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A validade é condicionada à justiça do pacto, examinando-se não só o que está escrito, mas
também o processo de formação do consentimento, tendo em vista a finalidade do
contrato.
Art. 422 CC- Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como
em sua execução, os princípios de probidade e boa fé.
Art. 51 CDC – São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que:
IV- Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.
2. Equivalência Material do Contrato
A equidade ou equivalência remete a uma solução justa para o caso concreto – igualdade
substancial –, tratando igualmente os iguais – comparação – e desigualmente os desiguais
(crianças, idosos, deficientes).
Art. 46 CDC- Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores,
se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os
respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e
alcance.
São consideradas como não vinculativas as cláusulas desconhecidas, ou que o consumidor não
teve a oportunidade de conhecer, havendo a chamada violação do dever de oportunizar.
A origem da previsão está na vedação da chamada condição puramente potestativa, aquela que
representa a vontade ou o puro arbítrio de apenas uma das partes.
“Seguro de vida e acidentes pessoais. Ação de cobrança de indenização. Cláusula com
exclusão de cobertura em caso de separação judicial ou divórcio do casal. Morte. Separação
judicial anterior. Desconhecimento prévio de cláusula limitativa. CDC, art. 46. Boafé e dever
de informação (CDC, art. 30). Indenização devida. Recurso provido. É devida a indenização
pelo falecimento do ex-cônjuge do segurado, ainda que o sinistro tenha ocorrido após a
separação judicial do casal, se o segurado não tinha ciência de cláusula limitativa da
cobertura. Nos contratos de consumo, eventual limitação de direito do segurado deve
constar de forma clara e com destaque e, obviamente, ser entregue ao consumidor no ato
da contratação, sob pena de não obrigar o contratante (CDC, art. 46). Cabe à seguradora
demonstrar prévia disponibilização ao segurado da apólice e das condições gerais do
seguro, nos termos do art. 6º, VIII do CDC” (TJSP – Apelação 9082668-60.2009.8.26.0000 –
Acórdão 5010702, Araras – Trigésima Quinta Câmara de Direito Privado – Rel. Des. Clóvis
Castelo – j. 21.03.2011 – DJESP 31.03.2011).
Não vinculam o consumidor as cláusulas incompreensíveis ou inelegíveis,
geralmente diante de um sério problema de redação, que visa a enganar o consumidor.
A não vinculação decorre de um dolo contratual praticado pelo fornecedor ou prestador,
via de regra com o claro intuito de induzir o consumidor a erro e obter um enriquecimento
sem causa.
A aludida imposição das condições do negócio jurídico, por meio de um contrato de adesão,
não chega ao ponto de configurar vício de consentimento por coação.
REVISÃO CONTRATUAL
Exposto pelo Professor Álvaro Villaça Azevedo em suas palestras, o contrato não pode gerar
uma situação de massacre de uma parte sobre a outra, sendo essa uma boa concepção a
respeito da função social. Em outras palavras, um contrato que acarreta onerosidade
excessiva a uma das partes, especialmente tida como vulnerável, não está cumprindo o seu
papel sociológico, necessitando de revisão pelo órgão judicante.
Teoria da eficácia interna da função social do contrato, que veda a onerosidade excessiva e
o enriquecimento sem causa.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de
recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços
ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
monetariamente atualizados
Ementa:
Altera a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), para aperfeiçoar as
disposições gerais do Capítulo I do Título I e dispor sobre o comércio eletrônico.
Explicação da Ementa:
Altera a Lei nº 8.078/1990 – Código de Defesa do Consumidor – para aperfeiçoar as disposições gerais constantes
do Capítulo I do Título I, estabelecendo que as normas e os negócios jurídicos devem ser interpretados e
integrados da maneira mais favorável ao consumidor e dispor sobre normas gerais de proteção do consumidor no
comércio eletrônico, visando a fortalecer a sua confiança e assegurar tutela efetiva, preservar a segurança nas
transações, a proteção da autodeterminação e da privacidade dos dados pessoais; as normas aplicam-se às
atividades desenvolvidas pelos fornecedores de produtos ou serviços por meio eletrônico ou similar; estabelece
que o consumidor pode desistir da contratação a distância, no prazo de sete dias a contar da aceitação da oferta
ou do recebimento ou disponibilidade do produto ou serviço; dispõe que caso o consumidor exerça o direito de
arrependimento, os contratos acessórios de crédito são automaticamente rescindidos, sem qualquer custo para o
consumidor; tipifica como infração penal o ato de veicular, hospedar, exibir, licenciar, alienar, utilizar, compartilhar,
doar ou de qualquer forma ceder ou transferir dados, informações ou identificadores pessoais, sem a expressa
autorização de seu titular e consentimento informado, salvo exceções legais.
Direito de arrependimento nos contratos de
Regulamenta a consumo
Lei no 8.078, de 11 de setembro de
DEC. Nº 7.962/2013 - 1990, para dispor sobre a contratação no comércio
eletrônico.
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio
eletrônico, abrangendo os seguintes aspectos:
I - informações claras a respeito do produto, serviço e do fornecedor;
II - atendimento facilitado ao consumidor; e
III - respeito ao direito de arrependimento.
Art. 5o O fornecedor deve informar, de forma clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para o exercício do
direito de arrependimento pelo consumidor.
§ 1o O consumidor poderá exercer seu direito de arrependimento pela mesma ferramenta utilizada para a
contratação, sem prejuízo de outros meios disponibilizados.
§ 2o O exercício do direito de arrependimento implica a rescisão dos contratos acessórios, sem qualquer ônus para o
consumidor.
§ 3o O exercício do direito de arrependimento será comunicado imediatamente pelo fornecedor à instituição
financeira ou à administradora do cartão de crédito ou similar, para que:
I - a transação não seja lançada na fatura do consumidor; ou
II - seja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na fatura já tenha sido realizado.
§ 4o O fornecedor deve enviar ao consumidor confirmação imediata do recebimento da manifestação de
arrependimento.
TRABALHO PARA SALA
QUESTÕES