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Por ser de ordem pública, prevalece sobre a Parágrafo único. Equipara-se a consumidor
vontade das partes, sendo indisponíveis e a coletividade de pessoas, ainda que
inafastáveis por regularem valores básicos e indetermináveis, que haja intervindo nas
fundamentais do Estado Social. relações de consumo.
Diante disso, o juiz pode apreciar qualquer Duas correntes sobre o conceito de
matéria de ofício (nulidade de cláusula, consumidor: Finalista e Maximalistas:
inversão do ônus da prova, desconsideração da
personalidade jurídica), exceção é a súmula 381 Finalista- ou subjetiva: Parte do conceito
que veda o reconhecimento de cláusula abusiva econômico de consumidor, propõe
nos contratos bancários. interpretação restrita quando ao “consumidor
final”, ou seja, apenas a parte mais vulnerável
Súmula 381 do STJ: "Nos contratos bancários, é na relação contratual merece tutela.
vedado ao julgador conhecer, de ofício, da
abusividade das cláusulas. Consumidor seria, então, o não profissional, ou
seja, aquele que retira o bem do mercado ao
O artigo 5º da CF coloca a defesa do adquiri-lo ou utilizá-lo (destinatário final fático),
consumidor dentro dos direitos e garantias e que coloca fim a cadeia de produção
fundamentais. (destinatário final econômico).
Ademais, a defesa do consumidor foi elencada A utilização deve romper a atividade econômica
como princípio da atividade econômica, para o ,atendimento de necessidade privada,
procurando compatibilizar a defesa do pessoal, não podendo ser reutilizado, o bem ou
consumidor com a livre iniciativa. serviço, no processo produtivo, ainda que de
forma indireta.
Assim, há dois tratamentos: como direito
fundamental (cláusula pétrea) e como princípio Essa teoria exclui a proteção do consumidor
da ordem econômica).- Prova oral MPMG. intermediário, considerado como aquele cujo
produto retorna para a cadeia de produção e
O Direito do consumidor está inserido na 3º distribuição, compondo o custo, no produto
geração (dimensão) dos direitos fundamentais. fina, de um novo bem e serviço.
@Andreza_concurseira
Finalismo aprofundado ou mitigado: Todavia,
o STJ admite uma mitigação da teoria finalista,
se comprovado uma vulnerabilidade no caso
concreto. (Vulnerabilidade econômica/ jurídica Obs: ente despersonalizado pode ser
e técnica). Há um aprofundamento no caso consumidor (Ex: condomínio).
concreto para enquadrar como consumidor.
Consumidor é tanto que adquire, quando o que
A relação de consumo se caracteriza, não pela utiliza os bens e serviços.
pessoas física ou jurídica do outro polo, mas
por conta da vulnerabilidade de uma das
Comprar pra revender: não é consumidor (é
partes.
comerciante).
@Andreza_concurseira
Elementos subjetivos da relação de consumo:
consumidor e fornecedor.
Para ser fornecedor tem que desenvolver a Aplica-se o CDC entre o canal de televisão e seu
atividade com habitualidade. Ex: uma empresa público.
de viagem que vende veículo próprio não é
fornecedora, segundo STJ. Aplica-se o CDC entre o agente financeiro do
SFH, que concede empréstimos para aquisição
Fornecedor equiparado: teoria criada por da casa própria, e o mutuário. Exceção: não
Leonardo Bessa, é o terceiro na relação de aplica do CDC quando SFH possuir cláusula de
consumo (intermediário) que atua frente ao FCVS (Fundo de Compensação de Variação
consumidor, como se fornecedor fosse. Ex: Salarial), por importar garantia do governo em
banco de dados. relação ao saldo devedor.
@Andreza_concurseira
Aplica-se o CDC à cooperativa de crédito, pois CAPÍTULO II
esta integra o sistema financeiro nacional. Da Política Nacional de Relações de Consumo
@Andreza_concurseira
b) por incentivos à criação e abusivas, reduzindo, de certa
desenvolvimento de associações forma, a autonomia dos
representativas; contratantes,
Função Integrativa/ Insere novos deveres anexos
c) pela presença do Estado no mercado criadora de deveres para as partes. Além do
de consumo; laterais (anexos)- 422 CC. contrato, as partes devem
Tb chamado pela observar outras condutas
d) pela garantia dos produtos e serviços doutrina: “violação (deveres anexos / deveres
com padrões adequados de qualidade, positiva do contrato” ou laterais). A violação desses
segurança, durabilidade e desempenho. “adimplemento ruim”. deveres implica
inadimplemento do contrato.
III - harmonização dos interesses dos Ex: proteção, informação,
participantes das relações de consumo e cooperação, cuidado, etc.
compatibilização da proteção do consumidor
com a necessidade de desenvolvimento Dever anexo de informação: na seara médica,
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar vige o princípio do consentimento esclarecido.
os princípios nos quais se funda a ordem Para o STJ “age com cautela e conforme os
econômica (art. 170, da Constituição Federal), ditames da boa-fé objetiva, o médico que colhe
sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas a assinatura do paciente em “termo de
relações entre consumidores e fornecedores; consentimento informado” de maneira a alertá-
lo acerca de eventuais problemas que possam
Com efeito, a intervenção do Estado na surgir no pós-operatório, sendo o ônus da
atividade econômica encontra autorização prova do médico. Com efeito, a
constitucional, quando tem por finalidade a responsabilidade subjetiva do médico não
proteção do consumidor, a fim de evitar impede a inversão do ônus da prova se
distorções e desequilíbrios. presente os requisitos do artigo 6º, VIII.
Verifica-se, neste artigo, a presença do Teoria do DUTY TO MITIGATE THE LOSS: trata-
princípio da boa-fé objetiva e o princípio do se do dever anexo do credor de mitigar suas
equilíbrio nas relações de consumo. próprias perdas em virtude do inadimplemento
do devedor, baseado nos deveres anexos de
cooperação, lealdade, eticidade. Essa teoria foi
A boa-fé objetiva estabelece um dever de
disposta no enunciado 169 da III jornada de CC:
conduta entre os fornecedores e consumidores,
“o princípio da boa-fé objetiva deve levar
no sentido de agirem com lealdade e confiança
credor a evitar o agravamento do seu próprio
no adimplemento do contrato, protegendo as
prejuízo. STJ: os contratantes devem tomar
expectativas de ambas as partes. Em resumo,
medidas necessárias e possíveis para que o
consiste um conjunto de padrões éticos de
dano não seja agravado.
comportamentos, aferíveis objetivamente, que
devem ser seguidos pelas partes.
Contratos relacionais: São contratos em que
criam-se relações jurídica complexas de longa
O princípio da confiança não está expresso no
duração, no qual o consumidor fica dependente
CDC.
de sua manutenção. Ex: contrato de plano de
saúde, de seguro, de previdência privada.
Funções da boa-fé objetiva: (Cláudia Limas marques denomina esses
contratos de “contratos cativos de longa
Função teleológica/ Serve de orientação para o juiz,
duração”, pois tratam de relações contratuais
interpretativa devendo este prestigiar, diante
que utilizam métodos de contratação em
de convenções e contratos,massa,
a visando fornecer serviços essenciais no
teoria da confiança, segundomercado,
a formada por fornecedores com uma
qual as partes agem com característica fundamental: a posição de
lealdade na busca do
catividade ou dependência dos consumidores”
adimplemento contratual.
Função de controle/ Visa evitar abuso do direito
Conforme o STJ, como se trata de contratos
limitadora (187 cc) subjetivo, limitando as
relacionais, de longa duração, ofende a boa-fé
condutas e práticas comerciais
o aumento abrupto das mensalidades.
@Andreza_concurseira
IV - educação e informação de III - criação de delegacias de polícia
fornecedores e consumidores, quanto aos seus especializadas no atendimento de
direitos e deveres, com vistas à melhoria do consumidores vítimas de infrações penais de
mercado de consumo; consumo;
@Andreza_concurseira
ou sua revisão em razão de fatos limitação da indenização, nos termos da
supervenientes que as tornem excessivamente convenção de Varsóvia e Montreal.
onerosas;
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos
Lesão: gera a modificação. consistente em transportes aéreo, aquático e terrestre,
prestações desproporcionais. Diferente do CC, devendo, quanto à ordenação do transporte
que exige a demonstração da necessidade ou internacional, observar os acordos firmados
inexperiência, o CDC já considera o consumidor pela União, atendido o princípio da
como vulnerável, basta as prestações reciprocidade.
desproporcionais.
As convenções não regulamentam os danos
Onerosidade excessiva: gera a revisão. Teoria MORAIS, assim, prevalece o princípio da
do rompimento da base objetiva do negócio reparação integral.
jurídico. Não se adotou, diferente do CC, a
teoria da imprevisão. Assim, não exige-se que o Ademais, o prazo prescricional passa a ser de
evento seja imprevisível, basta que o fato 02 anos e 05 ano (CDC), contados a partir da
superveniente altere objetivamente as bases data da chegada ao destino.
pelas quais as partes contrataram, alterando a
situação econômica inicialmente presente, não VII - o acesso aos órgãos judiciários e
levando em consideração, assim, os aspectos administrativos com vistas à prevenção ou
subjetivos (fato imprevisível). reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a
478, adotou claramente a teoria da imprevisão. proteção Jurídica, administrativa e técnica aos
Prescreve o mesmo que "nos contratos de necessitados;
execução continuada ou diferida, se a
prestação de uma das partes se tornar DANO MORAL: 5, V, X da CF/88- 186 CC/ 6, VI, e
excessivamente onerosa, com extremo VII CDC.
vantagem para a outra, em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis,
poderá o devedor pedir a resolução do
contrato".
Todavia, o STF, em julgamento de RE com afirmou que ele teria "cara de vagabundo".
repercussão geral, entendeu que as
Convenções de Varsóvia e Montreal, em razão O simples soar falso do alarme antifurto não
do artigo 178 da CF, tem prevalência sobre o acarreta dano moral. (STJ, REsp. 470.694-PR,
CDC. Assim, no tocante aos danos MATERIAIS, Rei. Min. Aldir Passarinho Junior, j. 7/2/2008).
em transporte aéreo internacional, haverá
@Andreza_concurseira
"O valor do dano moral tem sido enfrentado no Julgamentos importantes sobre dano moral no
STJ com o escopo de atender a sua dupla STJ:
função (reparar e punir): reparar o dano
buscando minimizar a dor da vítima e punir o - não gera dano moral ao torcedor de futebol, o
ofensor, para que não volte a reincidir." (STJ, erro que NÃO foi intencional da arbitragem na
REsp 715320/SC, Rei. Min. Eliana Calmon, DJ partida de futebol;
11.09.2007).
- Extravio de carta registrada gera dano moral.
A modificação do quantum arbitrado a título de
danos morais somente é admitida, em sede de
recurso especial pelo STJ, na hipótese de
fixação em valor irrisório ou abusivo.
@Andreza_concurseira
situações intoleráveis, em que há desídia e
desrespeito aos consumidores, que muitas
vezes se veem compelidos a sair de sua rotina e
perder o tempo livre para solucionar problemas
causados por atos ilícitos ou condutas abusivas
de fornecedores. Tais situações fogem do que
usualmente se aceita como "normal", em se
tratando de espera por parte do consumidor.
São aqueles famosos casos de cal/ center em
que se espera durante 30 minutos ou mais,
sendo transferido de um atendente Para outro.
@Andreza_concurseira
A regra adotada pelo CDC é da distribuição pagamento das despesas. (Julgado de 2020
dinâmica da prova, justamente, pela nesse sentido também), no entanto, sofre as
possibilidade de inversão do ônus pelo consequências processuais advindas da não
magistrado. O CPC/73, por sua vez, adotada a produção da prova.
distribuição estativa, de forma a distribuir o
ônus da prova de forma prévia e abstrata. O Ressalta-se que o CDC adotou 3 hipóteses de
CPC/15 adotou as duas possibilidades. inversão ope legIs:
Vulnerabilidade x Hipossuficiência:
@Andreza_concurseira
Banco tem que fornecer documentos em braile um prazo maior previsto no CC, para demanda
a clientes com deficiência visual. (STJ, REsp proposta pelo consumidor, não aplicando o
1315822/RJ, Rei. Ministro Marco Aurélio prazo do artigo 27 do CDC, mas sim, o prazo de
Bellizze, Terceira Turma, DJe 16/04/2015) dez anos, previsto no artigo 205 do CC.
@Andreza_concurseira
No caput do art. 8º. Responsabilidade do informando de maneira ostensiva e adequada,
"fornecedor" informar sobre os riscos dos quando for o caso, sobre os riscos de
produtos e serviços. § 1º do art. 8, A contaminação. O exemplo dado, no projeto de
responsabilidade é do "fabricante" e não do lei justificando a necessidade de inclusão desta
"fornecedor", uma vez que se trata obrigatoriedade é que as pesquisas mostram
especificamente de produto industrial. que equipamentos como carrinhos de
(fornecedor é gênero, enquanto que fabricante supermercados e mouses usados em
é espécie). computadores de cybercafés são os objetos
usados no dia a dia mais contaminados por
O Ministro Antônio Herman Benjamin, bactérias.
amparado no direito comparado, propõe a
seguinte divisão: periculosidade inerente Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços
(latente/ escondido/obscuro); periculosidade potencialmente nocivos ou perigosos à saúde
adquirida (em razão de defeito) e ou segurança deverá informar, de maneira
periculosidade exagerada. ostensiva e adequada, a respeito da sua
nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da
adoção de outras medidas cabíveis em cada
caso concreto.
@Andreza_concurseira
consumidores, chamando de volta do mercado § 1° O produto é defeituoso quando não
os produtos imprestáveis - nocivos ou oferece a segurança que dele legitimamente se
perigosos – de modo a possibilitar o conserto espera, levando-se em consideração as
do vício e/ou ressarcir o consumidor por circunstâncias relevantes, entre as quais:
eventuais danos. Por intermédio da
observância do disposto no § 1º é que se I - sua apresentação;
procede ao denominado recai/ (chamar de
volta). II - o uso e os riscos que razoavelmente
dele se esperam;
O recai/ não exclui a responsabilidade do
fornecedor. O fato de o fornecedor alertar os III - a época em que foi colocado em
consumidores, através de anúncios publicitários circulação.
ou comunicar o ato imediatamente as
autoridades competentes, não o exime da
§ 2º O produto não é considerado
responsabilidade objetiva sobre os danos
defeituoso pelo fato de outro de melhor
provenientes dos vícios e defeitos de tais
qualidade ter sido colocado no mercado.
produtos e serviços, devendo responder nos
exatos termos do art. 12 e ss do CDC.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor
ou importador só não será responsabilizado
O STJ não considerou culpa concorrente o fato
quando provar:
do consumidor não ter atendido ao Recall.
I - que não colocou o produto no mercado;
@Andreza_concurseira
Doutrina: diferença entre vício e defeito: Prova O STJ faz a diferença entre "fortuito interno" e
oral MPMG "fortuito externo": O caso fortuito interno é
fato que se liga à organização da empresa,
A doutrina diferencia os termos "vício" e relacionando-se com os riscos da atividade
"defeito". Assim, vício pertence ao produto ou desenvolvida pelo fornecedor. Assim, conforme
serviço, tornando-o inadequado, mas que não leciona Sérgio Cavalieri Filho, seriam exemplos
atinge o consumidor ou outras pessoas. Já o de fortuito interno o estouro de um pneu do
defeito é o vício acrescido de um problema ônibus, o incêndio do veículo, o mal súbito do
extra. O defeito não só gera uma inadequação motorista etc., já que não obstante
do produto ou serviço, mas um dano ao acontecimentos imprevisíveis, estão ligados à
consumidor ou a outras pessoas. Ex: televisão organização do negócio explorado pelo
que explode causando danos a pessoas. Nesse fornecedor.
sentido, há vício sem defeito, mas não defeito
sem vício.
Responsabilidade objetiva fundada na teoria do Súmula 479 do STJ: "As instituições financeiras
risco da atividade sendo suficiente que o respondem objetivamente pelos danos gerados
consumidor demonstre o dano ocorrido por fortuito interno relativo a fraudes e delitos
(acidente de consumo) e a relação de praticados por terceiros no âmbito de
causalidade entre o dano e o produto adquirido operações bancárias."
(nexo causal).
Importante: O STJ afastou a responsabilidade
STJ: o comerciante não pode ser considerado do banco quando as transações são feitas com
"terceiro" para eximir de responsabilidade o o cartão pessoal e a senha do correntista.
fabricante. § 3°, III: Nessas circunstâncias, a jurisprudência do STJ
tem afastado a responsabilidade das
instituições financeiras sob o fundamento de
que o cartão pessoal e a respectiva senha são
de uso exclusivo do correntista, que deve
tomar as devidas cautelas para impedir que
terceiros tenham acesso a eles
@Andreza_concurseira
537427, Rei Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno,
DJe 17-08-2011.
@Andreza_concurseira
A obrigação de meio é aquela em que o
profissional se obriga a empenhar todos os
esforços possíveis para a prestação de
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, determinados serviços, não existindo qualquer
independentemente da existência de culpa, compromisso com a obtenção de um resultado
pela reparação dos danos causados aos específico.
consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços, bem como por Já a obrigação de resultado é aquela que o
informações insuficientes ou inadequadas profissional garante a consecução de um
sobre sua fruição e riscos. resultado final específico. Ex: cirurgia est ética.
@Andreza_concurseira
dano tem ou não vínculo com o hospital. Se o
médico não possuir vínculo algum com o
hospital, não haverá responsabilidade deste
último.
SEÇÃO III
Da Responsabilidade por Vício do Produto e
do Serviço
@Andreza_concurseira
publicitária, respeitadas as variações corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à
decorrentes de sua natureza, podendo o saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em
consumidor exigir a substituição das partes desacordo com as normas regulamentares de
viciadas. fabricação, distribuição ou apresentação;
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo III - os produtos que, por qualquer motivo,
máximo de trinta dias, pode o consumidor se revelem inadequados ao fim a que se
exigir, alternativamente e à sua escolha: destinam.
@Andreza_concurseira
que esperar o prazo de 30 dias. (STJ, REsp segundo os padrões oficiais. Exceção à
1459555/RJ, Rei. Ministro Ricardo Villas Bôas responsabilidade solidária.
Cueva, Terceira Turma, OJe 20/02/2017).
Art. 20. O fornecedor de serviços responde
STJ: Prazo máximo de 30 dias corridos para o pelos vícios de qualidade que os tornem
saneamento do vício. impróprios ao consumo ou lhes diminuam o
valor, assim como por aqueles decorrentes da
O STJ entendeu que o fornecedor tem o prazo disparidade com as indicações constantes da
máximo de 30 dias para o saneamento do vício oferta ou mensagem publicitária, podendo o
apresentado no produto, iniciando a contagem consumidor exigir, alternativamente e à sua
desde a primeira manifestação do vício escolha:
(entenda-se o momento em que o consumidor
comunicou o vício ao fornecedor) até o seu I - a reexecução dos serviços, sem custo
efetivo reparo, sem interrupção ou suspensão, adicional e quando cabível;
após o que nasce para o consumidor o direito
potestativo de exigir a substituição do produto, II - a restituição imediata da quantia paga,
ou a restituição imediata da quantia paga ou o monetariamente atualizada, sem prejuízo de
abatimento proporcional do preço. eventuais perdas e danos;
@Andreza_concurseira
fabricante, salvo, quanto a estes últimos, Trava-se, então, entre o contribuinte e o Poder
autorização em contrário do consumidor. Público, uma relação administrativo-tributária,
solucionada pelas regras do Direito
Constitui crime a inobservância desse artigo: Administrativo. Com esses serviços não se
art. 70 CDC confundem os UTI SINGULI ou impróprios,
prestados pelo Estado via delegação, por
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas parceria com entes da Administração
empresas, concessionárias, permissionárias ou descentralizada ou da iniciativa privada.
sob qualquer outra forma de empreendimento, Diferente daqueles, esses serviços são
são obrigados a fornecer serviços adequados, remunerados por tarifas ou preços públicos, e
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, as relações entre o Poder Público e os usuários
contínuos. são de Direito Privado, aplicando-se o Código
de Defesa do Consumidor, ao identificarem-se
Parágrafo único. Nos casos de os usuários como consumidores, na dicção do
descumprimento, total ou parcial, das art. 3º do coe. A tarifa é, portanto,
obrigações referidas neste artigo, serão as remuneração facultativa, oriunda de relação
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a contratual na qual impera a manifestação da
reparar os danos causados, na forma prevista vontade, podendo o particular interromper o
neste código. contrato quando assim desejar.
@Andreza_concurseira
serviço público, a inadimplência tem que ser at estimativa quando ausente o hidrômetro ou
ual, não servindo como meio de cobrança para quando este estiver com defeito. Neste caso, a
débitos pretéritos do consumidor, o que cobrança pelo fornecimento de água deve ser
configuraria constrangimento e ameaça. realizada pela tarifa mínima. (STJ, RÊsp
1.513.218-RJ1 Rei. Min. Hiumberto Martins,
Súmula 356 do STJ: "É legítima a cobrança da OJe 13/3/2015).
tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia
fixa. Juizado Especial Cível. As ações ajuizadas STJ: o débito é de natureza pessoal, não
pelo consumidor contra a concessionária de podendo haver o corte do serviço por
telefonia, visando ao questionamento da inadimplemento anterior de outro usuário.
cobrança da assinatura básica mensal e à
devolução dos valores cobrados a esse título, Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre
podem ser processadas nos juizados especiais os vícios de qualidade por inadequação dos
cíveis. produtos e serviços não o exime de
responsabilidade.
Súmula 407 do STJ: "É legítima a cobrança do
tarifo de água, fixada de acordo com as O artigo fala em vícios. Isso porque na
categorias de usuários e as faixas de consumo". responsabilidade pelo fato do serviço, com
relação aos profissionais liberais, a verificação
Contas de energia elétrica contestadas por da culpa é relevante.
suposta fraude em medidor. Em relação às
contas de energia elétrica contestadas em juízo Art. 24. A garantia legal de adequação do
por suposta fraude em medidor, o STJ não tem produto ou serviço independe de termo
admitido a interrupção. expresso, vedada a exoneração contratual do
fornecedor.
@Andreza_concurseira
SEÇÃO IV § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo
Da Decadência e da Prescrição decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito.
O STJ, no voto proferido pelo Min. Ruy Rosado
Aguiar, de forma brilhante, sintetizou as O prazo do art. 26 é de decadência, pois se
diferenças entre os dois institutos relacionando trata de decurso de prazo para que o
o direito potestativo à decadência (que atribui consumidor exerça um direito potestativo
ao seu titula r, por ato unilateral, formar (direito de reclamar), impondo uma sujeição ao
relação jurídica concreta, a cuja atividade a fornecedor, para que este possa sanar os vícios
outra parte simplesmente se sujeita) e o do produto ou serviço em razão da
direito subjetivo (propriamente dito) à responsabilidade por vício de inadequação
prescrição. estampada nos arts. 18 a 25 do CDC.
@Andreza_concurseira
quanto ao propósito do consumidor de Art. 27. Prescreve em cinco anos a
reclamar pelos vícios do produto ou serviço. pretensão à reparação pelos danos causados
por fato do produto ou do serviço prevista na
STJ. Não obsta a decadência a reclamação Seção II deste Capítulo, iniciando-se a
formalizada perante os órgãos ou entidades de contagem do prazo a partir do conhecimento
defesa do consumidor: "Não obsta a do dano e de sua autoria.
decadência a simples denúncia oferecida ao
Procon, sem que se formule qualquer Parágrafo único. (Vetado).
pretensão, e para a qual não há cogitar de
resposta.'' Súmula 101 do STJ. Em se tratando de ações
entre segurados e segurado res, o STJ tem
aplicado o prazo de 1 ano, com base no art.
206, § lº, li do Código Civil.
@Andreza_concurseira
do CC. (STJ, REsp 1276311/RS, Rei. Ministro Luís de direito, excesso de poder, infração da lei,
Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou
17/10/2011). Já a Terceira Turma entendeu, contrato social. A desconsideração também
recentemente, que o prazo seria trienal (3 an será efetivada quando houver falência, estado
os), conforme art. 206, § 3º, V, do CC/2002. de insolvência, encerramento ou inatividade da
(STJ, AgRg no REsp 1365844/RS, Rei. Ministro pessoa jurídica provocados por má
Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, DJe administração.
14/12/2015)
§ 1° (Vetado).
O termo inicial do prazo prescricional é a data
em que o consumidor toma ciência do registro § 2° As sociedades integrantes dos grupos
indevido, pois, pelo princípio da "actio nata", o societários e as sociedades controladas, são
direito de pleitear a indenização surge quando subsidiariamente responsáveis pelas obrigações
constatada a lesão e suas consequências. (STJ, decorrentes deste código.
AgRg no AREsp 696.269/SP, Rei. Ministro Luís
Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe § 3° As sociedades consorciadas são
15/06/2015). solidariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só
responderão por culpa.
@Andreza_concurseira
porém, sem controlá-la. Justamente pela falta fundada em título executivo extrajudicial (art.
de controle nas deliberações das decisões de 134 do novo CPC/15).
uma sobre a outra é que a responsabilidade de
cada qual é apurada mediante culpa na Desconsideração inversa. A doutrina e
participação do evento danoso. jurisprudência começaram a sustentar também
o caminho inverso, ou seja, a possibilidade da
Art. 28, § 5º, poderá ocorrer a desconsideração quebra da autonomia patrimonial a fim de
quando a personalidade for obstáculo ao executar bens da sociedade por dívidas
ressarcimento dos consumidores pessoais dos sócios. Trata-se da
independentemente da existência de "desvio "desconsideração inversa da personalidade
de finalidade" ou de "confusão patrimonial" jurídica."
previstos no art. 50 do Código Civil.
A desconsideração inversa, aplicando os
fundamentos e princípios da disregard doctrine,
atualmente vem sendo aplicada no direito de
família, nos casos em que se percebe que um
dos cônjuges desvia os bens pessoais para a
pessoa jurídica, com a finalidade de afastá-los
da partilha.
CAPÍTULO V
Das Práticas Comerciais
SEÇÃO I
Das Disposições Gerais
SEÇÃO II
Da Oferta
@Andreza_concurseira
A "INFORMAÇÃO" e a "PUBLICIDADE" integram o chamado "erro grosseiro" como forma de não
o termo "OFERTA". responsabilizar o fornecedor.
A oferta é um veículo que transmite uma O erro grosseiro é aquele erro latente, que
mensagem, que inclui informação e facilmente o consumidor tem condições de
publicidade. O fornecedor é o emissor da verificar o equívoco, por fugir ao padrão normal
mensagem e o consumidor é o seu receptor. do que usualmente acontece.
Toda publicidade veicula alguma forma de
informação, mas nem toda informação é Art. 31. A oferta e apresentação de
publicidade. A informação é mais ampla. produtos ou serviços devem assegurar
Exemplificando, a resposta do gerente do informações corretas, claras, precisas,
banco ou o preço dado pelo feirante "de boca" ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
são informações suficientes para vincular o características, qualidades, quantidade,
fornecedor, mas não são consideradas composição, preço, garantia, prazos de
publicidade. validade e origem, entre outros dados, bem
como sobre os riscos que apresentam à saúde e
Já a publicidade é entendida como o anúncio segurança dos consumidores.
veiculado por qualquer meio de comunicação,
inclusive embalagens, rótulos, folhetos e Parágrafo único. As informações de que
material de ponto-de-venda. trata este artigo, nos produtos refrigerados
oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
"Suficientemente precisa": Os exageros forma indelével. (duradoura, não
(puffing), a princípio, não obrigam os desaparecendo com o tempo) (Incluído
fornecedores, justamente por lhes faltar a pela Lei nº 11.989, de 2009)
característica da precisão. Assim, expressões do
tipo "o melhor carro do mundo" ou "o mais Princípio da Informação e da Transparência: É
elegante terno" não se aplicam a este artigo. um direito do consumidor saber de todas as
informações e características do produto ou
A responsabilidade pela oferta recairá, em serviço que está adquirindo.
última análise, no titular da marca do produto
ou do serviço. Ainda que sejam pessoas Os importadores e demais fornecedores que
jurídicas distintas, toda a rede de fornecedores pretendem vender produtos importados, antes
que detém a marca será responsável pelo de inseri-los no mercado, deverão possibilitar a
anúncio. tradução dos dizeres no rótulo, embalagem,
manual, etc.
"É solidária a responsabilidade entre aqueles
que veiculam publicidade enganosa e os que Afixação de preço em produto por meio de
dela se aproveitam, na comercialização de seu código de barras: possibilidade através da Lei
produto." (STJ, REsp 327257/SP, Rei. Min. 10.962/2004. Não há necessidade de colocar o
Nancy Andrighi, DJ 16.11.2004). preço em cada mercadoria.
@Andreza_concurseira
ostensiva e em vernáculo: "CONTÉM GLÚTEN:
O GLÚTEN É PREJUDICIAL À SAÚDE DOS
DOENTES CELÍACOS".
@Andreza_concurseira
XXI, dispõe que o "período razoável" nunca Art. 36. A publicidade deve ser veiculada
pode ser inferior ao tempo de vida útil do de tal forma que o consumidor, fácil e
produto ou serviço. imediatamente, a identifique como tal.
@Andreza_concurseira
O princípio da identificação obrigatória da respeito da natureza, características, qualidade,
publicidade proíbe também a chamada quantidade, propriedades, origem, preço e
publicidade subliminar, uma vez que atinge quaisquer outros dados sobre produtos e
somente o inconsciente do indivíduo, fazendo serviços.
com que não perceba que está sendo induzido
a compras. § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade
discriminatória de qualquer natureza, a que
incite à violência, explore o medo ou a
superstição, se aproveite da deficiência de
julgamento e experiência da criança,
desrespeita valores ambientais, ou que seja
capaz de induzir o consumidor a se comportar
de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou
segurança.
@Andreza_concurseira
crianças um sentimento de inferioridade, caso
não adquiram ou não possam adquirir um
produto ou serviço; que estimulem o menor a
constranger seus responsáveis ou terceiros a
comprar determinado produto ou serviço.
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e • Princípio da lealdade publicitária (art. 49, VI).
correção da informação ou comunicação
publicitária cabe a quem as patrocina.
SEÇÃO IV
Das Práticas Abusivas
Princípio da inversão do Ônus da prova na
Publicidade, inversão ope legis.
@Andreza_concurseira
Art. 39. É vedado ao fornecedor de V - exigir do consumidor vantagem
produtos ou serviços, dentre outras práticas manifestamente excessiva;
abusivas: (Redação dada pela Lei nº
8.884, de 11.6.1994) Rol exemplificativo. VI - executar serviços sem a prévia
elaboração de orçamento e autorização
I - condicionar o fornecimento de produto expressa do consumidor, ressalvadas as
ou de serviço ao fornecimento de outro decorrentes de práticas anteriores entre as
produto ou serviço, bem como, sem justa partes;
causa, a limites quantitativos;
VII - repassar informação depreciativa,
Proibição da "venda casada". O fornecedor não referente a ato praticado pelo consumidor no
pode vincular seu produto ou serviço a outro. É exercício de seus direitos;
o que comumente chamamos de "venda
casada" ou "operação casada". VIII - colocar, no mercado de consumo,
qualquer produto ou serviço em desacordo
A excludente "justa causa" somente pode ser com as normas expedidas pelos órgãos oficiais
utilizada na segunda hipótese do inciso (limites competentes ou, se normas específicas não
quantitativos). Ou seja, não há justa causa para existirem, pela Associação Brasileira de Normas
permitir a venda casada. Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
Conselho Nacional de Metrologia,
Imposição de limite máximo de aquisição e Normalização e Qualidade Industrial
imposição de limite mínimo. Ambas podem (Conmetro);
ocorrer, devendo analisá-las somente se foram
feitas com razoabilidade (justa causa). No IX - recusar a venda de bens ou a prestação
primeiro caso (imposição de limite máximo), de serviços, diretamente a quem se disponha a
tem-se aceitado como justa causa a justificar a adquiri-los mediante pronto pagamento,
limitação, principalmente em promoções, o ressalvados os casos de intermediação
argumento de que se um consumidor adquirir regulados em leis especiais; (Redação
todo o estoque, justamente porque não há dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
limitação de quantidade, outro ficará sem
aproveitar a promoção. X - elevar sem justa causa o preço de
produtos ou serviços. (Incluído pela Lei
II - recusar atendimento às demandas dos nº 8.884, de 11.6.1994)
consumidores, na exata medida de suas
disponibilidades de estoque, e, ainda, de XI - Dispositivo incluído pela MPV nº
conformidade com os usos e costumes; 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em
inciso XIII, quando da conversão na Lei nº
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem 9.870, de 23.11.1999
solicitação prévia, qualquer produto, ou
fornecer qualquer serviço; XII - deixar de estipular prazo para o
cumprimento de sua obrigação ou deixar a
Se isso ocorrer, os produtos serão considerados fixação de seu termo inicial a seu exclusivo
amostras grátis. critério. (Incluído pela Lei nº 9.008, de
21.3.1995)
Súmula 532 do STJ que "constitui prática
comercial abusiva o envio de cartão de crédito XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste
sem prévia e expressa solicitação do diverso do legal ou contratualmente
consumidor, configurando-se ato ilícito estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870,
indenizável e sujeito à aplicação de multa de 23.11.1999)
administrativa".
XIV - permitir o ingresso em
IV - prevalecer-se da fraqueza ou estabelecimentos comerciais ou de serviços de
ignorância do consumidor, tendo em vista sua um número maior de consumidores que o
idade, saúde, conhecimento ou condição social, fixado pela autoridade administrativa como
para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
@Andreza_concurseira
máximo. (Incluído pela Lei nº 13.425, Prática abusiva de condicionar a validade do
de 2017) bilhete aéreo de volta com a utilização do
bilhete de ida;
Parágrafo único. Os serviços prestados e os
produtos remetidos ou entregues ao Não configura prática abusiva a cobrança de
consumidor, na hipótese prevista no inciso III, aluguel de equipamento de TV a cabo;
equiparam-se às amostras grátis, inexistindo
obrigação de pagamento.
@Andreza_concurseira
É importante destacar que a sanção prevista
(repetição em dobro) somente é aplicada
quando houver: 1) cobrança indevida, 2)
pagamento em excesso e 3) inexistência de
engano justificável.
@Andreza_concurseira
legislação em vigor também não § 3° O consumidor, sempre que encontrar
haverá restituição em dobro; inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá
exigir sua imediata correção, devendo o
arquivista, no prazo de cinco dias úteis,
comunicar a alteração aos eventuais
destinatários das informações incorretas.
SEÇÃO VI
Dos Bancos de Dados e Cadastros de
Consumidores
@Andreza_concurseira
Mas se há outras inscrições anteriores e a
dívida é devida, a falta de comunicação de nova
inscrição não gera danos morais. Somente há
suspensão do registro até que seja cumprido o
requisito da comunicação.
@Andreza_concurseira
ou ação de locupletamento ou até mesmo ação a mora. Isso é importante, pois
de cobrança de rito ordinário. descaracterizado a mora, o consumidor não
pode ser inscrito ou não pode permanecer nos
Embora o CDC seja omisso em estabelecer a órgãos de proteção ao crédito.
partir de qual momento o prazo de cinco anos
será contado para que o consumidor seja
"excluído", o STJ entendeu que deverá ser o do
dia seguinte à data de vencimento da dívida e
não o dia em que foi efetivamente inscrito no
arquivo. (STJ, REsp 1316117/SC, Rei. Ministro
João Otávio de Noronha, Rei. p/ Acórdão
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira
Turma, DJe 19/08/2016).
@Andreza_concurseira
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do
consumidor manterão cadastros atualizados de
reclamações fundamentadas contra
fornecedores de produtos e serviços, devendo
divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação
indicará se a reclamação foi atendida ou não
pelo fornecedor.
CAPÍTULO VI
Da Proteção Contratual
SEÇÃO I
Disposições Gerais
@Andreza_concurseira
Art. 47. As cláusulas contratuais serão Parágrafo único. Se o consumidor exercitar
interpretadas de maneira mais favorável ao o direito de arrependimento previsto neste
consumidor. artigo, os valores eventualmente pagos, a
qualquer título, durante o prazo de reflexão,
Princípio da interpretação mais favorável ao serão devolvidos, de imediato,
consumidor. Verificação do princípio monetariamente atualizados.
constitucional da isonomia, na qual os desiguais
devem ser trata dos desigualmente na medida Direito de arrependimento: produto adquirido
de suas desigualdades. fora do estabelecimento comercial deixa o
consumidor mais vulnerável na relação jurídica.
O princípio da interpretação mais favorável ao Não está vinculado a qualquer vício do produto,
consumidor acarreta a presunção de boa-fé dos nem precisa de justificativa pelo consumidor.
seus atos. Esse entendimento tem sido aplicado
pelo STJ no tocante à exclusão d e cobertura de O artigo 51 ,II, estabelece que é nula de pleno
doenças preexistentes: direito a cláusula que subtraia do consumidor a
opção de reembolso a quantia já paga.
Súmula 609 STJ: “A recusa de cobertura
securitária, sob a alegação de doenças
preexistentes, é ilícita se não houve a exigência
de exames médicos prévios à contratação ou a
demonstração de má-fé do segurado”.
@Andreza_concurseira
o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a III - transfiram responsabilidades a
cargo do consumidor, devendo ser-lhe terceiros;
entregue, devidamente preenchido pelo
fornecedor, no ato do fornecimento, IV - estabeleçam obrigações consideradas
acompanhado de manual de instrução, de iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor
instalação e uso do produto em linguagem em desvantagem exagerada, ou sejam
didática, com ilustrações. incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
V - (Vetado);
@Andreza_concurseira
XV - estejam em desacordo com o sistema decreta a nulidade é desconstitutiva (ou
de proteção ao consumidor; constitutiva negativa) e produz efeitos ex tunc,
retroagindo à data da celebração do contrato.
XVI - possibilitem a renúncia do direito de
indenização por benfeitorias necessárias. A nulidade das cláusulas abusivas independe da
demonstração de má-fé do fornecedor.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros Ademais, essas nulidades poderão ser
casos, a vantagem que: declaradas de ofício.
§ 3° (Vetado).
@Andreza_concurseira
Quando a taxa é apresentada em uma unidade
de tempo diferente da unidade do período de
capitalização diz-se que a taxa é nominal;
@Andreza_concurseira
quando a unidade de tempo coincide com a
unidade do período de capitalização a taxa é a
efetiva. Por exemplo, uma taxa nominal 12% ao
ano, sendo a capitalização dos juros feita
mensalmente. Neste caso, a taxa efetiva é de
1% ao mês, o que é equivalente a uma taxa
efetiva de 12,68% ao ano. Se a taxa for de 12%
ao ano, com capitalização apenas anual, a taxa
de 12% será a taxa efetiva anual.
@Andreza_concurseira
Planos de autogestão: Pessoa jurídica de direito
privado sem fins lucrativos que opera plano de
assistência à saúde com exclusividade para um
público determinado de beneficiários.
Categoria de plano de saúde sem a presença da
comercialização de produtos e lucros.
@Andreza_concurseira
@Andreza_concurseira
O STJ entende que o critério determinativo da
competência nas relações de consumo é regra
de competência absoluta.
@Andreza_concurseira
Ou seja, mesmo nos contratos que não
envolvam outorga de crédito ou concessão de
financiamento, o STJ entende que poderia ser
aplicado o limite de 2% para MULTAS
moratórias. (Fundamento: equidade; função
social do contrato).
§ 2º É assegurado ao consumidor a
liquidação antecipada do débito, total ou
parcialmente, mediante redução proporcional
dos juros e demais acréscimos.
§ 3º (Vetado).
@Andreza_concurseira
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio
de produtos duráveis, a compensação ou a
restituição das parcelas quitadas, na forma
deste artigo, terá descontada, além da
vantagem econômica auferida com a fruição, os
prejuízos que o desistente ou inadimplente
causar ao grupo.
§ 1° (Vetado).
@Andreza_concurseira
A cláusula de tolerância foi disciplinada pela lei SEÇÃO III
do distrato: prazo de 180 dias da data prevista Dos Contratos de Adesão
para conclusão, desde que pactuada
expressamente, de forma clara e destacada, e Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas
não dará causa a resolução do contrato por cláusulas tenham sido aprovadas pela
parte do adquirente nem ensejará o autoridade competente ou estabelecidas
pagamento de qualquer penalidade ao unilateralmente pelo fornecedor de produtos
incorporador. ou serviços, sem que o consumidor possa
discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
@Andreza_concurseira
com destaque, permitindo sua imediata e fácil
compreensão.
CAPÍTULO VII
Das Sanções Administrativas
(Vide Lei nº 8.656, de 1993)
§ 2° (Vetado).
@Andreza_concurseira
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do X - interdição, total ou parcial, de
Distrito Federal e municipais com atribuições estabelecimento, de obra ou de atividade;
para fiscalizar e controlar o mercado de
consumo manterão comissões permanentes XI - intervenção administrativa;
para elaboração, revisão e atualização das
normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a XII - imposição de contrapropaganda.
participação dos consumidores e fornecedores.
Parágrafo único. As sanções previstas neste
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir artigo serão aplicadas pela autoridade
notificações aos fornecedores para que, sob administrativa, no âmbito de sua atribuição,
pena de desobediência, prestem informações podendo ser aplicadas cumulativamente,
sobre questões de interesse do consumidor, inclusive por medida cautelar, antecedente ou
resguardado o segredo industrial. incidente de procedimento administrativo.
I - multa;
Art. 57. A pena de multa, graduada de
II - apreensão do produto; acordo com a gravidade da infração, a
vantagem auferida e a condição econômica do
III - inutilização do produto; fornecedor, será aplicada mediante
procedimento administrativo, revertendo para
o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de
IV - cassação do registro do produto junto
julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou
ao órgão competente;
para os Fundos estaduais ou municipais de
proteção ao consumidor nos demais
V - proibição de fabricação do produto; casos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de
21.5.1993)
VI - suspensão de fornecimento de
produtos ou serviço; Parágrafo único. A multa será em
montante não inferior a duzentas e não
VII - suspensão temporária de atividade; superior a três milhões de vezes o valor da
Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice
VIII - revogação de concessão ou permissão equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo
de uso; acrescentado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)
IX - cassação de licença do
estabelecimento ou de atividade;
@Andreza_concurseira
Art. 58. As penas de apreensão, de
inutilização de produtos, de proibição de
fabricação de produtos, de suspensão do
fornecimento de produto ou serviço, de
cassação do registro do produto e revogação da
concessão ou permissão de uso serão aplicadas
pela administração, mediante procedimento
administrativo, assegurada ampla defesa,
quando forem constatados vícios de
quantidade ou de qualidade por inadequação
ou insegurança do produto ou serviço.
@Andreza_concurseira
circunstâncias do caso concreto, fundamentar e Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos
classificar as infrações, para determinar a sobre a nocividade ou periculosidade de
sanção a ser aplicada. produtos, nas embalagens, nos invólucros,
recipientes ou publicidade:
§ 2° Se o crime é culposo:
@Andreza_concurseira
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do Art. 70. Empregar na reparação de
art. 39 desta Lei também caracteriza o crime produtos, peça ou componentes de reposição
previsto no caput deste usados, sem autorização do consumidor:
artigo. (Incluído pela Lei nº
13.425, de 2017). Pena Detenção de três meses a um ano e
multa.
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa,
ou omitir informação relevante sobre a Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de
natureza, característica, qualidade, quantidade, ameaça, coação, constrangimento físico ou
segurança, desempenho, durabilidade, preço moral, afirmações falsas incorretas ou
ou garantia de produtos ou serviços: enganosas ou de qualquer outro procedimento
que exponha o consumidor, injustificadamente,
Pena - Detenção de três meses a um ano e a ridículo ou interfira com seu trabalho,
multa. descanso ou lazer:
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem Pena Detenção de três meses a um ano e
patrocinar a oferta. multa.
@Andreza_concurseira
I - serem cometidos em época de grave valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou
crise econômica ou por ocasião de calamidade; índice equivalente que venha a substituí-lo.
@Andreza_concurseira
Resseguros do Brasil e dispensado o Art. 105. Integram o Sistema Nacional de
litisconsórcio obrigatório com este. Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos
federais, estaduais, do Distrito Federal e
municipais e as entidades privadas de defesa
do consumidor.
@Andreza_concurseira
X - (Vetado).
XI - (Vetado).
XII - (Vetado)
TÍTULO V
Da Convenção Coletiva de Consumo
@Andreza_concurseira