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Proteção Contratual

O Código de Defesa do Consumidor busca a base de proteção necessária nas relações de


consumo. Assegura ao consumidor as garantias mínimas para a realização de qualquer tipo de
contrato, principalmente os de adesão, onde as cláusulas são estabelecidas unilateralmente
pelo fornecedor, sem que haja oportunidade de modificá-las.

Princípios da Proteção Contratual

• Princípio da Transparência
Art. 46 CDC: O consumidor só estará obrigado contratualmente nas relações de consumo
quando lhe for dada prévia oportunidade de conhecimento e compreensão do seu conteúdo.

• Princípio da Interpretação Pró-consumidor


Art. 47 CDC: As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao
consumidor.

• Princípio da Vinculação
Art. 48 c/c art. 30 CDC: As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos
e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, e dão ensejo a ação
especifica.

Direito de Arrependimento

O consumidor tem o direito de desistir do contrato, no prazo de 7 dias, desde que a contratação
tenha ocorrido fora do estabelecimento comercial, pois podem ser consideradas comprar por
impulso, através da internet ou telefone. Art. 49 CDC.

A contagem do prazo de 7 dias se dá com o recebimento do produto, ou na data da


contratação do serviço. Art. 132 do Código Civil.

Garantia Contratual

A garantia pode ser de duas espécies:


• Garantia Legal: implícita e total. Não pode ser afastada por cláusula contratual (30 ou 90
dias).
• Garantia Convencional ou contratual: concedida facultativamente pelo fornecedor.

A garantia contratual do produto deve ser sempre complementar a garantia legal.

O termo de garantia escrito deverá ser entregue ao consumidor, contendo todas as


informações necessárias para que ele possa exercer essa garantia, se for necessário.

Cláusulas Abusivas

O art. 51 CDC traz um rol exemplificativo das cláusulas abusivas nas relações de consumo,
que são nulas de pleno direito.

A nulidade da cláusula é absoluta, necessita de reconhecimento judicial, ex officio ou por


provocação das partes.

A aplicação da nulidade não será no contrato como um todo, e sim somente à cláusula
abusiva. Exceção: quando o contrato gerar um ônus excessivo a qualquer uma das partes,
mesmo não contendo cláusula abusiva.

A representação junto ao Ministério Público para buscar a declaração judicial da nulidade da


cláusula abusiva pode ser feita por qualquer consumidor ou entidade. Art. 51, §4º CDC.

Contratos de Crédito

As regras específicas para os contratos que envolvam outorga de crédito ou concessão de


financiamento ao consumidor estão previstas no art. 52 do CDC.

O fornecedor deverá, entre outros requisitos, informar o consumidor previamente sobre:

• O preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;


• O montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
• Os acréscimos legalmente previstos;
• O número e periodicidade das prestações;
• A soma total a pagar, com e sem financiamento.
Contrato de Adesão

Conceito estabelecido no art. 54 CDC: Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
sido previamente aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor, sem que o consumidor tenha tido oportunidade de modificá-las substancialmente.

Trata-se de contrato escrito, já impresso em formulário para inclusão das informações


cadastrais do consumidor.

Será também contrato de adesão aquele já impresso, onde é necessário apenas incluir
cláusulas relacionadas a preço, data de entrega, pagamento entre outros dados.

Convenção Coletiva de Consumo

O Direito do Consumidor tutela também as relações de consumo coletivas.

O art. 81 CDC estabelece que a defesa coletiva se dará da seguinte forma:


A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
a. Interesses ou direitos difusos: os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam
titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;

b. Interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os


transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de
pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

c. Interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem


comum.

O art. 82 do CDC estabelece quem pode propor as ações de defesa dos interesses coletivos:
• Ministério Público,
• União, Estados, Municípios e Distrito Federal;
• Entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade
jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos previstos no CDC.
• Associações legalmente constituídas há pelo menos um ano, com fins institucionais de defesa
dos interesses e direitos tutelados pelo CDC.

A Convenção Coletiva de Consumo prevista no art. 107 do CDC é uma ferramenta de proteção
coletiva do consumidor.

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