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DOS FATOS.
DO DIREITO:
DA RELAÇÃO DE CONSUMO E APLICAÇÃO DO CDC.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as
vítimas do evento.
DO DIREITO DE INFORMAÇÃO.
O art. 6º, inc. III do CDC prevê a informação como direito básico do
consumidor, senão vejamos:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-
fé ou a eqüidade;
Nesse caso, tendo em vista o abuso sofrido pela Requerente que nunca
teve intenção de firmar contrato de cartão de crédito, caso constatada eventual
contratação nessa modalidade, deve-se adequar a relação ao fim pretendido,
convertendo o contrato de cartão de crédito em empréstimo pessoal consignado,
aplicando as mesmas taxas e prazos previstos para esta modalidade na época da
pactuação, recalculando o montante do débito.
1 Apelação Cível, Nº 70081643785, Vigésima Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS.
Nesse sentido tem se manifestado o Colendo TJRS:
DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO.
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Art. 115. Podem ser descontados dos benefícios:
VI - pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e operações de arrendamento
mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, ou por
entidades fechadas ou abertas de previdência complementar, públicas e privadas, quando expressamente
autorizado pelo beneficiário, até o limite de 35% (trinta e cinco por cento) do valor do benefício, sendo
5% (cinco por cento) destinados exclusivamente para:
a) amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou
b) utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.
No caso em comento, houve falha na prestação do serviço imputável ao
Requerido, de modo que este deve responder pelos danos causados ao Requerente.
Assim, constatada a prática abusiva, o Autor deve ser restituído em dobro
por todo o valor pago indevidamente, nos termos do p. único do artigo 42 do CDC:
Ademais, impõe o CPC, no seu art. 373, inciso II, no tocante a matéria
probatória que se aplica ao presente caso, ser incumbência da Requerida a produção da
prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito da parte autora.
A reparação pelo dano moral está prevista no Código Civil em seu art.
186, e art. 927.
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Apelação Cível, Nº 70081178469, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS.
PREVIDENCIÁRIO. DESCONTOS A TÍTULO DE RESERVA DE MARGEM
CONSIGNÁVEL – RMC. DEVER DE PRESTAR INFORMAÇÃO CLARA E
ADEQUADA DESCUMPRIDO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. PRÁTICA
ABUSIVA - ART. 39, IV, CDC. DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO CONTRATO.
DANO MORAL CONFIGURADO. Da maneira que entabulada a contratação no
caso em exame, resta configurada a excessiva desvantagem da parte
consumidora, tendo em vista que, além de não se tratar de empréstimo
pessoal puro e simples, não havendo sequer definição da quantidade de
descontos necessários ao adimplemento, os quais estão atrelados aos
proventos de aposentadoria do Autor, configurando a abusividade prevista
pelo artigo 39, inciso IV, do CDC. Dano moral. Presente falha na prestação do
serviço pela instituição financeira ao, do que decorre o dever de reparar os
danos causados, conforme art. 14 do CDC. Evidente abuso de direito
indenizável, porque não se trata de mero transtorno ou dissabor, em face
das graves consequências que ocasiona. Dano in re ipsa. Dano vinculado à
própria existência do fato ilícito, cujos resultados causadores de ofensa moral
à pessoa são presumidos, independendo, portanto, de prova. Quantum
indenizatório. Indenização arbitrada com base nos parâmetros utilizados pela
Câmara em situações análogas. Inversão dos encargos sucumbenciais.
APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70083497735,
Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Guinther
Spode, Julgado em: 16-03-2020).
DOS PEDIDOS.
f.2) Caso ultrapassada, seja suspenso o contrato até que surja margem
para o empréstimo consignado respeitado o limite máximo de desconto
no percentual de 30% sobre os proventos.