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SEMANA 2 1

CONSUMIDOR (CDC - art. 1º a 11)


CRIANÇA E ADOLESCENTE (ECA - art. 1º a 18-B)
EMPRESARIAL (CC - art. 887 a 903)
AMBIENTAL (Lei nº 6.938/81)
TRIBUTÁRIO (CF - art. 145 a 152)
ELEITORAL (CE - art. 1º a 41)
SEMANA 2
2

CONSUMIDOR (CDC - art. 1º a 11)


CRIANÇA E ADOLESCENTE (ECA - art. 1º a 18-B)
EMPRESARIAL (CC - art. 887 a 903)
AMBIENTAL (Lei nº 6.938/81)
TRIBUTÁRIO (CF - art. 145 a 152)
ELEITORAL (CE - art. 1º a 41)
SUMÁRIO

1. DIREITO DO CONSUMIDOR ........................................................................................... 4

1.1. CDC - art. 1º a 11 ................................................................................................... 4

1.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 12

2. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE................................................................. 14

2.1. ECA - art. 1º a 18-B.............................................................................................. 14

2.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 21

3. DIREITO EMPRESARIAL ............................................................................................... 23

3.1. CC - art. 887 a 903 .............................................................................................. 23

3.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 28

4. DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................... 29


3
4.1. Lei nº 6.938/81 .................................................................................................... 29

4.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 42

5. DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................. 44

5.1. CF - art. 145 a 152 ............................................................................................... 44

5.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 55

6. DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 56

6.1. CE - art. 1º a 41 ................................................................................................... 56

6.2. Artigos exigidos em provas de magistratura ...................................................... 75


1. DIREITO DO CONSUMIDOR
1.1. CDC - art. 1º a 11 Princípio da atividade econômica – art.
170, V (“defesa do consumidor”);

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Previsão constitucional para


elaboração do CDC - ADCT, art. 48 (“o
TÍTULO I Congresso Nacional, dentro de cento e
Dos Direitos do Consumidor vinte dias da promulgação da
CAPÍTULO I Constituição, elaborará código de
defesa do consumidor”).
Disposições Gerais
Competência concorrente para legislar
sobre produção e consumo e acerca da
Princípio do Protecionismo do responsabilidade por dano ao
Consumidor: consumidor (art. 24, V e VIII, da CF/88).
Art. 1° O presente código estabelece
normas de proteção e defesa do O STF tem reconhecido a competência
consumidor, de ordem pública e dos municípios para legislarem sobre
interesse social, nos termos dos arts. 5°, matéria de defesa dos direitos dos
inciso XXXII, 170, inciso V, da consumidores, desde que o assunto seja
Constituição Federal e art. 48 de suas de interesse local (CF, art. 30, I).
Disposições Transitórias.

- Norma de ordem pública NÃO É


Súmula Vinculante 38 do STF - É 4
competente o MUNICÍPIO para fixar o
sinônimo de norma de direito público. HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO de
- As normas do CDC são COGENTES, que ESTABELECIMENTO COMERCIAL.
devem prevalecer sobre alguns aspectos
da vontade das partes. Por isso, não se
admite a renúncia a direitos e garantias Súmula 19 do STJ - A fixação do
contidos no CDC e, além disso, pode o HORÁRIO BANCÁRIO, para
magistrado apreciar matérias de ofício atendimento ao público, é da
nas relações de consumo (exceto a competência da UNIÃO.
declaração de nulidade de cláusulas
abusivas em contratos bancários, a teor Consumidor stricto sensu ou standard:
da Súmula do STJ).
Art. 2° Consumidor é toda pessoa FÍSICA
ou JURÍDICA que adquire ou utiliza
Direito fundamental – art. 5º, XXXII (“o produto ou serviço como
Estado promoverá, na forma da lei, a DESTINATÁRIO FINAL.
defesa do consumidor”); Consumidor equiparado em sentido
coletivo:
A proteção ao consumidor é classificada Parágrafo único. EQUIPARA-SE a
como direito fundamental de 3a consumidor a coletividade de pessoas,
geração ou dimensão, pois decorre do ainda que indetermináveis, que haja
princípio da fraternidade (pacificação intervindo nas relações de consumo.
social).
TEORIA FINALISTA
TEORIA MAXIMALISTA OU TEORIA MINIMALISTA, APROFUNDADA OU
OBJETIVA FINALISTA OU SUBJETIVA MITIGADA
(STJ)

Vale-se do conceito jurídico Vale-se do conceito Vale-se da vulnerabilidade do


de consumidor. econômico de consumidor. consumidor.

O destinatário final é o fático. O destinatário final é o fático Aplica-se o CDC para pessoas
e econômico. jurídicas que comprovem sua
vulnerabilidade e que atuam
fora do âmbito de sua
especialidade.

STJ 2022 (AgInt no REsp 1856105/RJ, T3): O STJ firmou posicionamento no sentido de
que a Teoria Finalista deve ser mitigada nos casos em que a pessoa física ou jurídica,
embora não se enquadre nas categorias de fornecedor ou destinatário final do
produto, apresenta-se em estado de vulnerabilidade ou hipossuficiência técnica.

VULNERABILIDADE Decorre do fato de o consumidor não possuir o controle dos


TÉCNICA mecanismos utilizados na cadeia produtiva.

VULNERABILIDADE Falta de conhecimentos jurídicos ou de outros referentes à 5


JURÍDICA OU CIENTÍFICA relação, como contábeis, matemáticos, econômicos etc.

Real diante do parceiro contratual, seja em decorrência do


VULNERABILIDADE grande poderio econômico deste, seja por sua posição de
ECONÔMICA OU FÁTICA monopólio, seja pela essencialidade do serviço que presta,
impondo uma posição de superioridade na relação contratual.

Há quem a enquadre como vulnerabilidade técnica. É o déficit


VULNERABILIDADE
informacional do consumidor na sociedade atual que pode
INFORMACIONAL
influenciar no processo de aquisição de bens e serviços.

Art. 3° FORNECEDOR é toda pessoa § 1° PRODUTO é qualquer bem, MÓVEL


FÍSICA ou JURÍDICA, PÚBLICA ou ou IMÓVEL, MATERIAL ou IMATERIAL.
PRIVADA, NACIONAL ou ESTRANGEIRA, § 2° SERVIÇO é qualquer atividade
bem como os ENTES fornecida no mercado de consumo,
DESPERSONALIZADOS, que mediante REMUNERAÇÃO, inclusive as
desenvolvem atividade de produção, de natureza bancária, financeira, de
montagem, criação, construção, crédito e securitária, salvo as
transformação, importação, decorrentes das relações de caráter
exportação, distribuição ou trabalhista.
comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
CARACTERIZAÇÃO DO FORNECEDOR
Atividade Atividade fabricação, apresenta-
profissional desenvolvida no se como tal pela
mercado de colocação de seu
Desenvolvida de nome, marca ou outro
forma habitual consumo
sinal de identificação
(reiteração), com Somente pode ser no produto que foi
alguma considerado fabricado por um
especialidade fornecedor aquele terceiro.
(colocando o que oferece seus
fornecedor num produtos/serviços Abrange o importador
patamar superior no espaço ideal de produto
ao consumidor denominado industrializado ou in
FORNECEDOR
não profissional) e “mercado de natura e o
PRESUMIDO
visando a consumo” (espaço comerciante de
determinada no qual se produto anônimo (art.
vantagem desenvolvem 13).
econômica (não atividades
necessariamente econômicas).
lucro, como
também Art. 8º, § 1º
contraprestação, Fabricante
remuneração).
Art. 12
Fabricante, produtor,
CLASSIFICAÇÕES DO GÊNERO
FORNECEDOR
Hipóteses
que o CDC
construtor nacional ou
estrangeiro, e o 6
trata apenas importador
É um intermediário na de algumas Art. 13
relação de consumo, ESPÉCIES de
com posição de auxílio fornecedor Comerciante
ao lado do fornecedor
(Sem Art. 19, §2º
de produtos ou
generalizar)
prestador de serviços, Responsabilidade
caso das empresas que exclusiva do fornecedor
FORNECEDOR mantêm e imediato
EQUIPARADO administram bancos
(exceção à
de dados dos
responsabilidade
consumidores. Ex:
solidária)
estipulante
profissional ou
empregador dos
seguros de vida em PRODUTO SERVIÇO
grupo.
CDC não exige a CDC exige a
Envolve o fabricante, o presença de presença de
FORNECEDOR
produtor e o remuneração remuneração.
REAL
construtor. (ainda que
indireta). Por isso,
Compreende aquele é produto a
FORNECEDOR que, embora não amostra grátis (art.
APARENTE tendo participado do
processo de
39, parágrafo
único).
Art. 4º A Política Nacional das Relações
de Consumo tem por OBJETIVO o
atendimento das necessidades dos
O STJ entende que o CDC não se aplica consumidores, o respeito à sua
aos serviços advocatícios, justamente dignidade, saúde e segurança, a
por não se desenvolverem no mercado
proteção de seus interesses
de consumo.
econômicos, a melhoria da sua
qualidade de vida, bem como a
Súmula 297 do STJ – O Código de Defesa transparência e harmonia das relações
do Consumidor é aplicável às de consumo, atendidos os seguintes
instituições financeiras. PRINCÍPIOS:
Princípio da Vulnerabilidade do
Consumidor:
Súmula 563 do STJ - O Código de Defesa
do Consumidor é aplicável às entidades I - reconhecimento da vulnerabilidade
abertas de previdência complementar, do consumidor no mercado de
não incidindo nos contratos consumo;
previdenciários celebrados com II - ação governamental no sentido de
entidades fechadas. proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
Súmula 602 do STJ: O Código de Defesa
do Consumidor é aplicável aos
b) por incentivos à criação e
desenvolvimento de associações
7
empreendimentos habitacionais representativas;
promovidos pelas sociedades
c) pela presença do Estado no mercado
cooperativas. de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços
Súmula 608 do STJ - Aplica-se o Código com padrões adequados de qualidade,
de Defesa do Consumidor aos contratos segurança, durabilidade e
de plano de saúde, salvo os desempenho.
administrados por entidades de Princípio da Boa-fé objetiva:
autogestão.
III - harmonização dos interesses dos
participantes das relações de consumo e
O STJ entende pela a aplicação das compatibilização da proteção do
normas do CDC apenas para os serviços consumidor com a necessidade de
públicos remunerados por meio de desenvolvimento econômico e
tarifa ou preço público (e não para os tecnológico, de modo a viabilizar os
serviços públicos remunerados por princípios nos quais se funda a ordem
taxas). Ex.: concessionárias de água e econômica (art. 170, da Constituição
esgoto, de energia elétrica. Federal), sempre com base na boa-fé e
equilíbrio nas relações entre
consumidores e fornecedores;
CAPÍTULO II
IV - educação e informação de
Da Política Nacional de Relações de fornecedores e consumidores, quanto
Consumo
aos seus direitos e deveres, com vistas à VII - racionalização e melhoria dos
melhoria do mercado de consumo; serviços públicos;
V - incentivo à criação pelos VIII - estudo constante das modificações
fornecedores de meios eficientes de do mercado de consumo.
controle de qualidade e segurança de IX - fomento de ações direcionadas à
produtos e serviços, assim como de educação financeira e ambiental dos
mecanismos alternativos de solução de consumidores; (Incluído pela Lei nº
conflitos de consumo; 14.181, de 2021)
VI - coibição e repressão eficientes de X - prevenção e tratamento do
todos os abusos praticados no mercado superendividamento como forma de
de consumo, inclusive a concorrência evitar a exclusão social do consumidor.
desleal e utilização indevida de (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
inventos e criações industriais das
marcas e nomes comerciais e signos
distintivos, que possam causar prejuízos
aos consumidores;

Vulnerabilidade Hipossuficiência Hipervulnerabilidade

É um estado da pessoa, É uma situação social É a situação social fática e objetiva


inerente de risco ou um fática e objetiva, de agravamento da
sinal de confrontação
excessiva de interesses
dependente de uma
análise casuística para a
vulnerabilidade da pessoa física
consumidora, seja permanente
8
identificado no mercado, sua configuração. (deficiência física ou mental) ou
é uma situação temporária (doença, gravidez,
permanente ou analfabetismo, idosos, crianças
transitória, individual ou etc.).
coletiva, que fragiliza,
enfraquece o sujeito de
direitos.

Consumidor é sempre Nem sempre o consumidor Nem sempre o consumidor é


vulnerável. é hipossuficiente. hipervulnerável.
Fenômeno de ordem Fenômeno de ordem
material. processual, analisado caso
a caso.

Art. 5° Para a execução da Política II - instituição de Promotorias de Justiça


Nacional das Relações de Consumo, de Defesa do Consumidor, no âmbito do
contará o poder público com os Ministério Público;
seguintes INSTRUMENTOS, entre III - criação de delegacias de polícia
outros: especializadas no atendimento de
I - manutenção de assistência jurídica, consumidores vítimas de infrações
integral e gratuita para o consumidor penais de consumo;
carente;
IV - criação de Juizados Especiais de IV - a proteção contra a publicidade
Pequenas Causas e Varas Especializadas enganosa e abusiva, métodos
para a solução de litígios de consumo; comerciais coercitivos ou desleais, bem
V - concessão de estímulos à criação e como contra práticas e cláusulas
desenvolvimento das Associações de abusivas ou impostas no fornecimento
Defesa do Consumidor. de produtos e serviços;

VI - instituição de mecanismos de V - a MODIFICAÇÃO das cláusulas


prevenção e tratamento extrajudicial e contratuais que estabeleçam prestações
judicial do superendividamento e de desproporcionais ou sua REVISÃO em
proteção do consumidor pessoa natural; razão de fatos supervenientes que as
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) tornem excessivamente onerosas;

VII - instituição de núcleos de


conciliação e mediação de conflitos Princípio da Reparação Integral dos
oriundos de superendividamento. Danos:
Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) VI - a efetiva prevenção e reparação de
§ 1° (Vetado). danos patrimoniais e morais,
§ 2º (Vetado). individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e
administrativos com vistas à prevenção
CAPÍTULO III ou reparação de danos patrimoniais e
Dos Direitos Básicos do Consumidor morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção Jurídica, 9
administrativa e técnica aos
Art. 6º São DIREITOS básicos do necessitados;
consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança
contra os riscos provocados por práticas Princípio da hipossuficiência do
no fornecimento de produtos e serviços consumidor:
considerados perigosos ou nocivos; VIII - a facilitação da defesa de seus
Princípio da Equivalência Negocial: direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo
II - a educação e divulgação sobre o civil, quando, a critério do juiz, for
consumo adequado dos produtos e verossímil a alegação OU quando for ele
serviços, asseguradas a liberdade de hipossuficiente, segundo as regras
escolha e a igualdade nas contratações; ordinárias de experiências;
Princípio da Transparência ou IX - (Vetado);
Confiança:
X - a adequada e eficaz prestação dos
III - a informação adequada e clara serviços públicos em geral.
sobre os diferentes produtos e serviços,
com especificação correta de XI - a garantia de práticas de crédito
quantidade, características, responsável, de educação financeira e
composição, qualidade, tributos de prevenção e tratamento de situações
incidentes e preço, bem como sobre os de superendividamento, preservado o
riscos que apresentem; mínimo existencial, nos termos da
regulamentação, por meio da REVISÃO
E DA REPACTUAÇÃO da dívida, entre
outras medidas; (Incluído pela Lei nº Art. 6o, V, 2a Art. 478.
14.181, de 2021) parte.
XII - a preservação do mínimo
existencial, nos termos da Dispensa análise Exige a
regulamentação, na repactuação de da previsibilidade imprevisibilidade
dívidas e na concessão de crédito; do fato do fato.
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) superveniente.
XIII - a informação acerca dos preços dos Basta a Além da
produtos por unidade de medida, tal onerosidade onerosidade
como por quilo, por litro, por metro ou excessiva para o excessiva para o
por outra unidade, conforme o caso. consumidor. devedor, exige a
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) “extrema
Parágrafo único. A informação de que vantagem” para o
trata o inciso III do caput deste artigo credor.
deve ser acessível à pessoa com
Consequência: a Consequência: a
deficiência, observado o disposto em
regra é a revisão
regra é a
regulamento.
do contrato.
resolução do
Excepcionalment contrato.
O rol do art. 6º é numerus apertus. e, acarretará a Excepcionalment
resolução e, poderá ser
quando não for revisto, a
DIREITO DE Em regra, o contrato é possível salvá-lo.
depender da 10
MODIFICAÇÃO mantido, facultando- Aplicação do vontade do
(CDC) se ao consumidor princípio da credor.
(parte não
conservação dos
beneficiada) pleitear a
contratos.
nulidade da cláusula
geradora da prestação
desproporcional ou
sua modificação. (art. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
6º, V)
JUDICIAL (OPE LEGAL (OPE LEGIS)
INSTITUTO DA Em regra, gera a JUDICIS)
LESÃO (CC) invalidade do negócio
jurídico, podendo O magistrado, no O próprio legislador
somente ser salvo pela caso/processo já inverteu a
vontade da parte concreto, deverá responsabilidade
beneficiada (art. 157, apreciar e decidir probatória.
§2º, CC). se inverte ou não o
ônus probatório
em favor do
consumidor.
TEORIA DA BASE TEORIA DA
OBJETIVA DO IMPREVISÃO Não é automática É automática (não
NEGÓCIO (=CC) (depende da depende de análise
JURÍDICO (=CDC) análise do caso) do caso pelo
magistrado, pois há
imposição legal).
Requisitos Requisito
autorizadores: a autorizador: O art. 7º do CDC é cláusula de abertura
verossimilhança existência de do microssistema, para que algum
das alegações OU previsão legal. direito do consumidor, previsto em
a hipossuficiência outro diploma legal, possa a ele se
do consumidor.
somar (diálogo das fontes).
Regra de Regra de
procedimento ou julgamento.
de instrução. CAPÍTULO IV
Da Qualidade de Produtos e Serviços,
Art. 6º, VIII, do Art. 12, §3º, art. 14, da Prevenção e da Reparação dos
CDC. §3º, e art. 38 do
Danos
CDC.
SEÇÃO I
Da Proteção à Saúde e Segurança
O CDC adotou a regra da distribuição
dinâmica do ônus da prova.
Art. 8° Os produtos e serviços colocados
no mercado de consumo NÃO
STJ (Informativo 701): A inversão do acarretarão riscos à saúde ou segurança
ônus da prova prevista no art. 6º, VIII, do dos consumidores, EXCETO os
Código de Defesa do Consumidor é considerados normais e previsíveis em
regra de instrução e não regra de decorrência de sua natureza e fruição,
julgamento, motivo pelo qual a decisão obrigando-se os fornecedores, em 11
judicial que a determina deve ocorrer qualquer hipótese, a dar as informações
antes da etapa instrutória ou, quando necessárias e adequadas a seu respeito.
proferida em momento posterior, há
§ 1º Em se tratando de produto
que se garantir à parte a quem foi
industrial, ao fabricante cabe prestar as
imposto o ônus a oportunidade de
informações a que se refere este artigo,
apresentar suas provas, sob pena de
através de impressos apropriados que
ABSOLUTO cerceamento de defesa.
devam acompanhar o produto.
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os
Art. 7° Os direitos previstos neste código equipamentos e utensílios utilizados no
NÃO EXCLUEM outros decorrentes de fornecimento de produtos ou serviços,
tratados ou convenções internacionais ou colocados à disposição do
de que o Brasil seja signatário, da consumidor, e informar, de maneira
legislação interna ordinária, de ostensiva e adequada, quando for o
regulamentos expedidos pelas caso, sobre o risco de contaminação.
autoridades administrativas
competentes, bem como dos que
derivem dos princípios gerais do direito, Art. 9° O fornecedor de produtos e
analogia, costumes e equidade. serviços POTENCIALMENTE nocivos ou
perigosos à saúde ou segurança deverá
Parágrafo único. Tendo mais de um
informar, de maneira ostensiva e
autor a ofensa, todos responderão
adequada, a respeito da sua nocividade
SOLIDARIAMENTE pela reparação dos
ou periculosidade, sem prejuízo da
danos previstos nas normas de
consumo.
adoção de outras medidas cabíveis em competentes e aos consumidores,
cada caso concreto. mediante anúncios publicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se
Art. 10. O fornecedor NÃO poderá refere o parágrafo anterior serão
colocar no mercado de consumo veiculados na imprensa, rádio e
produto ou serviço QUE SABE OU televisão, às expensas do fornecedor do
DEVERIA SABER apresentar alto grau de produto ou serviço.
nocividade ou periculosidade à saúde § 3° Sempre que tiverem conhecimento
ou segurança. de periculosidade de produtos ou
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços serviços à saúde ou segurança dos
que, posteriormente à sua introdução consumidores, a União, os Estados, o
no mercado de consumo, tiver Distrito Federal e os Municípios deverão
conhecimento da periculosidade que informá-los a respeito.
apresentem, deverá comunicar o fato
imediatamente às autoridades
Produtos ou serviços com Produtos ou serviços Produtos ou serviços com alto
riscos normais e previsíveis - potencialmente nocivos ou grau de nocividade ou
periculosidade inerente ou perigosos periculosidade -
latente periculosidade exagerada

Art. 8º Art. 9º Art. 10

São permitidos. São permitidos. São vedados. 12


Exige do fornecedor Exige do fornecedor Exige do fornecedor
informações necessárias e informações ostensivas e mecanismos para
adequadas a seu respeito. adequadas. conter/evitar prejuízos
(recall).

TJ-RS, 2022 (FAURGS)


Art. 11. (Vetado). TJ-SC, 2017 (FCC)
TJ-SE, 2015 (FCC)
1.2. Artigos exigidos em provas de TJ-PR, 2014 (PUC-PR)
magistratura Art. 2º
TJ-PE, 2014 (FCC)
TJ-MA, 2012 (CEBRASPE)
Provas objetivas de Magistratura TJ-PA, 2011 (CEBRASPE)
Estadual em que os artigos
estudados foram exigidos (a partir de TJ-PB, 2010 (CEBRASPE)
2010) TJ-SP, 2021 (VUNESP)
CDC - art. 1º a 11 TJ-SC, 2017 (FCC)
Art. 3º
TJ-MA, 2022 (CEBRASPE) TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)
Art. 1º TJ-SE, 2015 (FCC)
TJ-PB, 2010 (CEBRASPE)
TJ-PE, 2014 (FCC) TJ-SE, 2015 (FCC)
TJ-MG, 2014 (FUNDEP) Art. 10
TJ-PE, 2014 (FCC)
TJ-BA, 2012 (CEBRASPE)
TJ-PA, 2011 (CEBRASPE)

TJ-SP, 2023 (VUNESP)


TJ-RS, 2022 (FAURGS)
TJ-MG, 2022 (FGV – BANCA
Art. 4º PRÓPRIA)
TJ-AC, 2019 (VUNESP)
TJ-DFT, 2014 (CEBRASPE)
TJ-PA, 2011 (CEBRASPE)

Art. 5º TJ-MA, 2022 (CEBRASPE)

TJ-MS, 2023 (FGV)


TJ-SP, 2023 (VUNESP)
TJ-RS, 2022 (FAURGS)
TJ-SP, 2021 (VUNESP)
TJ-AP, 2021 (FGV) 13
TJ-RR, 2015 (FCC)
Art. 6º TJ-PA, 2014 (VUNESP)
TJ-PR, 2014 (PUC-PR)
TJ-DFT, 2014 (CEBRASPE)
TJ-MG, 2014 (FUNDEP)
TJ-PR, 2013 (NCUFPR)
TJ-PA, 2011 (CEBRASPE)
TJ-PE, 2010 (FCC)

TJ-AP, 2022 (CEBRASPE)


Art. 7º TJ-RS, 2022 (FAURGS)
TJ-SC, 2017 (FCC)

TJ-RS, 2022 (FAURGS)


TJ-AL, 2019 (FCC)
Art. 8º
TJ-RS, 2017 (VUNESP)
TJ-PE, 2014 (FCC)

TJ-PA, 2011 (CEBRASPE)


Art. 9º
TJ-MS, 2010 (FCC)
2. DIREITO DA CRIANÇA E DO Princípio da brevidade e art. 121
ADOLESCENTE excepcionalidade da medida do ECA
2.1. ECA - art. 1º a 18-B de internação

Princípio da sigilosidade art. 143


ECA do ECA

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Princípio da gratuidade art. 141


do ECA
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras Princípio da convivência art. 19
providências. familiar do ECA

Código de Título I
ECA
Menores Das Disposições Preliminares
Tutela apenas
Dá ampla proteção
os menores em Princípio da Proteção Integral:
às crianças e aos
situação
adolescentes. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a
irregular.
PROTEÇÃO INTEGRAL à criança e ao
Os menores As crianças e os adolescente.
eram vistos adolescentes são
como objeto de
tutela.
sujeitos
direitos.
de
Em relação à proteção à infância e 14
juventude, a competência legislativa é
CONCORRENTE, ou seja, da União, dos
Princípio do Melhor Interesse da Estados e do Distrito Federal.
Criança: Entretanto, cabe aos municípios
suplementar a legislação federal e
O princípio do melhor interesse da estadual.
criança deve ser compreendido como o
fundamento básico de todas as ações
direcionadas às crianças e aos Art. 2º Considera-se CRIANÇA, para os
adolescentes, sendo que QUALQUER efeitos desta Lei, a pessoa ATÉ 12 ANOS
ORIENTAÇÃO OU DECISÃO de idade incompletos, e ADOLESCENTE
ENVOLVENDO REFERIDO GRUPO DEVE aquela ENTRE 12 e 18 ANOS de idade.
LEVAR EM CONTA O QUE É MELHOR E Parágrafo único. Nos casos expressos
MAIS ADEQUADO PARA SATISFAZER em lei, aplica-se EXCEPCIONALMENTE
SUAS NECESSIDADES E SEUS este Estatuto às pessoas ENTRE 18 E 21
INTERESSES, sobrepondo-se até mesmo ANOS de idade.
aos interesses dos pais, visando, assim,
à proteção integral dos seus direitos.
IDADE DEFINIÇÃO
Outros Princípios De 0 a 12 anos
Criança
incompletos
De 12 anos alimentação, à educação, ao esporte, ao
completos a 18 Adolescente lazer, à profissionalização, à cultura, à
anos incompletos dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.
Após 18 anos Maior Parágrafo único. A garantia de
completos PRIORIDADE compreende:
a) primazia de receber proteção e
socorro em quaisquer circunstâncias;
Súmula 605 do STJ: a superveniência da
maioridade penal NÃO interfere na b) precedência de atendimento nos
apuração de ato infracional nem na serviços públicos ou de relevância
aplicabilidade de medida socioeducativa pública;
em curso, inclusive na liberdade c) preferência na formulação e na
assistida, enquanto não atingida a idade execução das políticas sociais públicas;
de 21 anos.
d) destinação privilegiada de recursos
públicos nas áreas relacionadas com a
Art. 3º A criança e o adolescente gozam proteção à infância e à juventude.
de TODOS os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem
Art. 227 da CF/88 - É dever da família, da
prejuízo da PROTEÇÃO INTEGRAL de
sociedade e do Estado assegurar à
que trata esta Lei, assegurando-se-lhes,
criança, ao adolescente e ao jovem,
por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de
COM ABSOLUTA PRIORIDADE, o direito 15
à vida, à saúde, à alimentação, à
lhes facultar o desenvolvimento físico,
educação, ao lazer, à profissionalização,
mental, moral, espiritual e social, em
à cultura, à dignidade, ao respeito, à
condições de liberdade e de dignidade.
liberdade e à convivência familiar e
Parágrafo único. Os direitos enunciados comunitária, além de colocá-los a salvo
nesta Lei aplicam-se a todas as crianças de toda forma de negligência,
e adolescentes, sem discriminação de discriminação, exploração, violência,
nascimento, situação familiar, idade, crueldade e opressão.
sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
crença, deficiência, condição pessoal de
desenvolvimento e aprendizagem, Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente
condição econômica, ambiente social, será objeto de qualquer forma de
região e local de moradia ou outra negligência, discriminação, exploração,
condição que diferencie as pessoas, as violência, crueldade e opressão, punido
famílias ou a comunidade em que na forma da lei qualquer atentado, por
vivem. ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.

Princípio da Prioridade Absoluta


Princípio da Condição Peculiar de
Art. 4º É DEVER da família, da
Pessoa em Desenvolvimento:
comunidade, da sociedade em geral e
do poder público assegurar, COM Art. 6º Na INTERPRETAÇÃO desta Lei
ABSOLUTA PRIORIDADE, a efetivação levar-se-ão em conta os fins sociais a
dos direitos referentes à vida, à saúde, à que ela se dirige, as exigências do bem
comum, os direitos e deveres natal, perinatal e pós-natal integral no
individuais e coletivos, e a condição âmbito do Sistema Único de Saúde.
peculiar da criança e do adolescente § 1º O atendimento pré-natal será
como pessoas em desenvolvimento. realizado por profissionais da atenção
primária.
Título II § 2º Os profissionais de saúde de
Dos Direitos Fundamentais referência da gestante garantirão sua
VINCULAÇÃO, no último trimestre da
gestação, ao estabelecimento em que
será realizado o parto, garantido o
Direitos Fundamentais
Regulamentados no ECA DIREITO DE OPÇÃO da mulher.
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto
Direito à Vida e à Saúde (arts. 7º a for realizado assegurarão às mulheres e
14) aos seus filhos recém-nascidos alta
hospitalar responsável e
Direito à Liberdade, ao Respeito e à
contrarreferência na atenção primária,
Dignidade (arts. 15 a 18)
bem como o acesso a outros serviços e
Direito à Convivência Familiar e a grupos de apoio à amamentação.
Comunitária (arts. 19 a 52-D) § 4º Incumbe ao poder público
proporcionar assistência psicológica à
Direito à Educação, à Cultura, ao
gestante e à mãe, no período pré e pós-
Esporte e ao Lazer (arts. 53 a 59) natal, inclusive como forma de prevenir 16
Do Direito à Profissionalização e à ou minorar as consequências do estado
Proteção no Trabalho (arts. 60 a 69) puerperal.
§ 5º A assistência referida no § 4º deste
artigo deverá ser prestada também a
Capítulo I gestantes e mães que manifestem
Do Direito à Vida e à Saúde interesse em entregar seus filhos para
adoção, bem como a gestantes e mães
que se encontrem em situação de
Art. 7º A criança e o adolescente têm privação de liberdade.
DIREITO a proteção à vida e à saúde, § 6º A gestante e a parturiente têm
mediante a efetivação de políticas direito a 1 ACOMPANHANTE de sua
sociais públicas que permitam o preferência durante o período do pré-
nascimento e o desenvolvimento sadio natal, do trabalho de parto e do pós-
e harmonioso, em condições dignas de parto imediato.
existência.
§ 7º A gestante deverá receber
orientação sobre aleitamento materno,
Art. 8º É assegurado a todas as alimentação complementar saudável e
MULHERES o acesso aos programas e às crescimento e desenvolvimento infantil,
políticas de saúde da mulher e de bem como sobre formas de favorecer a
planejamento reprodutivo e, às criação de vínculos afetivos e de
GESTANTES, nutrição adequada, estimular o desenvolvimento integral
atenção humanizada à gravidez, ao da criança.
parto e ao puerpério e atendimento pré-
§ 8º A gestante tem direito a submetidas a medida privativa de
acompanhamento saudável durante liberdade.
toda a gestação e a parto natural § 1º Os profissionais das unidades
cuidadoso, estabelecendo-se a primárias de saúde desenvolverão ações
aplicação de cesariana e outras sistemáticas, individuais ou coletivas,
intervenções cirúrgicas por motivos visando ao planejamento, à
médicos. implementação e à avaliação de ações
§ 9º A atenção primária à saúde fará a de promoção, proteção e apoio ao
busca ativa da gestante que não iniciar aleitamento materno e à alimentação
ou que abandonar as consultas de pré- complementar saudável, de forma
natal, bem como da puérpera que não contínua.
comparecer às consultas pós-parto. § 2º Os serviços de unidades de terapia
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, intensiva neonatal deverão dispor de
à gestante e à mulher com filho na banco de leite humano ou unidade de
primeira infância que se encontrem sob coleta de leite humano.
custódia em unidade de privação de
liberdade, ambiência que atenda às
normas sanitárias e assistenciais do Art. 10. Os hospitais e demais
Sistema Único de Saúde para o estabelecimentos de atenção à saúde de
acolhimento do filho, em articulação gestantes, públicos e particulares, são
com o sistema de ensino competente, obrigados a:
visando ao desenvolvimento integral da I - manter registro das atividades
criança. desenvolvidas, através de prontuários 17
individuais, pelo prazo de 18 ANOS;

Art. 8º-A. Fica instituída a Semana II - identificar o recém-nascido


Nacional de Prevenção da Gravidez na mediante o registro de sua impressão
Adolescência, a ser realizada plantar e digital e da impressão digital
ANUALMENTE na semana que incluir o da mãe, sem prejuízo de outras formas
dia 1º de fevereiro, com o OBJETIVO de normatizadas pela autoridade
disseminar informações sobre medidas administrativa competente;
preventivas e educativas que III - proceder a exames visando ao
contribuam para a redução da diagnóstico e terapêutica de
incidência da gravidez na adolescência. anormalidades no metabolismo do
Parágrafo único. As ações destinadas a recém-nascido, bem como prestar
efetivar o disposto no caput deste artigo orientação aos pais;
ficarão a cargo do poder público, em IV - fornecer declaração de nascimento
conjunto com organizações da onde constem necessariamente as
sociedade civil, e serão dirigidas intercorrências do parto e do
prioritariamente ao público desenvolvimento do neonato;
adolescente. V - manter alojamento conjunto,
possibilitando ao neonato a
Art. 9º O poder público, as instituições permanência junto à mãe.
e os empregadores propiciarão VI - acompanhar a prática do processo
condições adequadas ao aleitamento de amamentação, prestando
materno, inclusive aos filhos de mães orientações quanto à técnica adequada,
enquanto a mãe permanecer na d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos
unidade hospitalar, utilizando o corpo graxos; (Incluída pela Lei nº 14.154, de
técnico já existente. 2021)
§ 1º Os testes para o rastreamento de III – etapa 3: doenças lisossômicas;
doenças no recém-nascido serão (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
disponibilizados pelo Sistema Único de IV – etapa 4: imunodeficiências
Saúde, no âmbito do Programa Nacional primárias;(Incluído pela Lei nº 14.154,
de Triagem Neonatal (PNTN), na forma de 2021)
da regulamentação elaborada pelo
Ministério da Saúde, com V – etapa 5: atrofia muscular espinhal.
implementação de forma escalonada, (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
de acordo com a seguinte ordem de § 2º A delimitação de doenças a serem
progressão: (Incluído pela Lei nº 14.154, rastreadas pelo teste do pezinho, no
de 2021) âmbito do PNTN, será revisada
I – etapa 1: (Incluído pela Lei nº 14.154, periodicamente, com base em
de 2021) evidências científicas, considerados os
benefícios do rastreamento, do
a) fenilcetonúria e outras diagnóstico e do tratamento precoce,
hiperfenilalaninemias; (Incluída pela Lei priorizando as doenças com maior
nº 14.154, de 2021) prevalência no País, com protocolo de
b) hipotireoidismo congênito; (Incluída tratamento aprovado e com tratamento
pela Lei nº 14.154, de 2021) incorporado no Sistema Único de Saúde.
c) doença falciforme e outras (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) 18
hemoglobinopatias; (Incluída pela Lei nº § 3º O rol de doenças constante do § 1º
14.154, de 2021) deste artigo poderá ser expandido pelo
d) fibrose cística; (Incluída pela Lei nº poder público com base nos critérios
14.154, de 2021) estabelecidos no § 2º deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
e) hiperplasia adrenal congênita;
(Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) § 4º Durante os atendimentos de pré-
natal e de puerpério imediato, os
f) deficiência de biotinidase; (Incluída profissionais de saúde devem informar a
pela Lei nº 14.154, de 2021) gestante e os acompanhantes sobre a
g) toxoplasmose congênita; (Incluída importância do teste do pezinho e sobre
pela Lei nº 14.154, de 2021) as eventuais diferenças existentes entre
II – etapa 2: (Incluído pela Lei nº 14.154, as modalidades oferecidas no Sistema
de 2021) Único de Saúde e na rede privada de
saúde. (Incluído pela Lei nº 14.154, de
a) galactosemias; (Incluída pela Lei nº 2021)
14.154, de 2021)
b) aminoacidopatias; (Incluída pela Lei
nº 14.154, de 2021) Art. 11. É assegurado ACESSO INTEGRAL
às linhas de cuidado voltadas à saúde da
c) distúrbios do ciclo da ureia; (Incluída criança e do adolescente, por
pela Lei nº 14.154, de 2021) intermédio do Sistema Único de Saúde,
observado o PRINCÍPIO DA EQUIDADE
NO ACESSO A AÇÕES E SERVIÇOS para
promoção, proteção e recuperação da filhos para adoção serão
saúde. OBRIGATORIAMENTE encaminhadas,
§ 1º A criança e o adolescente COM sem constrangimento, à Justiça da
DEFICIÊNCIA serão atendidos, sem Infância e da Juventude.
discriminação ou segregação, em suas § 2º Os serviços de saúde em suas
necessidades gerais de saúde e diferentes portas de entrada, os
específicas de habilitação e reabilitação. serviços de assistência social em seu
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer componente especializado, o Centro de
gratuitamente, àqueles que Referência Especializado de Assistência
necessitarem, medicamentos, órteses, Social (Creas) e os demais órgãos do
próteses e outras tecnologias assistivas Sistema de Garantia de Direitos da
relativas ao tratamento, habilitação ou Criança e do Adolescente deverão
reabilitação para crianças e conferir MÁXIMA PRIORIDADE ao
adolescentes, de acordo com as linhas atendimento das crianças na faixa etária
de cuidado voltadas às suas da primeira infância com suspeita ou
necessidades específicas. confirmação de violência de qualquer
natureza, formulando projeto
§ 3º Os profissionais que atuam no terapêutico singular que inclua
cuidado diário ou frequente de crianças intervenção em rede e, se necessário,
na primeira infância receberão acompanhamento domiciliar.
formação específica e permanente para
a detecção de sinais de risco para o
desenvolvimento psíquico, bem como
para o acompanhamento que se fizer
Art. 14. O Sistema Único de Saúde
promoverá programas de assistência
19
necessário. médica e odontológica para a prevenção
das enfermidades que ordinariamente
afetam a população infantil, e
Art. 12. Os estabelecimentos de campanhas de educação sanitária para
atendimento à saúde, inclusive as pais, educadores e alunos.
unidades neonatais, de terapia intensiva
e de cuidados intermediários, deverão § 1º É obrigatória a vacinação das
proporcionar condições para a crianças nos casos recomendados pelas
permanência em TEMPO INTEGRAL DE autoridades sanitárias.
1 dos pais ou responsável, nos casos de § 2º O Sistema Único de Saúde
internação de criança ou adolescente. promoverá a atenção à saúde bucal das
crianças e das gestantes, de FORMA
TRANSVERSAL, INTEGRAL E
Art. 13. Os casos de suspeita ou INTERSETORIAL com as demais linhas
confirmação de castigo físico, de de cuidado direcionadas à mulher e à
tratamento cruel ou degradante e de criança.
maus-tratos contra criança ou
adolescente serão § 3º A atenção odontológica à criança
OBRIGATORIAMENTE COMUNICADOS terá função educativa protetiva e será
ao Conselho Tutelar da respectiva prestada, inicialmente, antes de o bebê
localidade, sem prejuízo de outras nascer, por meio de aconselhamento
providências legais. pré-natal, e, posteriormente, no sexto e
no décimo segundo anos de vida, com
§ 1º As gestantes ou mães que orientações sobre saúde bucal.
manifestem interesse em entregar seus
§ 4º A criança com necessidade de
cuidados odontológicos especiais será Art. 17. O direito ao RESPEITO consiste
atendida pelo Sistema Único de Saúde. na inviolabilidade da integridade física,
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as psíquica e moral da criança e do
crianças, nos seus primeiros 18 meses adolescente, abrangendo a preservação
de vida, de protocolo ou outro da imagem, da identidade, da
instrumento construído com a autonomia, dos valores, ideias e
finalidade de facilitar a detecção, em crenças, dos espaços e objetos pessoais.
consulta pediátrica de
acompanhamento da criança, de risco
para o seu desenvolvimento psíquico. Direito à Direito ao
Liberdade Respeito
Capítulo II - Direito de ir, vir
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à e estar nos
Dignidade logradouros
públicos e
espaços
Princípio da Dignidade da Pessoa comunitários,
Humana ressalvadas as
- Inviolabilidade
Art. 15. A criança e o adolescente têm restrições legais;
da integridade
direito à liberdade, ao respeito e à - Direito de física, psíquica e
dignidade como pessoas humanas em opinião e moral 20
processo de desenvolvimento e como expressão; abrangendo:
SUJEITOS DE DIREITOS civis, humanos e - Direito de - Preservação da
sociais garantidos na Constituição e nas crença e culto imagem;
leis. religioso;
- Preservação da
- Direito de identidade;
Art. 16. O direito à LIBERDADE brincar, praticar
- Preservação da
compreende os seguintes aspectos: esportes e
autonomia;
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos divertir-se;
- Preservação dos
e espaços comunitários, ressalvadas as - Direito de
valores;
restrições legais; participar da vida
II - opinião e expressão; familiar e - Preservação das
comunitária, sem ideias e crenças;
III - crença e culto religioso; discriminação; - Preservação dos
IV - brincar, praticar esportes e divertir- - Direito de espaços e objetos
se; participar da vida pessoais.
V - participar da vida familiar e política, na forma
comunitária, sem discriminação; da lei;
VI - participar da vida política, na forma - Direito de
da lei; buscar refúgio,
VII - buscar refúgio, auxílio e auxílio e
orientação. orientação.
castigo físico ou tratamento cruel ou
Art. 18. É DEVER DE TODOS velar pela degradante como formas de correção,
dignidade da criança e do adolescente, disciplina, educação ou qualquer outro
pondo-os a salvo de qualquer pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo
tratamento desumano, violento, de outras sanções cabíveis, às seguintes
aterrorizante, vexatório ou MEDIDAS, que serão aplicadas de
constrangedor. acordo com a gravidade do caso:
I - encaminhamento a programa oficial
ou comunitário de proteção à família;
Art. 18-A. A criança e o adolescente TÊM
O DIREITO de ser educados e cuidados II - encaminhamento a tratamento
SEM O USO de castigo físico ou de psicológico ou psiquiátrico;
tratamento cruel ou degradante, como III - encaminhamento a cursos ou
formas de correção, disciplina, programas de orientação;
educação ou qualquer outro pretexto, IV - obrigação de encaminhar a criança
pelos pais, pelos integrantes da família a tratamento especializado;
ampliada, pelos responsáveis, pelos
agentes públicos executores de medidas V - advertência.
socioeducativas ou por qualquer pessoa VI - garantia de tratamento de saúde
encarregada de cuidar deles, tratá-los, especializado à vítima. (Incluído pela Lei
educá-los ou protegê-los. nº 14.344/2022)
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, Parágrafo único. As medidas previstas
CONSIDERA-SE: neste artigo SERÃO APLICADAS pelo 21
I - castigo físico: ação de natureza Conselho Tutelar, sem prejuízo de
disciplinar ou punitiva aplicada com o outras providências legais.
uso da força física sobre a criança ou o
adolescente que resulte em: 2.2. Artigos exigidos em provas de
a) sofrimento físico; ou magistratura
b) lesão;
II - tratamento cruel ou degradante: Provas objetivas de Magistratura
conduta ou forma cruel de tratamento Estadual em que os artigos
em relação à criança ou ao adolescente estudados foram exigidos (a partir de
que: 2010)
a) humilhe; ou
ECA - art. 1º a 18-B
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize. Art. 1º TJ-DFT, 2015 (CEBRASPE)

Art. 2º TJ-AC, 2019 (VUNESP)


Art. 18-B. Os pais, os integrantes da
Art. 3º TJ-DFT, 2015 (CEBRASPE)
FAMÍLIA AMPLIADA, os responsáveis,
os agentes públicos executores de TJ-MT, 2018 (VUNESP)
medidas socioeducativas ou qualquer Art. 4º
pessoa encarregada de cuidar de TJ-AC, 2011 (CEBRASPE)
crianças e de adolescentes, tratá-los, Art. 8º TJ-RS, 2017 (VUNESP)
educá-los ou protegê-los que utilizarem
Art. 10 TJ-DFT, 2015 (CEBRASPE)

Art. 11 TJ-MS, 2020 (FCC)

TJ-RR, 2015 (FCC)


Art. 13
TJ-MS, 2020 (FCC)

Art. 14 TJ-AC, 2019 (VUNESP)

Art. 18-A TJ-PA, 2019 (CEBRASPE)

Art. 18-B TJ-AL, 2015 (FCC)

22
3. DIREITO EMPRESARIAL PRÓPRIOS, com lei específica (letra de
3.1. CC - art. 887 a 903 câmbio, nota promissória, cheque e
duplicata).

CÓDIGO CIVIL
CAPÍTULO I
TÍTULO VIII
Disposições Gerais
Dos Títulos de Crédito

Art. 887. O título de crédito, documento


O CC é norma geral aplicável aos necessário ao exercício do direito
TÍTULOS ATÍPICOS (aproveitam parte da LITERAL e AUTÔNOMO nele contido,
regulação dos títulos de créditos + usos somente produz efeito quando
e costumes -> não são títulos executivos preencha os requisitos da lei.
– permitem discussão da causa debendi)
-> NÃO se aplica a TÍTULOS DE CRÉDITO

PRINCÍPIOS (CLAu):

a) Cartularidade (incorporação) = o crédito deve estar materializado em um


documento (título); para a transferência do crédito é necessária a transferência do
documento; a exigibilidade do crédito pressupõe a apresentação do título.
Exceções = (a) o título está anexo à investigação criminal (processo ou IP - STJ); (b)
duplicata virtual; (c) em processo falimentar, é possível utilizar a cópia autenticada se
23
o original estiver juntado em outro processo (art. 9º, parágrafo único, LRF).

b) Literalidade = só têm validade para o direito cambiário as relações constantes do


próprio título (ex: a quitação parcial deve ser aposta na própria nota promissória).

c) AUtonomia = Entende-se que o título de crédito compreende documento


constitutivo de direito novo, autônomo, originário e completamente desvinculado da
relação que lhe deu origem. Caracteriza-se, portanto, pela independência das
obrigações assumidas, isto é, a obrigação que o devedor criou ao assinar o título de
crédito independe da obrigação que deu causa à sua existência. Decorrentes do
princípio da autonomia, segundo a doutrina majoritária, decorrem dois outros
princípios:
Abstração = com a transferência do título a terceiro de boa-fé, ocorre a desvinculação
do negócio que lhe deu origem.
Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé (processual) = só se
pode suscitar a causa debendi em face do credor primitivo ou do terceiro ciente dos
vícios (má-fé).

AUTONOMIA ABSTRAÇÃO

Independência das relações cambiárias. Desvinculação do negócio à causa debendi.


ATRIBUTOS dos títulos de créditos:

a) negociabilidade = os títulos existem para fins de circulação.

b) executividade = não adimplido o título, cabe sua execução (CPC, art. 784, I).

TÍTULO PRO SOLVENDO TÍTULO PRO SOLUTO

PARA pagamento = só extingue a EM pagamento (quitação) = a obrigação se


obrigação (causa subjacente) após sua extingue com a emissão do título ao credor, que
liquidação → não implica em novação. passa a contar apenas com o direito cambial.

CLASSIFICAÇÕES

Livre = não precisa observar padrão (ex: letra de câmbio e nota


promissória).
MODELO
Vinculado = há um padrão de forma e preenchimento (ex: cheque e
duplicata).

Ordem de pagamento = enseja três situações jurídicas – ordenador, 24


beneficiário e o destinatário da ordem (ex: letra de câmbio, cheque e
ESTRUTURA duplicata).

Promessa de pagamento = gera duas situações jurídicas – promitente


e beneficiário (ex: nota promissória).

Causais = a lei define as possíveis causas de sua emissão, constando


HIPÓTESES no título a obrigação que lhes deu causa (ex: duplicata).
DE EMISSÃO Não causais (abstratos) = podem ser emitidos por qualquer causa (ex:
cheque e nota promissória).

Ao portador = transmissíveis por mera tradição, pois não identificam


o credor.
É vedada a expedição de títulos ao portador sem autorização legal. A
Lei nº 9.069/95, que instituiu o plano real, autorizou a emissão de
cheque ao portador de até R$ 100,00.
CIRCULAÇÃO Nominais = o título necessariamente identifica o credor.
a) nominativos = dependem de registro em livro do emitente para
serem exigidos (CC, art. 921).
b) “à ordem” = são transferidos por mero endosso (o endossante
responde pelo pagamento do título – o art. 914 do CC não é aplicável
aos títulos próprios), dispensando outra formalidade.
c) “não à ordem” = circulam mediante cessão de crédito (o cedente
não responde pelo pagamento do título - CC, art. 296), não podendo
ser endossados.

AO PORTADOR NOMINAIS NOMINATIVOS

NÃO identifica o HÁ identificação do Emitido em favor de pessoa


beneficiário. beneficiário no próprio cujo nome conste no registro
título. do emitente.

Art. 888. A omissão de qualquer CC LEGISLAÇÃO


requisito legal, que tire ao escrito a sua CAMBIÁRIA
validade como título de crédito, NÃO
IMPLICA a invalidade do negócio Juros VEDADOS PERMITIDOS
jurídico que lhe deu origem.
Aval VEDADO PERMITIDO
parcial
Art. 889. Deve o título de crédito
CONTER a data da emissão, a indicação Cláusula VEDADA PERMITIDA
precisa dos direitos que confere, e a não à
assinatura do emitente. ordem
§ 1º É À VISTA o título de crédito que
25
não contenha indicação de vencimento.
Art. 891. O título de crédito, incompleto
§ 2º Considera-se LUGAR de emissão E ao tempo da emissão, DEVE ser
de pagamento, quando não indicado no preenchido de conformidade com os
título, o DOMICÍLIO DO EMITENTE. ajustes realizados.
§ 3º O título poderá ser emitido a partir Parágrafo único. O descumprimento dos
dos caracteres criados em computador ajustes previstos neste artigo pelos que
ou meio técnico equivalente e que deles participaram, NÃO CONSTITUI
constem da escrituração do emitente, motivo de oposição ao terceiro
observados os requisitos mínimos portador, SALVO se este, ao adquirir o
previstos neste artigo. título, tiver agido de má-fé.

Art. 890. Consideram-se NÃO ESCRITAS Atenção: O que se deve atentar aqui é
no título a cláusula de juros, a proibitiva que o emitente que passa um título
de endosso, a excludente de incompleto assume o risco de ele ser
responsabilidade pelo pagamento ou preenchido indevidamente, mas ir parar
por despesas, a que dispense a nas mãos de terceiro de boa-fé. Se quem
observância de termos e formalidade cobrar o título não souber do
prescritas, e a que, além dos limites preenchimento indevido, este fato não
fixados em lei, exclua ou restrinja poderá ser oposto e o devedor terá que
direitos e obrigações. pagar na forma como estiver constando
na cártula.
Art. 897. O pagamento de título de
Súmula 387 do STF: A cambial emitida crédito, que contenha obrigação de
ou aceita com omissões, ou em branco, pagar soma determinada, pode ser
pode ser completada pelo credor de garantido por AVAL.
boa-fé antes da cobrança ou do Parágrafo único. É VEDADO o AVAL
protesto. PARCIAL.

Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, Jurisprudência em Teses – STJ – Edição
OU excedendo os que tem, lança a sua 56 – Número 10) A autonomia do aval
assinatura em título de crédito, como não se confunde com a abstração do
mandatário ou representante de título de crédito e, portanto, independe
outrem, fica PESSOALMENTE obrigado, de sua circulação.
e, pagando o título, tem ele os mesmos
direitos que teria o suposto mandante
ou representado. Jurisprudência em Teses – STJ – Edição
56 – Número 8) O avalista não responde
por dívida estabelecida em título de
Art. 893. A transferência do título de crédito prescrito, salvo se comprovado
crédito implica a de TODOS os direitos que auferiu benefício com a dívida.
que lhe são inerentes.

Art. 898. O aval deve ser dado no verso


Art. 894. O PORTADOR de título OU no anverso do próprio título. 26
representativo de mercadoria TEM O § 1º Para a validade do aval, dado no
DIREITO de transferi-lo, de anverso do título, é suficiente a simples
conformidade com as normas que assinatura do avalista.
regulam a sua circulação, ou de receber
aquela independentemente de § 2º Considera-se NÃO ESCRITO o aval
quaisquer formalidades, além da cancelado.
entrega do título devidamente quitado.

VERSO (sem ANVERSO = FRENTE


Art. 895. Enquanto o título de crédito especificação) (sem especificação)
estiver EM CIRCULAÇÃO, só ele poderá
ENDOSSO AVAL
ser dado em garantia, ou ser objeto de
medidas judiciais, E NÃO,
separadamente, os direitos ou
mercadorias que representa. FIANÇA AVAL

Ato de garantia Ato de garantia


Art. 896. O título de crédito NÃO PODE civil (em cambial (em título de
ser reivindicado do portador que o contrato). crédito).
adquiriu de boa-fé e na conformidade Obrigação Obrigação
das normas que disciplinam a sua acessória. autônoma.
circulação.
Há benefício de Inexiste benefício de
ordem ao fiador. ordem.
Pode ser lançada
Deve constar do
no contrato ou Súmula 189 do STF: O aval em branco,
próprio título.
em separado. ainda que superposto, é considerado
simultâneo, e não sucessivo.
A obrigação do
A obrigação do
avalista, em relação
fiador é
aos demais
subsidiária com A fiança pode ser considerada como
coobrigados, é
o seu afiançado. uma garantia SUBJETIVA, uma vez que
solidária.
o fiador permanece ligado à pessoa para
O fiador pode Não admite a quem prestou a fiança, pois se trata de
suscitar exceções arguição de exceções uma obrigação acessória. Já o aval, por
pessoais do pessoais do sua vez, é considerado uma obrigação
afiançado. avalizado. autônoma (logo, inexiste relação
pessoal entre avalista e avalizado), e,
por isso, pode ser visto como uma
ESPÉCIES de aval: garantia OBJETIVA.

a) em branco = não identifica o


avalizado (ex: “por aval”) → Art. 899. O avalista equipara-se àquele
considera-se dado em favor do cujo nome indicar; na falta de
sacador. indicação, ao emitente ou devedor final.
b) em preto = identifica § 1° Pagando o título, tem o avalista
nominalmente o avalizado (ex: “por
aval a Benedito Afonsino”).
AÇÃO DE REGRESSO contra o seu
avalizado e demais coobrigados
27
anteriores.
§ 2º Subsiste a responsabilidade do
O aval em branco (em regra, avalista, AINDA QUE nula a obrigação
beneficia o devedor principal): daquele a quem se equipara, A MENOS
QUE a nulidade decorra de vício de
a) Nota promissória e Cheque = forma.
considera-se dado em favor do
sacador (emitente).
Art. 900. O aval POSTERIOR ao
b) Duplicata = (1) em favor daquele vencimento produz os mesmos efeitos
cuja assinatura estiver em cima da do do ANTERIORMENTE dado.
avalista, ou, não havendo uma
assinatura nessas condições, (2) em
Art. 901. Fica validamente desonerado
favor do comprador.
o devedor que paga título de crédito ao
legítimo portador, no vencimento, sem
oposição, SALVO se agiu de má-fé.
Aval SUCESSIVO = avalista do avalista
Parágrafo único. Pagando, pode o
(em cima do aval anteriormente
devedor exigir do credor, além da
prestado).
ENTREGA do título, QUITAÇÃO regular.
Aval SIMULTÂNEO = assinatura ao
lado do aval anteriormente prestado.
Art. 902. NÃO É o credor OBRIGADO a
receber o pagamento ANTES do
vencimento do título, e aquele que o Art. 892 TJ-RO, 2019 (VUNESP)
paga, antes do vencimento, fica
responsável pela validade do TJ-MT, 2018 (VUNESP)
pagamento. Art. 895
TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)
§ 1º No vencimento, NÃO PODE o
credor RECUSAR PAGAMENTO, AINDA TJ-PA, 2019 (CEBRASPE)
Art. 897
QUE parcial. TJ-SC, 2019 (CEBRASPE)
§ 2º No caso de pagamento parcial, em
Art. 898 TJ-SC, 2019 (CEBRASPE)
que se não opera a tradição do título,
além da quitação em separado, outra TJ-SP, 2021 (VUNESP)
deverá ser firmada no próprio título.
Art. 902 TJ-PA, 2019 (CEBRASPE)
TJ-MT, 2018 (VUNESP)
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei
especial, regem-se os títulos de crédito TJ-SP, 2021 (VUNESP)
pelo disposto neste Código. Art. 903
TJ-PA, 2011 (CEBRASPE)

Enunciado 464 da Jornada de Direito


Civil - CJF - Art. 903: As disposições
relativas aos títulos de crédito do Código
Civil aplicam-se àqueles regulados por
leis especiais no caso de omissão ou
lacuna.
28
3.2. Artigos exigidos em provas de
magistratura

Provas objetivas de Magistratura


Estadual em que os artigos
estudados foram exigidos (a partir de
2010)

CC - art. 887 a 903

TJ-SP, 2021 (VUNESP)


Art. 887 TJ-RS, 2017 (VUNESP)
TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)

TJ-PA, 2019 (CEBRASPE)


Art. 888
TJ-RS, 2017 (VUNESP)

TJ-SC, 2019 (CEBRASPE)


Art. 890
TJ-MA, 2012 (CEBRASPE)
4. DIREITO AMBIENTAL humana, atendidos os seguintes
4.1. Lei nº 6.938/81 PRINCÍPIOS:
I - ação governamental na manutenção
do equilíbrio ecológico, considerando o
LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE meio ambiente como um patrimônio
1981 público a ser necessariamente
assegurado e protegido, tendo em vista
Art. 1º - Esta lei, com fundamento nos o uso coletivo;
incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da II - racionalização do uso do solo, do
Constituição, estabelece a POLÍTICA subsolo, da água e do ar;
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, seus III - planejamento e fiscalização do uso
fins e mecanismos de formulação e dos recursos ambientais;
aplicação, constitui o SISTEMA
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE IV - proteção dos ecossistemas, com a
(Sisnama) e institui o Cadastro de preservação de áreas representativas;
Defesa Ambiental. V - controle e zoneamento das
atividades potencial OU efetivamente
poluidoras;
Art. 23. É competência comum da
União, dos Estados, do Distrito Federal e VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de
dos Municípios: tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos
VI - proteger o meio ambiente e
combater a poluição em qualquer de
ambientais;
29
suas formas; VII - acompanhamento do estado da
qualidade ambiental;
VII - preservar as florestas, a fauna e a
flora; VIII - recuperação de áreas degradadas;

Art. 225. Todos têm direito ao meio IX - proteção de áreas ameaçadas de


ambiente ecologicamente equilibrado, degradação;
bem de uso comum do povo e essencial X - educação ambiental a todos os níveis
à sadia qualidade de vida, impondo-se do ensino, inclusive a educação da
ao Poder Público e à coletividade o comunidade, objetivando capacitá-la
dever de defendê-lo e preservá-lo para para participação ativa na defesa do
as presentes e futuras gerações. meio ambiente.

DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO Conceitos:


AMBIENTE Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei,
entende-se por:
Art. 2º. A Política Nacional do Meio I - MEIO AMBIENTE, o conjunto de
Ambiente tem por OBJETIVO a condições, leis, influências e interações
preservação, melhoria e recuperação de ordem física, química e biológica, que
da qualidade ambiental propícia à vida, permite, abriga e rege a vida em todas
visando assegurar, no País, condições as suas formas;
ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e
à proteção da dignidade da vida
II - DEGRADAÇÃO DA QUALIDADE Estados, do Distrito Federal, do
AMBIENTAL, a alteração adversa das Territórios e dos Municípios;
características do meio ambiente; III - ao estabelecimento de critérios e
III - POLUIÇÃO, a degradação da padrões da qualidade ambiental e de
qualidade ambiental resultante de normas relativas ao uso e manejo de
atividades que direta OU recursos ambientais;
indiretamente: IV - ao desenvolvimento de pesquisas e
a) prejudiquem a saúde, a segurança e de tecnologias nacionais orientadas
o bem-estar da população; para o uso racional de recursos
b) criem condições adversas às ambientais;
atividades sociais e econômicas; V - à difusão de tecnologias de manejo
c) afetem desfavoravelmente a biota; do meio ambiente, à divulgação de
dados e informações ambientais e à
d) afetem as condições estéticas ou formação de uma consciência pública
sanitárias do meio ambiente; sobre a necessidade de preservação da
e) lancem matérias ou energia em qualidade ambiental e do equilíbrio
desacordo com os padrões ambientais ecológico;
estabelecidos; VI - à preservação e restauração dos
IV - POLUIDOR, a pessoa física OU recursos ambientais com vistas a sua
jurídica, de direito público OU privado, utilização racional e disponibilidade
responsável, direta OU indiretamente, permanente, concorrendo para a
por atividade causadora de degradação manutenção do equilíbrio ecológico 30
ambiental; propício à vida;
V - RECURSOS AMBIENTAIS: a VII - à imposição, ao poluidor e ao
atmosfera, as águas interiores, predador, da obrigação de recuperar
superficiais e subterrâneas, os estuários, e/ou indenizar os danos causados, e ao
o mar territorial, o solo, o subsolo, os usuário, de contribuição pela utilização
elementos da biosfera, a fauna e a flora. de recursos ambientais com fins
econômicos.

DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA


NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Princípios Objetivos

Art. 2º. A Política Art. 4º - A Política


Art. 4º - A Política Nacional do Meio Nacional do Meio Nacional do Meio
Ambiente VISARÁ: Ambiente tem por Ambiente VISARÁ:
I - à compatibilização do OBJETIVO a I - à
preservação, compatibilização
desenvolvimento econômico social
melhoria e do
com a preservação da qualidade do recuperação da
meio ambiente e do equilíbrio desenvolvimento
qualidade econômico social
ecológico; ambiental propícia com a preservação
II - à definição de áreas prioritárias de à vida, visando da qualidade do
ação governamental relativa à assegurar, no País, meio ambiente e
qualidade e ao equilíbrio ecológico, condições ao do equilíbrio
desenvolvimento ecológico;
atendendo aos interesses da União, dos
socioeconômico,
aos interesses da II - à definição de VII - equilíbrio
segurança nacional áreas prioritárias acompanhamento ecológico;
e à proteção da de ação do estado da VI - à preservação
dignidade da vida governamental qualidade e restauração dos
humana, atendidos relativa à ambiental; recursos
os seguintes qualidade e ao VIII - recuperação ambientais com
PRINCÍPIOS: equilíbrio de áreas vistas á sua
I - ação ecológico, degradadas; utilização racional
governamental na atendendo aos e disponibilidade
interesses da IX - proteção de
manutenção do áreas ameaçadas permanente,
equilíbrio União, dos concorrendo para
Estados, do de degradação;
ecológico, a manutenção do
considerando o Distrito Federal, X - educação equilíbrio
meio ambiente do Territórios e ambiental a todos ecológico propício
como um dos Municípios; os níveis do ensino, à vida;
patrimônio público III - ao inclusive a
educação da VII - à imposição,
a ser estabelecimento ao poluidor e ao
necessariamente de critérios e comunidade,
objetivando predador, da
assegurado e padrões da obrigação de
protegido, tendo qualidade capacitá-la para
participação ativa recuperar e/ou
em vista o uso ambiental e de indenizar os danos
coletivo; normas relativas na defesa do meio
ambiente. causados, e ao
II - racionalização ao uso e manejo usuário, de
do uso do solo, do de recursos contribuição pela
subsolo, da água e ambientais; utilização de 31
do ar; IV - ao recursos
III - planejamento e desenvolvimento ambientais com
fiscalização do uso de pesquisas e de fins econômicos.
dos recursos tecnologias
ambientais; nacionais
orientadas para o Art. 5º - As DIRETRIZES da Política
IV - proteção dos uso racional de
ecossistemas, com recursos Nacional do Meio Ambiente serão
a preservação de ambientais; formuladas em normas e planos,
áreas destinados a orientar a ação dos
representativas; V - à difusão de Governos da União, dos Estados, do
tecnologias de Distrito Federal, dos Territórios e dos
V - controle e manejo do meio
zoneamento das ambiente, Municípios no que se relaciona com a
à
atividades divulgação de
preservação da qualidade ambiental e
potencial OU dados e manutenção do equilíbrio ecológico,
efetivamente informações observados os princípios estabelecidos
poluidoras; ambientais e à no art. 2º desta Lei.
VI - incentivos ao formação de uma Parágrafo único. As atividades
estudo e à pesquisa consciência empresariais públicas ou privadas
de tecnologias pública sobre a serão exercidas em consonância com as
orientadas para o necessidade de
preservação da diretrizes da Política Nacional do Meio
uso racional e a
proteção dos qualidade Ambiente.
recursos ambiental e do
ambientais;
DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO fixadas para o meio ambiente, de
AMBIENTE acordo com as respectivas
competências;

Art. 6º Os órgãos e entidades da União, V - ÓRGÃOS SECCIONAIS: os órgãos ou


dos Estados, do Distrito Federal, dos entidades estaduais responsáveis pela
Territórios e dos Municípios, bem como execução de programas, projetos e pelo
as fundações instituídas pelo Poder controle e fiscalização de atividades
Público, responsáveis pela proteção e capazes de provocar a degradação
melhoria da qualidade ambiental, ambiental;
CONSTITUIRÃO o Sistema Nacional do VI - ÓRGÃOS LOCAIS: os órgãos ou
Meio Ambiente - SISNAMA, assim entidades municipais, responsáveis
estruturado: pelo controle e fiscalização dessas
I - ÓRGÃO SUPERIOR: o Conselho de atividades, nas suas respectivas
Governo, com a função de assessorar o jurisdições;
Presidente da República na formulação
da política nacional e nas diretrizes
governamentais para o meio ambiente e QUADRO SINÓTICO
os recursos ambientais;
Função de assessorar
II - ÓRGÃO CONSULTIVO E o Presidente da
DELIBERATIVO: o Conselho Nacional do República na
Órgão
Meio Ambiente (CONAMA), com a formulação da política
finalidade de assessorar, estudar e Superior:
Conselho de
nacional e nas 32
propor ao Conselho de Governo, diretrizes
Governo
diretrizes de políticas governamentais governamentais para
para o meio ambiente e os recursos o meio ambiente e os
naturais e deliberar, no âmbito de sua recursos ambientais.
competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente Função de assessorar,
ecologicamente equilibrado e essencial estudar e propor ao
à sadia qualidade de vida; Conselho de Governo,
diretrizes de políticas
III - ÓRGÃO CENTRAL: a Secretaria do
governamentais para
Meio Ambiente da Presidência da
o meio ambiente e os
República, com a finalidade de planejar,
recursos naturais e
coordenar, supervisionar e controlar,
Órgão deliberar, no âmbito
como órgão federal, a política nacional e
Consultivo e de sua competência,
as diretrizes governamentais fixadas
Deliberativo: sobre normas e
para o meio ambiente;
CONAMA padrões compatíveis
IV - ÓRGÃOS EXECUTORES: o Instituto com o meio ambiente
Brasileiro do Meio Ambiente e dos ecologicamente
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA equilibrado e
e o Instituto Chico Mendes de essencial à sadia
Conservação da Biodiversidade - qualidade de vida,
Instituto Chico Mendes, com a com as seguintes
finalidade de executar e fazer executar a competências:
política e as diretrizes governamentais
a) estabelecer, benefícios fiscais
mediante proposta do concedidos pelo
IBAMA, normas e Poder Público, em
critérios para o caráter geral ou
licenciamento de condicional, e a perda
atividades efetiva ou ou suspensão de
potencialmente participação em
poluidoras, a ser linhas de
concedido pelos financiamento em
Estados e estabelecimentos
supervisionado pelo oficiais de crédito;
IBAMA; d) estabelecer,
b) determinar, privativamente,
quando julgar normas e padrões
necessário, a nacionais de controle
realização de estudos da poluição por
das alternativas e das veículos automotores,
possíveis aeronaves e
consequências embarcações,
ambientais de mediante audiência
projetos públicos ou dos Ministérios
privados, competentes;
requisitando aos e) estabelecer 33
órgãos federais, normas, critérios e
estaduais e padrões relativos ao
municipais, bem controle e à
assim a entidades manutenção da
privadas, as qualidade do meio
informações ambiente com vistas
indispensáveis para ao uso racional dos
apreciação dos recursos ambientais,
estudos de impacto principalmente os
ambiental, e hídricos.
respectivos relatórios,
no caso de obras ou Função de planejar,
atividades de coordenar,
significativa supervisionar e
Órgão
degradação controlar, como órgão
Central:
ambiental, federal, a política
Ministério
especialmente nas nacional e as
do Meio
áreas consideradas diretrizes
Ambiente
patrimônio nacional. governamentais
c) determinar, fixadas para o meio
mediante ambiente.
representação do
Órgãos Função de executar e
IBAMA, a perda ou
Executores: fazer executar a
restrição de
IBAMA e política e as diretrizes § 4º De acordo com a legislação em
ICMBIO governamentais vigor, é o Poder Executivo autorizado a
fixadas para o meio criar uma Fundação de apoio técnico
ambiente, de acordo científico às atividades do IBAMA.
com as respectivas
competências.
DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO
Órgãos Estaduais com AMBIENTE
a função de executar
Órgãos
programas, projetos e
Seccionais: Art. 7º (Revogado pela Lei nº 8.028, de
pelo controle e
Órgãos ou 1990)
fiscalização de
Entidades
atividades capazes de
Estaduais (e
provocar a Art. 8º Compete ao CONAMA:
DF)
degradação
ambiental. I - estabelecer, mediante proposta do
IBAMA, normas e critérios para o
Órgãos Municipais licenciamento de atividades efetiva ou
com a função de potencialmente poluidoras, a ser
Órgãos controle e fiscalização concedido pelos Estados e
Locais: de atividades capazes supervisionado pelo IBAMA;
Órgãos ou de provocar a II - determinar, quando julgar
Entidades degradação necessário, a realização de estudos das
Municipais ambiental, nas suas alternativas e das possíveis 34
respectivas consequências ambientais de projetos
jurisdições. públicos ou privados, requisitando aos
órgãos federais, estaduais e municipais,
bem assim a entidades privadas, as
§ 1º - Os ESTADOS, na esfera de suas informações indispensáveis para
competências e nas áreas de sua apreciação dos estudos de impacto
jurisdição, elaborarão normas ambiental, e respectivos relatórios, no
supletivas e complementares e padrões caso de obras ou atividades de
relacionados com o meio ambiente, significativa degradação ambiental,
observados os que forem estabelecidos especialmente nas áreas consideradas
pelo CONAMA. patrimônio nacional.
§ 2º Os MUNICÍPIOS, observadas as III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de
normas e os padrões federais e 2009)
estaduais, também poderão elaborar as
IV - homologar acordos visando à
normas mencionadas no parágrafo
transformação de penalidades
anterior.
pecuniárias na obrigação de executar
§ 3º Os ÓRGÃOS CENTRAL, SETORIAIS, medidas de interesse para a proteção
SECCIONAIS E LOCAIS mencionados ambiental; (VETADO);
neste artigo deverão fornecer os
V - determinar, mediante representação
resultados das análises efetuadas e sua
do IBAMA, a perda ou restrição de
fundamentação, quando solicitados por
benefícios fiscais concedidos pelo Poder
pessoa legitimamente interessada.
Público, em caráter geral ou
condicional, e a perda ou suspensão de
participação em linhas de VIII - o Cadastro Técnico Federal de
financiamento em estabelecimentos Atividades e Instrumento de Defesa
oficiais de crédito; Ambiental;
VI - estabelecer, privativamente, IX - as penalidades disciplinares ou
normas e padrões nacionais de controle compensatórias ao não cumprimento
da poluição por veículos automotores, das medidas necessárias à preservação
aeronaves e embarcações, mediante ou correção da degradação ambiental.
audiência dos Ministérios competentes; X - a instituição do Relatório de
VII - estabelecer normas, critérios e Qualidade do Meio Ambiente, a ser
padrões relativos ao controle e à divulgado ANUALMENTE pelo Instituto
manutenção da qualidade do meio Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
ambiente com vistas ao uso racional dos Naturais Renováveis - IBAMA;
recursos ambientais, principalmente os XI - a garantia da prestação de
hídricos. informações relativas ao Meio
Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente, obrigando-se o Poder
Ambiente é, sem prejuízo de suas Público a produzi-las, quando
funções, o Presidente do Conama. INEXISTENTES;
XII - o Cadastro Técnico Federal de
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA atividades potencialmente poluidoras
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE e/ou utilizadoras dos recursos
ambientais.
XIII - INSTRUMENTOS ECONÔMICOS, 35
Art. 9º - São INSTRUMENTOS da Política como concessão florestal, servidão
Nacional do Meio Ambiente: ambiental, seguro ambiental e outros.
I - o estabelecimento de padrões de
qualidade ambiental;
Art. 9º-A. O proprietário OU possuidor
II - o zoneamento ambiental; de imóvel, pessoa natural OU jurídica,
III - a avaliação de impactos ambientais; pode, por instrumento público OU
IV - o licenciamento e a revisão de particular OU por termo administrativo
atividades efetiva ou potencialmente firmado perante órgão integrante do
poluidoras; Sisnama, LIMITAR O USO de toda a sua
propriedade ou de parte dela para
V - os incentivos à produção e instalação preservar, conservar ou recuperar os
de equipamentos e a criação ou recursos ambientais existentes,
absorção de tecnologia, voltados para a instituindo SERVIDÃO AMBIENTAL.
melhoria da qualidade ambiental;
§ 1º O instrumento ou termo de
VI - a criação de espaços territoriais instituição da servidão ambiental deve
especialmente protegidos pelo Poder incluir, no mínimo, os seguintes itens:
Público federal, estadual e municipal,
tais como áreas de proteção ambiental, I - memorial descritivo da área da
de relevante interesse ecológico e servidão ambiental, contendo pelo
reservas extrativistas; menos um ponto de amarração
georreferenciado;
VII - o sistema nacional de informações
sobre o meio ambiente; II - objeto da servidão ambiental;
III - direitos e deveres do proprietário ou § 2º A servidão ambiental perpétua
possuidor instituidor; equivale, para fins creditícios,
IV - prazo durante o qual a área tributários e de acesso aos recursos de
permanecerá como servidão ambiental. fundos públicos, à Reserva Particular do
Patrimônio Natural - RPPN, definida no
§ 2º A servidão ambiental NÃO SE art. 21 da Lei no 9.985, de 18 de julho de
APLICA às Áreas de Preservação 2000.
Permanente e à Reserva Legal mínima
exigida. § 3º O detentor da servidão ambiental
PODERÁ aliená-la, cedê-la ou transferi-
§ 3º A restrição ao uso ou à exploração la, total ou parcialmente, por prazo
da vegetação da área sob servidão determinado ou em caráter definitivo,
ambiental deve ser, NO MÍNIMO, a em favor de outro proprietário ou de
mesma estabelecida para a Reserva entidade pública ou privada que tenha
Legal. a conservação ambiental como fim
§ 4º Devem ser objeto de averbação na social.
matrícula do imóvel no registro de
imóveis competente:
Art. 9º-C. O CONTRATO de alienação,
I - o instrumento ou termo de cessão ou transferência da servidão
instituição da servidão ambiental; ambiental deve ser AVERBADO na
II - o contrato de alienação, cessão ou matrícula do imóvel.
transferência da servidão ambiental. § 1º O contrato referido no caput deve
§ 5º Na hipótese de COMPENSAÇÃO de conter, no mínimo, os seguintes itens: 36
Reserva Legal, a servidão ambiental I - a delimitação da área submetida a
deve ser averbada na matrícula de preservação, conservação ou
todos os imóveis envolvidos. recuperação ambiental;
§ 6º É VEDADA, durante o prazo de II - o objeto da servidão ambiental;
vigência da servidão ambiental, a
alteração da destinação da área, nos III - os direitos e deveres do proprietário
casos de transmissão do imóvel a instituidor e dos futuros adquirentes ou
qualquer título, de desmembramento sucessores;
ou de retificação dos limites do imóvel. IV - os direitos e deveres do detentor da
§ 7º As áreas que tenham sido servidão ambiental;
instituídas na forma de servidão V - os benefícios de ordem econômica
florestal, nos termos do art. 44-A da Lei do instituidor e do detentor da servidão
nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, ambiental;
passam a ser consideradas, pelo efeito VI - a previsão legal para garantir o seu
desta Lei, como de servidão ambiental. cumprimento, inclusive medidas
judiciais necessárias, em caso de ser
Art. 9º-B. A SERVIDÃO AMBIENTAL descumprido.
poderá ser onerosa OU gratuita, § 2º São DEVERES DO PROPRIETÁRIO do
temporária OU perpétua. imóvel serviente, entre outras
§ 1º O prazo mínimo da servidão obrigações estipuladas no contrato:
ambiental temporária é de 15 ANOS. I - manter a área sob servidão
ambiental;
II - prestar contas ao detentor da § 3º (Revogado).
servidão ambiental sobre as condições § 4º (Revogado).
dos recursos naturais ou artificiais;
III - permitir a inspeção e a fiscalização
da área pelo detentor da servidão Art. 11. Compete ao IBAMA propor ao
ambiental; CONAMA normas e padrões para
implantação, acompanhamento e
IV - defender a posse da área serviente, fiscalização do licenciamento previsto
por todos os meios em direito no artigo anterior, além das que forem
admitidos. oriundas do próprio CONAMA.
§ 3º São DEVERES DO DETENTOR da § 1º (Revogado pela Lei Complementar
servidão ambiental, entre outras nº 140, de 2011)
obrigações estipuladas no contrato:
§ 2º Inclui-se na competência da
I - documentar as características fiscalização e controle a análise de
ambientais da propriedade; projetos de entidades, públicas ou
II - monitorar periodicamente a privadas, objetivando a preservação ou
propriedade para verificar se a servidão a recuperação de recursos ambientais,
ambiental está sendo mantida; afetados por processos de exploração
III - prestar informações necessárias a predatórios ou poluidores.
quaisquer interessados na aquisição ou
aos sucessores da propriedade; Art. 12. As entidades e órgãos de
IV - manter relatórios e arquivos financiamento e incentivos 37
atualizados com as atividades da área governamentais CONDICIONARÃO a
objeto da servidão; aprovação de projetos habilitados a
V - defender judicialmente a servidão esses benefícios AO LICENCIAMENTO,
ambiental. na forma desta Lei, E AO
CUMPRIMENTO das normas, dos
critérios e dos padrões expedidos pelo
Art. 10. A construção, instalação, CONAMA.
ampliação e funcionamento de Parágrafo único. As entidades e órgãos
estabelecimentos e atividades referidos no caput deste artigo deverão
utilizadores de recursos ambientais, fazer constar dos projetos a realização
efetiva ou potencialmente poluidores de obras e aquisição de equipamentos
ou capazes, sob qualquer forma, de destinados ao controle de degradação
causar degradação ambiental ambiental e a melhoria da qualidade do
DEPENDERÃO de PRÉVIO meio ambiente.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL.
§ 1º Os pedidos de licenciamento, sua
renovação e a respectiva concessão Art. 13. O PODER EXECUTIVO
serão publicados no jornal oficial, bem incentivará as atividades voltadas ao
como em periódico regional ou local de meio ambiente, visando:
grande circulação, ou em meio I - ao desenvolvimento, no País, de
eletrônico de comunicação mantido pesquisas e processos tecnológicos
pelo órgão ambiental competente. destinados a reduzir a degradação da
§ 2º (Revogado). qualidade ambiental;
II - à fabricação de equipamentos aplicada pelo Estado, Distrito Federal,
antipoluidores; Territórios ou pelos Municípios;
III - a outras iniciativas que propiciem a II - à perda ou restrição de incentivos e
racionalização do uso de recursos benefícios fiscais concedidos pelo Poder
ambientais. Público;
Parágrafo único. Os órgãos, entidades e III - à perda ou suspensão de
programas do Poder Público, destinados participação em linhas de
ao incentivo das pesquisas científicas e financiamento em estabelecimentos
tecnológicas, considerarão, entre as oficiais de crédito;
suas metas prioritárias, o apoio aos IV - à suspensão de sua atividade.
projetos que visem a adquirir e
desenvolver conhecimentos básicos e § 1º Sem obstar a aplicação das
aplicáveis na área ambiental e penalidades previstas neste artigo, é o
ecológica. poluidor obrigado,
INDEPENDENTEMENTE DA EXISTÊNCIA
DE CULPA, a indenizar ou reparar os
A RESPONSABILIDADE OBJETIVA (para danos causados ao meio ambiente e a
que haja a obrigação de indenizar é terceiros, afetados por sua atividade. O
suficiente a comprovação do dano e do Ministério Público da União e dos
nexo causal) aplicada ao direito Estados terá LEGITIMIDADE para
ambiental é a responsabilidade civil propor ação de responsabilidade civil e
objetiva calcada na TEORIA DO RISCO criminal, por danos causados ao meio
INTEGRAL. Segundo esta teoria, o dever ambiente. 38
de indenizar se faz presente somente § 2º No caso de omissão da autoridade
em face do dano, ainda que nos casos de estadual ou municipal, caberá ao
culpa exclusiva da vítima, fato de Secretário do Meio Ambiente a
terceiro, caso fortuito ou de força maior. aplicação das penalidades pecuniárias
A responsabilidade civil ambiental é prevista neste artigo.
SOLIDÁRIA.
§ 3º Nos casos previstos nos incisos II e
III deste artigo, o ATO DECLARATÓRIO
Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades da perda, restrição ou suspensão será
definidas pela legislação federal, atribuição da autoridade administrativa
estadual e municipal, o não ou financeira que concedeu os
cumprimento das medidas necessárias benefícios, incentivos ou financiamento,
à preservação ou correção dos cumprimento resolução do CONAMA.
inconvenientes e danos causados pela § 4º (Revogado pela Lei nº 9.966, de
degradação da qualidade ambiental 2000)
sujeitará os transgressores:
§ 5º A execução das garantias exigidas
I - à multa simples ou diária, nos valores do poluidor NÃO IMPEDE a aplicação
correspondentes, NO MÍNIMO, A 10 E, das obrigações de indenização e
NO MÁXIMO, A 1.000 Obrigações reparação de danos previstas no § 1º
Reajustáveis do Tesouro Nacional - deste artigo.
ORTNs, agravada em casos de
reincidência específica, conforme
dispuser o regulamento, vedada a sua Art. 15. O poluidor que expuser a perigo
cobrança pela União se já tiver sido a incolumidade humana, animal ou
vegetal, ou estiver tornando mais grave dedicam A ATIVIDADES potencialmente
situação de perigo existente, fica sujeito poluidoras e/ou à extração, produção,
à pena de reclusão de 1 A 3 ANOS e transporte e comercialização de
multa de 100 A 1.000 MVR. produtos potencialmente perigosos ao
§ 1º A pena e aumentada até o DOBRO meio ambiente, assim como de
se: produtos e subprodutos da fauna e
flora.
I - resultar:
a) dano irreversível à fauna, à flora e ao
meio ambiente; Art. 17-A. São estabelecidos os preços
dos serviços e produtos do Instituto
b) lesão corporal grave; Brasileiro do Meio Ambiente e dos
II - a poluição é decorrente de atividade Recursos Naturais Renováveis - Ibama, a
industrial ou de transporte; serem aplicados em âmbito nacional,
III - o crime é praticado durante a noite, conforme Anexo a esta Lei.
em domingo ou em feriado.
§ 2º Incorre no MESMO CRIME a Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de
autoridade competente que deixar de Controle e Fiscalização Ambiental –
promover as medidas tendentes a TCFA, cujo FATO GERADOR é o exercício
impedir a prática das condutas acima regular do poder de polícia conferido ao
descritas. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis –

Art. 16 - (Revogado pela Lei nº 7.804, de


Ibama para controle e fiscalização das 39
atividades potencialmente poluidoras e
1989) utilizadoras de recursos naturais
§ 1º Revogado.
Art. 17. Fica instituído, sob a § 2º Revogado.
administração do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA: Art. 17-C. É SUJEITO PASSIVO da TCFA
I - Cadastro Técnico Federal de todo aquele que exerça as atividades
Atividades e Instrumentos de Defesa constantes do Anexo VIII desta Lei.
Ambiental, para registro obrigatório de § 1º O sujeito passivo da TCFA é
pessoas físicas ou jurídicas que se obrigado a entregar até o dia 31 de
dedicam a CONSULTORIA TÉCNICA março de cada ano relatório das
sobre problemas ecológicos e atividades exercidas no ano anterior,
ambientais e à indústria e comércio de cujo modelo será definido pelo Ibama,
equipamentos, aparelhos e para o fim de colaborar com os
instrumentos destinados ao controle de procedimentos de controle e
atividades efetiva ou potencialmente fiscalização.
poluidoras; § 2º O descumprimento da providência
II - Cadastro Técnico Federal de determinada no § 1º sujeita o infrator a
Atividades Potencialmente Poluidoras multa equivalente a 20% DA TCFA
ou Utilizadoras de Recursos devida, sem prejuízo da exigência desta.
Ambientais, para registro obrigatório de § 3º Revogado.
pessoas físicas ou jurídicas que se
Art. 17-D. A TCFA é devida por Art. 17-G. A TCFA será devida no
estabelecimento e os seus valores são ÚLTIMO DIA ÚTIL DE CADA TRIMESTRE
os fixados no Anexo IX desta Lei. do ano civil, nos valores fixados no
§ 1º Para os fins desta Lei, consideram- Anexo IX desta Lei, e o recolhimento
se: será efetuado em conta bancária
vinculada ao Ibama, por intermédio de
I – microempresa e empresa de documento próprio de arrecadação, até
pequeno porte, as pessoas jurídicas que o 5º DIA ÚTIL DO MÊS SUBSEQÜENTE.
se enquadrem, respectivamente, nas
descrições dos incisos I e II do caput do Parágrafo único. Revogado.
art. 2º da Lei no 9.841, de 5 de outubro § 2º Os recursos arrecadados com a
de 1999; TCFA terão utilização restrita em
II – empresa de médio porte, a pessoa atividades de controle e fiscalização
jurídica que tiver receita bruta anual ambiental.
SUPERIOR A R$ 1.200.000,00 (um
milhão e duzentos mil reais) e IGUAL OU Art. 17-H. A TCFA não recolhida nos
INFERIOR A R$ 12.000.000,00 (doze prazos e nas condições estabelecidas no
milhões de reais); artigo anterior será cobrada com os
III – empresa de grande porte, a pessoa seguintes ACRÉSCIMOS:
jurídica que tiver receita bruta anual I – juros de mora, na via administrativa
SUPERIOR A R$ 12.000.000,00 (doze
milhões de reais).
ou judicial, contados do mês seguinte ao
do vencimento, à razão de 1%;
40
§ 2º O potencial de poluição (PP) e o II – multa de mora de 20%, reduzida a
grau de utilização (GU) de recursos 10% se o pagamento for efetuado até o
naturais de cada uma das atividades último dia útil do mês subseqüente ao
sujeitas à fiscalização encontram-se do vencimento;
definidos no Anexo VIII desta Lei.
III – encargo de 20%, substitutivo da
§ 3º Caso o estabelecimento exerça condenação do devedor em honorários
mais de uma atividade sujeita à de advogado, calculado sobre o total do
fiscalização, pagará a taxa débito inscrito como Dívida Ativa,
relativamente a apenas uma delas, pelo reduzido para 10% se o pagamento for
valor mais elevado. efetuado antes do ajuizamento da
execução.
Art. 17-E. É o Ibama autorizado a § 1º-A. Os juros de mora NÃO INCIDEM
CANCELAR DÉBITOS de valores sobre o valor da multa de mora.
INFERIORES A R$ 40,00 (quarenta reais), § 1º Os débitos relativos à TCFA poderão
existentes até 31 de dezembro de 1999. ser PARCELADOS de acordo com os
critérios fixados na legislação tributária,
Art. 17-F. SÃO ISENTAS DO pagamento conforme dispuser o regulamento desta
da TCFA as entidades públicas federais, Lei.
distritais, estaduais e municipais, as
entidades filantrópicas, aqueles que Art. 17-I. As pessoas físicas e jurídicas
praticam agricultura de subsistência e que exerçam as atividades mencionadas
as populações tradicionais.
nos incisos I e II do art. 17 e que não para venda de produtos da flora, serão,
estiverem inscritas nos respectivos também, definidos em PORTARIA do
cadastros até o último dia útil do Ministro de Estado do Meio Ambiente,
terceiro mês que se seguir ao da mediante proposta do Presidente
publicação desta Lei incorrerão em daquele Instituto.
infração punível com MULTA DE:
I – R$ 50,00 (cinqüenta reais), se pessoa Art. 17-O. Os proprietários rurais que se
física; beneficiarem com redução do valor do
II – R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais), Imposto sobre a Propriedade Territorial
se microempresa; Rural – ITR, com base em Ato
III – R$ 900,00 (novecentos reais), se Declaratório Ambiental - ADA, deverão
empresa de pequeno porte; recolher ao Ibama a importância
prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei
IV – R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais), nº 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a
se empresa de médio porte; título de Taxa de Vistoria.
V – R$ 9.000,00 (nove mil reais), se § 1º-A. A Taxa de Vistoria a que se
empresa de grande porte. refere o caput deste artigo não poderá
Parágrafo único. Revogado. exceder a 10% do valor da redução do
imposto proporcionada pelo ADA.

Art. 17-J. (Revogado pela Lei nº 10.165, § 1º A utilização do ADA para efeito de
de 2000) redução do valor a pagar do ITR É
OBRIGATÓRIA. 41
§ 2º O pagamento de que trata o caput
Art. 17-L. As ações de licenciamento, deste artigo poderá ser efetivado em
registro, autorizações, concessões e cota única ou em parcelas, nos mesmos
permissões relacionadas à fauna, à flora, moldes escolhidos pelo contribuinte
e ao controle ambiental são de para o pagamento do ITR, em
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA dos órgãos documento próprio de arrecadação do
integrantes do Sistema Nacional do Ibama.
Meio Ambiente.
§ 3º Para efeito de pagamento
parcelado, NENHUMA parcela poderá
Art. 17-M. Os preços dos serviços ser INFERIOR A R$ 50,00 (cinquenta
administrativos prestados pelo Ibama, reais).
inclusive os referentes à venda de § 4º O inadimplemento de qualquer
impressos e publicações, assim como os parcela ensejará a cobrança de juros e
de entrada, permanência e utilização de multa nos termos dos incisos I e II do
áreas ou instalações nas unidades de caput e §§ 1º-A e 1º, todos do art. 17-H
conservação, serão definidos em desta Lei.
PORTARIA do Ministro de Estado do
Meio Ambiente, mediante proposta do § 5º Após a vistoria, realizada por
Presidente daquele Instituto. amostragem, caso os dados constantes
do ADA não coincidam com os
efetivamente levantados pelos técnicos
Art. 17-N. Os preços dos serviços do Ibama, estes lavrarão, de ofício, novo
técnicos do Laboratório de Produtos ADA, contendo os dados reais, o qual
Florestais do Ibama, assim como os será encaminhado à Secretaria da
Receita Federal, para as providências proveniente da aplicação desta Lei será
cabíveis. recolhida de acordo com o disposto no
art. 4º da Lei nº 7.735, de 22 de
fevereiro de 1989.
Art. 17-P. Constitui CRÉDITO PARA
COMPENSAÇÃO com o valor devido a
título de TCFA, ATÉ O LIMITE DE 60% e Art. 20. Esta Lei entrará em vigor na data
relativamente ao mesmo ano, o de sua publicação.
montante efetivamente pago pelo
estabelecimento ao Estado, ao
Município e ao Distrito Federal em razão Art. 21. Revogam-se as disposições em
de taxa de fiscalização ambiental. contrário.

§ 1º Valores recolhidos ao Estado, ao


Município e ao Distrital Federal a 4.2. Artigos exigidos em provas de
qualquer outro título, tais como taxas magistratura
ou preços públicos de licenciamento e
venda de produtos, NÃO CONSTITUEM
CRÉDITO para compensação com a Provas objetivas de Magistratura
TCFA. Estadual em que os artigos
§ 2º A restituição, administrativa ou estudados foram exigidos (a partir de
judicial, qualquer que seja a causa que a 2010)
determine, da taxa de fiscalização
Lei nº 6.938/81
ambiental estadual ou distrital 42
compensada com a TCFA restaura o TJ-PR, 2018 (CEBRASPE)
direito de crédito do Ibama contra o
TJ-PR, 2016 (CEBRASPE)
estabelecimento, relativamente ao Art. 2º
valor compensado. TJ-CE, 2014 (FCC)
TJ-PR, 2011 (PUC-PR)
Art. 17-Q. É o Ibama autorizado a TJ-PR, 2011 (PUC-PR)
celebrar convênios com os Estados, os
Art. 3º TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)
Municípios e o Distrito Federal para
desempenharem atividades de TJ-ES, 2011 (CEBRASPE)
fiscalização ambiental, podendo
repassar-lhes parcela da receita obtida TJ-RR, 2015 (FCC)
com a TCFA. Art. 4º TJ-AL, 2015 (FCC)
TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)
Art. 18. (Revogado pela Lei nº 9.985, de TJ-PA, 2019 (CEBRASPE)
2000)
TJ-SC, 2015 (FCC)
TJ-PR, 2014 (PUC-PR)
Art 19 - (VETADO). Art. 6º
TJ-PR, 2011 (PUC-PR)
TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)
Art. 19. Ressalvado o disposto nas Leis
nºs 5.357, de 17 de novembro de 1967, TJ-PE, 2010 (FCC)
e 7.661, de 16 de maio de 1988, a receita
TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)
Art. 8º
TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)

TJ-MG, 2022 (FGV)


TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)
Art. 9º TJ-PR, 2014 (PUC-PR)
TJ-MA, 2012 (CEBRASPE)
TJ-ES, 2011 (CEBRASPE)

TJ-MA, 2022 (CEBRASPE)


Art. 10 TJ-CE, 2018 (CEBRASPE)
TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)

TJ-AP, 2022 (FGV)


TJ-AL, 2019 (FCC)
Art. 14 TJ-SP, 2018 (VUNESP)
TJ-CE, 2014 (FCC)
TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)

Art. 17
TJ-MA, 2022 (CEBRASPE)
TJ-BA, 2018 (CEBRASPE)
43
TJ-PI, 2011 (CEBRASPE)
5. DIREITO TRIBUTÁRIO entes federativos, mas não cria o
5.1. CF - art. 145 a 152 imposto. Quem deve criar o respectivo
imposto é o ente federado competente
constitucionalmente para tanto.
TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO Competência tributária: não admite
CAPÍTULO I outorga.
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Capacidade tributária: admite
SEÇÃO I transferência das funções de arrecadar,
fiscalizar e executar atos, além das
DOS PRINCÍPIOS GERAIS prerrogativas processuais.

A CF apenas atribui a competência para


instituição dos impostos de todos os

ORDINÁRIA EXTRAORDINÁRIA RESIDUAL

II, Novos Impostos


IE, Requisitos:
IR, a) LC;
União IPI, Impostos extraordinários de b) novos “Fatos Geradores” e 44
ITR, guerra. “Bases de Cálculo”;

IOF, c) não-cumulatividade.

IGF.

Estados ITCMD,
e ICMS,
DF IPVA.

Municípios IPTU,
e ITBI,
DF ISS.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito prestados ao contribuinte OU postos a


Federal e os Municípios poderão sua disposição;
INSTITUIR os seguintes TRIBUTOS:
I - impostos; Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada
II - taxas, em razão do exercício do exclusivamente em razão dos serviços
poder de polícia OU pela utilização, públicos de coleta, remoção e
efetiva OU potencial, de serviços tratamento ou destinação de lixo ou
públicos específicos E divisíveis, resíduos provenientes de imóveis, não
viola o artigo 145, II, da Constituição poderá ser observado na criação das
Federal. taxas.

III - contribuição de melhoria, Com o fito de ajudar a aplicação do


decorrente de obras públicas. princípio da capacidade contributiva
nos tributos de natureza real, tem-se
dois princípios conexos a ele:
ATENÇÃO! Alguns doutrinadores
entendem que a CF/88 (e o CTN, em seu a) Princípio da progressividade: este se
art. 5º) adotou a teoria da tripartição contrapõe a proporcionalidade; à
das espécies tributárias, ao estabelecer, medida que a base de cálculo aumenta
no seu art. 145, que a União, os Estados, a alíquota aumenta; por exemplo: IR e
o Distrito Federal e os Municípios IPTU.
podem instituir impostos, taxas e b) Princípio da seletividade: aqui, há a
contribuições de melhoria. Na diferenciação nas alíquotas; em regra,
realidade, tal dispositivo não se as dos produtos mais consumidos pela
restringe a tais espécies tributárias, mas população mais pobre são menores do
apenas agrupa aquelas cuja que dos produtos consumidos pelas
competência para criação é atribuída pessoas mais ricas; por exemplo: feijão
simultaneamente aos três entes tem alíquota menor; caviar tem alíquota
políticos. Trata-se de norma atributiva maior.
de competência e não de norma que
objetive listar exaustivamente as
§ 2º As taxas NÃO poderão ter base de
45
espécies de tributo existentes no
ordenamento jurídico brasileiro. O STF cálculo própria de impostos.
tem adotado a teoria da pentapartição,
incluindo entre as espécies de tributos Súmula 595 do STF: É inconstitucional a
os empréstimos compulsórios e taxa municipal de conservação de
contribuições especiais. estradas de rodagem cuja base de
cálculo seja idêntica à do imposto
Princípio da Capacidade Contributiva: territorial rural.

§ 1º SEMPRE QUE POSSÍVEL, os


impostos terão caráter pessoal e serão Súmula vinculante 29: É constitucional
graduados segundo a capacidade a adoção, no cálculo do valor de taxa, de
econômica do contribuinte, facultado à um ou mais elementos da base de
administração tributária, especialmente cálculo própria de determinado
para conferir efetividade a esses imposto, desde que não haja integral
objetivos, identificar, respeitados os identidade entre uma base e outra.
direitos individuais e nos termos da lei,
o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte. NÃO SE APLICA o princípio da não
afetação das receitas às taxas, pois a
vedação do art. 167, IV, CF, apenas se
Embora o § 1º do art. 145 da CF apenas refere aos impostos.
confira esse princípio aos impostos, o
STF entende que, sempre que possível,
Art. 146. Cabe à LEI COMPLEMENTAR:
I - dispor sobre conflitos de §§ 12 e 13, e da contribuição a que se
competência, em matéria tributária, refere o art. 239.
entre a União, os Estados, o Distrito Parágrafo único. A lei complementar de
Federal e os Municípios; que trata o inciso III, d, também poderá
II - regular as limitações constitucionais instituir um REGIME ÚNICO DE
ao poder de tributar; ARRECADAÇÃO dos impostos e
III - estabelecer normas gerais em contribuições da União, dos Estados, do
matéria de legislação tributária, Distrito Federal e dos Municípios,
especialmente sobre: observado que:

a) definição de TRIBUTOS e de suas I - será opcional para o contribuinte;


espécies, bem como, em relação aos II - poderão ser estabelecidas condições
IMPOSTOS discriminados nesta de enquadramento diferenciadas por
Constituição, a dos respectivos fatos Estado;
geradores, bases de cálculo e III - o recolhimento será unificado e
contribuintes; centralizado e a distribuição da parcela
de recursos pertencentes aos
ATENÇÃO!! A fixação da alíquota não respectivos entes federados será
está reservada à lei complementar, mas imediata, VEDADA qualquer retenção
sim à lei ordinária. ou condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a
cobrança poderão ser compartilhadas
LC de caráter nacional deve definir: pelos entes federados, adotado 46
FATO GERADOR, BASE DE CÁLCULO e cadastro nacional único de
CONTRIBUINTES dos impostos. O STF contribuintes.
(RE 191.703-AgR/SP) entende que caso
a União assim não o faça, os Estados
podem exercer a competência Art. 146-A. LEI COMPLEMENTAR poderá
legislativa plena (art. 24, § 3º, CF) estabelecer critérios especiais de
porque essas definições a serem dadas tributação, com o objetivo de prevenir
pela Lc de caráter nacional são de desequilíbrios da concorrência, sem
natureza de normas gerais. prejuízo da competência de a União, por
lei, estabelecer normas de igual
objetivo.
b) obrigação, lançamento, crédito,
prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao Art. 147. Competem à União, em
ato cooperativo praticado pelas Território Federal, os impostos
sociedades cooperativas. estaduais e, se o Território não for
dividido em Municípios,
d) definição de tratamento cumulativamente, os impostos
diferenciado e favorecido para as municipais; ao Distrito Federal cabem
microempresas e para as empresas de os impostos municipais.
pequeno porte, inclusive regimes
especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das O DF tem natureza mista, poderá
contribuições previstas no art. 195, I e instituir impostos estaduais e
municipais, uma vez que a CF veda sua
divisão em municípios, portanto, anterioridade (ordinária e
acumula os impostos de ambos. nonagesimal).

Art. 148. A União, mediante LEI Art. 149. Compete EXCLUSIVAMENTE À


COMPLEMENTAR, poderá instituir UNIÃO instituir contribuições sociais,
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS:
de intervenção no domínio econômico
I - para atender a despesas e de interesse das categorias
extraordinárias, decorrentes de profissionais ou econômicas, como
calamidade pública, de guerra externa instrumento de sua atuação nas
ou sua iminência; respectivas áreas, observado o disposto
II - no caso de investimento público de nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
caráter urgente e de relevante interesse prejuízo do previsto no art. 195, § 6º,
nacional, observado o disposto no art. relativamente às contribuições a que
150, III, "b". alude o dispositivo.
Parágrafo único. A aplicação dos § 1º A União, os Estados, o Distrito
recursos provenientes de empréstimo Federal e os Municípios instituirão, por
compulsório será vinculada à despesa meio de LEI, contribuições para custeio
que fundamentou sua instituição. de regime próprio de previdência
social, cobradas dos servidores ativos,
dos aposentados e dos pensionistas,
Empréstimo compulsório é o ÚNICO que poderão ter alíquotas progressivas
tributo restituível, com competência de acordo com o valor da base de 47
exclusiva da União. contribuição ou dos proventos de
aposentadoria e de pensões.
§ 1º-A. Quando houver DEFICIT
Empréstimos Impostos ATUARIAL, a contribuição ordinária dos
compulsórios extraordinários aposentados e pensionistas poderá
- instituídos por - instituídos por incidir sobre o valor dos proventos de
LC; LO; aposentadoria e de pensões que supere
o salário-mínimo.
- tributo de - tributo de
arrecadação arrecadação não § 1º-B. Demonstrada a insuficiência da
vinculada; vinculada; medida prevista no § 1º-A para
equacionar o deficit atuarial, é facultada
- tributo - tributo não a instituição de contribuição
restituível restituível. extraordinária, no âmbito da União, dos
(único). servidores públicos ativos, dos
aposentados e dos pensionistas.
Ambos:
§ 1º-C. A contribuição extraordinária de
- competência da União;
que trata o § 1º-B deverá ser instituída
- característica de temporariedade; SIMULTANEAMENTE com outras
- Empréstimo compulsório de guerra medidas para equacionamento do
e de calamidade (art. 148, I, CF) e deficit e vigorará por período
impostos extraordinários são determinado, contado da data de sua
exceções ao princípio da instituição.
§ 2º As CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS E DE
INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO
ECONÔMICO de que trata o caput deste que limita o poder
propriamente dito, dizendo
artigo:
até que ponto vai a
I - NÃO incidirão sobre as receitas competência; delimita, em
decorrentes de exportação; Limite verdade, o que pode ser
Positivo objeto da relação jurídico-
II - INCIDIRÃO também sobre a
tributária; pode-se assim
importação de produtos estrangeiros dizer que o limite positivo
ou serviços; define a competência
III - PODERÃO ter alíquotas: tributária.
a) AD VALOREM, tendo por base o é delimitado por exclusão
faturamento, a receita bruta ou o valor ao limite positivo ou por
da operação e, no caso de importação, o negação da competência
valor aduaneiro; pela norma; assim, o que a
norma constitucional exclui
b) ESPECÍFICA, tendo por base a unidade da incidência tributária
de medida adotada. Limite
positiva ou, ainda, na
Negativo
§ 3º A pessoa natural destinatária das situação de a norma
operações de importação PODERÁ ser constitucional,
equiparada a pessoa jurídica, na forma expressamente, excluir
da lei. alguma hipótese, encontra-
se o limite negativo, ou seja,
§ 4º A LEI definirá as hipóteses em que o que não é competência. 48
as contribuições incidirão uma única
vez. independe do limite do
conteúdo da norma. Não
importa o que a norma
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito dispõe ou impõe, o que se
Federal poderão instituir contribuição, observa é o seu aspecto
na forma das respectivas leis, para o Limite formal. Por exemplo:
Formal Princípio da irretroatividade
custeio do serviço de iluminação
tributária; independe qual é
pública, observado o disposto no art.
o conteúdo da norma, o que
150, I e III. se observará é a sua não
Parágrafo único. É facultada a cobrança aplicação a fatos geradores
da contribuição a que se refere o caput, anteriores.
na fatura de consumo de energia
é relacionado ao conteúdo
elétrica. da norma. Há um limite
quanto à substância
Limite normativa. Por exemplo:
Súmula Vinculante 41: O serviço de
Material Princípio do não-confisco; o
iluminação pública não pode ser que se observará é se o
remunerado mediante taxa. conteúdo normativo está
confiscando ou não o bem.
SEÇÃO II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE Art. 150. Sem prejuízo de outras
TRIBUTAR garantias asseguradas ao contribuinte, É
VEDADO à União, aos Estados, ao I - em qualquer caso, quando seja
Distrito Federal e aos Municípios: expressamente interpretativa, excluída
a aplicação de penalidade à infração dos
dispositivos interpretados;
Princípio da Legalidade:
II - tratando-se de ato não
I - exigir ou aumentar TRIBUTO sem lei definitivamente julgado:
que o estabeleça;
a) quando deixe de defini-lo como
infração;
Súmula 160 do STJ: É defeso, ao b) quando deixe de tratá-lo como
município, atualizar o IPTU, mediante contrário a qualquer exigência de ação
decreto, em percentual superior ao ou omissão, desde que não tenha sido
índice oficial de correção monetária. fraudulento e não tenha implicado em
falta de pagamento do tributo;
A atualização monetária da base de c) quando lhe comine penalidade menos
cálculo do tributo e a fixação de prazo severa que a prevista na lei vigente ao
para recolhimento do tributo não tempo de sua prática.
necessitam de lei para tanto (RE
172394; RE 195218).
Lei interpretativa – qualquer caso;
apenas não se aplica a penalidade à
Princípio da Isonomia: infração dos dispositivos interpretados;
II - instituir tratamento desigual entre Retroatividade benigna – só se aplica à 49
contribuintes que se encontrem em penalidade tributária, desde que não
situação equivalente, proibida qualquer tenha sido definitivamente julgado.
distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação Princípio da Anterioridade Ordinária ou
jurídica dos rendimentos, títulos ou do Exercício Financeiro:
direitos; b) no mesmo exercício financeiro em
que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou;
Princípio da Não-Surpresa:
III - cobrar TRIBUTOS:
Súmula Vinculante 50: Norma legal que
altera o prazo de recolhimento de
Princípio da Irretroatividade: obrigação tributária não se sujeita ao
a) em relação a fatos geradores princípio da anterioridade.
ocorridos ANTES do início da vigência
da lei que os houver instituído ou Princípio da Anterioridade
aumentado; Nonagesimal ou Noventena:
c) antes de decorridos 90 DIAS da data
Exceções à Irretroatividade: em que haja sido publicada a lei que os
CTN - Art. 106. A lei aplica-se a ato ou instituiu ou aumentou, observado o
fato pretérito: disposto na alínea b;
Exceções aos princípios da legalidade e
da anterioridade

ANTERIORIDADE ANTERIORIDADE
LEGALIDADE
ORDINÁRIA NONAGESIMAL

II II II

IE IE IE

IPI IPI IR

IOF IOF IOF

Imposto Extraordinário de Imposto Extraordinário de


Guerra Guerra

Empréstimo Compulsório de Empréstimo Compulsório de


Guerra ou de Calamidade Guerra ou de Calamidade

CIDE-Combustível CIDE-Combustível IPTU (alteração da BC)

ICMS-Monofásico ICMS-Monofásico IPVA (alteração da BC)

Contribuições para
50
Seguridade Social

sempre que o efeito cumulativo –


STF: “Aplica-se o princípio da resultante de múltiplas incidências
anterioridade tributária, geral e tributárias estabelecidas pela mesma
nonagesimal, nas hipóteses de redução entidade estatal – afetar,
ou de supressão de benefícios ou de substancialmente, de maneira
incentivos fiscais, haja vista que tais irrazoável, o patrimônio e/ou os
situações configuram majoração rendimentos do contribuinte.”. (ADC-
indireta de tributos”. (STF. Plenário. RE mc 8/DF, j. 13.10.1999, Pleno STF)
564225 AgR-EDv-AgR, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em O confisco também pode ser observado
20/11/19). nas TAXAS, comparando-se o custo da
atividade com o valor cobrado. Se
Princípio do Não-Confisco: houver uma onerosidade excessiva
entre esses fatores, configurar-se-á o
IV - utilizar TRIBUTO com efeito de confisco (STF – ADI-MC 2551/MG,
confisco; Pleno, j. 02.04.2003).

“Resulta configurado o caráter Pode-se vislumbrar efeito confiscatório


confiscatório de determinado tributo, na MULTA tributária, esbarrando no
art. 150, IV, da CF. O STF já assim modo, se encontra dentro do âmbito do
considerou para o caso de multa exercício da competência, enquanto a
equivalente a 2X o montante do tributo imunidade define a competência. Outra
não pago e de 5X o montante do tributo diferença entre a imunidade e a isenção
sonegado (ADI 551). é que a primeira é constitucional e a
segunda é legal (infraconstitucional).

Para que a MULTA MORATÓRIA cumpra


sua função de desencorajar a elisão é uma imunidade
fiscal, de um lado não pode ser pífia, concedida em razão da
mas, de outro, não pode ter um importe pessoa (jurídica). Por
Imunidade
que lhe confira característica exemplo: Imunidade
Subjetiva
confiscatória, inviabilizando inclusive o entre a União, Estados,
recolhimento de futuros tributos. O DF e Municípios –
acórdão recorrido encontra amparo na imunidade recíproca.
jurisprudência desta Suprema Corte,
se configura por recair
segundo a qual não é confiscatória a sobre o objeto (coisa
multa moratória no importe de 20% protegida). Por exemplo:
(vinte por cento) (STF - RE 582461 / SP, Livros, jornais, periódicos
Rel. Min. GILMAR MENDES, j. e o papel destinado à sua
18/05/2011 – repercussão geral). impressão. Pode, ainda,
Imunidade
ser em razão da situação
Objetiva
objetiva, ou seja, em face
O valor da obrigação principal deve da situação da coisa 51
funcionar como limitador da norma protegida. Por exemplo:
sancionatória, de modo que a Exportação – exportar
abusividade se revela nas MULTAS uma caneta para um
arbitradas acima do montante de 100%. amigo no exterior.
(AI 838302 AgR, Relator(a): Min. há imunidade em razão
ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, da pessoa e do objeto.
julgado em 25/02/2014) Por exemplo: imunidade
do ITR sobre pequenas
glebas rurais, assim
Princípio da Liberdade de Tráfego: Imunidade
definidas em lei, (aspecto
Mista
V - estabelecer limitações ao tráfego de objetivo); quando as
pessoas ou bens, por meio de tributos explore o proprietário
interestaduais ou intermunicipais, que não possua outro
imóvel (aspecto
RESSALVADA a cobrança de pedágio
subjetivo).
pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público;

CLASSIFICAÇÕES DE ISENÇÕES
Imunidade x Isenção Tributária: A
imunidade difere da isenção, pois a Quanto à i) absoluta ou geral:
primeira se atém à competência forma de concedida por lei;
tributária, enquanto a segunda se concessão ii) solene ou individual:
consubstancia na dispensa legal do prevista em lei e
pagamento do tributo. A isenção, desse concedida por
despacho da
autoridade;
Imunidade Recíproca:
Quanto à i) onerosa ou a) patrimônio, renda ou serviços, UNS
natureza condicionada: com DOS OUTROS;
ônus para o
beneficiário;
ii) gratuita ou A imunidade recíproca constitui cláusula
incondicionada: sem pétrea (ADI 939).
ônus;

Quanto à i) técnica: o Imunidade de Templos de Qualquer


capacidade beneficiário não possui Culto:
contributiva capacidade
contributiva; busca b) templos de qualquer culto;
trazer isonomia;
ii) política: há Imunidade dos Partidos Políticos de
capacidade Entidades Sindicais dos Trabalhadores
contributiva, mas é e Instituições de Educação e/ou
concedida por política
Assistência Social Sem Fins Lucrativos:
fiscal;
c) patrimônio, renda ou serviços dos
Quanto à i) ampla: todo o partidos políticos, inclusive suas
abrangência território do ente; fundações, das entidades sindicais dos
ii) restrita: parte do
território;
trabalhadores, das instituições de 52
educação e de assistência social, sem
iii) setorial: apenas a fins lucrativos, atendidos os requisitos
alguns segmentos da lei;
econômicos;

Quanto aos i) objetiva: em função Súmula vinculante 52: Ainda quando


elementos do fato gerador do alugado a terceiros, permanece imune
objeto; ao IPTU o imóvel pertencente a
ii) subjetiva: em função qualquer das entidades referidas pelo
do sujeito passivo; art. 150, VI, "c", da Constituição, desde
iii) mista: em função do que o valor dos aluguéis seja aplicado
objeto e do sujeito. nas atividades para as quais tais
entidades foram constituídas.
Quanto à i) revogável:
revogação da ii) irrevogável;
isenção Súmula 730 do STF: A imunidade
tributária conferida a instituições de
assistência social sem fins lucrativos
VI - instituir IMPOSTOS sobre: pelo art. 150, VI, "c", da Constituição,
A imunidade do art. 150, VI, CF apenas somente alcança as entidades fechadas
se aplica aos IMPOSTOS, conforme de previdência social privada se não
entendimento do STF. Assim, fica houver contribuição dos beneficiários.
EXCLUÍDA a extensão dessa imunidade
às taxas e às contribuições. Imunidade Cultural:
d) livros, jornais, periódicos e o papel obrigação de pagar imposto
destinado a sua impressão. relativamente ao bem imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso
Súmula 657 do STF: A imunidade VI, alíneas "b" e "c", compreendem
prevista no art. 150, VI, "d", da SOMENTE o patrimônio, a renda e os
Constituição Federal abrange os filmes e serviços, relacionados com as
papéis fotográficos necessários à finalidades essenciais das entidades
publicação de jornais e periódicos. nelas mencionadas.
§ 5º - A LEI determinará medidas para
que os consumidores sejam esclarecidos
Imunidade dos Fonogramas e acerca dos impostos que incidam sobre
Videofonogramas Musicais: mercadorias e serviços.
e) fonogramas e videofonogramas § 6º Qualquer subsídio ou isenção,
musicais produzidos no Brasil contendo redução de base de cálculo, concessão
obras musicais ou literomusicais de de crédito presumido, anistia ou
autores brasileiros e/ou obras em geral remissão, relativos a impostos, taxas ou
interpretadas por artistas brasileiros contribuições, só poderá ser concedido
bem como os suportes materiais ou mediante LEI ESPECÍFICA, federal,
arquivos digitais que os contenham, estadual ou municipal, que regule
SALVO na etapa de replicação industrial exclusivamente as matérias acima
de mídias ópticas de leitura a laser. enumeradas ou o correspondente
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se
aplica aos tributos previstos nos arts.
tributo ou contribuição, sem prejuízo do
disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.
53
148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a § 7º A LEI poderá atribuir a sujeito
vedação do inciso III, c, não se aplica aos passivo de obrigação tributária a
tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, condição de RESPONSÁVEL pelo
II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base pagamento de imposto ou contribuição,
de cálculo dos impostos previstos nos cujo fato gerador deva OCORRER
arts. 155, III, e 156, I. POSTERIORMENTE, assegurada a
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", É imediata e preferencial restituição da
EXTENSIVA às autarquias e às fundações quantia paga, caso não se realize o fato
instituídas e mantidas pelo Poder gerador presumido.
Público, no que se refere ao patrimônio,
à renda e aos serviços, VINCULADOS a
suas finalidades essenciais ou às delas STF: “É devida a restituição da
decorrentes. diferença do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) pago
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do a mais, no regime de substituição
parágrafo anterior NÃO SE APLICAM ao tributária para a frente, se a base de
patrimônio, à renda e aos serviços, cálculo efetiva da operação for inferior
relacionados com exploração de à presumida”. (STF. Plenário. ADI
atividades econômicas regidas pelas 2675/PE, Rel. Min. Ricardo
normas aplicáveis a empreendimentos Lewandowski e ADI 2777/SP, red. p/ o
privados, ou em que haja ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
contraprestação ou pagamento de em 19/10/16 (Info 844)). (STF. Plenário.
preços ou tarifas pelo usuário, NEM RE 593849/MG, Rel. Min. Edson Fachin,
EXONERA o promitente comprador da
julgado em. 19/10/16 (repercussão Princípio da Vedação a Isenções
geral) (Info 844)). Heterônomas (Heterotópicas):
III - instituir ISENÇÕES de tributos da
Art. 151. É VEDADO à União: competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios.

Princípio da Uniformidade Geográfica:


As isenções são formas de exclusão do
I - instituir tributo que não seja crédito tributário e só podem ser
uniforme em todo o território nacional concedidas POR LEI ESPECÍFICA (art.
ou que implique distinção ou 150, § 6º, CF).
preferência em relação a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a Exceções ao Princípio da Vedação a
concessão de incentivos fiscais Isenções Heterônomas:
destinados a promover o equilíbrio do - Isenção heterônoma do ISS na
desenvolvimento sócio-econômico exportação de serviços, conforme art.
entre as diferentes regiões do País; 156, § 3º, II, CF.
- Possibilidade de o tratado
Embora esse princípio da uniformidade internacional conceder isenções de
geográfica seja direcionado à União, tributos estaduais e municipais. Isso é
entende-se aplicável aos Estados, DF e possível porque o Presidente da
Municípios por simetria. República, ao celebrar tratados, age 54
como Chefe de Estado, em nome da
República Federativa do Brasil e não em
Princípio da Uniformidade da nome da União (ente político interno).
Tributação da Renda:
II - tributar a renda das obrigações da
dívida pública dos Estados, do Distrito Súmula 178 do STJ: O INSS não goza de
Federal e dos Municípios, bem como a isenção do pagamento de custas e
remuneração e os proventos dos emolumentos, nas ações acidentárias e
respectivos agentes públicos, em níveis de benefícios, propostas na Justiça
superiores aos que fixar para suas Estadual.
obrigações e para seus agentes;
Princípio da Não-Discriminação
Objetivo do Princípio da Uniformidade Baseada em Procedência ou Destino:
da Tributação da Renda: a) impedir que Art. 152. É VEDADO aos Estados, ao
a renda obtida por títulos da dívida dos Distrito Federal e aos Municípios
Estados, DF ou Municípios tenha estabelecer diferença tributária entre
tributação diversa da obtida com títulos bens e serviços, de qualquer natureza,
da União; b) inibir a captação dos em razão de sua procedência ou
servidores para a União, em decorrência destino.
de uma possível tributação mais branda
na renda desses servidores.
Esse dispositivo aplica-se
exclusivamente aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, protegendo o
pacto federativo. Apenas à União É TJ-SC, 2017 (FCC)
LÍCITO estipular tratamento tributário TJ-RO, 2010 (PUC-PR)
diferenciado entre os Estados da
federação para diminuir as TJ-AL, 2019 (FCC)
desigualdades socioeconômicas. Art. 149-A TJ-RR, 2015 (FCC)
TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)
5.2. Artigos exigidos em provas de
magistratura TJ-SP, 2021 (VUNESP)
TJ-GO, 2021 (FCC)
TJ-MS, 2020 (FCC)
Provas objetivas de Magistratura
Estadual em que os artigos TJ-RO, 2019 (VUNESP)
estudados foram exigidos (a partir de TJ-PA, 2019 (CEBRASPE)
2010)
TJ-MT, 2018 (VUNESP)
CF - art. 145 a 152 TJ-RJ, 2018 (VUNESP)

TJ-SP, 2021 (VUNESP) TJ-AM, 2015 (CEBRASPE)

TJ-MS, 2020 (FCC) TJ-RR, 2015 (FCC)


Art. 150
TJ-SC, 2019 (CEBRASPE) TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)

TJ-SP, 2018 (VUNESP) TJ-PA, 2014 (VUNESP)


Art. 145
TJ-RJ, 2018 (VUNESP) TJ-PR, 2014 (PUC-PR) 55
TJ-SC, 2017 (FCC) TJ-DFT, 2014 (CEBRASPE)

TJ-PA, 2011 (CEBRASPE) TJ-CE, 2014 (FCC)

TJ-RO, 2010 (PUC-PR) TJ-PR, 2013 (NC-UFPR)


TJ-BA, 2012 (CEBRASPE)
TJ-SP, 2021 (VUNESP)
TJ-PA, 2011 (CEBRASPE)
TJ-MS, 2020 (FCC)
TJ-PE, 2010 (FCC)
TJ-PA, 2019 (CEBRASPE)
TJ-SC, 2017 (FCC) TJ-MS, 2020 (FCC)
Art. 146 Art. 151 TJ-AC, 2019 (VUNESP)
TJ-DFT, 2014 (CEBRASPE)
TJ-PR, 2013 (NC-UFPR) TJ-PB, 2015 (CEBRASPE)

TJ-MA, 2012 (CEBRASPE)


TJ-BA, 2012 (CEBRASPE)

TJ-PA, 2019 (CEBRASPE)


Art. 148 TJ-AC, 2019 (VUNESP)
TJ-MT, 2018 (VUNESP)

TJ-MT, 2018 (VUNESP)


Art. 149
TJ-BA, 2018 (CEBRASPE)
6. DIREITO ELEITORAL 64/1990, art. 1º, com as alterações
6.1. CE - art. 1º a 41 dadas pela LC nº 135/2010: causas de
inelegibilidade.

CÓDIGO ELEITORAL – Lei 4.737/65


Art. 4º São eleitores os brasileiros
maiores de 18 anos que se alistarem na
PARTE PRIMEIRA forma da lei.
INTRODUÇÃO
CF/88, art. 14, § 1º, II, c: admissão do
Art. 1º Este Código contém normas alistamento facultativo aos maiores de
destinadas a assegurar a organização e 16 e menores de 18 anos; art. 14, § 1º, I
o exercício de direitos políticos e II: obrigatoriedade/facultatividade do
precipuamente os de votar e ser votado. alistamento e voto.

Parágrafo único. O Tribunal Superior


Eleitoral expedirá Instruções para sua Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:
fiel execução.
CF/88, art. 14, § 2º: alistamento vedado
Art. 2º Todo poder emana do povo e aos estrangeiros e aos conscritos.
será exercido em seu nome, por
mandatários escolhidos, direta e I - os analfabetos;
secretamente, dentre candidatos 56
indicados por partidos políticos
nacionais, ressalvada a eleição indireta Ac.-TSE nº 23291/2004: este dispositivo
nos casos previstos na Constituição e não foi recepcionado pela CF/88.
leis específicas.
II - os que não saibam exprimir-se na
língua nacional;
CF/88, art. 1º, parágrafo único: poder
exercido pelo povo, por meio de
representantes eleitos ou diretamente. Res.-TSE nº 23274/2010: este
CF/88, art. 14, caput: voto direto e dispositivo não foi recepcionado pela
secreto; e art. 81, § 1º: caso de eleição CF/88.
pelo Congresso.
III - os que estejam privados, temporária
ou definitivamente dos direitos
Art. 3º Qualquer cidadão pode políticos.
pretender investidura em cargo
eletivo, respeitadas as condições
constitucionais e legais de elegibilidade CF/88, art. 15: casos de perda ou de
e incompatibilidade. suspensão de direitos políticos.

CF/88, art. 14, §§ 3º e 8º: condições de Parágrafo único - Os militares são


elegibilidade. alistáveis, desde que oficiais, aspirantes
CF/88, art. 14, §§ 4º, 6º e 7º, e LC nº a oficiais, guardas-marinha,
subtenentes ou suboficiais, sargentos b) os maiores de setenta anos;
ou alunos das escolas militares de c) os que se encontrem fora do país.
ensino superior para formação de
oficiais. II - quanto ao voto:
a) os enfermos;

CF/88, art. 14, § 2º: alistamento vedado b) os que se encontrem fora do seu
apenas aos conscritos, durante o serviço domicílio;
militar obrigatório; e § 8º: condições de c) os funcionários civis e os militares, em
elegibilidade do militar. Res.-TSE nº serviço que os impossibilite de votar.
15850/1989: a palavra “conscritos”
alcança também aqueles matriculados
nos órgãos de formação de reserva e os Art. 7º O eleitor que deixar de votar e
médicos, dentistas, farmacêuticos e não se justificar perante o juiz eleitoral
veterinários que prestam serviço militar até 30 (trinta) dias após a realização da
inicial obrigatório. eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a
10 (dez) por cento sobre o salário-
mínimo da região, imposta pelo juiz
Art. 6º O alistamento e o voto são eleitoral e cobrada na forma prevista no
obrigatórios para os brasileiros de um e art. 367.
outro sexo, salvo:

Lei nº 6.091/1974, arts. 7º e 16, e Res.-


CF/88, art. 14, § 1º, I e II:
obrigatoriedade/facultatividade do
TSE nº 23659/2021, art. 126, I: prazo de
justificação ampliado para 60 dias; no
57
alistamento e do voto. caso de eleitor que esteja no exterior
no dia da eleição, prazo de 30 dias
contados de seu retorno ao país.
Ac.-TSE, de 10.2.2015, no PA nº 191930
e, de 6.12.2011, no PA nº 180681:
alistamento facultativo dos indígenas, V. Res.-TSE nº 23659/2021, art. 15,
independentemente da categorização caput: isenta de sanção as pessoas com
prevista em legislação deficiência nos casos que especifica.
infraconstitucional, observadas as
exigências de natureza constitucional e CF/1988, art. 7º, IV: vedação da
eleitoral pertinentes à matéria. vinculação do salário mínimo para
qualquer fim;

I - quanto ao alistamento:
a) os inválidos; § 1º Sem a prova de que votou na
última eleição, pagou a respectiva
multa ou de que se justificou
Res.-TSE nº 23659/2021, art. 12, devidamente, não poderá o eleitor:
parágrafo único: a Justiça Eleitoral I - inscrever-se em concurso ou prova
empreenderá meios destinados a para cargo ou função pública, investir-
assegurar o alistamento e o exercício se ou empossar-se neles;
dos direitos políticos por pessoas com
deficiência. II - receber vencimentos, remuneração,
salário ou proventos de função ou
emprego público, autárquico ou para se justificar no prazo de 6 (seis) meses,
estatal, bem como fundações a contar da data da última eleição a que
governamentais, empresas, institutos e deveria ter comparecido.
sociedades de qualquer natureza,
mantidas ou subvencionadas pelo
governo ou que exerçam serviço público A doutrina entende por “eleição”, cada
delegado, correspondentes ao segundo turno separadamente considerado. Ex:
mês subsequente ao da eleição; cidadão que faltou a 2 turnos de um
mesmo pleito eleitoral, terá deixado de
III - participar de concorrência pública votar em duas “eleições”.
ou administrativa da União, dos
Estados, dos Territórios, do Distrito
Federal ou dos Municípios, ou das Res.-TSE nº 23659/2021, art. 130, caput
respectivas autarquias; e § 2º: Será cancelada a inscrição do
IV - obter empréstimos nas autarquias, eleitor que se abstiver de votar em 3
sociedades de economia mista, caixas eleições consecutivas, salvo se houver
econômicas federais ou estaduais, nos apresentado justificativa para a falta
institutos e caixas de previdência social, ou efetuado o pagamento de multa,
bem como em qualquer ficando excluídos do cancelamento os
estabelecimento de crédito mantido eleitores que, por prerrogativa
pelo governo, ou de cuja administração constitucional, não estejam obrigados
este participe, e com essas entidades ao exercício do voto.
celebrar contratos;
V - obter passaporte ou carteira de § 4o O disposto no inciso V do § 1º não 58
identidade; se aplica ao eleitor no exterior que
requeira novo passaporte para
VI - renovar matrícula em identificação e retorno ao Brasil.
estabelecimento de ensino oficial ou
fiscalizado pelo governo;
VII - praticar qualquer ato para o qual Art. 8º O brasileiro nato que não se
se exija quitação do serviço militar ou alistar até os 19 anos ou o naturalizado
imposto de renda. que não se alistar até um ano depois de
adquirida a nacionalidade brasileira,
§ 2º Os brasileiros natos ou incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez)
naturalizados, maiores de 18 anos, por cento sobre o valor do salário-
salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, nº mínimo da região, imposta pelo juiz e
1, sem prova de estarem alistados não cobrada no ato da inscrição eleitoral
poderão praticar os atos relacionados através de selo federal inutilizado no
no parágrafo anterior. próprio requerimento.
Parágrafo único. Não se aplicará a pena
CF/88, art. 12, I: brasileiros natos. ao não alistado que requerer sua
inscrição eleitoral até o centésimo
primeiro dia anterior à eleição
§ 3º Realizado o alistamento eleitoral subsequente à data em que completar
pelo processo eletrônico de dados, será dezenove anos.
cancelada a inscrição do eleitor que
não votar em 3 (três) eleições
consecutivas, não pagar a multa ou não
Art. 91, Lei 9504/94: Nenhum consulta ao juízo de origem sobre o
requerimento de inscrição eleitoral ou quantum a ser exigido do devedor”.
de transferência será recebido dentro
dos 150 dias anteriores à data da § 1º A multa será cobrada no máximo
eleição. previsto, salvo se o eleitor quiser
aguardar que o juiz da zona em que se
Art. 9º Os responsáveis pela encontrar solicite informações sobre o
inobservância do disposto nos arts. 7º e arbitramento ao Juízo da inscrição.
8º incorrerão na multa de 1 (um) a 3
(três) salários-mínimos vigentes na zona
eleitoral ou de suspensão disciplinar V. art. 367, I, deste código e arts. 127, §
até 30 (trinta) dias. 2º, e 133 da Res.-TSE nº 23659/2021.

Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos


que não votarem por motivo justificado § 2º Em qualquer das hipóteses,
e aos não alistados nos termos dos efetuado o pagamento através de selos
artigos 5º e 6º, nº 1, documento que os federais inutilizados no próprio
isente das sanções legais. requerimento, o juiz que recolheu a
multa comunicará o fato ao da zona de
inscrição e fornecerá ao requerente
Res.-TSE nº 23659/2021, arts. 3º, VII, e comprovante do pagamento.
15, caput e § 1º, a: isenta de sanção e
possibilita a emissão de certidão de 59
quitação eleitoral com prazo de validade PARTE SEGUNDA
indeterminado para a pessoa com DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL
deficiência que torne impossível ou
demasiadamente oneroso o
cumprimento das obrigações eleitorais, Ac.-TSE, de 29.2.1996, no REspe nº
relativas ao alistamento e ao exercício 12641 e, de 23.8.1994, na MC nº 14150:
do voto. a matéria relativa à organização e
funcionamento dos tribunais eleitorais,
Art. 11. O eleitor que não votar e não disciplinada no Código Eleitoral, foi
pagar a multa, se se encontrar fora de recepcionada com força de lei
sua zona e necessitar documento de complementar pela vigente
quitação com a Justiça Eleitoral, poderá Constituição (CF/88, art. 121).
efetuar o pagamento perante o Juízo
da zona em que estiver.
Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:
Res. TSE nº 21823/2004: I - O Tribunal Superior Eleitoral, com
admissibilidade, por aplicação analógica sede na Capital da República e jurisdição
deste artigo, do "pagamento, perante em todo o País;
qualquer juízo eleitoral, dos débitos II - um Tribunal Regional, na Capital de
decorrentes de sanções pecuniárias de cada Estado, no Distrito Federal e,
natureza administrativa impostas com mediante proposta do Tribunal
base neste código e na Lei nº Superior, na Capital de Território;
9.504/1997, ao qual deve preceder
III - juntas eleitorais; eleição, apuração ou encerramento de
IV - juízes eleitorais. alistamento.
§ 3º Da homologação da respectiva
convenção partidária até a diplomação
Art. 13. O número de juízes dos e nos feitos decorrentes do processo
Tribunais Regionais não será reduzido, eleitoral, não poderão servir como
mas poderá ser elevado até nove, juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como
mediante proposta do Tribunal juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente
Superior, e na forma por ele sugerida. consanguíneo ou afim, até o segundo
grau, de candidato a cargo eletivo
CF/88, art. 96, II, a: proposta de registrado na circunscrição.
alteração do número de membros.
CF/88, art. 120, § 1º: composição dos Ac.-TSE, de 14.2.2017, no AgR-REspe nº
tribunais regionais. 684: impedimento do juiz eleitoral que
tenha parentesco com candidato na
Não obstante a redação do art. 13 do circunscrição do pleito de atuar em
Código Eleitoral, prevendo a ações ou recursos que envolvam perda
possibilidade de elevação para até nove de registro ou de diploma: AIME, RCED,
membros nos Tribunais Regionais, a AIJE e representações decorrentes dos
doutrina entende por não recepcionado arts. 30-A, 41-A e 73 da Lei nº
tal dispositivo por ser conflitante com a 9.504/1997.
CF/88. 60
§ 4º No caso de recondução para o
Art. 14. Os juízes dos Tribunais segundo biênio observar-se-ão as
Eleitorais, salvo motivo justificado, mesmas formalidades indispensáveis à
servirão obrigatoriamente por dois primeira investidura.
anos, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos. Art. 15. Os substitutos dos membros
efetivos dos Tribunais Eleitorais serão
Servirão por dois anos, admitida uma escolhidos, na mesma ocasião e pelo
única recondução. mesmo processo, em número igual
para cada categoria.

§ 1º Os biênios serão contados,


ininterruptamente, sem o desconto de CF/88, art. 121, § 2º.
qualquer afastamento nem mesmo o
decorrente de licença, férias, ou licença TÍTULO I
especial, salvo no caso do § 3º. DO TRIBUNAL SUPERIOR
§ 2º Os juízes afastados por motivo de
licença férias e licença especial, de suas
funções na Justiça comum, ficarão Art. 16. Compõe-se o Tribunal Superior
automaticamente afastados da Justiça Eleitoral:
Eleitoral pelo tempo correspondente I - mediante eleição, pelo voto secreto:
exceto quando com períodos de férias
coletivas, coincidir a realização de
a) de três juizes, dentre os Ministros do previstas neste parágrafo, pois não se
Supremo Tribunal Federal; e trata de cargo exonerável ad nutum.
b) de dois juizes, dentre os membros do
Tribunal Federal de Recursos Superior Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral
Tribunal de Justiça; elegerá para seu presidente um dos
II - por nomeação do Presidente da ministros do Supremo Tribunal Federal,
República, de dois entre seis advogados cabendo ao outro a vice-presidência, e
de notável saber jurídico e idoneidade para Corregedor Geral da Justiça
moral, indicados pelo Supremo Eleitoral um dos seus membros.
Tribunal Federal.

CF/1988, art. 119, parágrafo único:


Ac.-STF, de 17.5.2006, na ADI nº 1127: eleição do presidente e do vice-
A incompatibilidade com o exercício da presidente; eleição do corregedor-geral
advocacia não alcança os juízes entre os ministros do Superior Tribunal
eleitorais e seus suplentes, em face da de Justiça.
composição da Justiça eleitoral
estabelecida na Constituição.
§ 1º As atribuições do Corregedor Geral
serão fixadas pelo Tribunal Superior
§ 1º Não podem fazer parte do Tribunal Eleitoral.
Superior Eleitoral cidadãos que tenham § 2º No desempenho de suas
entre si parentesco, ainda que por
afinidade, até o quarto grau, seja o
atribuições o Corregedor Geral se 61
locomoverá para os Estados e
vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo- Territórios nos seguintes casos:
se neste caso o que tiver sido escolhido
por último. I - por determinação do Tribunal
Superior Eleitoral;
§ 2º A nomeação de que trata o inciso II
deste artigo não poderá recair em II - a pedido dos Tribunais Regionais
cidadão que ocupe cargo público de Eleitorais;
que seja demissível ad nutum; que seja III - a requerimento de Partido deferido
diretor, proprietário ou sócio de pelo Tribunal Superior Eleitoral;
empresa beneficiada com subvenção, IV - sempre que entender necessário.
privilegio, isenção ou favor em virtude
de contrato com a administração § 3º Os provimentos emanados da
pública; ou que exerça mandato de Corregedoria Geral vinculam os
caráter político, federal, estadual ou Corregedores Regionais, que lhes
municipal. devem dar imediato e preciso
cumprimento.

Ac.-TSE, de 1º.2.2023, na LT nº
060055845: o exercício de cargo em Art. 18. Exercerá as funções de
sociedade de economia mista de capital Procurador Geral, junto ao Tribunal
fechado, integrante da administração Superior Eleitoral, o Procurador Geral
indireta, cujo objeto social seja a da República, funcionando, em suas
exploração de serviço público, não se faltas e impedimentos, seu substituto
enquadra nas incompatibilidades legal.
parágrafo único, e 28, § 4º, do Código
Ac.-TSE, de 19.10.2010, na Pet nº Eleitoral).
337554: ilegitimidade de órgão regional
do Ministério Público Federal para atuar Art. 20. Perante o Tribunal Superior,
perante o TSE. qualquer interessado poderá argüir a
suspeição ou impedimento dos seus
Parágrafo único. O Procurador Geral membros, do Procurador Geral ou de
poderá designar outros membros do funcionários de sua Secretaria, nos
Ministério Público da União, com casos previstos na lei processual civil ou
exercício no Distrito Federal, e sem penal e por motivo de parcialidade
prejuízo das respectivas funções, para partidária, mediante o processo
auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior previsto em regimento.
Eleitoral, onde não poderão ter assento.
V. art. 14, § 3º, deste código e art. 95 da
Art. 19. O Tribunal Superior delibera por Lei nº 9.504/1997: impedimento de juiz
maioria de votos, em sessão pública, por parentesco ou que for parte em
com a presença da maioria de seus ação judicial que envolva candidato.
membros.
Parágrafo único. As decisões do Parágrafo único. Será ilegítima a
Tribunal Superior, assim na suspeição quando o excipiente a
interpretação do Código Eleitoral em
face da Constituição e cassação de
provocar ou, depois de manifestada a
causa, praticar ato que importe
62
registro de partidos políticos, como aceitação do arguido.
sobre quaisquer recursos que
importem anulação geral de eleições
ou perda de diplomas, só poderão ser Art. 21 Os Tribunais e juízes inferiores
tomadas com a presença de todos os devem dar imediato cumprimento às
seus membros. Se ocorrer impedimento decisões, mandados, instruções e
de algum juiz, será convocado o outros atos emanados do Tribunal
substituto ou o respectivo suplente. Superior Eleitoral.

Ac.-TSE, de 1º.8.2012, no AgR-AC nº Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:


48052; de 12.11.2009, no RO nº 1589 e, I - Processar e julgar originariamente:
de 17.6.2003, no REspe nº 21120: o a) o registro e a cassação de registro de
quórum de deliberação dos tribunais partidos políticos, dos seus diretórios
regionais eleitorais é o previsto no art. nacionais e de candidatos à Presidência
28 deste código. Inaplicabilidade do e vice-presidência da República;
quórum previsto neste parágrafo.

Lei nº 9.096/1995, arts. 7º e 8º:


V. art. 17 da Res.-TSE nº 23478/2016: aquisição da personalidade jurídica
Não se aplica, nos Tribunais Eleitorais, o mediante registro no Cartório de
quórum previsto no art. 941, § 2º, do Registro Civil das Pessoas Jurídicas; art.
Novo Código de Processo Civil (arts. 19, 9º: registro do estatuto no Tribunal
Superior Eleitoral; art. 28: casos de
cancelamento do registro civil e do Ac.-STF, de 7.4.1994, no RE nº 163.727,
estatuto dos partidos políticos. o STF deu-lhe interpretação para
LC nº 64/1990, art. 2º, parágrafo único, restringir o seu alcance à verdadeira
I: arguição de inelegibilidade perante o dimensão da declaração de
Tribunal Superior Eleitoral. inconstitucionalidade no Ac.-STF, de
31.8.1983, no MS nº 20.409, que lhe deu
causa, vale dizer, à hipótese de
b) os conflitos de jurisdição entre mandado de segurança contra ato, de
Tribunais Regionais e juízes eleitorais de natureza eleitoral, do presidente da
Estados diferentes; República, mantida a competência do
c) a suspeição ou impedimento aos seus TSE para as demais impetrações
membros, ao Procurador Geral e aos previstas neste inciso.
funcionários da sua Secretaria; Ac.-TSE, de 3.6.2008, no AMS nº 3370;
d) os crimes eleitorais e os comuns que de 18.12.2007, no MS nº 3664 e, de
lhes forem conexos cometidos pelos 27.5.2004, no AgR-MS nº 3175:
seus próprios juízes e pelos juízes dos competência do Tribunal Regional
Tribunais Regionais; Eleitoral para processar e julgar
mandado de segurança contra seus atos
em matéria administrativa (atividade-
Compete à Justiça Eleitoral julgar os meio).
crimes eleitorais e os comuns que lhes Ac.-TSE, de 7.6.2011, no HC nº 349682:
forem conexos. Cabe à Justiça Eleitoral incompetência do TSE para processar e
analisar, caso a caso, a existência de
conexão de delitos comuns aos delitos
julgar habeas corpus impetrado contra
sua decisão.
63
eleitorais e, em não havendo, remeter
os casos à Justiça competente. STF. Ac.-TSE, de 28.2.2012, no HC nº 151921:
Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. incompetência do TSE para processar e
Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e julgar habeas corpus contra decisão de
14/3/2019 (Info 933). juiz relator de TRE, sob pena de
supressão de instância.

e) o habeas corpus ou mandado de


segurança, em matéria eleitoral, CF/88, art. 102, I, d: competência do
relativos a atos do Presidente da STF para processar e julgar mandado de
República, dos Ministros de Estado e segurança contra ato do presidente da
dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o República.
habeas corpus, quando houver perigo CF/88, art. 105, I, b: competência do STJ
de se consumar a violência antes que o para processar e julgar mandado de
juiz competente possa prover sobre a segurança contra ato de ministro de
impetração; Estado. CF/88, art. 105, I, h, in fine:
competência da Justiça Eleitoral para o
mandado de injunção.
Ac.-TSE, de 3.11.2020, no MSCiv nº
060161217: incompetência absoluta do
TSE para julgamento originário de f) as reclamações relativas a obrigações
mandado de segurança contra ato impostas por lei aos partidos políticos,
administrativo dos tribunais regionais quanto à sua contabilidade e à apuração
eleitorais. da origem dos seus recursos;
g) as impugnações a apuração do rescindenda.
resultado geral, proclamação dos eleitos Ac.-TSE, de 27.3.2001, na AR nº 89:
e expedição de diploma na eleição de incompetência de TRE para julgar ação
Presidente e Vice-Presidente da rescisória.
República; Ac.-TSE, de 25.6.2011, na AR nº 64621
h) os pedidos de desaforamento dos e, de 14.8.2001, na AR nº124:
feitos não decididos nos Tribunais cabimento de ação rescisória contra
Regionais dentro de trinta dias da decisão monocrática de juiz do TSE.
conclusão ao relator, formulados por Ac.-TSE, de 20.9.2002, na AR nº 19617:
partido, candidato, Ministério Público cabimento de ação rescisória de julgado
ou parte legitimamente interessada. de TRE em matéria não eleitoral.
i) as reclamações contra os seus
próprios juízes que, no prazo de trinta
dias a contar da conclusão, não II - julgar os recursos interpostos das
houverem julgado os feitos a eles decisões dos Tribunais Regionais nos
distribuídos. termos do art. 276 inclusive os que
versarem matéria administrativa.

Dec. monocrática do Min. José Delgado


na Rcl nº 475, de 10.10.2007: a Ac.-TSE, de 15.8.2013, no AgR-AI nº
competência para o julgamento das 11576: não cabimento de recurso de
reclamações desta espécie passou ao natureza jurisdicional em processo
Conselho Nacional de Justiça, nos administrativo.
64
termos do art. 103-B, § 4º, III, da Ac.-TSE, de 8.2.2011, no AgR-AI nº
Constituição Federal. 12139: cabimento de recurso especial
somente contra decisão judicial, ainda
que o processo cuide de matéria
j) a ação rescisória, nos casos de administrativa.
inelegibilidade, desde que intentada Ac.-TSE, de 6.9.2007, nos EDcl RMS nº
dentro de cento e vinte dias de decisão 367 e, de 16.12.1997, no REspe nº
irrecorrível, possibilitando-se o exercício 12644: competência do TSE para
do mandato eletivo até o seu trânsito apreciar recurso contra decisão judicial
em julgado. de TRE sobre matéria administrativa não
eleitoral.
Ac.-TSE, de 7.11.2013, nos ED-AR nº Ac.-TSE, de 22.2.2007, no REspe nº
70453; de 30.8.2012, no AgR-AR nº 25836: incompetência do TSE para
34977 e, de 16.11.2000, na AR nº 106: apreciar recurso contra decisão de
competência do Tribunal Superior natureza estritamente administrativa
Eleitoral para processar e julgar ação proferida pelos tribunais regionais.
rescisória de seus próprios julgados que
tenham analisado o mérito de questões
atinentes à inelegibilidade. Parágrafo único. As decisões do
Ac.-TSE, de 2.10.2013, no AgR-AR nº Tribunal Superior são irrecorríveis,
59017 e, de 10.11.2011, na AR nº salvo nos casos do Art. 281.
93296: decadência da rescisória
proposta fora do prazo de 120 dias do
trânsito em julgado da decisão
Art. 23 - Compete, ainda, VII - fixar as datas para as eleições de
privativamente, ao Tribunal Superior: Presidente e Vice-Presidente da
I - elaborar o seu regimento interno; República, senadores e deputados
federais, quando não o tiverem sido por
lei;
CF/88, art. 96, I, a.

A CF/88 estabelece que a eleição para


II - organizar a sua Secretaria e a presidente e vice-presidente ocorrerá
Corregedoria Geral, propondo ao no primeiro domingo de outubro, em
Congresso Nacional a criação ou primeiro turno, e no último domingo de
extinção dos cargos administrativos e a outubro, em segundo turno, se houver
fixação dos respectivos vencimentos, (art. 77, caput), estando o referido
provendo-os na forma da lei; inciso restrito às eleições
suplementares.
CF/88, art. 96, I, b.
VIII - aprovar a divisão dos Estados em
III - conceder aos seus membros licença zonas eleitorais ou a criação de novas
e férias assim como afastamento do zonas;
exercício dos cargos efetivos; IX - expedir as instruções que julgar
convenientes à execução deste Código;
CF/88, art. 96, I, f.
65
Ac.-TSE, de 9.9.2014, no REspe nº
IV - aprovar o afastamento do exercício 64770: a competência para
dos cargos efetivos dos juízes dos regulamentar disposições da legislação
Tribunais Regionais Eleitorais; eleitoral é exclusiva do TSE.

V - propor a criação de Tribunal Regional


na sede de qualquer dos Territórios; X - fixar a diária do Corregedor Geral,
VI - propor ao Poder Legislativo o dos Corregedores Regionais e auxiliares
aumento do número dos juízes de em diligência fora da sede;
qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a XI - enviar ao Presidente da República a
forma desse aumento; lista tríplice organizada pelos Tribunais
de Justiça nos termos do art. 25;

CF/88, art. 96, II, a: competência para XII - responder, sobre matéria eleitoral,
alteração do número de membros dos às consultas que lhe forem feitas em
tribunais inferiores. tese por autoridade com jurisdição,
federal ou órgão nacional de partido
CF/88, art. 120, § 1º: ausência de político;
previsão de aumento do número de
membros dos tribunais regionais
eleitorais, porquanto não se refere à Ac.-TSE, de 27.11.2012, no REspe nº
composição mínima. 20680 e, de 20.5.2008, no AgR-MS nº
3710: a resposta dada a consulta em
matéria eleitoral não tem natureza
jurisdicional, sendo ato normativo em
tese, sem efeitos concretos e sem força acúmulo ocasional do serviço de sua
executiva com referência a situação Secretaria;
jurídica de qualquer pessoa em XVII - publicar um boletim eleitoral;
particular.
Res.-TSE nºs 22828/2008 e XVIII - tomar quaisquer outras
22515/2007: exigência de autorização providências que julgar convenientes à
específica ou documento que execução da legislação eleitoral.
comprove estar o consulente
habilitado a formular consultas em Res.-TSE nº 22931/2008: a competência
nome do partido político a que do TSE para tomar as providências
pertence. necessárias à execução da legislação
Ac.-TSE, de 20.9.2011, na Cta nº eleitoral diz respeito especificamente ao
182354: o partido não precisa de seu poder normativo, não se
instrumento de mandato com poderes enquadrando nessa hipótese controle
específicos para o ajuizamento de prévio de ato ainda não editado.
consulta.
Art. 23-A. A competência normativa
XIII - autorizar a contagem dos votos regulamentar prevista no parágrafo
pelas mesas receptoras nos Estados em único do art. 1º e no inciso IX do caput
que essa providência for solicitada pelo do art. 23 deste Código restringe-se a
Tribunal Regional respectivo; matérias especificamente autorizadas
em lei, sendo vedado ao Tribunal
XIV - requisitar a força federal Superior Eleitoral tratar de matéria 66
necessária ao cumprimento da lei, de relativa à organização dos partidos
suas próprias decisões ou das decisões políticos. (Incluído pela Lei nº14.211,
dos Tribunais Regionais que o de 2021)
solicitarem, e para garantir a votação e
a apuração;
Art. 24. Compete ao Procurador Geral,
como Chefe do Ministério Público
Ac.-TSE, de 2.10.2012, no PA nº 103909: Eleitoral;
o deslocamento de forças federais para
o estado só é cabível quando o chefe do
Poder Executivo local se manifestar no Ac.-TSE, de 15.5.2008, no AgR-REspe nº
sentido da insuficiência das forças 28511 e, de 29.9.2008, nos ED-REspe nº
estaduais; 29730: “O Ministério Público, no
Dec.-TSE, de 11.9.2008, no PA nº 20008: exercício de suas funções, mantém
considera desnecessária consulta ao independência funcional, de sorte que a
chefe do Executivo local sobre manifestação de um membro do
requisição de força federal. Parquet, em um dado momento do
processo, não vincula o agir de um outro
membro, no mesmo processo.”
XV - organizar e divulgar a Súmula de sua Ac.-TSE, de 25.3.2014, no RO 172008:
jurisprudência; “O Ministério Público Eleitoral não
XVI - requisitar funcionários da União e possui interesse processual para
do Distrito Federal quando o exigir o recorrer de decisão proferida em
conformidade com o parecer por ele Art. 25. Os Tribunais Regionais
ofertado nos autos”. Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
I - assistir às sessões do Tribunal a) de dois juízes, dentre os
Superior e tomar parte nas discussões; desembargadores do Tribunal de
II - exercer a ação pública e promovê-la Justiça;
até final, em todos os feitos de b) de dois juízes de direito, escolhidos
competência originária do Tribunal; pelo Tribunal de Justiça;
III - oficiar em todos os recursos II - do juiz federal e, havendo mais de
encaminhados ao Tribunal; um, do que for escolhido pelo Tribunal
Federal de Recursos; e

Ac.-TSE, de 11.11.1997, no ARESPE nº III - por nomeação do Presidente da


15031: desnecessidade de República de dois dentre seis cidadãos
pronunciamento da Procuradoria-Geral de notável saber jurídico e idoneidade
nos embargos de declaração. moral, indicados pelo Tribunal de
Justiça.

IV - manifestar-se, por escrito ou


oralmente, em todos os assuntos CF/1988, art. 120, § 1º, III: por
submetidos à deliberação do Tribunal, nomeação, pelo Presidente da
quando solicitada sua audiência por República, de 2 juízes dentre 6
qualquer dos juízes, ou por iniciativa advogados de notável saber jurídico e 67
sua, se entender necessário; idoneidade moral, indicados pelo
Tribunal de Justiça.
V - defender a jurisdição do Tribunal;
VI - representar ao Tribunal sobre a fiel
observância das leis eleitorais, Ac.-TSE, de 1º.2.2023, na LT nº
especialmente quanto à sua aplicação 060055845: a mera existência de
uniforme em todo o País; processo judicial cível, já arquivado, no
qual figura como autor integrante de
VII - requisitar diligências, certidões e lista tríplice, não macula a idoneidade
esclarecimentos necessários ao moral do postulante.
desempenho de suas atribuições;
Ac.-TSE, de 21.3.2023, na LT nº
VIII - expedir instruções aos órgãos do 060049872: “Inexiste mácula à
Ministério Público junto aos Tribunais idoneidade moral de jurista que, antes
Regionais; da data de formalização da sua
IX - acompanhar, quando solicitado, o indicação pelo Tribunal de Justiça,
Corregedor Geral, pessoalmente ou por procede ao pagamento do tributo
intermédio de Procurador que designe, devido, objeto de execução fiscal, com
nas diligências a serem realizadas. extinção do processo pelo juízo
competente”.

TÍTULO II Ac.-TSE, de 28.2.2023, na LT nº


060251485; de 24.2.2022, na LT nº
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS 060076493 e, de 23.9.2021, na LT nº
060002709: “O exercício de cargo em
comissão não constitui óbice à indicação
em lista tríplice, mas a eventual Regional Eleitoral demanda prévia
investidura como membro de Tribunal desincompatibilização”.
Regional Eleitoral demanda prévia Ac.-STF, de 6.10.1994, na ADI-MC nº
desincompatibilização”. 1.127: advogados membros da Justiça
Ac.-TSE, de 18.8.2022, na LT nº Eleitoral não estão abrangidos pela
060043292 e, de 4.6.2021, na LT nº proibição de exercício da advocacia
060020369: “[...] ‘[a] existência de contida no art. 28, II, da Lei nº
parentesco de indicado com juiz de 8.906/1994 (EOAB).
direito de primeiro grau do Tribunal de Ac.-TSE, de 17.11.2015, no PA nº 48217:
Justiça local não configura o nepotismo a função exercida pelos membros da
previsto na Súmula Vinculante nº 13 do classe dos advogados nos tribunais
STF, razão pela qual tal vínculo não eleitorais não se enquadra no conceito
obsta a permanência de advogado em de magistratura de carreira.
lista tríplice’ [...]”.
Ac.-STF, de 29.11.1990, no MS nº
Ac.-TSE, de 10.3.2022, na LT nº 21.073 e, de 19.6.1991, no MS nº
060076056: existência de ação judicial 21.060: a OAB não participa do
em curso não é capaz de macular a procedimento de indicação de
idoneidade moral do indicado em lista advogados para composição de TRE.
tríplice.
Ac.-TSE, de 2.12.2021, na LT nº
060054495 e, de 9.4.2019, na LT nº § 1º A lista tríplice organizada pelo
Tribunal de Justiça será enviada ao
060006306: existência de feitos cíveis
em andamento não é óbice para compor Tribunal Superior Eleitoral. 68
lista tríplice. § 2º A lista não poderá conter nome de
Ac.-TSE, de 18.11.2021, na LT nº magistrado aposentado ou de membro
060045912: a convocação de membro do Ministério Público.
substituto para compor § 3º Recebidas as indicações o Tribunal
temporariamente o colegiado de Superior divulgará a lista através de
Tribunal Regional Eleitoral não obsta a edital, podendo os partidos, no prazo de
indicação em lista tríplice como cinco dias, impugná-la com
membro desse mesmo Tribunal; fundamento em incompatibilidade.
contudo, a investidura como membro § 4º Se a impugnação for julgada
demanda prévia desincompatibilização. procedente quanto a qualquer dos
Ac.-TSE, de 30.9.2021, na LT nº indicados, a lista será devolvida ao
060030931: não constitui óbice à Tribunal de origem para
permanência do nome do indicado em complementação.
lista tríplice figurar como autor em § 5º Não havendo impugnação, ou
processos de natureza cível ou como desprezada esta, o Tribunal Superior
curador especial em autos de execução encaminhará a lista ao Poder Executivo
fiscal. para a nomeação.
Ac.-TSE, de 23.9.2021, na LT nº § 6º Não podem fazer parte do Tribunal
060002709: “O exercício de cargo em Regional pessoas que tenham entre si
comissão não constitui óbice à indicação parentesco, ainda que por afinidade,
em lista tríplice, mas a eventual até o 4º grau, seja o vínculo legítimo ou
investidura como membro de Tribunal
ilegítimo, excluindo-se neste caso a que § 2º Substituirá o Procurador Regional,
tiver sido escolhida por último. em suas faltas ou impedimentos, o seu
§ 7º A nomeação de que trata o nº II substituto legal.
deste artigo não poderá recair em § 3º Compete aos Procuradores
cidadão que tenha qualquer das Regionais exercer, perante os Tribunais
incompatibilidades mencionadas no art. junto aos quais servirem, as atribuições
16, § 2º. do Procurador Geral.
§ 4º Mediante prévia autorização do
Art. 26. O Presidente e o Vice- Procurador Geral, podendo os
Presidente do Tribunal Regional serão Procuradores Regionais requisitar, para
eleitos por este dentre os três auxiliá-los nas suas funções, membros
desembargadores do Tribunal de do Ministério Público local, não tendo
Justiça; o terceiro desembargador será estes, porém, assento nas sessões do
o Corregedor Regional da Justiça Tribunal.
Eleitoral.
§ 1º As atribuições do Corregedor Ac.-TSE, de 19.9.1996, no AG nº 309 e
Regional serão fixadas pelo Tribunal Res.-TSE nº 22458, de 24.10.2006:
Superior Eleitoral e, em caráter revogação deste artigo pela Loman que
supletivo ou complementar, pelo regulou completamente a matéria. V.
Tribunal Regional Eleitoral perante o arts. 76 e 77 da LC nº 75/1993: “Dispõe
qual servir. sobre a organização, as atribuições e o
§ 2º No desempenho de suas estatuto do Ministério Público da 69
atribuições o Corregedor Regional se União”.
locomoverá para as zonas eleitorais nos
seguintes casos:
Art. 28. Os Tribunais Regionais
I - por determinação do Tribunal deliberam por maioria de votos, em
Superior Eleitoral ou do Tribunal sessão pública, com a presença da
Regional Eleitoral; maioria de seus membros.
II - a pedido dos juízes eleitorais;
III - a requerimento de Partido, deferido Ac.-TSE, de 4.5.2010, no REspe nº
pelo Tribunal Regional; 36151: exigência do quórum previsto no
IV - sempre que entender necessário. caput, ainda que regimento interno de
TRE disponha de forma diversa.

Art. 27. Servirá como Procurador


Regional junto a cada Tribunal Regional § 1º No caso de impedimento e não
Eleitoral o Procurador da República no existindo quórum, será o membro do
respectivo Estado e, onde houver mais Tribunal substituído por outro da
de um, aquele que for designado pelo mesma categoria, designado na forma
Procurador Geral da República. prevista na Constituição.
§ 1º No Distrito Federal, serão as
funções de Procurador Regional Res.-TSE nº 22469/2006: “Não há como
Eleitoral exercidas pelo Procurador convocar substitutos representantes de
Geral da Justiça do Distrito Federal. classe diversa para complementação de
quórum em Tribunal Regional Eleitoral, a) o registro e o cancelamento do
dado ser exigível que tal ocorra entre registro dos diretórios estaduais e
membros da mesma classe, na esteira municipais de partidos políticos, bem
do estabelecido no art. 7º da Res.-TSE nº como de candidatos a Governador,
20958/2001”. Vice-Governadores, e membro do
Congresso Nacional e das Assembleias
Legislativas;
§ 2º Perante o Tribunal Regional, e com
recurso voluntário para o Tribunal b) os conflitos de jurisdição entre juízes
Superior qualquer interessado poderá eleitorais do respectivo Estado;
arguir a suspeição dos seus membros, c) a suspeição ou impedimentos aos
do Procurador Regional, ou de seus membros ao Procurador Regional e
funcionários da sua Secretaria, assim aos funcionários da sua Secretaria assim
como dos juízes e escrivães eleitorais, como aos juízes e escrivães eleitorais;
nos casos previstos na lei processual civil
e por motivo de parcialidade partidária,
mediante o processo previsto em Ac.-TSE, de 30.5.2006, no MS nº 3423: a
regimento. exceção de suspeição deve ser dirigida,
inicialmente, ao juiz tido por suspeito
§ 3º No caso previsto no parágrafo pelo excipiente; acolhida pelo excepto,
anterior será observado o disposto no a ação há de ser submetida ao exame e
parágrafo único do art. 20. julgamento de outro magistrado; não
§ 4o As decisões dos Tribunais Regionais acolhida, deve a exceção ser mandada
sobre quaisquer ações que importem ao Tribunal a que submetido o 70
cassação de registro, anulação geral de magistrado.
eleições ou perda de diplomas somente
poderão ser tomadas com a presença
de todos os seus membros. d) os crimes eleitorais cometidos pelos
juízes eleitorais;
e) o habeas corpus ou mandado de
As decisões do TRE que envolvam: segurança, em matéria eleitoral, contra
- cassação de registro; ato de autoridades que respondam
- anulação geral de eleições; ou perante os Tribunais de Justiça por
crime de responsabilidade e, em grau de
- perda de diplomas ... somente recurso, os denegados ou concedidos
poderão ser tomadas com a presença pelos juízes eleitorais; ou, ainda, o
de TODOS os seus membros. habeas corpus quando houver perigo de
se consumar a violência antes que o juiz
§ 5o No caso do § 4o, se ocorrer competente possa prover sobre a
impedimento de algum juiz, será impetração;
convocado o suplente da mesma classe.
Ac.-TSE, de 2.5.2012, no HC nº 5003: a
Art. 29. Compete aos Tribunais assunção ao cargo de prefeito, no curso
Regionais: de processo criminal eleitoral, desloca a
competência para o TRE, mas não
I - processar e julgar originariamente: invalida os atos praticados por juiz de
primeiro grau ao tempo em que era como afastamento do exercício dos
competente. cargos efetivos submetendo, quanto
Ac.-TSE, de 28.2.2012, no HC nº 151921: aqueles, a decisão à aprovação do
incompetência do TSE para processar e Tribunal Superior Eleitoral;
julgar habeas corpus contra decisão de IV - fixar a data das eleições de
juiz relator de TRE, sob pena de Governador e Vice-Governador,
supressão de instância. deputados estaduais, prefeitos, vice-
prefeitos, vereadores e juízes de paz,
quando não determinada por disposição
f) as reclamações relativas a obrigações constitucional ou legal;
impostas por lei aos partidos políticos,
quanto a sua contabilidade e à apuração
da origem dos seus recursos; CF/88, arts. 28 e 29, II, e Lei nº
g) os pedidos de desaforamento dos 9.504/1997, arts. 1º, caput; 2º, § 1º; e
feitos não decididos pelos juízes 3º, § 2º: fixação de data para as eleições
eleitorais em trinta dias da sua presidenciais, federais, estaduais e
conclusão para julgamento, formulados municipais.
por partido candidato Ministério
Público ou parte legitimamente V - constituir as juntas eleitorais e
interessada sem prejuízo das sanções designar a respectiva sede e jurisdição;
decorrentes do excesso de prazo. VI - indicar ao tribunal Superior as zonas
II - julgar os recursos interpostos: eleitorais ou seções em que a contagem
a) dos atos e das decisões proferidas dos votos deva ser feita pela mesa 71
pelos juízes e juntas eleitorais. receptora;

b) das decisões dos juízes eleitorais que VII - apurar com os resultados parciais
concederem ou denegarem habeas enviados pelas juntas eleitorais, os
corpus ou mandado de segurança. resultados finais das eleições de
Governador e Vice-Governador de
Parágrafo único. As decisões dos membros do Congresso Nacional e
Tribunais Regionais são irrecorríveis, expedir os respectivos diplomas,
salvo nos casos do Art. 276. remetendo dentro do prazo de 10 (dez)
dias após a diplomação, ao Tribunal
Art. 30. Compete, ainda, Superior, cópia das atas de seus
privativamente, aos Tribunais trabalhos;
Regionais: VIII - responder, sobre matéria
I - elaborar o seu regimento interno; eleitoral, às consultas que lhe forem
feitas, em tese, por autoridade pública
II - organizar a sua Secretaria e a ou partido político;
Corregedoria Regional provendo-lhes os
cargos na forma da lei, e propor ao IX - dividir a respectiva circunscrição em
Congresso Nacional, por intermédio do zonas eleitorais, submetendo essa
Tribunal Superior a criação ou divisão, assim como a criação de novas
supressão de cargos e a fixação dos zonas, à aprovação do Tribunal
respectivos vencimentos; Superior;

III - conceder aos seus membros e aos


juízes eleitorais licença e férias, assim
X - aprovar a designação do Ofício de b) da decisão do Tribunal Regional
Justiça que deva responder pela qualquer candidato ou partido poderá,
escrivania eleitoral durante o biênio; no prazo de três dias, recorrer para o
XI - (Revogado pela Lei nº 8.868, de Tribunal Superior, que decidirá em cinco
1994) dias;

XII - requisitar a força necessária ao c) a supressão dos mapas parciais de


cumprimento de suas decisões e apuração só será admitida até seis
solicitar ao Tribunal Superior a meses antes da data da eleição;
requisição de força federal; d) os boletins e mapas de apuração
XIII - autorizar, no Distrito Federal e nas serão impressos pelos Tribunais
capitais dos Estados, ao seu presidente Regionais, depois de aprovados pelo
e, no interior, aos juízes eleitorais, a Tribunal Superior;
requisição de funcionários federais, e) o Tribunal Regional ouvirá os partidos
estaduais ou municipais para auxiliarem na elaboração dos modelos dos boletins
os escrivães eleitorais, quando o exigir o e mapas de apuração a fim de que estes
acúmulo ocasional do serviço; atendam às peculiaridades locais,
XIV - requisitar funcionários da União e, encaminhando os modelos que aprovar,
ainda, no Distrito Federal e em cada acompanhados das sugestões ou
Estado ou Território, funcionários dos impugnações formuladas pelos
respectivos quadros administrativos, no partidos, à decisão do Tribunal Superior.
caso de acúmulo ocasional de serviço de
suas Secretarias; Art. 31. Faltando num Território o 72
XV - aplicar as penas disciplinares de Tribunal Regional, ficará a respectiva
advertência e de suspensão até 30 circunscrição eleitoral sob a jurisdição
(trinta) dias aos juízes eleitorais; do Tribunal Regional que o Tribunal
XVI - cumprir e fazer cumprir as decisões Superior designar.
e instruções do Tribunal Superior;
XVII - determinar, em caso de urgência, TÍTULO III
providências para a execução da lei na DOS JUIZES ELEITORAIS
respectiva circunscrição;
XVIII - organizar o fichário dos eleitores
do Estado. Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma
das zonas eleitorais a um juiz de direito
XIX - suprimir os mapas parciais de em efetivo exercício e, na falta deste, ao
apuração mandando utilizar apenas os seu substituto legal que goze das
boletins e os mapas totalizadores, desde prerrogativas do Art. 95 da Constituição.
que o menor número de candidatos às
eleições proporcionais justifique a
supressão, observadas as seguintes Ac.-TSE nº 19260/2001: “O juiz de
normas: direito substituto pode exercer as
a) qualquer candidato ou partido funções de juiz eleitoral, mesmo antes
poderá requerer ao Tribunal Regional de adquirir a vitaliciedade, por força do
que suprima a exigência dos mapas que disposto no art. 22, § 2º, da Loman”.
parciais de apuração;
Parágrafo único. Onde houver mais de Compete à Justiça Eleitoral julgar os
uma vara o Tribunal Regional designará crimes eleitorais e os comuns que lhes
aquela ou aquelas, a que incumbe o forem conexos. O fundamento para isso
serviço eleitoral. está no art. 35, II, do Código Eleitoral e
no art. 78, IV, do CPP. Cabe à Justiça
Eleitoral analisar, caso a caso, a
Ac.-TSE, de 15.9.2009, no RMS nº 579: existência de conexão de delitos
fixação de critério para definir a comuns aos delitos eleitorais e, em não
jurisdição de zona eleitoral cuja base havendo, remeter os casos à Justiça
territorial é abrangida por mais de um competente. STF. Plenário. Inq 4435
foro regional, qual seja, rodízio entre AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco
todas as varas que atuam no território Aurélio, j. 13 e 14/3/19 (Info 933).
correspondente ao da zona eleitoral.
A doação eleitoral por meio de “caixa 2”
é uma conduta que configura crime
Art. 33. Nas zonas eleitorais onde eleitoral de falsidade ideológica (art.
houver mais de uma serventia de 350 do Código Eleitoral). A competência
justiça, o juiz indicará ao Tribunal para processar e julgar este delito é da
Regional a que deve ter o anexo da Justiça Eleitoral. A existência de crimes
escrivania eleitoral pelo prazo de dois conexos de competência da Justiça
anos. Comum, como corrupção passiva e
§ 1º Não poderá servir como escrivão lavagem de capitais, não afasta a
eleitoral, sob pena de demissão, o competência da Justiça Eleitoral, por
membro de diretório de partido político, força do art. 35, II, do CE e do art. 78, IV,
do CPP. STF. 2ª Turma. PET 7319/DF,
73
nem o candidato a cargo eletivo, seu
cônjuge e parente consanguíneo ou Rel. Min. Edson Fachin, j. 27/3/2018
afim até o segundo grau. (Info 895).

§ 2º O escrivão eleitoral, em suas faltas


e impedimentos, será substituído na III - decidir habeas corpus e mandado
forma prevista pela lei de organização de segurança, em matéria eleitoral,
judiciária local. desde que essa competência não esteja
atribuída privativamente a instância
superior.
Art. 34. Os juízes despacharão todos os
dias na sede da sua zona eleitoral. IV - fazer as diligências que julgar
necessárias a ordem e presteza do
serviço eleitoral;
Art. 35. Compete aos juízes: V - tomar conhecimento das
I - cumprir e fazer cumprir as decisões e reclamações que lhe forem feitas
determinações do Tribunal Superior e verbalmente ou por escrito, reduzindo-
do Regional; as a termo, e determinando as
II - processar e julgar os crimes eleitorais providências que cada caso exigir;
e os comuns que lhe forem conexos, VI - indicar, para aprovação do Tribunal
ressalvada a competência originária do Regional, a serventia de justiça que deve
Tribunal Superior e dos Tribunais ter o anexo da escrivania eleitoral;
Regionais; VII - (Revogado pela Lei nº 8.868, de
1994)
VIII - dirigir os processos eleitorais e XIX - comunicar, até às 12 horas do dia
determinar a inscrição e a exclusão de seguinte a realização da eleição, ao
eleitores; Tribunal Regional e aos delegados de
IX - expedir títulos eleitorais e conceder partidos credenciados, o número de
transferência de eleitor; eleitores que votarem em cada uma das
seções da zona sob sua jurisdição, bem
X - dividir a zona em seções eleitorais; como o total de votantes da zona.
XI - mandar organizar, em ordem
alfabética, relação dos eleitores de cada
seção, para remessa a mesa receptora, TÍTULO IV
juntamente com a pasta das folhas DAS JUNTAS ELEITORAIS
individuais de votação;
XII - ordenar o registro e cassação do Art. 36. Compor-se-ão as juntas
registro dos candidatos aos cargos eleitorais de um juiz de direito, que será
eletivos municiais e comunicá-los ao o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro)
Tribunal Regional; cidadãos de notória idoneidade.
§ 1º Os membros das juntas eleitorais
Art. 2°, Parágrafo único, LC 64/90. A serão nomeados 60 (sessenta) dias
arguição de inelegibilidade será feita antes da eleição, depois de aprovação
perante: III - os Juízes Eleitorais, quando do Tribunal Regional, pelo presidente
se tratar de candidato a Prefeito, Vice- deste, a quem cumpre também
Prefeito e Vereador. designar-lhes a sede.
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§ 2º Até 10 (dez) dias antes da
XIII - designar, até 60 (sessenta) dias nomeação os nomes das pessoas
antes das eleições os locais das seções; indicadas para compor as juntas serão
XIV - nomear, 60 (sessenta) dias antes publicados no órgão oficial do Estado,
da eleição, em audiência pública podendo qualquer partido, no prazo de
anunciada com pelo menos 5 (cinco) 3 (três) dias, em petição
dias de antecedência, os membros das fundamentada, impugnar as
mesas receptoras; indicações.

XV - instruir os membros das mesas § 3º Não podem ser nomeados


receptoras sobre as suas funções; membros das Juntas, escrutinadores ou
auxiliares:
XVI - providenciar para a solução das
ocorrências que se verificarem nas
mesas receptoras; Lei nº 9.504/1997, art. 64: vedada a
XVII - tomar todas as providências ao participação de parentes em qualquer
seu alcance para evitar os atos viciosos grau ou de servidores da mesma
das eleições; repartição pública ou empresa privada
na mesma mesa, turma ou junta
XVIII - fornecer aos que não votaram por eleitoral.
motivo justificado e aos não alistados,
por dispensados do alistamento, um
certificado que os isente das sanções I - os candidatos e seus parentes, ainda
legais; que por afinidade, até o segundo grau,
inclusive, e bem assim o cônjuge;
II - os membros de diretorias de I - lavrar as atas;
partidos políticos devidamente II - tomar por termo ou protocolar os
registrados e cujos nomes tenham sido recursos, neles funcionando como
oficialmente publicados; escrivão;
III - as autoridades e agentes policiais, III - totalizar os votos apurados.
bem como os funcionários no
desempenho de cargos de confiança do
Executivo; Art. 39. Até 30 (trinta) dias antes da
IV - os que pertencerem ao serviço eleição o presidente da Junta
eleitoral. comunicará ao Presidente do Tribunal
Regional as nomeações que houver
feito e divulgará a composição do órgão
Art. 37. Poderão ser organizadas tantas por edital publicado ou afixado,
Juntas quantas permitir o número de podendo qualquer partido oferecer
juízes de direito que gozem das impugnação motivada no prazo de 3
garantias do Art. 95 da Constituição, (três) dias.
mesmo que não sejam juízes eleitorais.
Parágrafo único. Nas zonas em que Art. 40. Compete à Junta Eleitoral;
houver de ser organizada mais de uma
Junta, ou quando estiver vago o cargo I - apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as
de juiz eleitoral ou estiver este eleições realizadas nas zonas eleitorais
impedido, o presidente do Tribunal sob a sua jurisdição;
Regional, com a aprovação deste, II - resolver as impugnações e demais 75
designará juízes de direito da mesma incidentes verificados durante os
ou de outras comarcas, para presidirem trabalhos da contagem e da apuração;
as juntas eleitorais. III - expedir os boletins de apuração
mencionados no Art. 178;
Art. 38. Ao presidente da Junta é IV - expedir diploma aos eleitos para
facultado nomear, dentre cidadãos de cargos municipais.
notória idoneidade, escrutinadores e Parágrafo único. Nos municípios onde
auxiliares em número capaz de atender houver mais de uma junta eleitoral a
a boa marcha dos trabalhos. expedição dos diplomas será feita pelo
§ 1º É obrigatória essa nomeação que for presidida pelo juiz eleitoral
sempre que houver mais de dez urnas a mais antigo, à qual as demais enviarão
apurar. os documentos da eleição.
§ 2º Na hipótese do desdobramento da
Junta em Turmas, o respectivo Art. 41. Nas zonas eleitorais em que for
presidente nomeará um escrutinador autorizada a contagem prévia dos votos
para servir como secretário em cada pelas mesas receptoras, compete à
turma. Junta Eleitoral tomar as providências
§ 3º Além dos secretários a que se refere mencionadas no Art. 195.
o parágrafo anterior, será designado
pelo presidente da Junta um
escrutinador para secretário-geral 6.2. Artigos exigidos em provas de
competindo-lhe; magistratura
Provas objetivas de Magistratura
Estadual em que os artigos
estudados foram exigidos (a partir de
2010)

CE - art. 1º a 41

Art. 6º TJ-MA, 2022 (CEBRASPE)

Art. 7º TJ-PE, 2014 (FCC)

Art. 16 TJ-PR, 2018 (CEBRASPE)

TJ-AL, 2015 (FCC)


TJ-GO, 2021 (FCC)
Art. 23
TJ-AP, 2022 (FGV)
TJ-PE, 2022 (FGV)

Art. 30 TJ-PE, 2022 (FGV)

Art. 32 TJ-GO, 2021 (FCC)

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