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DIREITO DO CONSUMIDOR

 De acordo com a teoria do Diálogo das fontes, as normas gerais mais benéficas
supervenientes preferem à norma especial, posto que foram concebidas para conferir
tratamento privilegiado a determinada categoria, a fim de preservar a coerência do
sistema normativa (para explicar a coexistência entre as normas do CC e do CDC. Tais
sistemas não se excluem, uma vez que temos de um lado um microssistema que
aborda especificamente a defesa do consumidor, dentro de um macrossistema que é o
Código Civil, podendo desta forma o contratante valer-se da legislação que traga
maior benefício na interpretação do seu contrato.

 Ainda segundo a teoria mencionada, admite-se a aplicação da norma mais favorável


mesmo que esta se encontre fora do microssistema consumerista.

Noções gerais:

Diversos dispositivos constitucionais abordam a proteção ao consumidor.


A defesa do consumidor é direito fundamental de terceira geração.
A CF aborda a defesa do consumidor como princípio da ordem econômica.

Natureza Jurídica

O CDC é lei geral principiológica, tratando de princípios que regulam as relações de


consumo, especificadamente, da defesa do consumidor.
Considerando que o Estado deve partir do pressuposto de que o consumidor é a parte
vulnerável da relação de consumo, deve criar tanto um sistema legal protetivo, quanto
organismos que impeçam ou reprimam as lesões ao consumidor.

Microssistema
Art. 21 da LACP e 90 do CDC: possibilitam o surgimento do microssistema ou minissistema
de proteção dos interesses ou direitos coletivos.
Os direitos básicos do consumidor não são taxativos e não possuem o condão de afastar
quaisquer outros que se originem de princípios gerais de direito, analogia, costumes e
equidade.
Hierarquia do CDC

É lei ordinária, no entanto a doutrina o posiciona logo abaixo da CF;


As demais normas só serão aplicáveis à relação de consumo caso traga benefícios ao
consumidor ou nos casos em que a lei consumerista for lacunosa (diálogo das fontes).

Normas de ordem pública e de interesse social

Ordem pública porque não vige o princípio dispositivo, sendo suas normas impostas contra a
vontade dos partícipes da relação de consumo, inclusive com a atuação de ofício por parte do
juiz ou sem provocação da parte interessada.
Cuidado com a súmula 381: apesar do caráter de ordem pública ora mencionado, o juiz NÃO
PODE reconhecer de ofício as cláusulas abusivas nos contratos bancários.
OBS: O CDC não se aplica aos contratos celebrados e que tiveram efeitos antes de sua
vigência, exceto os de execução diferida e prazo indeterminado por motivos muito simples; o
contrato é renovado a cada adimplemento.

Interesse social porque intervém nas relações jurídicas de direito privado.

Vulnerabilidade

É presumida em relação ao consumidor, inclusive da pessoa jurídica.


Em suma, o consumidor vulnerável é aquele que, inferiorizado tecnicamente,
economicamente, sem deter a informação suficiente, desconhece e não controla a linha de
produção do que consome e está exposto às práticas abusivas do mercado.

Diferenças entre vulnerabilidade e hipossuficiência


Vulnerabilidade: traço universal de todos os consumidores;
Hipossuficiência: marca pessoal, limitada a alguns consumidores, até mesmo a uma
coletividade, mas nunca a todos.
Na vulnerabilidade temos um critério material e na hipossuficiência, é instrumental.

OBS: Nova lei que protege o consumidor com superendividamento.

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