$
382,00 (trezentos e oitenta e dois reais), os dois foram financiados com juros prefixados
capitalizados de 13,33 % a.a.

No que se refere a TARIFA DE CADASTRO, podemos verificar que seu valor


representa um quantitativo bastante elevado, e isso faz total diferença na parcela e no
valor financiado, o que traz ao requerente onerosidade excessiva e desequilíbrio. De acordo
com o art. 39, V, do CDC é vedado ao fornecedor de produtos e serviços, dentre outras
práticas abusivas: “ V- exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva”.

Segundo consta da cláusula 4.2 da CDC “O emitente se pessoa física, ficará


dispensado de efetuar o pagamento referente ao cadastro desde que providencie as
suas expensas, cópias autenticada ou originais do documento com foto, CPF, comprovante
de renda ou patrimônio e residência, pesquisa SERASA ou BOA VISTA, certidões de cartórios
de protesto de seu domicílio, certidão de regularidade do CPF da RECEITA FEDERAL, todos
com no máximo 30 (trinta) dias da sua emissão, desde que ainda vigente, conforme data de
validade constante no próprio documento.”

Conforme a resolução n° 3.919, do art. 2º “É vedada às instituições mencionadas no


art. 1º a cobrança de tarifas pela prestação de serviços bancários essenciais a pessoas
naturais, assim considerados aqueles relativos a: f) realização de consultas mediante
utilização da internet;

A esse respeito, cabe ressaltar, segundo consta na súmula 566 do STJ “Nos
contratos bancários posteriores ao início da vigência da resolução –CNM n. 3.518/2001,
em 30/04/2008, pode ser cobrada a tarifa de cadastro no início do relacionamento entre

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consumidor e a instituição financeira”. Todavia, o atual entendimento do STJ é de que
essas cobranças devem ser afastadas quando houver demonstração nos autos de
vantagem exagerada do agente financeiro.

Excelência, foram embutidos no contrato 5 (cinco) tipos de seguros diferentes,


a maior parte deles com o critério de adesão de outros produtos para sua
compensação em apólice o que caracteriza a venda casada. Ademais foi inserido ainda
serviços, acessórios, peças que jamais foram prestados ao requerente, como nitidamente
comprovado nos autos, e ainda está sendo onerado em TARIFA DE CADASTRO E
SERVIÇOS DO EMITENTE.

Ora, há nesta situação cristalina abusividade e extrema onerosidade em face do


requerente, o que demonstra a conduta desequilibrada e de má-fé da instituição bancária,
que fez de tudo para tornar o contrato o mais oneroso possível, o que representa grave
infração a legislação consumerista.

A maior parte dos serviços pelos quais a instituição bancária alega que são pre-
requisitos, são disponibilizados gratuitamente nos sites e canais de atendimento ao
consumidor. Ademais, não há na referida descrição uma justificativa que alcançasse
o patamar cobrado de R$ 749,00. O requerente deve ser informado de forma clara
quais foram os serviços realmente prestados e seus valores para a prestação de
contas que lhe é de direito.

A média tarifaria para a realização das referidas exigências não passaria de R$


100,00 pois como dito, a maior parte são serviços gratuitos que podem ser disponibilizados
pela internet ao consumidor.

POR ÚLTIMO CABE CITAR QUE NÃO FOI ESTIPULADO NA CÉDULA OS JUROS
E A CAPITALIZAÇÃO APLICADA SOBRE A TAXA DE CADASTRO E AS DESPESAS DO
EMITENTE, OU SEJA, A INSTITUIÇÃO BANCÁRIA OMITIU-SE EM TORNAR CLARA A
INFORMAÇÃO AO CLIENTE O QUE REPRESENTA PRÁTICA ABUSIVA.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 51, são nulas
cláusulas contratuais de fornecimento de produtos e serviços que estabeleçam
obrigações consideradas iníquas, abusivas, ou que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada na relação de consumo.

Se considerarmos o valor da referida tarifa de cadastro e sua diluição no


financiamento sofrendo a incidência de juros e capitalização o requerente estará pagando
aproximadamente R$ 955,20, ou seja é uma cláusula que traz excessiva onerosidade ao
contrato.

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Assim por todo o exposto deve a taxa ser considerada excessiva e nula de pleno
direito para fiel restituição dos valores pagos indevidamente, respeitando o exposto no
art.42, § único, do CDC que garante a repetição do indébito, procedendo a devolução nas
seguintes proporções calculadas:

PARCELAS TAXA DE Nº TOTAL PARCELA TOTAL REPETIÇÃO


PAGAS JUROS E DE ADIMPLIDO INDÉBITO
CAPITALIZAÇÃO PARCELAS COBRADA

17x 13,33 % A.A 48 R$ 19,94 R$ 338,98 R$ 677,96

i. DESPESAS DO EMITENTE

Ao analisar a cobrança de DESPESAS DO EMITENTE, não restou clara as razões


que levaram a cobrança de R$ 382,00 (trezentos e oitenta e dois reais), isso porque não há
no contrato a clara indicação das razões ou os serviços propriamente realizados.

Cabe ressaltar o entendimento deste Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal,


que trata da cobrança de despesa do emitente e não especifica as razões da referida
cobrança, senão vejamos:

DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. AUSÊNCIA DE


INTERESSE RECURSAL. CONHECIMENTO PARCIAL DO RECURSO. CONTRATO
BANCÁRIO. TARIFA DE CADASTRO. LEGALIDADE. Despesas do emitente. ABUSIVIDADE.
I. Não se conhece do recurso, por ausência de interesse, na parte em que impugna capítulos
da sentença que não causam gravame ao recorrente. II. Consoante a tese fixada pelo
Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial 1.251.331/RS, a tarifa de cadastro,
desde que tipificada em ato normativo padronizador emanado da autoridade monetária
competente e prevista no contrato, pode ser cobrada do consumidor ao início da relação
contratual. III. É nula cláusula que prevê tarifa ou despesa que sequer especifica o
serviço a ser prestado, consoante a inteligência dos artigos 6º, inciso IV, 31, 39, inciso
V e 51, inciso IV, e § 1º, inciso III, da Lei 8.078/1990. IV. Recurso parcialmente
conhecido e provido em parte. (Acórdão 1238791, 00003753320178070002, Relator:
JAMES EDUARDO OLIVEIRA , 4ª Turma Cível, data de julgamento: 18/3/2020,
publicado no PJe: 29/4/2020. Pág.: Sem Página Cadastrada.)
REVISÃO CONTRATUAL. EMPRÉSTIMO BANCÁRIO. COMPRA. VEÍCULO. ALIENAÇÃO
FIDUCIÁRIA. REGISTRO DO GRAVAME. DESPESAS DO EMITENTE. COBRANÇA.
CLÁUSULA ABUSIVA. TEMA 972 STJ. 1. O STJ, em sede de recurso repetitivo (REsp nº
1.639.259/SP e REsp nº 1.639.320/SP), Tema 972, pacificou o entendimento no sentido
de ser abusiva a cláusula que "prevê o ressarcimento pelo consumidor da despesa com o
registro do pré-gravame, em contratos celebrados a partir de 25/02/2011, data de entrada
em vigor da Res.-CMN 3.954/2011, sendo válida a cláusula pactuada no período anterior
a essa resolução, ressalvado o controle da onerosidade excessiva". 2. Recurso conhecido
e não provido.
(Acórdão 1214617, 07048841120188070008, Relator: DIAULAS COSTA RIBEIRO, 8ª
Turma Cível, data de julgamento: 6/11/2019, publicado no DJE: 19/11/2019. Pág.:
Sem Página Cadastrada.)

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Cabe ressaltar, ainda, que conforme o Superior Tribunal de Justiça em sede de
recurso repetitivo, tema 972, pacificou-se o entendimento de que é abusiva a cláusula que
prevê o ressarcimento pelo consumidor da despesa com o registro do pré-gravame em
contrato a partir de 35/02/2011, em vigor da Res. CMN 3.954/2011.

NÃO CONSTA NA CÉDULA BANCÁRIA A TAXA DE JUROS EMBUTIDA NA


REFERIDA DESPESA, TÃO POUCO A PERIODICIDADE DE SUA CAPITALIZAÇÃO, RAZÃO
PELA QUAL DEVE SER CONSIDERADA NULA DE PLENO DIREITO, PELA AUSÊNCIA DE
INFORMAÇÃO CLARA AO CLIENTE.

Assim, a cobrança encontra-se totalmente indevida e abusiva devendo ser restituído


os valores pagos a maior, nos moldes do que preceitua o art. 39, 42 e 51 do CDC. Sendo
restituído conformo tabela abaixo relacionada.

4. DA CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS

Em relação a capitalização de juros, cumpre salientar a existência de expressa


abusividade também no presente caso, isso porque sua implementação deve estar de
acordo com os termos pactuados no contrato, devendo ser devidamente indicados ao
consumidor no ato da contratação de forma legível e facilmente descriminada sua
incidência.

Nos moldes do que preceitua a Medida Provisória n° 1.963-17, de 31 de Março de


2020, reeditada sob o n° 2.170/36, existe a previsão de que “Nas operações realizadas
pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, é admissível a capitalização
de juros com periodicidade inferior a um ano. (art. 5º caput).”

Todavia, sobre o tema deve ser levado em consideração o entendimento do Superior


Tribunal de justiça, para fins do art. 1036 do CPC, o qual firmou o seguinte em tese
repetitiva, tema 953: “A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é
permitida quando houver EXPRESSA PACTUAÇÃO”, resultado da afetação do RESP
1593858/PR e RESP 1388972/SC.

Esta referência está ligada ao exposto no enunciado da súmula n° 539 do STJ, o


qual aduz que: “É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à anual em
contratos celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de
31/3/2000 (MP n. 1.963-17/2000, reeditada como MP n. 2.170-36/2001), desde que
expressamente pactuada.”

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Portanto, como bem fundamentado, em que pese ser a capitalização medida
legalizada no Sistema Financeiro Nacional, esta deve respeitar a fiel comunicação
contratual do devedor.

A esse respeito válido citar que nos moldes do art. 54 do CDC, compreende como
contrato adesivo:

Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.


Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
Ver legislação completa
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com
caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo
doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº
11.785, de 2008)

Como podemos observar na Cédula de Crédito, foi estipulado dentro do contrato


três tipos de juros e capitalização distintos:

A) Juros remuneratórios de: 0,99% a.m (prefixados e capitalizados) e


12,55% a.a (prefixado);
B) Seguros: 1,36% a.m (prefixados e capitalizados) e 17,60 % a.a
(prefixados);
C) Serviços de Manutenção/acessórios/ peças (Quadro 2 e 4): 1,36% a.m
(prefixados e capitalizados) e 17,60 a.a (prefixados);
D) Taxa de Cadastro e Despesas do emitente (Quadro 4): Não houve
indicação específica de sua capitalização ou juros;
E) IOF (Quadro 4): não foram indicadas as taxas de juros e sua
capitalização de modo claro ao cliente;

Diante do descriminado, nota-se que os juros e sua capitalização foram instituídos


na Cédula Bancária de modo abusivo e obscuro. Isto se dá, em decorrência de não haver
no corpo na cédula a indicação expressa de sua periodicidade, ou seja, a capitalização é
diária, mensal ou anual? Qual o valor do custo efetivo total mensal?

O cliente foi induzido a acreditar que sua taxa de juros e capitalização seria de
0,99% a.m. Contudo, ao analisar as previsões contratuais há mais de uma disposição
incidindo juros e capitalização, sem clareza em suas indicações, o que representa ato
contrário a legislação consumerista. Ademais, foi indicado ao final um CET de 13,33 % ao
ano, ou seja, totalmente contrário ao que foi pactuado no decorrer dos valores indicados
nos quadros representativos 2 e 3.

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Analisando a matéria em contexto, o Superior Tribunal de Justiça por intermédio
do REsp 1.826.463, de relatoria do Min. Relator, ministro Paulo de Tarso Sanseverino,
destacou que a informação deve ser clara por parte das instituições financeiras:

RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E DO CONSUMIDOR. (EN.


3/STJ). CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE JUROS
REMUNERATÓRIOS. TAXA DIÁRIA NÃO INFORMADA. VIOLAÇÃO AO DEVER DE
INFORMAÇÃO. ABUSIVIDADE.
1. Controvérsia acerca do cumprimento de dever de informação na hipótese em que
pactuada capitalização diária de juros em contrato bancário.
2. NECESSIDADE DE FORNECIMENTO, PELA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, DE
INFORMAÇÕES CLARAS AO CONSUMIDOR ACERCA DA PERIODICIDADE DA
CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS ADOTADA NO CONTRATO, E DAS RESPECTIVAS
TAXAS.
3. Insuficiência da informação acerca das taxas efetivas mensal e anual, na hipótese
em que pactuada capitalização diária, sendo imprescindível, também, informação
acerca da taxa diária de juros, a fim de se garantir ao consumidor a possibilidade de
controle 'a priori' do alcance dos encargos do contrato. Julgado específico da Terceira
Turma.
4. Na espécie, abusividade parcial da cláusula contratual na parte em que, apesar de
pactuar as taxas efetivas anual e mensal, que ficam mantidas, conforme decidido pelo
acórdão recorrido, não dispôs acerca da taxa diária. 5. RECURSO ESPECIAL
DESPROVIDO, COM MAJORAÇÃO DE HONORÁRIOS. (REsp n. 1.826.463/SC, relator
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Segunda Seção, julgado em 14/10/2020, DJe
de 29/10/2020.)

Assim, ressalte-se que em todo o corpo do contrato não consta informação clara,
que indique os percentuais aplicados na capitalização do juros, principalmente das taxas
e tarifas presentes no QUADRO 4 da cédula bancária, o que é causa de sua nulidade.

No mesmo sentido são os inúmeros acórdãos proferidos pelo Superior Tribunal de


Justiça, senão vejamos:

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO.


CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE JUROS. TAXA DIÁRIA. DEVER DE INFORMAÇÃO.
PRECEDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DO STJ.
1. De acordo com entendimento firmado na Segunda Seção do STJ, a capitalização
diária dos juros somente pode ser cobrada quando, além de estar prevista
expressamente em cláusula contratual, o contrato contenha indicação da taxa diária
de juros.
2. "Insuficiência da informação acerca das taxas efetivas mensal e anual, na hipótese em
que pactuada capitalização diária, sendo imprescindível, também, informação acerca da
taxa diária de juros, a fim de se garantir ao consumidor a possibilidade de controle 'a priori'
do alcance dos encargos do contrato. Julgado específico da Terceira Turma". "Na espécie,
abusividade parcial da cláusula contratual na parte em que, apesar de pactuar as taxas
efetivas anual e mensal, que ficam mantidas, conforme decidido pelo acórdão recorrido,
não dispôs acerca da taxa diária." (REsp 1826463/SC, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 14/10/2020, DJe 29/10/2020).
3. De acordo com firme posicionamento desta Corte, abuso nos encargos da normalidade
descaracteriza a mora.4. Agravo interno não provido.(AgInt no REsp n. 1.914.532/RS,
relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 14/12/2021, DJe de
17/12/2021.)

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AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E DO
CONSUMIDOR. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE JUROS
REMUNERATÓRIOS. TAXA DIÁRIA NÃO INFORMADA. VIOLAÇÃO AO DEVER DE
INFORMAÇÃO. ABUSIVIDADE. PRECEDENTE ESPECÍFICO DA SEGUNDA SEÇÃO DO
STJ: RESP 1.826.463/SC, MINHA RELATORIA, DJE DE 29/10/2020. AGRAVO INTERNO
A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (AgInt no REsp n. 1.842.813/RS, relator Ministro
Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 20/9/2021, DJe de
23/9/2021.)

De acordo com o art. 46 do Código de defesa do Consumidor, os contratos devem


ser formalizados para trazer clareza ao consumidor:

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores,
se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se
os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu
sentido e alcance.

Assim, considerando toda a inobservância da instituição bancária quando da


indicação da capitalização dos juros, esta também fez com que a amortização da dívida
também sofresse impacto, isso porque o sistema aplicado ao presente contrato é a Tabela
Price.

Pelo exposto requer seja respeitado o expressamente pactuado no contrato


referente: A) Juros remuneratórios de: 0,99% a.m (prefixados e capitalizados) e
12,55% a.a (prefixado), uma vez que qualquer outra estipulação a maior é prática
considerada abusiva ao passo que, é dever da instituição bancária aplicar claramente
a periodicidade da capitalização de juros, sob pena de nulidade com base nos art. 46,
39 e 51 do CDC.

Caso Vossa Excelência entenda que são devidos os seguros embutidos


adesivamente pelo banco que seja respeitado o referencial indicado no contrato que é de
1,36 % a.m (prefixados e capitalizados).

Contudo com relação as demais encargos como TAXA DE CADASTRO,


DESPESAS DO EMITENTE E IOF, não devem incidir capitalização dos juros ao passo
que não foi indicado ao cliente corretamente sua incidência.

5. DO CUSTO EFETIVO TOTAL – CET

Nos moldes da Resolução n° 4.881/ 2020, que dispões sobre o cálculo e informações
do Custo Efetivo Total (CET), deve ser destaca as seguintes regras:

Art. 3º O cálculo do CET deve abranger o valor do crédito a ser concedido e os valores a
serem cobrados do interessado na operação, considerando amortizações, juros, tarifas,
tributos, seguros e outras despesas vinculadas à operação, conforme as condições
pactuadas, inclusive as relativas ao pagamento de serviços de terceiros contratados pela
instituição de responsabilidade do tomador, mesmo quando essas despesas não forem
inseridas no valor do crédito concedido.

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Art. 7º As instituições devem, previamente à contratação das operações de que trata
o art. 1º, informar o CET ao pretendente ao crédito e apresentar o demonstrativo de
cálculo.
Art. 8º As instituições devem informar o CET nos informes publicitários das operações de
que trata o art. 1º em relação às quais sejam apresentadas as taxas de juros do crédito
ofertado.

Ao analisar a Cédula de Crédito Bancária foi indicado como CUSTO EFETIVO TOTAL
o valor de 13,33 % ao ano, contudo não foram dispostos especificamente os valores e juros
que incidiram no cálculo, inclusive não foi indicado o percentual e custo efetivo total
mensal, que é a base de cálculo para a capitalização, o que tornou impossível ao
requerente de ter prévia informação dos valores que realmente seriam inseridos no
contrato.

Diante disso, com base no art. 6 do CDC “Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço,
bem como sobre os riscos que apresentem;”

Ainda de acordo com o Código de defesa do consumidor, são nulas de pleno direito,
as cláusulas que

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato,
de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a
natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias
peculiares ao caso;

Nesse mesmo tema, o art. 54-B do CDC, é bem claro no que se refere ao custo efetivo
total e as taxas de juros, in verbis:

Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das informações


obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na legislação aplicável à matéria, o
fornecedor ou o intermediário deverá informar o consumidor, prévia e adequadamente, no
momento da oferta, sobre:
I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o compõem;
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e o total de
encargos, de qualquer natureza, previstos para o atraso no pagamento;
III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve ser, no mínimo,
de 2 (dois) dias;

Assim, diante de todo o fundamentado a instituição financeira agiu incorretamente


pois não indicou o custo efetivo total, especificando as taxas de juros custos e demais
encargos presentes no contrato para se obter uma margem de custo efetivo total.

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Deste modo, deve ser considerado nulo de pleno direito a cláusula do custo efetivo
total pois é insuficiente pra demonstrar as taxas de juros e os custos que o consumidor
realmente terá que arcar.

6. DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA

Em decorrência das cláusulas contratuais presentes nesta cédula bancária


restarem abusivas, ilegais e excessivamente onerosas durante o período da normalidade
do contrato, não se constituiu de forma válida a mora inadimplente, aja vista que os
quantitativos totais calculados não foram cobrados devidamente.

Isto é, verificada a cobrança de valores ilegais e/ ou abusivos, é necessária a


compensação dos valores pagos indevidamente ou, no caso de inexistir débito que
possibilite a compensação, cabível a repetição, de forma simples, dos valores alcançados,
sob pena de enriquecimento ilícito.

No mesmo sentido é o entendimento aplicado por este Tribunal de justiça do Distrito


Federal, senão vejamos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL.


CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. ABUSIVIDADE. MORA. DESCARACTERIZAÇÃO.
RECÁLCULO. ENCARGOS MORATÓRIOS. NÃO INCIDÊNCIA. 1. No que concerne à
caracterização da mora, a questão foi analisada pelo C. STJ, por ocasião do julgamento do
REsp n. 1.061.530/RS, pelo rito dos recursos repetitivos, no qual restou sedimentado que
a caracterização da mora resta afastada nos casos em que há constatação de que foram
exigidos encargos abusivos na contratação, durante o período da normalidade contratual.
2. In casu, tendo em vista a revisão do encargo incidente no período da normalidade
contratual, qual seja, a taxa de juros remuneratórios, realizada em sede de embargos à
execução, a mora resta descaracterizada, não devendo incidir os encargos moratórios no
recálculo da dívida. 3. Recurso provido. (Acórdão 1336300, 07517079620208070000,
Relator: GETÚLIO DE MORAES OLIVEIRA, 7ª Turma Cível, data de julgamento:
28/4/2021, publicado no DJE: 14/5/2021. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

Diante disso, restando comprovada a cobrança indevida pela ré de quaisquer


encargos acima dos limites estabelecidos pela legislação retro citada, a repetição do
indébito e compensação se impõe.

7. CLÁUSULA COM DESPESA DE COBRANÇA

A Cédula Bancária prevê em sua cláusula 6, que o requerente terá que arcar com
todas as despesas de cobrança, bem como de honorários advocatícios judiciais e
extrajudiciais, em clara abusividade.

O consumidor somente pode ser onerado das despesas que venha a usufruir, sendo
vedado a cobrança de encargos das atividades do fornecedor. Isto se a impossibilidade de

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que seja transferido ao consumidor o risco inerente à atividade da ré, colocando-o em
desvantagem exagerada.

Assim, por todo o exposto requerer a nulidade da referida cláusula em decorrência


de sua inequívoca abusividade e excessiva onerosidade em face do requerente.

8. DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO

Considerando a abusividade das cláusulas contratuais que tornaram as parcelas e


valor financiado extremamente oneroso e excessivo pro requerente, o que caracteriza a má-
fé da requerida, os respectivos valores cobrados a maior devem ser restituídos ao
consumidor.

Desta forma, o réu deverá ressarcir ao autor os valores descontados em dobro e


eventuais descontos futuros nos termos do parágrafo único do artigo 42 do CDC, in verbis:

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição


do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção
monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Este é o mesmo entendimento aplicado neste Tribunal, conforme abaixo descrito:

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. CONSUMIDOR. PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DE


IMPUGNAÇÃO RECURSAL ESPECÍFICA. REJEIÇÃO. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. INSCRIÇÃO EM
CADASTRO DE INADIMPLENTES. DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. (...) 11. Quanto à repetição do indébito, a jurisprudência
do e. TJDFT é clara em relação aos elementos autorizadores da aplicação da sanção
prevista no parágrafo único do art. 42 do CDC, quais sejam: i) cobrança indevida; ii)
pagamento indevido pelo consumidor; iii) engano injustificável ou má-fé. 12. Na
hipótese em exame, observo que o fato de a primeira recorrente ajuizar, em 19/11/2021,
ação de busca e apreensão (autos 0740772-57.20218.07.0001 - ID 35009409) cobrando
antecipadamente o débito no valor de R$ 14.913,36, a qual inclusive resultou na apreensão
temporária do veículo, caracteriza claramente o elemento da má-fé, que atrai a
responsabilidade civil, com a majoração da repetição do indébito. O reembolso há de ser
dobrado, não havendo como prosperar as razões recursais. 19. Recurso conhecido e
improvido. Sentença mantida por seus próprios fundamentos. 20. Condeno as recorrentes
vencidas ao pagamento de custas e de honorários advocatícios, os quais fixo em 10% sobre
o valor da condenação. 21. A súmula de julgamento servirá de acórdão, consoante disposto
no artigo 46 da Lei 9.099/95. (Acórdão 1440343, 07671916920218070016, Relator:
SILVANA DA SILVA CHAVES, Segunda Turma Recursal, data de julgamento:
25/7/2022, publicado no PJe: 11/8/2022. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

Pelo exposto, é indiscutível a responsabilidade e dever da instituição bancária de


ser submetida ao pagamento em dobro pelos valores cobrados a maior, em decorrência de
sua má-fé, ao estipular cláusulas que oneraram o requerente excessivamente.

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9. DANOS MORAIS

Diante das premissas suscitadas nesta exordial, inequívoco considerar que ocorreu
ato ilícito na contratação do crédito aqui rebatido e por consequência a legislação garante
a reparação dos danos incursos por este ato. Notório ressaltar o exposto no art. 186 e 187
do CC que assim preceitua:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.

Neste mesmo seguimento é o exposto no art. 927 também do CC, quando aduz que
“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo”.

Considerando a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor é cediço


salientar que a responsabilidade do fornecedor de serviço é objetiva, deste modo,
independe da existência de culpa como bem delineado no art. 14, in verbis:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de


culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.

No caso em tela a requerida deixou de prestar o serviço com segurança e diligência,


as cédulas de crédito bancário contém inúmeras cláusulas abusivas, que oneram de forma
excessiva o requerente.

De acordo com a narrativa do art. 6° do CDC, são direitos básicos do consumidor a


segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento dos serviços, além da
efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais.

Desta feita, o dano moral existe in re ipsa, tanto pela inscrição indevida em
cadastro de proteção de crédito, como pela aplicabilidade do princípio da boa-fé contratual
e do compromisso de não onerosidade excessiva nas relações e consumo.

O Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal aplica o seguinte entendimento:

APELAÇÃO. DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZATÓRIA.


EFEITO SUSPENSIVO. REJEIÇÃO. CONTRATOS DE ABERTURA DE CONTA BANCÁRIA E
DE EMPRÉSTIMO. FRAUDE. DEMONSTRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA.
RECONHECIMENTO. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO.
REDUÇÃO DO VALOR. CABIMENTO. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. JUROS
DE MORA. TERMO INICIAL. 1. Inadmissível o recebimento da apelação no efeito suspensivo
ante a inexistência de comprovação da probabilidade de provimento do recurso e do risco

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de dano (CPC, art. 1.012, §§ 1º e 4º). 2. As instituições financeiras submetem-se ao CDC
(STJ, Súmula nº 297). 3. Diante da natureza das atividades desenvolvidas, a
responsabilidade civil do banco é objetiva, podendo ser afastada por inexistência do defeito
(falha no serviço) e/ou por culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros (CDC, art. 14).
4. Demonstrado por meio de prova técnica que os contratos de abertura de conta corrente
e os empréstimos foram realizados de forma fraudulenta por terceiros, a instituição
financeira deve responder pelos danos decorrentes de sua falha na prestação dos serviços
(STJ, Súmula nº 479). 5. A INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE INADIMPLENTES
CONFIGURA ATO ILÍCITO E SUJEITA O RESPONSÁVEL À REPARAÇÃO DO DANO
MORAL IN RE IPSA. 6. O valor dos danos morais deve atender ao caráter reparador sem,
contudo, gerar enriquecimento ilícito e, ao mesmo tempo, penalizar o causador do ato ilícito
civil para atingir às finalidades pedagógica e preventiva. (Acórdão 1308332,
07028814720188070020, Relator: DIAULAS COSTA RIBEIRO, 8ª Turma Cível, data
de julgamento: 3/12/2020, publicado no DJE: 16/12/2020. Pág.: Sem Página
Cadastrada.)

No que se refere ao quantum indenizatório devem as ponderações partir de um


pressuposto razoável e proporcional a extensão e dimensão dos danos. Diante da vantagem
indevida obtida pela instituição bancária, deve haver condenação em danos morais
condizente com o caráter pedagógico e repressivo.

Levando em consideração o grau de culpa para a ocorrência do evento, a extensão


do dano sofrido e as demais condições pessoais das partes envolvidas, deve ser estipulado
os danos morais no importe de R$ 5.000,00 (Cinco mil reais) por ser quantia razoável e
proporcional que não implica enriquecimento ilícito.

10. DA TUTELA DE URGÊNCIA

Nobre julgador, restou mais do que demosntrado que há indícios suficientes de que
as cláusulas presentes no referido contrato estão eivádas de vícios e abusividades,
trazendo expressiva onerosidade e desequilibrio ao pactuado entre as partes.

Notório salientar que, a inscrição do nome do requerente em cadastro de proteção


ao crédito e a busca e apreeensão do veículo são medidas que podem tornar a
circunstância, de extremo risco de dano irreparável, além do perigo ao resultado útil do
processo.

Assim dispõe o art. 300 e seus parágrafos do Novo CPC, in verbis:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Assim, há nos autos, elementos capazes de evidenciar a probabilidade do direito do


autor, que está sendo vítima de práticas abusivas e ilegais do agente financeiro, de um

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contrato que é claramente adesivo, vinculando o consumidor a clásulas onerosas e
excessivas.

Portanto, a probabilidade do direito do autor, deduzidas dos fundamentos


sustentados nesta exordial que demonstram com clareza a abusividade presente no
contrato, o que reflete no valor da causa e da pretensão cobrada pela parte ré.

Quanto ao perigo de dano este encontra-se evidenciado, uma vez que a apreensão
do veículo ou a continuidade da incidência do nome do requerente nos bancos de dados
de maus pagadores trará danos irreversíveis podendo perder o bem e sendo constituido
em mora indevida.

Pelo exposto, requer seja deferida liminar de retirada do nome do requerente do


banco de dados do SERASA/SPC, bem como seja suspensa a cobrança da referida Cédula
de Crédito bancária, até o deslinde desta demanda para apurar os reais indices de juros e
cláusulas que devem ser consideradas nulas de pleno direito presentes no contrato.

11. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

A) A concessão da gratuidade de justiça em favor do autor por ser pessoa incapaz de


arcar com as custas e despesas processuais, nos termos do art.98 e seguinte do
CPC, bem como da Constituição Federal, art. 5º, incisos XXXV e LXXIV. Anexa como
prova CTPS e declaração de hipossuficiência;
B) Seja DEFERIDA TUTELA DE URGÊNCIA, para determinar a suspensão da
cobrança dos valores presentes na Cédula de Crédito Bancária, até que se discuta
os verdadeiros percentuais de juros e a incidência ou não dos seguros, taxas, tarifas
e demais encargos inclusos indevidamente no contrato.
C) Seja JULGADO TOTALMENTE PROCEDENTE todos os pedidos formulados na
exordial, para a revisão das cláusulas contratuais observando-se o seguinte
exposto:
1) PEDIDO PRINCIPAL: Sejam declarados abusivos e nulos de pleno direito os
5 (cinco) seguros embutidos na CCB (Quadro 3) sem a anuência do
requerente de forma casada, quais sejam: SEGURO PROTEÇÃO
FINANCEIRA (R$ 2.287,09); SEGURO GRARANTIA ESTENDIA (R$
1.238,27); GAP- VEÍCULO (R$ 650,00) - SEGURO ACIDENTES PESSOAIS
(R$ 475,20) E SEGURO FRANQUIA (R$ 680,00), todos parcelados em 48x
e financiados com juros de 1,36% a.m e 17,55% ao ano. Sendo o pedido

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deferido, seja o requerente restituído em dobro no valor total de R$ 4.968,84,
conforme cálculos presentes no título específico;
2) Sejam declaradas abusivos e nulos os SERVIÇOS DE
MANUTENÇÃO/ACESSÓRIOS/PEÇAS (R$ 1.419,00) presente no Quadro
2 da CCB, uma vez que o veículo foi adquirido 0km em versão de entrada,
ou seja, sem qualquer adicional de peças e acessórios. Ademais, não há
comprovação de que houve a prestação de serviços no veículo o que causa
obscuridade e ausência clara de informação ao consumidor o que é vedado.
Desvendo ser restituído o valores pagos indevidamente em dobro no
quantitativo total de R$ 1.419,50;
3) Sejam excluídas ainda a cobrança da TAXA DE CADASTRO (R$ 749,00)
e DESPESAS DO EMITENTE (R$ 382,00), que por sua vez também
demonstram abusividade em decorrência de não haver comprovada
prestação do referido serviço, bem como por não haver expressa descrição
da taxa de juros e capitalização sobre os referidos valores o que é
imprescindível para sua lisura;
4) Seja decretado o reajuste na parcela periódica do contrato,
considerando a taxa de juros prefixada e capitalizada de 0,99% ao mês,
a partir da data da contratação em 08/12/2021, conforme
demonstrativo calculado no título específico.
5) Após a nulidade das cláusulas que estipularam seguros, tarifas e taxas em
face do autor, seja o valor do imposto (IOF) recalculado para levar como base
o valor liquido financiado de R$ 39.990,00. Que representa o valor do veículo
menos o valor de entrada. Conforme demonstrado nos cálculos firmados
nesta exordial.
6) Seja decretado a REPETIÇÃO DO INDÉBITO para que a instituição
financeira devolva os valores pagos a maior, em decorrência de ter o
requerente adimplido com 17 (dezessete) parcelas indevidas do contrato,
com taxa de juros equivocado e com a incidência das referidas cláusulas
abusivas.
7) Seja desconsiderada a capitalização de juros sobre as despesas do emitente,
registro de contrato e IOF, as passo que não consta no contrato a descrição
específica da sua incidência o que é vedado nos moldes do RESP
1593858/PR e RESP 1388972/SC.
8) Seja considerada a má-fé e abusividade da instituição bancária em
decorrência de não ter descriminado na CCB o Custo Efetivo Total – CET,

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mensal, de todos os encargos, juros, taxas, tarifas, seguros, impostos e
demais custos que o requerente teria com o financiamento, o que
comprometeu seu direito de ter informação clara das condições do contrato;
9) Descaracterização da mora em função da cobrança indevida no período de
normalidade, sendo compensado os valores em atraso;
10) Seja considerada abusiva a cláusula 6, que o requerente terá que arcar com
todas as despesas de cobrança, bem como de honorários advocatícios
judiciais e extrajudiciais.
11) Nos moldes do art. 52, §2, do CDC, no caso da declaração das cláusulas
abusivas requer sejam realizados o recálculo das parcelas, sendo concedido
o direito de liquidação do débito, total ou parcialmente, mediante redução
proporcional dos juros e demais acréscimos;
12) Seja o requerente ressarcido dos Danos Morais que sofreu em detrimento
da cobrança indevida, e a inclusão de seu nome nos cadastros do SPS e
SERASA;
13) ALTERNATIVAMENTE, sendo aceito por este juízo a cobrança dos
SEGUROS (Quadro 3), que as parcelas sejam reajustadas, conforme
demonstrado na exordial, e restituídos os valores cobrados a maior e em
dobro;
14) Sendo consideradas legais a TAXA DE CADASTRO e DESPESAS DO
EMITENTE (Quadro 4), seja indeferido incidência dos juros e sua
capitalização aja vista não restar demonstrado claramente os quantitativos
devidos;
15) No que tange a cobrança de SERVIÇOS DE
MANUTENÇÃO/ACESSÓRIOS/PEÇAS (Quadro 2), caso entenda pelo
deferimento sejam as parcelas reajustas conforme demonstrativo calculado
nesta exordial, sendo restituídos os valores pagos a maior e em dobro;
D) Requer que todas as publicações ou intimações inerentes ao feito sejam
realizadas em nome da DRA. GABRIELA CRISTINA MIRANDA CARVALHO-
OAB/DF N° 62721, sob pena de nulidade prevista pelo art. 272, § 5º do CPC;
E) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,
reservando-se o direito de usar os demais recursos probatórios que se fizerem
necessário ao deslinde da ação.
F) No caso de cálculo incontroverso requer a perícia contábil para melhor avaliar
as condições de reajuste de juros e demais demandas provenientes do

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questionamento matemático do contrato, nos moldes do art. 156 e seguintes do
CPC;
G) Condenação do autor, em qualquer hipótese, ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios, art. 85 es/s do CCP, além da devolução
do bem financiado ou seu equivalente ao dinheiro já pago, devidamente corrigido
e atualizado nos termos do contrato original celebrado;
H) TEM INTERESSE NO O JUIZO 100% DIGITAL.

Atribui-se à reconvenção o valor de R$ 11.387,84 (onze mil trezentos e oitenta e sete


reais e oitenta e quatro centavos)

Nestes termos, pede e espera o deferimento.

Brasília/DF, 06 de setembro de 2022

GABRIELA C. M. CARVALHO
OAB/DF nº 62.721

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