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Direito do Consumidor

Carmen Caroline
Aula 8 – Da proteção contratual

O legislador percebeu que de nada adiantaria elencar esses


direitos se o consumidor não tivesse uma efetiva proteção no
momento de celebrar o contrato. É a boa-fé levada para a fase de
execução do contrato, por isso que a boa-fé do CDC tem 3
momentos distintos, o que se quer é que os contratantes ajam
com boa-fé na fase pré-contratual, durante a vida do contrato, e
mesmo depois da sua morte. E nessa proteção contratual
estabelece algumas regras para que no curso do contrato o
consumidor seja efetivamente protegido.
O contrato deve ser claro e de fácil compreensão

Art. 46 CDC: um dos mais importantes do CDC, é o que diz que os


contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os
consumidores se não lhes for dada a oportunidade de tomar
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os seus instrumentos
não forem redigidos de forme que dificulte a compreensão. Não basta
dar conhecimento prévio das condições do contrato, é preciso
também que os contratos sejam redigidos de maneira clara, não serve
se for de maneira inteligível, que o consumidor leia e não entenda o
que realmente representa. Não pode haver palavras técnicas, etc.
Regras de interpretação

Art. 47 CDC: estabelece regra de hermenêutica de


muita importância, pois os contratos como qualquer ato
jurídico precisam ser interpretados. E a experiência
mostra que pode se extrair de um contrato várias
interpretações, e quando isso ocorrer, o juiz deve aderir
a que for mais favorável ao consumidor.
Razão: se o consumidor é a parte vulnerável, é evidente
que a interpretação do contrato há de lhe ser a mais
favorável para compensar essa diferença.
Execução específica

Art. 48 CDC: Execução específica é aquela que torna útil uma


execução, que alcança o fim perseguido pelo credor. Veja
aqui a dimensão de poder que se conferiu ao julgador, ele
tem hoje um arsenal de medidas poderosas no sentido de
tornar efetiva o cumprimento do contrato de consumo. E ele
pode adotar as medidas que julgar necessárias para a
execução do contrato.
Prazo de Reflexão

Art. 49 CDC: Criou o famoso “prazo de reflexão”, e por isso


surgiu muita polêmica em torno deste dispositivo, por ser
considerado excessiva proteção ao consumidor, sendo
paternalista.
Este artigo permite que o consumidor no prazo de 7 dias
devolva o produto ou o serviço arrependendo-se de ter
adquirido exigindo a devolução integral do preço pago em
compras feitas FORA DO ESTABELECIMENTO.
Cláusulas abusivas – artigo 51 CDC
em ônibusFORTUITO INTERNO x EXTERNO
Assalto em ônibus

As cláusulas são auto-explicativas. Todas elas


criam vantagens desproporcionais para o
fornecedor, em detrimento do consumidor, e aí
aparece a figura da lesão.
FORTUITO INTERNO x EXTERNO
Contratos de Adesão:

Adesão é uma modalidade, é quando partimos de uma proposta


imutável, não há liberdade para que o consumidor discuta
paritariamente as condições do contrato, pode somente aderir à
proposta, mas nada impede que se inclua uma cláusula diferente,
isso não vai descaracterizar o contrato de adesão, desde que ela
não modifique fundamentalmente o contrato, no contrato de
adesão se quer que ele seja igual para todos os aderentes.
Bibliografia

CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de Direito do Consumidor. 3


ed. São Paulo: Atlas, 2011.

MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do Consumidor. 6 ed. ver.


atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.

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