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Bruno Giancoli – 1º
semestre – Aula 1 –
Fornecedor
Definição legal art. 3º do CDC
O CDC optou por uma definição ampla.
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desde que desenvolva atividade no mercado de consumo mediante
remuneração.
Aula 2 – 29/08/2011
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1) Teoria maximalista surgiu junto com o CDC. Para essa teoria,
basta a condição de destinatário final para a caracterização do
consumidor.
O precedente mais importante do STJ é o recurso especial
208.793/MT.
O maximalismo perde a carga de norma especial e passa a ser
tratado como norma geral. O direito do consumidor não serve para
tutelar todas as relações de consumo, mas sim as relações de
consumo especializadas, ou seja, que tenham tratamento
diferenciado.
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Ao lado dos sujeitos, também existem os objetos da relação de
consumo, a iniciar pelos produtos, os quais estão definidos no artigo
3º, § 1º do CDC produto vem a ser qualquer bem móvel ou
imóvel, material ou imaterial.
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**Diferença entre remuneração direta e venda casada (Art. 39
do CDC)
Na venda casada haverá a imposição ao consumidor a aquisição de
um produto em razão da aquisição de outro produto ou serviço. Para
que ocorra a venda casada é preciso visar uma imposição por parte
do fornecedor.
A venda casada é uma prática comercial abusiva que impõe ao
consumidor aquisição de um produto ou serviço para que ele tenha
acesso a outro produto ou serviço de seu interesse.
**Serviços Públicos
O usuário dos serviços públicos em algumas situações poderá ser
tratado como consumidor. Porém, para que isso ocorra, é necessário
verificar dois pressupostos e um requisito, a saber:
Aula 3 – 12/09/2011
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Ainda que esse corte seja considerado lícito pelo STJ ele não pode ser
feito de maneira generalizada. Exemplo: em um hospital particular
não pode ser feito o corte de energia elétrica, ou seja, quando se tem
um conflito de direito fundamentais entre um crédito e o direito a
vida, prevalece o direito que tem um status constitucional maior.
O abastecimento não poderá ser interrompido nas hipóteses de
interesse público relevante, ou mesmo quando esta situação violar
outros direitos e garantias do consumidor. Exemplo. Direito à vida.
Desta forma, a concessionária deve se utilizar da via executiva para
receber o seu crédito, ou seja, de outra forma que não o corte.
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Princípios Os princípios (Robert Alexy) são normas de
otimização do sistema. A vantagem de um princípio é que ele
permite que um sistema continue sendo estruturado, mantido sem
necessidade de uma regra especial. Diante disso, pode-se concluir
que o direito do consumidor é uma norma protetiva, logo, a disciplina
acaba estabelecendo alguns vetores de interpretação que marcam
suas peculiaridades.
O primeiro princípio é o da vulnerabilidade, o qual está previsto
expressamente no artigo 4º, I, do CDC. A vulnerabilidade é o
reconhecimento jurídico da fragilidade do consumidor no
mercado de consumo. Trata-se de uma qualidade intrínseca e
indissociável de todos os consumidores (presunção absoluta).
VULNERABILIDADE INFORMACIONAL
Trata-se de uma nova categoria, antes enquadrada como
vulnerabilidade técnica.
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A vulnerabilidade informacional ocorre quando o consumidor não
detém as informações suficientes para realizar o processo decisório
de aquisição ou não do produto ou serviço.
Aula 4 – 26/09/2011
Princípio da segurança
Não é muito estudado pela doutrina de maneira isolada, mas ele
ganha um grande relevo em vista da responsabilidade pelo fato, que
cuida da falha na elaboração de produtos e serviços.
Este princípio garante aos consumidores que os bens de consumo não
causem lesões à vida, à saúde e integridade física.
A atuação é de forma preventiva, e a prevenção, via de regra, está
relacionada aos órgãos reguladores (agências reguladoras e alguns
outros órgãos) ou de forma repressiva, a qual se desenvolve na
esfera cível (responsabilidade civil, penal e administrativa).
Normalmente, quando se está falando de sanção administrativa, esta
acaba sendo aplicada pelos mesmos órgãos que deveriam ter agido
de forma preventiva. Ex. vigilância sanitária autua, multa e pode até
mesmo fechar o estabelecimento.
**Questões importantes
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consumo, a única questão que surge é a de que cabe ao
fornecedor informar ostensivamente esta condição.
Exemplo: bula do remédio (informação detalhada/ostensiva).
Princípio da informação
Está atrelado ao princípio da educação. É uma derivação do princípio
da boa-fé objetiva. No direito do consumidor, portanto, é tratado
como teoria geral de conduta e será elevado como status de
princípio.
Tanto a boa-fé quanto a informação estão relacionados à confiança,
que acaba se traduzindo no padrão ético de conduta exigido.
P: O que é informação enquanto princípio?
R: É uma base valorativa, pois interfere na decidibilidade do
consumidor para aquisição de produtos e serviços.
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programática, sendo que a sua efetividade depende de políticas
públicas além da atuação direta de toda a sociedade.
Aula 5 - 13/10/2011
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A teoria da imprevisão, ao exigir a imprevisibilidade torna sua
aplicação restrita. O CDC adotou esta teoria da imprevisão, para
exigir apenas a onerosidade da prestação, e que esta onerosidade
tenha ocorrido em virtude de um fato ou ato superveniente.
A teoria adotada pelo Código Civil que trata de revisão de cláusulas
contratuais é mais ampla do que a teoria da imprevisão. A maior
parte da doutrina afirma que o CDC adotou a teoria da quebra
da base objetiva do negócio jurídico. Tal teoria foi desenvolvida
por muitos autores, dentre eles (com mais destaque) o professor Karl
Larenz – afirma que qualquer negócio jurídico é formado por uma
base subjetiva e uma objetiva. A base subjetiva está relacionada a
um contrato volitivo (quando há interferência nesse contrato
volitivo, haverá um vício de consentimento). Presente esse vício, é o
juiz autorizado anular o negócio jurídico.
A base objetiva é toda a circunstância que permitiu o
surgimento do contrato. Nesse caso, o banco só aprovou o crédito
porque o valor que ele auferia garantia a possibilidade do
adimplemento. Assim, são circunstancias objetivamente consideradas
que permitem a formação do contrato.
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Obs. A definição de hipossuficiência não é pacífica na doutrina nem
tampouco na jurisprudência. Via de regra, são destacados dois
aspectos do consumidor que autorizam a caracterização, a saber:
vulnerabilidade técnico-processual e a fragilidade financeira
(consumidor carente).
Aula 6 – 18/10/2011
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P: Qual a consequência de caracterização desse regime jurídico?
R: A consequência é um acidente de consumo (art. 12 – defeito no
produto ou no serviço).
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intermediário da relação, que é o comerciante. Neste sentido, de
acordo com o artigo 13, o comerciante tem uma responsabilidade
subsidiária (responsabilidade indireta).
O controle de segurança está relacionado muito mais a fabricação, ou
seja, em regra, o comerciante não controla a segurança do produto.
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legis, estabelece uma mudança no paradigma das sociedades
brasileiras e também nos mecanismos de imputação de
responsabilidade.
2) ato de terceiro
Aula 7 – 07/11/2011
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P: Qual é a consequência que ocorre nessa situação (o que o vício
propicia ao adquirente)?
R: Propicia uma frustração de consumo, ou seja, quebra de
expectativa.
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Atenção: O produto não deve ser adequado permanentemente. O
desgaste é um fenômeno natural aos bens de consumo. Para os
produtos e para os serviços duráveis o prazo é de 90 dias. Já
para os produtos e serviços não duráveis o prazo é de 30 dias.
Desta forma, todos os produtos e todos os serviços sempre
apresentam esse prazo de garantia legal, pois este tem natureza
jurídica de norma de ordem pública, logo, não pode ser afastado.
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um marketing de que o televisor duraria 04 anos, a alegação do vício
oculto é plenamente possível.
Aula 8 – 08/11/2011
Obs. Esse prazo pode sofrer uma alteração, qual seja, uma
ampliação para 180 dias ou uma redução para 7 dias. Essa
modificação do prazo depende de uma cláusula contratual expressa
fixada de forma apartada.
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P: Esse prazo para sanar o vício sempre será utilizado?
R: Não, pois há situações em que o próprio CDC exclui esse prazo em
favor do fornecedor. Assim, o prazo de saneamento não será aplicado
em qualquer situação. Existem diversas situações descritas que criam
uma exceção:
Opções do consumidor:
Observações:
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2) para cada opção exercida existe um instrumento de tutela
processual para garantir a efetividade da norma.
Aula 9 – 28/11/2011
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!ATENÇÃO! A força vinculante somente existirá se as informações
constantes na oferta forem suficientemente precisas.
A doutrina entende que a informação é precisa quando for capaz de
afetar a decisão do consumidor, ou seja, a precisão reside na análise
negocial que poderá ser firmada.
Obs. A oferta não é SEMPRE vinculante, pois ela pode conter certos
exageros e estes não terão carga vinculante.
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hipóteses publicitárias que não foram explicitamente tratadas no
CDC.
Aula 10 – 05/12/2011
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P: Os pacotes turísticos podem ser encarados como venda casada?
R: Não, pois quando se tem pacotes turísticos, vários serviços estão
sendo oferecidos para o consumidor. A partir do momento em que
pode adquirir qualquer dos serviços de forma separada, a venda não
é casada.
Obs. A aquisição de pacotes promocionais compostos de diversos
serviços não configura, por si só, uma venda casada, desde que o
consumidor possa adquirir de maneira isolada qualquer um dos
produtos ou serviços.
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A cobrança judicial se faz pelos meios processuais adequados, dentre
outras formas. Já a cobrança extrajudicial é a que gera maiores
interesses no direito do consumidor.
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Obs. Na repetição em dobro, o cálculo da quantia tem como
referência o valor pago a maior e não a totalidade da dívida.
Observação final
A hipótese de artigo 42 somente poderá ser aplicada quando o
consumidor efetivamente tiver realizado o pagamento.
Aula 11 – 07/12/2011
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Estas regras são:
P: Sempre tem que ser por carta ou pode ser por e-mail?
R: Esta comunicação deve ser instrumentalizada, obrigatoriamente,
por carta.
Observação jurisprudencial
É dever do arquivista apenas comunicar o consumidor. A
comprovação do envio por meio de AR foi dispensada pela atual
jurisprudência do STJ. Contudo, ainda restam dúvidas a respeito da
necessidade de comunicação em relação às informações secundárias
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(por exemplo, cheque o banco informa, cartão de crédito também,
distribuidor judicial a pessoa é avisada a partir da citação, etc).
O STJ entende que o prazo de apontamento não tem nada a ver com
a prescrição da dívida. Tal prazo é contado a partir do momento em
que a dívida vence. O prazo de permanência das informações
negativas não se confunde com o prazo de prescrição da dívida. A
jurisprudência do STJ entende que há uma completa autonomia em
relação a estes temas.
É importante destacar que o prazo tem como termo inicial o
vencimento da dívida e não a data de solicitação do registro.
Aula 12 -
Obs. Quando se fala nesses 5 artigos, nos últimos 2 anos não teve
nenhum pergunta em concurso público que não tratava desses
dispositivos (pergunta que cria uma situação hipotética e pede a
aplicação do dispositivo) Artigos de leitura imprescindível.
6) Cadastro Positivo
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a) Formação do histórico de crédito adimplemento. Tem objetivo
de proporcionar a avaliação de risco.
PROTEÇÃO CONTRATUAL
O direito do consumidor em momento algum regula tipologia do
contrato. Estas regras que são passadas para o direito do consumidor
exige apenas a observância de normas especificas que dizem respeito
ao fenômeno contratual no CDC.
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Exemplo: uma pessoa que compra uma passagem aérea pode
desistir. Como a garantia do consumidor, não importa se a compra foi
emocional ou não, ainda que se trate de serviço de transporte
(compra de passagem aérea pela internet).
Obs. Quando o consumidor exerce o direito de arrependimento, é
obrigatória a devolução integral das quantias eventualmente pagas
sem qualquer sanção obrigacional ao consumidor. Se a contratação
foi feita no estabelecimento não existe o direito de arrependimento.
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compra dos bens de consumo, mas se não for bem controlado
gera o superendividamento.
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